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Unidade Popular (Brasil)

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 Nota: Para artigos homônimos, veja Unidade Popular.
Unidade Popular
Unidade Popular (Brasil)
Sigla UP
Número eleitoral 80[1]
Presidente Leonardo Péricles
Vice-presidente Samara Martins
Fundação 16 de junho de 2016 (8 anos)
Registro 10 de dezembro de 2019 (5 anos)[1]
Sede São Paulo, SP
Ideologia Comunismo[2]
Marxismo-Leninismo[2]
Socialismo revolucionário[3]
Anticapitalismo[3]
Anti-imperialismo[4]
Antirracismo[4]
Espectro político Esquerda a extrema-esquerda[3][5][6]
Publicação Jornal A Verdade
Ala de estudantes Movimento Correnteza
Movimento Rebele-se [7]
Ala de juventude União da Juventude Rebelião (UJR) [7]
Corrente Sindical Movimento Luta de Classes (MLC)
Membros (2024) 9.745 filiados[8]
Governadores (2024)
0 / 27
Prefeitos (2024)[9]
0 / 5 569
Senadores (2024)
0 / 81
Deputados federais (2024)
0 / 513
Deputados estaduais (2024)
0 / 1 024
Vereadores (2024)[10]
0 / 58 026
Cores      Preto
     Branco
Slogan "Pelo Socialismo!"
Bandeira do partido
Página oficial
unidadepopular.org.br
Política do Brasil

Partidos políticos

Eleições

A Unidade Popular (UP) ou Unidade Popular pelo Socialismo é um partido político brasileiro de extrema-esquerda fundado em 16 de junho de 2016 e registrado oficialmente em 10 de dezembro de 2019.[3] Em novembro de 2024 possuía 9.745 filiados.[8]

O partido é ligado a movimentos sociais que atuam em defesa do poder popular e do socialismo, e defende a nacionalização do sistema bancário, o controle social de todos os monopólios e consórcios capitalistas e dos meios de produção nos setores estratégicos da economia, bem como uma reforma agrária e urbana popular.[11]

O nome da organização é inspirado na coalizão partidária de esquerda formada para a eleição presidencial chilena de 1970, sob a liderança de Salvador Allende.[12]

História

Processo de registro eleitoral

Integraram os esforços pelo registro outros movimentos, como a União da Juventude Rebelião (UJR), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), o Movimento Luta de Classes e o Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB).[13]

A coleta de assinaturas de apoio para registro do partido perante o TSE foi iniciada em 2014.[14] De acordo com o parágrafo 2º do artigo 7º da Resolução 23.465 do TSE, o apoiamento mínimo deve corresponder a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados (aproximadamente 500 mil), não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles.[15]

Ocupação Lanceiros Negros Vivem, em Porto Alegre, com bandeiras do MLB na fachada. Movimento ajudou a coletar assinaturas para fundação da UP.

Até o dia 27 de outubro de 2018, a Unidade Popular pelo Socialismo contava com mais de 418 mil assinaturas de apoio validadas.[16] Segundo a organização, foram preenchidas mais de um milhão de fichas de apoio.[17][18]

O estatuto do partido foi publicado no Diário Oficial da União em 3 de setembro de 2014,[19] assinado por seu presidente, Leonardo Péricles Vieira Roque, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Tem como símbolo três punhos erguidos, que simbolizam a unidade de ação e o centralismo democrático, sobre um fundo preto ou branco sobre o qual estão escritos o nome e a sigla da organização.

