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Socialismo libertário

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O socialismo libertário, por vezes chamado de anarquismo social,[1][2][3][4] é um grupo de filosofias políticas que rejeitam a noção do socialismo como controle centralizado e propõe uma sociedade livre de hierarquias coercitivas.[5]

Adeptos do socialismo libertário afirmam que uma desejável síntese de igualdade social e liberdade poderia ser alcançada, pelo menos em parte, através da abolição de instituições autoritárias que controlam certos meios de produção.[6] O socialismo libertário também constitui uma tendência de pensamento que informa a identificação, criticismo e desmantelamento prático de autoridades ilegítimas em todos os aspectos da vida social. Consequentemente, socialistas libertários acreditam que "o exercício do poder em qualquer forma institucionalizada - seja econômica, política, religiosa ou sexual - brutaliza tanto quem tem o poder quanto em quem o poder é exercido."[7] Alguns anarquistas escolheram o termo "socialismo libertário" como um termo mais explícito para descrever a sua filosofia.[8]

Socialistas libertários, geralmente, colocam suas esperanças em modos descentralizados de democracia direta, como municipalidades, assembleias de cidadãos, sindicatos e conselhos operários.[9] Filosofias políticas comumente descritas como socialismo libertário incluem a maior parte do anarquismo (especialmente o anarcocomunismo, anarquismo coletivista, anarquismo individualista[10] anarcossindicalismo,[11] mutualismo[12] e ecologia social[13]) assim como o autonomismo e o comunismo de conselhos.[14] Alguns autores usam o termo socialismo libertário como sinônimo de anarquismo[15] e, em particular, do anarquismo social.[1][2]

Ver artigo principal: Libertário

O primeiro uso registrado do termo libertarian, no inglês, foi em 1789, quando William Belsham escreveu sobre um libertarianism no contexto da metafísica.[16]

O termo "libertário" é um neologismo criado em 1857 por Joseph Déjacque, militante e escritor comunista, originalmente no francês libertaire[17], com um sentido oposto à liberal.[18] A palavra é construinda sobre um modelo difundido entre os socialistas da época, presente, por exemplo, na palavra prolet-ário, do francês prolét-aire. Déjacque também usou o termo para sua publicação Le Libertaire, Journal du mouvement social, que foi impressa de 9 de junho de 1858 a 4 de fevereiro de 1861 na cidade de Nova York.[19][20] Sébastien Faure, outro comunista libertário francês, começou a publicar um novo Le Libertaire em meados da década de 1890, enquanto a Terceira República da França promulgou as chamadas leis de vilões (lois scélérates) que proibiam publicações anarquistas na França. O adjetivo libertário tem sido frequentemente usado para se referir ao anarquismo e ao socialismo libertário desde esse tempo.[21][22][23] Anarquistas individualistas logo passaram à usar o termo.[18]

Através de uma série de influência e apropriações, o palavra tomou, no contexto anglofóno, um sentido pró-mercado, laissez faire e de defesa da propriedade privada. Murray Rothbard, teórico chave dessa proposição de corrente, descreve a transformação semântica da palavra como uma "captura". No francês, por outro lado, o termo libertaire preservou seu sentido anti-capitalista, associado à anarquistas e socialistas libertários, assim, o neologismo inglês libertarian e libertarianism foi traduzido de volta como libertarien e libertarianisme.[18] Sobre essa circulação entre linguas, "(...) podemos considerar que o termo libertarianismo tornou-se um campo reivindicado tanto por posicionamentos de direita e de esquerda." [24] A difusão desse novo sentido produzido se deu através da ação transnacional de think tanks como o Instituto Mises Brasil e sua rede financeira denominada Atlas Network. A estretégia discursiva dessas instituições se baseia, segundo estudos, numa dinâmica em que "(...)o termo aparece sempre referenciando Rothbard e desconsiderando um debate aprofundado relacionado ao campo oposto."[25] Através dessa constante deslegitimação dos antagonistas, esses institutos tem promovido uma circulação de termo que minimiza, e chega mesmo à negar ou ignorar, seu surgimento e participação em movimentos classistas e anti-capitalistas. Assim, para esses ativistas, "(...) o termo representa apenas o conceito citado por Murray Rothbard: direito à liberdade individual e da propriedade privada."[26]

Ver artigos principais: Anarquismo e História do anarquismo

Socialismo heterodoxo

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William Moris

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Ver artigo principal: William Morris

