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Silio Boccanera Júnior

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Silio Boccanera Júnior (Salvador 3 de fevereiro de 1863 - Salvador, 31 de agosto de 1938) foi um engenheiro, teatrólogo, historiador e jornalista brasileiro, considerado um dos principais autores sobre teatro no país.

Filho do vice-cônsul da Espanha na Bahia o comendador Silio Boccanera, cavaleiro da Real Ordem de Isabel a Católica, com a natural desse estado Emília Rodrigues Vaz, fez os estudos iniciais na cidade natal, vindo mais tarde a se formar engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, profissão que iniciou na cidade de Cachoeira, onde além de trabalhar na Estrada de Ferro Central da Bahia, escrevia para um jornal local (de 1880 a cerca de 1885).[1]

Casado em 1883 em primeiras núpcias com Maria Leonor de Freitas, da família do Visconde de Caravelas, com ela teve dez filhos; dez anos depois tornou-se diretor do Teatro São João e em 1903 voltou a se casar com a viúva do pintor Augusto Rodrigues Duarte, a atriz, escritora e compositora Luísa Leonardo de quem viria a se desquitar em 1913.[1]

Raul de Freitas Boccanera, seu filho nascido em 1884, formou-se em Direito na Bahia e exerceu a magistratura em Bagé; outro deles, Silio Boccanera Neto, formado em Medicina, foi membro fundador da Academia de Letras da Bahia e depois radicou-se no Rio de Janeiro, onde exerceu com sucesso a clínica médica.[1]

Entre 1908 e 1911 assumiu a função diplomática que fora do pai, com a morte deste, sendo nomeado cônsul honorário espanhol; o rei Afonso XIII de Espanha o condecorou com a Cruz da Ordem Militar do Mérito Naval, primeira classe, por serviços prestados à marinha espanhola.[1]

Boccanera integrou diversas agremiações literárias e culturais da Bahia, do Brasil e do exterior, foi membro fundador do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e honorário da Academia Pernambucana de Letras, sendo considerado um dos maiores biógrafos do músico Carlos Gomes.[1]

Bocannera Júnior publicou diversos trabalhos em jornais e revistas, além de monografias; dentre suas obras destacam-se:[1]

História
  • A Guerra Civil no Chile (1892).
  • O Maestro Carlos Gomes, (conferência, 1901).
  • A Bahia a Carlos Gomes (1904).
  • O Teatro Brasileiro, (conferência, 1906).
  • Letras na Bahia, (conferência, 1908)
  • Artes na Bahia, (conferência, 1908).
  • Um Artista Brasileiro (1913, sobre Carlos Gomes).
  • O Teatro na Bahia (1812-1912), centenário do Teatro São João.
  • Cinemas da Bahia: 1897-1918.
  • Castro Alves na Vida e na Morte (1915).
  • O Poeta Alexandre Fernandes, sua vida e sua obra (1916).
  • Bahia Histórica (1549-1920).
  • Teatro Nacional, Autores e Atores Dramáticos (1923).
  • O Teatro na Bahia: da Colônia à República (1800-1923).
  • Bahia Cívica e Religiosa: subsídios para a história (1926).
  • Bahia Epigráfica e Iconográfica (1928).
Teatro
  • O Diabo na Beócia, revista cômica em 4 atos, em colaboração com o poeta Alexandre Fernandes, 1895.
  • O Grito da Consciência, drama em cinco atos, em colaboração com A. Fernandes, (1895-98).
  • A Flor da Arta Sociedade, revista cômica em 4 atos, em colaboração com A. Fernandes, 1896.
  • O Meio do Mundo, revista cômica em 4 atos, em colaboração com A. Fernandes, 1897.
  • O Reino do Bicho, revista cômica em 4 atos, em colaboração com A. Fernandes, 1899.
  • O Violão na Ponta, comédia de costumes, em colaboração com A. Fernandes, 1900.
  • Adelia Carré, drama em três atos, em colaboração com A. Fernandes, 1902. Traduzida para o espanhol, em 1903.
  • Mirem-se Neste Espelho, comédia de costumes, 1909.
  • A Segunda Mulher, drama em cinco atos.
  • Como se fabrica um Deputado. Comédia em dois atos, precedida de prólogo e do programa político de um candidato a deputado (1912).
  • O Brado do Ypiranga, drama, 1915.

Referências

  1. a b c d e f «Silio Boccanera Júnior (1863 - 1928)». Cultura Arte. Consultado em 22 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2019