Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti
Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti | |
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Nascimento | 2 de julho de 1905 Taquaritinga, SP, Brasil |
Morte | 11 de dezembro de 1990 (85 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (graduação) |
Prêmios | Medalha do Mérito D. João VI |
Instituições | |
Campo(s) | Parasitologia |
Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (Taquaritinga, 2 de julho de 1905 – Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1990) foi um fisiologista, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Membro associado da Academia Brasileira de Ciências e fundador da Sociedade Brasileira de Fisiologia, Tito foi um dos dez cientistas da Fiocruz compulsoriamente aposentados pelo Regime Militar, no episódio que ficou conhecido como o Massacre de Manguinhos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Tito nasceu no município paulista de Taquaritinga, em 1905. Era filho dos pernambucanos Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti e de Angélica de Ulhoa Cintra, o sexto entre os doze filhos do casal. Formado doutor em medicina em 1931, pela Universidade de São Paulo (USP), Tito foi assistente, chefe de laboratório e docente concursado de fisiologia da Faculdade de Medicina desta universidade. Permaneceu no cargo até 1939, quando se transferiu para a Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil, a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[1][2]
No mesmo ano, ingressou como pesquisador na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde também foi professor e chefe da Divisão de Fisiologia. Também foi docente do Departamento Nacional de Saúde (DNS), na Faculdade de Ciências Médicas e na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil.[1][2]
Em 1955, esteve à disposição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de onde foi diretor do Setor de Pesquisas Biológicas e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Retornou para a Fiocruz em 1959, de onde foi nomeado diretor em 960. Em 1961, retornaria à chefia do Divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica. Tito foi ainda consultor científico do INPA, membro do Conselho Deliberativo do CNPq e da Comissão Nacional de Assistência Técnica do Ministério das Relações Exteriores. Em 1963, participou da Missão Científica Brasileira ao Leste Europeu, promovida pela Universidade de Brasília (UnB).[1][2]
Regime militar
[editar | editar código-fonte]Sua carreira científica foi interrompida pelo governo militar. Em 1964, foi exonerado da Fiocruz e em 1970 ele e mais outros nove pesquisadores pioneiros da Fiocruz foram proibidos de trabalhar, evento conhecido como o Massacre de Manguinhos[3]. Além de não poder trabalhar em qualquer instituição científica ou universitária, seus direitos civis também foram suspensos por dez anos.[4]
Em 1986, Tito foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz, passando a trabalhar com Haity Moussatché na reorganização do Departamento de Fisiologia e Fármacodinâmica da instituição.[2]
Pesquisa
[editar | editar código-fonte]Tito desenvolveu estudos de grande importância nas áreas de nutrição e saúde ocupacional. Ente eles destacam-se trabalhos sobre o valor energético dos alimentos brasileiros, problemas alimentares na Amazônia, no Maranhão e Piauí, além de pesquisas sobre questões de saúde do trabalhador em indústrias gráficas.[1][2]
Morte
[editar | editar código-fonte]Tito morreu em 11 de dezembro de 1990, no Rio de Janeiro, aos 85 anos, devido a uma insuficiência respiratória.[1][2]
Prêmios
[editar | editar código-fonte]Tito foi agraciado com o Prêmio da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo por seus estudos sobre águas minerais. E em 1958, recebeu a Medalha de Mérito D. João VI por serviços prestados às pesquisas do Jardim Botânico.[1][2]
Referências
- ↑ a b c d e f «Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti». Fiocruz. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d e f g «Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti». Fiocruz. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ André Bernardo (ed.). «Quando o regime investigou cientistas e interrompeu pesquisas: os 50 anos do 'Massacre de Manguinhos'». BBC. Consultado em 15 de março de 2021
- ↑ André Bernardo (ed.). «50 anos do Massacre de Manguinhos». Outras palavras. Consultado em 29 de março de 2021