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Tsitsina Xavante

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Tsitsina Xavante
Tsitsina Xavante
Nascimento 1985
Mato Grosso
Cidadania Brasil
Etnia Xavantes
Progenitores
Alma mater
Ocupação ativista
Samantha Ro'otsitsina Xavante durante o 15º Acampamento Terra Livre em Brasília

Tsitsina Xavante como é conhecida Samantha Ro’otsitsina Xavante (etnia Xavante do Mato Grosso, 1985) é uma líder indígena brasileira, membro da Comissão Nacional Indígena e organizadora da Rede de Juventude Indígena (REJUIND), reconhecida internacionalmente por seu trabalho com as mulheres da sua comunidade. [1][2] [3] Ela também faz parte da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, organizada pela ONU Mulheres.[4][5]

Segundo publicação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), ela " modelou um novo estilo de vida em sua comunidade ao escolher permanecer solteira mulher sem filhos. Preocupada com questões como gravidez precoce e procriação frequente, ela conhecimento das mulheres e meninas indígenas".[6]

O envolvimento com a política e mobilização social acompanham Tsitisina desde o início de sua vida. Seu pai, Mário Juruna foi o primeiro indígena (e único até 2018 quando Joênia Wapichana foi eleita) na história do Brasil a ser eleito para o legislativo nacional, onde cumpriu mandato como deputado federal de 1983 a 1987.[7] O nome Samantha Ro’otsitsina Xavante, inclusive, é uma homenagem a sua vó paterna. Assim, desde cedo, ela teve sua casa frequentada por importantes líderes do movimento indígena como o Raoni Metuktire e Álvaro Tukano.[8][9]

Tsitsina se graduou em Serviço Social e tirou o mestrado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal de Brasília (UnB). E foi a partir de 2008, quando ainda era uma estudante de graduação, que ela começou a participar do Acampamento Terra Livre, o ATL, em Brasília. Lá ela se interessou pela diversidade de temas das pautas de indígenas do país todo e passou a se envolver mais com o movimento, em especial da juventude e das mulheres.[8][1]

Em 2018, ela esteve em Nova Iorque, nos Estados Unidos, representando os povos originários brasileiros no “Fórum Permanente sobre Questões Indígenas” nas Nações Unidas (UN). No mesmo ano em abril, ela participou da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal[8], representando a Namunkurá Associação Xavante (NAX)[10].

Ro’Otsitsina Xavante incentivou e liderou a primeira Marcha das Mulheres Indígenas em 2019, que uniu e mobilizou mulheres indígenas de todas as regiões do país para a sua participação na Marcha das Margaridas, tradicional manifestação anual realizada desde 2000 por trabalhadoras rurais do Brasil. Mais de 130 povos indígenas participaram da marcha, depois de cinco dias de debates em Brasília e um documento foi feito no final com as devidas reivindicações.[11][12][13]

Em 2020, ela foi uma dos três convidados para a mesa de debates no Itaú Cultural, Cosmopolítica, Cosmofobia e Cosmovisão: o Sonho e a Partilha do Real.[14]

Prêmios e reconhecimentos

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Referências

  1. a b «Samantha Ro'otsitsina». [Fag.Tar] a força delas. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  2. a b «Icons & Activists». United Nations Population Fund (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2021 
  3. Landau, Marina Rossi, Lucas (25 de abril de 2019). «Galeria de fotos: As caras do acampamento indígena em Brasília». EL PAÍS. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  4. a b «Entrevista: Tsitsina Xavante». ONU News. 14 de março de 2014. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  5. «I want you to be able to help your people one day». UN Women (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2021 
  6. «Icons and Activists» (PDF). Publicação Icons And Activists das Nações Unidas. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  7. Mendonça, Diego (2 de maio de 2018). «Espiral do tempo: Tsitsina Xavante, Mário Juruna e a luta dos povos indígenas no Brasil». Le Monde Diplomatique. Consultado em 5 de julho de 2024 
  8. a b c «Tsitsina Xavante, Mário Juruna e a luta dos povos indígenas no Brasil - Le Monde Diplomatique». diplomatique.org.br. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  9. «Primeira mulher indígena é eleita para a Câmara dos Deputados». Exame. 10 de outubro de 2018. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  10. Puzzi, Thays (22 de abril de 2019). «Modos de vida e cultura indígena são essenciais para o Cerrado». Redecerrado.org.br. Consultado em 5 de julho de 2019 
  11. «Mulheres indígenas ganham mais visibilidade com conquistas históricas». Correio Braziliense. 26 de abril de 2019. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  12. Miotto, Tiago (15 de agosto de 2019). «Marcha das Mulheres Indígenas divulga documento final: "lutar pelos nossos territórios é lutar pelo nosso direito à vida" | Cimi». Consultado em 27 de setembro de 2021 
  13. «Retrospectiva: as 18 mulheres que marcaram 2019». Revista Glamour. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  14. «Itaú Cultural exibe debate sobre a visão de mundo dos indígenas brasileiros». Itaú Cultural. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  15. «New UNFPA Book "Icons & Activists: 50 Years of People Making Change" Highlights Promundo Alongside Global Changemakers». Promundo (em inglês). 3 de janeiro de 2020. Consultado em 27 de setembro de 2021