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Trióxido de urânio

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Estrutura química do trióxido de urânio

Trióxido de urânio (UO3), também chamado de óxido de uranila, óxido de urânio (VI) e óxido urânico, é o óxido hexavalente do urânio O sólido pode ser obtido aquecendo o nitrato de uranila a 400 °C. Seu polimorfo mais comumente encontrado é o UO3 amorfo.

Produção e utilização

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Existem três métodos para gerar trióxido de urânio. Conforme observado abaixo (em inglês), dois são usados industrialmente no reprocessamento de combustível nuclear e no enriquecimento de urânio.

Methods of forming uranium trioxide

  1. U3 O8 pode ser oxidado a 500 °C com oxigênio.[1] Note que acima de 750 °C mesmo em 5 atm O2 UO3 decompõe-se em U3 O8.[2]
  2. Nitrato de uranila, UO 2 (NO3) 2 ·6H2O pode ser aquecido para produzir UO3. Isto ocorre durante o reprocessamento do combustível nuclear. Barras de combustível são dissolvidas em HNO3 para separar o nitrato de uranila do plutônio e dos produtos de fissão (método PUREX). O nitrato de uranila puro é convertido em UO3 sólido por aquecimento a 400 °C. Após a redução com hidrogênio (com outro gás inerte presente) para dióxido de urânio, o urânio pode ser usado em novas barras de combustível MOX.
  3. Diuranato de amônio ou diuranato de sódio (Na 2 U 2 O 7 ·6H 2 O) pode ser decomposto. O diuranato de sódio, também conhecido como bolo amarelo, é convertido em trióxido de urânio no enriquecimento de urânio. O dióxido de urânio e o tetrafluoreto de urânio são intermediários no processo que termina em hexafluoreto de urânio. [3]


Foi relatado que a corrosão do urânio em uma solução aquosa rica em sílica forma dióxido de urânio, trióxido de urânio[4] e coffinita.[5] Em água pura, a schoepita (UO 2 ) 8 O 2 (OH) 12 ·12(H 2 O) é formada[6] na primeira semana e depois de quatro meses a schoepita (UO2) O2 4(H2O) foi produzida. Esta alteração do óxido de urânio também leva à formação de metastudtita,[7][8] um peróxido de uranila mais estável, frequentemente encontrado na superfície do combustível nuclear usado exposto à água. Relatórios sobre a corrosão do metal urânio foram publicados pela Royal Society.[9][10]

Riscos para a saúde e segurança

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Como todos os compostos de urânio hexavalente, o UO3 é perigoso por inalação, ingestão e contato com a pele. É uma substância venenosa, ligeiramente radioativa, que pode causar falta de ar, tosse, lesões arteriais agudas e alterações nos cromossomos dos glóbulos brancos e gônadas, levando a malformações congênitas se inalada.[11][12]

Referências

  1. Sheft I, Fried S, Davidson N (1950). «Preparation of Uranium Trioxide». Journal of the American Chemical Society. 72 (5): 2172–2173. doi:10.1021/ja01161a082 
  2. Wheeler VJ, Dell RM, Wait E (1964). «Uranium trioxide and the UO3 hydrates». Journal of Inorganic and Nuclear Chemistry. 26 (11): 1829–1845. doi:10.1016/0022-1902(64)80007-5 
  3. Dell RM, Wheeler VJ (1962). «Chemical Reactivity of Uranium Trioxide Part 1. — Conversion to U3O8, UO2 and UF4». Transactions of the Faraday Society. 58: 1590–1607. doi:10.1039/TF9625801590 
  4. Trueman ER, Black S, Read D, Hodson ME (2003) "Alteration of Depleted Uranium Metal" Goldschmidt Conference Abstracts, p. A493 abstract
  5. Guo X, Szenknect S, Mesbah A, Labs S, Clavier N, Poinssot C, Ushakov SV, Curtius H, Bosbach D, Rodney RC, Burns P, Navrotsky A (2015). «Thermodynamics of Formation of Coffinite, USiO4». Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 112 (21): 6551–6555. Bibcode:2015PNAS..112.6551G. PMC 4450415Acessível livremente. PMID 25964321. doi:10.1073/pnas.1507441112Acessível livremente 
  6. Schoepite.
  7. Weck P. F.; Kim E.; Jove-Colon C. F.; Sassani D. C (2012). «Structures of uranyl peroxide hydrates: a first-principles study of studtite and metastudtite». Dalton Trans. 111 (41): 9748–52. PMID 22763414. doi:10.1039/C2DT31242E 
  8. Guo X, Ushakov SV, Labs S, Curtius H, Bosbach D, Navrotsky A (2015). «Energetics of Metastudtite and Implications for Nuclear Waste Alteration». Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 111 (20): 17737–17742. PMC 4273415Acessível livremente. PMID 25422465. doi:10.1073/pnas.1421144111Acessível livremente 
  9. Ander L, Smith B (2002) "Annexe F: Groundwater transport modelling" The health hazards of depleted uranium munitions, part II (London: The Royal Society)
  10. Smith B (2002) "Annexe G: Corrosion of DU and DU alloys: a brief discussion and review" The health hazards of depleted uranium munitions, part II (London: The Royal Society)
  11. Morrow PE, Gibb FR, Beiter HD (1972). «Inhalation studies of uranium trioxide». Health Physics. 23 (3): 273–280. PMID 4642950. doi:10.1097/00004032-197209000-00001 
  12. Sutton M, Burastero SR (2004). «Uranium(VI) solubility and speciation in simulated elemental human biological fluids». Chemical Research in Toxicology. 17 (11): 1468–1480. PMID 15540945. doi:10.1021/tx049878k 
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