Desde 2014, a Unidade Popular pelo socialismo tem ganhado, progressivamente, inserção nos meios estudantis e sindicais, adquirindo expressão nacional a partir de sua oposição ao Governo Michel Temer[20] e ao então candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, na eleição presidencial brasileira de 2018.[21]

Na eleição presidencial de 2018, a UP, ainda sem existência formal, declarou apoio à candidatura presidencial de Guilherme Boulos e de sua vice Sônia Guajajara, chapa eleitoral lançada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Segundo a organização, o apoio à chapa deve-se a esta ter sido "a única com disposição de adotar a taxação das grandes fortunas e revogar as medidas de lesa-pátria do governo de Michel Temer, dentre elas a Reforma Trabalhista e a PEC do congelamento dos investimentos sociais".[22]

Seu primeiro congresso foi realizado em Belo Horizonte, nos dias 23 e 24 de março de 2019, e teve como tema "Partido dos pobres, com os pobres e para os pobres".[23]

O pedido de registro do partido foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral em agosto de 2019 e aprovado em 10 de dezembro do mesmo ano.[24] O partido recebeu o número 80 para votação nas urnas.[1]

Eleições municipais de 2020

As eleições municipais de 2020 foram as primeiras que o partido disputou. Conforme o presidente nacional da legenda, Leonardo Péricles, o plano do partido foi lançar o máximo de candidatos a prefeito nas principais capitais brasileiras em 2020.[24] Assim, disputaram pelo partido, as seguintes candidaturas:

Prefeitura Municipal Estado Candidato a prefeito Coligação Votação obtida (número de votos) posição
1 Mauá  São Paulo Amanda Bispo[25] sem coligação 2,04% (3.950)[26]
2 Maceió  Alagoas Lenilda Luna[27][28] sem coligação 1,28% (4.875)[29]
3 Fortaleza  Ceará Paula Colares[30][28] sem coligação[31] 0,07% (893)[32] 10º
4 Teresina  Piauí Pedro Laurentino[33][28] Pelo Poder Popular (UP/PCB)[28] 0,11% (457)[34] 11º
5 João Pessoa  Paraíba Rafael Freire[35] sem coligação 0,24% (865)[36] 12º
6 Goiânia  Goiás Fabio Júnior[28] sem coligação 0,17% (1.052)[37] 14º
7 Recife  Pernambuco Thiago Santos[28] Frente de Esquerda do Recife (UP/PCB) 0,15% (1.232)[38]
8 Caruaru  Pernambuco Rafael Wanderley[39] sem coligação[39] 0,22% (374)[39]
9 Jaboatão dos Guararapes  Pernambuco Serginaldo Santos[40] sem coligação 0,34% (839)[40]
10 Itabirito  Minas Gerais Sara Boratti[41] sem coligação 3,08% (864)[41]
11 Nova Lima  Minas Gerais Jobert "Jobão" Fernando de Paula[42] UP/PSOL[42] 1,45% (764)[42]
12 Cabo Frio  Rio de Janeiro Prof. Fernando De Oliveira[43] Sem coligação 0,35% (356)[43] 11º
13 Itabuna Bahia Bahia Pedro Eliodório[44] Sem coligação 0,19% (193)[44] 10º
14 Teixeira de Freitas Bahia Bahia Pablo Franstêscouly[45] Sem coligação 0,13% (98)[45]

Além das candidaturas próprias, o partido integrou a coligação da candidata do PSOL em Porto Alegre, a deputada federal Fernanda Melchionna. Anteriormente, o partido havia cogitado lançar Priscila Voigt como candidata.[46] No Rio de Janeiro, a UP apoiou a candidatura da deputada estadual fluminense Renata Souza.[47]

Em São Paulo, a Unidade Popular entrou na coligação do PSOL apoiando a candidatura de Guilherme Boulos com a vice Luiza Erundina.[48] Em Belo Horizonte, o presidente nacional do partido, Leonardo Péricles, foi candidato a vice na chapa da deputada federal Áurea Carolina (PSOL). Em Florianópolis, o partido fez parte da Frente Popular, junto com PSOL, PT, PDT, PCdoB, PSB e REDE, além das organizações PCLCP e UCB. Em Belém, integrou a coligação do candidato eleito do PSOL, Edmilson Rodrigues.[49]

Para as eleições, o partido recebeu R$ 1,2 milhão do fundo eleitoral.[50]

Durante as eleições municipais de 2020, a Unidade Popular foi o partido político brasileiro com o maior número proporcional de candidatos negros, em virtude de 70% (setenta por cento) de seus candidatos a prefeito e vereador serem negros e negras.[51]