Comunismo de conselhos

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Ver artigo principal: Comunismo de conselhos

Anton Pannekoek

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Esquerda comunista

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Ver artigo principal: Esquerda comunista

Situacionismo

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Ver artigo principal: Internacional Situacionista
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Ver artigo principal: C. L. R. James

Socialismo ou Barbárie

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Cornelius Castoriadis

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Ver artigo principal: Cornelius Castoriadis

Revolução Húngara

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Ver artigo principal: Revolução Húngara de 1956
Ver artigos principais: Maio de 1968 e Protestos de 1968

Antiglobalização

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Ver artigo principal: Antiglobalização

Ação Global dos Povos

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Ecologia social

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Ver artigo principal: Ecologia social
Ver também : Ecologismo libertário

Murray Bookchin

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Ver artigo principal: Murray Bookchin

Confederalismo democrático

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Ver artigo principal: Confederalismo democrático
Ver artigo principal: Rojava

Comunização

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Ver artigo principal: Comunização
  1. a b Geoffrey Ostergaard|Ostergaard, Geoffrey. "Anarchism". A Dictionary of Marxist Thought. Blackwell Publishing, 1991. p. 21.
  2. a b Noam Chomsky, Carlos Peregrín Otero. Language and Politics. AK Press, 2004, p. 739
  3. Murray Bookchin and Janet Biehl. The Murray Bookchin Reader. Cassell, 1997. p. 170
  4. Steven V Hicks, Daniel E Shannon. The American journal of economics and sociolology. Blackwell Pub, 2003. p. 612
  5. Baake, David. "Prospects for Libertarian Socialism", Zmag (June 2005).
  6. Mendes, Silva. 'Socialismo Libertário ou Anarchismo' Vol. 1 (1896): "A sociedade deveria ser livre através da espontânea afiliação federativa da humanidade para a vida, baseada na comunidade de terra e ferramentas de comércio; ou seja: a anarquia será igualmente pela abolição da propriedade privada e libertada pela abolição da autoridade"
  7. Ackelsberg, Martha A. (2005). Free Women of Spain: Anarchism and the Struggle for the Emancipation of Women. [S.l.]: AK Press. 41 páginas. ISBN 978-1-902593-96-8 
  8. Guerin, Daniel, Anarchism: A Matter of Words: "Alguns anarquistas contemporâneos tentaram se livrar o mal-entendido adotando um termo mais explícito: eles alinham a si mesmo com o socialismo libertário ou com o comunismo."
    Faatz, Chris, Towards a Libertarian Socialism.
  9. Rocker, Rudolf (2004). Anarcho-Syndicalism: Theory and Practice. [S.l.]: AK Press. 65 páginas. ISBN 978-1-902593-92-0 
  10. Brooks, Frank H. 1994. The Individualist Anarchists: An Anthology of Liberty (1881-1908)
  11. Sims, Franwa (2006). The Anacostia Diaries As It Is. [S.l.]: Lulu Press. 160 páginas 
  12. «A Mutualist FAQ: A.4. Are Mutualists Socialists?». Consultado em 20 de abril de 2010. Arquivado do original em 9 de junho de 2009 
  13. Bookchin, Murray. Post-Scarcity Anarchism AK Press (2004) p.xl
  14. Chomsky, Noam. Chomsky on Democracy and Education Routledge (2002) p.133
  15. Ross, Dr. Jeffery Ian. Controlling State Crime Transaction Publishers (200) p.400
  16. Belsham, William (1789). Essays, Philosophical, Historical, and Literary. Inglaterra: C. Dilly. p. 11 
  17. «libertaire». Wikicionário.fr. Consultado em 27 de junho de 2022 
  18. a b c Long, p. 285.
  19. Woodcock, George (1962). Anarchism: A History of Libertarian Ideas and Movements. Meridian Books. p. 280.
  20. «Le Libertaire, Journal du mouvement social». joseph.dejacque.free.fr. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  21. Nettlau, Max, 1865-1944.; Isca, Ida Pilat, 1896-1980.; Paul Avrich Collection (Library of Congress) (1996). A short history of anarchism. London: Freedom Press. OCLC 37529250 
  22. Ward, Colin (21 de outubro de 2004). Anarchism: A Very Short Introduction (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford 
  23. Chomsky, Noam (2002). «The Week Online Interviews Chomsky». archive.today. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  24. Garcês & 2021 pp.14.
  25. Garcês 2021, p. 14.
  26. Garcês & 2021 pp.15.


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