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Sudoeste (filme)

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Sudoeste
Sudoeste (filme)
Pôster oficial do filme.
 Brasil
2012 •  cor •  128 min 
Gênero drama
Direção Eduardo Nunes
Produção Quanta
Labocine
Roteiro Eduardo Nunes
Guilherme Sarmiento
Elenco Simone Spoladore
Dira Paes
Léa Garcia
Mariana Lima
Everaldo Pontes
Simone Mazzer
Cinematografia Mauro Pinheiro Jr.
Edição Flávio Zettel
Distribuição Vitrine Filmes
Lançamento 19 de outubro de 2012
Idioma português
Receita R$: 1,000,000.

Sudoeste é um filme brasileiro produzido por Tropicalstorm Entertainment, Superfilmes e 3 Tabelas Filmes e distribuído pela Vitrine Filmes em 2011. Dirigido por Eduardo Nunes, e no roteiro conta com Guilherme Sarmient e também com Eduardo Nunes.[1]

Em uma cidade pacata e anônima, durante um dia apenas, Clarice (Simone Spoladore) vê sua vida se desenrolar de maneira circular, da morte ao nascimento, e depois à velhice mais uma vez. Ela observa as pessoas ao seu redor, que não envelhecem, e que não entendem sua existência. Esta mulher deve compreender a importância de temas fundamentais como a vida, a morte, a maternidade e a violência.[1]

Elenco Original
Ator Papel Nota(s)
Simone Spoladore Clarice Protagonista
Dira Paes Conceição
Mariana Lima Luzia
Raquel Bonfante Clarice (Jovem) Protagonista (Participação Especial)
Julio Adrião Sebastião
Victor Navega Motta
Everaldo Pontes Malaquias
Regina Bastos Clarice (Velha)
Simone Mazzer
Sergio Medeiros
Augusto Madeira
Léa Garcia Dona Iraci (Participação Especial)
  • Orçado em 1 milhão de reais;[2]
  • Estreia de Eduardo Nunes em longas metragens, ele também possui créditos no cinema como editor de som, diretor de produção e roteirista;[2]
  • Nunes levou 10 anos para concluir o filme;
  • Realizado com o apoio da Fundação Holandesa Hubert Bals;[2]
  • Selecionado para competição do festival de Tessaloniki, na Grécia, um dos mais importantes festivais para diretores jovens;[2]
  • Selecionado para a mostra competitiva no Festival de Roterdã 2012;[2]

Bruno Carmelo, do Adorocinema.com diz que é curioso que cheguem quase simultaneamente aos cinemas produções nacionais tão diferentes quanto Até que a Sorte nos Separe e Sudoeste. Enquanto o primeiro busca ser o mais fácil e transparente possível, o segundo procura o máximo de complexidade, de profundidade, e de "nobreza". Por nobreza, entenda os traços estéticos e narrativos que marcam os filmes de arte mais prestigiados e mais herméticos: preto e branco ao invés da cor, grãos imensos ao invés da película pouco sensível, contraste exagerado ao invés dos tons de cinza, história circular circular e fragmentada ao invés do arco narrativo convencional, silêncio ao invés de diálogos (os personagem murmuram monossílabos, e não respondem ás perguntas uns dos outros). O widscreen, escolha comum das grandes produções, é trocado por um formato ainda mais retangular, que implica a presença constante de faixas pretas horizontais na t ela, em cima e embaixo da imagem. Mesmo o título tem uma grafia diferente: o primeiro "e" de Sudoeste é escrito em itálico, ficando: Sudoeste. Ou seja, este filme não é como qualquer outro, e ele faz questão de afirmá-lo. Inspirado em tradições leste-europeias pouco comuns na cinematografia nacional (as escolas russas, húngaras, tchecas de Andrei Tarkvski, Bela Tarr e cia), o diretor Eduardo Nunes diverte-se ao montar seus enquadramentos nesta faixa retangular, com rostos espremidos pelos cantos, além de cabelos e cortinas voando pelos ares. Se Fritz Lang diia que o widescreen servia para filmar serpentes e funerais, o formato da tela de Sudoeste serve para as linhas contínuas e infinitas, como os leitos dos rios, as marcas de terra nas estradas e as carreiras de flores pelos campos. Aos poucos, uma tímida narrativa começa a se desenvolver, sobre a vida de Clarice. A sinopse delimita com clareza os conflitos da personagem, mas talvez não seja tão fácil de identificar esta premissa no próprio filme. Parece que o interesse do diretor não se encontra no desenvolvimento dos personagens (vide as diversas figuras femininas, superficiais), mas na construção de uma atmosfera contemplativa, lenta, bela que pretende usar o tempo do filme para refletir sobre o tempo de vida da personagem. A história acaba sendo sufocada pela estética barroca e ostensiva - esta sim, a verdadeira personagem de Sudoeste. A miséria bela e etérea, o sertão anônimo e fetichizado, desconectado da realidade, tem sido o palco de predileção dos filmes autorais feitos por novos diretores brasileiros, como já vimos recentemente em Mãe e Filha, de Petrus Cariry. O consgrado das inovações do Cinema Novo. Mas aquele cinema político cedeu espaço a um prazer da construção da imagem que faz do enquadramento o nascimento e a morte de uma ideia.

No fim, funciona melhor como álbum de retratos, como coleção de fotos paradas. As imagens são belas, mas a beleza representa justamente o limite da proposta, a fronteira deste mundo comprimido em tons e formatos muito precisos. Eduardo Nunes tem ambição e gosto pela composição de imagens; Vamos esperar que nos próximos filmes o cineasta faça suas escolhas de direção pensando na melhor maneira de contar sua história, e não nas apenas possibilidades de deslumbramento visual que o cinema lhe apresenta.[3]

Referências

  1. a b «Sudoeste no Adoro Cinema». Consultado em 11 de junho de 2013 
  2. a b c d e f g h i «Curiosidades sobre Sudoeste». Consultado em 11 de junho de 2013 
  3. Bruno Carmelo. «Críticas AdoroCinema do filme Sudoeste». Consultado em 11 de junho de 2013 
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