Eleições gerais em 2022

Candidatura presidencial

No dia 14 de novembro de 2021, Leonardo Péricles teve sua indicação confirmada como pré-candidato à Presidência da República nas eleições gerais no Brasil em 2022.[52][53] Foi a primeira vez que o partido lançou candidatura à presidência da República. E no mesmo evento Leonardo Péricles foi eleito como presidente nacional do partido.[54] Em 24 de julho de 2022 foi confirmada a candidatura em convenção realizada em Natal, tendo como candidata a vice da chapa, a dentista Samara Martins.[55]

Candidaturas nos estados

Durante as eleições de 2022, a UP lançou as suas primeiras candidaturas de governadores estaduais:

Estado Candidato a governador(a) Candidato a vice-governador(a) Coligação Votação obtida (número de votos) posição
1  Ceará Serley Leal[56] Francisco Bita Tapeba sem coligação 0,04% (1.881)[56]
2  Goiás Prof. Reinaldo Pantaleão[57] Luciana Amorim sem coligação 0,15% (5.400)[57]
3  Minas Gerais Indira Xavier[58] Edna da Izidora sem coligação 0,14% (15.604)[58]
4  Rio de Janeiro Juliete Pantoja[59] Juliana Alves Sem coligação 0,33% (27.344)[59]
5  São Paulo Carol Vigliar[60] Elô Alves Sem coligação 0,38% (88.767)[60]
6  Sergipe Prof. Aroldo Felix[61] Luze Augusta Sem coligação 0,14% (1.044)[61]

A UP lançou 3 candidaturas ao Senado Federal pelos estados de Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. Destes, foi Vivian Mendes, candidata a senadora por São Paulo, quem obteve a maior votação entre todos os candidatos do partido, ao conquistar 280.460 eleitores que representaram 1,3% dos votos válidos, ficando na 6ª posição entre todos os candidatos, inclusive à frente de políticos tradicionais, como o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo.[62]

A UP lançou 18 candidaturas à Câmara dos Deputados, sendo que Isis Mustafá, candidata a deputada federal por São Paulo, a que obteve a maior votação entre todos os candidatos do partido, ao conquistar 21.017 votos,[63] seguida de Eslane Paixão, candidata a deputada federal pela Bahia, que obteve a segunda maior votação entre os demais, ao conquistar 3.433 votos.[64]

A UP lançou 21 candidaturas para as Assembleias Legislativas estaduais, sendo que Amanda Bispo, candidata a deputada estadual por São Paulo, quem obteve a maior votação entre todos os candidatos do partido, ao conquistar 20.903 votos,[65] seguida de Ligia Mendes, candidata a deputada estadual também por São Paulo, que conquistou 14.646 votos.[66]

Eleições municipais de 2024

As eleições municipais de 2024 foram a segunda participação do partido em disputas por Prefeituras e Câmaras Municipais. Assim, disputaram pelo partido, as seguintes candidaturas:

Disputas por prefeituras municipais de capitais de 2024

Prefeitura Municipal Estado Candidato a prefeito Candidato a vice-prefeito Coligação Votação obtida (número de votos) posição
1 Belém do Pará Pará Pará Raquel Brício Gal Leite sem coligação 0,43% (3.450)[67]
2 Maceió  Alagoas Lenilda Luna Vânia Gomes sem coligação 2,05% (9.354)[68]
3 Salvador Bahia Bahia Eslane Paixão Giovana Ferreira sem coligação 0,41% (5.513)[69]
4 Teresina  Piauí Santiago Belizario[70] Dara Neto[71] sem coligação 0,19% (860)[70]
5 João Pessoa  Paraíba Yuri Ezequiel Josiane Soares sem coligação 0,54% (2.237)[72]
6 Goiânia  Goiás Reinaldo Pantaleão "Professor Pantaleão" Luciana Amorim sem coligação 0,24% (1.657)[73] 7º (último lugar)
7 Recife  Pernambuco Ludmila Outtes Raimundo Malheiros sem coligação 0,15% (1.399)[74]
8 Rio de Janeiro  Rio de Janeiro Juliete Pantoja Benevides Camelo sem coligação 0,22% (6.828)[75]
9 São Paulo  São Paulo Ricardo Senese[76] Julia Soares sem coligação 0,09% (5.593)[76]
10 Belo Horizonte  Minas Gerais Indira Xavier[41] Geraldo Neres sem coligação 0,19% (2.462)[41]
11 Porto Alegre  Rio Grande do Sul Luciano Schafer "Luciano do MLB"[77][78] Amanda Benedett[78] sem coligação 0,21% (1.476)[77]

Ideologia

Presidente Nacional da UP, Leonardo Péricles.

O partido é ligado a movimentos que atuam em defesa da moradia popular e defende a nacionalização do sistema bancário, o controle social de todos os monopólios e consórcios capitalistas e dos meios de produção nos setores estratégicos da economia, bem como a reestatização de empresas estatais privatizadas e Reforma Agrária.[11] Além disso, também é favorável submeter juízes e desembargadores ao crivo eleitoral e estatizar os meios de transporte coletivos.[24]

De acordo com o artigo 2º do Estatuto do partido Unidade Popular, registrado no TSE:

Art. 2º. O Partido Unidade Popular tem por objetivo apoiar a luta pelo socialismo no Brasil e promover a unidade das forças populares para intervir no processo político do país.[79]

O partido defende ideais socialistas e a superação do capitalismo,[3] combatendo o capital financeiro internacional e os privilégios dos mais ricos.[23] Segundo seu presidente nacional, Leonardo Péricles:

A UP se propõe a ser um polo que contribua com a reorganização da esquerda no meio do povo pobre a partir de um programa revolucionário, mas que, ao mesmo tempo, dialogue com o povo. Quem devemos combater? O capital financeiro internacional e os muito ricos, as classes que dominam no Brasil, que carregam desde o período da escravidão o racismo, o machismo, o autoritarismo e principalmente a política anti-pobre que leva o Brasil a ser dependente, humilhado e saqueado como é hoje.[80]

Organização

Leonardo Péricles, presidente da UP.

Estrutura partidária

De acordo com o artigo 21 do Estatuto da UP,[79] os órgãos que compõem a agremiação partidária são:

  • Órgãos de Deliberação: os Congressos Nacional, Estaduais e Municipais e as Convenções Nacional, Estaduais e Municipais;[79]
  • Órgãos de direção: os Diretórios Nacional, Estaduais, Municipais e Zonais;[79]
  • Órgão de Apoio: Instituto Manoel Lisboa;[79]
  • Conselho Fiscal;[79]
  • Órgão de Ação Parlamentar: as bancadas parlamentares[79] (até 11 de maio de 2022, inativo pela ausência de parlamentares).

Presidência do partido

O ativista de movimentos sociais sem-teto Leonardo Péricles é o presidente do partido desde a fundação da legenda,[81] tendo como vice-presidente a também ativista de movimentos sociais Samara Martins.[82]

Imagem Nome Mandato
Início Fim
Luiz Inácio Lula da Silva Leonardo Péricles 2016

Número de filiados

Data Filiados[83] Crescimento anual
dez/2020 2 353 Aumento 2 353 -
dez/2021 2 613 Aumento 260 +11%
dez/2022 3 557 Aumento 944 +36,1%
dez/2023 7 262 Aumento 3705 +104,2%
nov/2024 9 745 Aumento 2.483 +34,2%

Desempenho eleitoral

Eleições presidenciais

Ano Imagem Candidato a Presidente Candidato a Vice-Presidente Coligação Votos Posição
2022 Leonardo Péricles
(UP)
Samara Martins
(UP)
Sem coligação 53.519
Segundo turno: apoio ao candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT)[84]


Referências

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  16. «Partidos em formação». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 21 de outubro de 2018 
  17. «Vai dar Unidade Popular: Campanha pela legalização da Unidade Popular chega à reta final com dedicação total da militância». Jornal A Verdade. 27 de maio de 2018. Consultado em 27 de outubro de 2018 
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Ligações externas