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Usuária:Alebasi24/César Vichard de Saint-Réal

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César Vichard de Saint-Réal (1639–1692) foi um poliglota francês.

Nascido em Chambéry, Savoy, foi educado em Lyon por jesuítas e trabalhou na biblioteca real com Antoine Varillas, historiador francês que influenciou a forma de escrita de Saint-Réal[1]. Foi leitor e amigo de Hortense Mancini, duquesa de Mazarin, que o levou para a Inglaterra em 1675[2]. Saint-Réal era um escritor polígrafo, ou seja, suas obras pertenciam a diferentes gêneros, embora houvesse um interesse maior do autor pela história.

Depois de algumas obras menores escritas para ganhar a proteção de Luís XIV, ele escreveu De l'usage de l'histoire em 1671. Neste ensaio, ele escreveu sobre o que ele considerava a boa maneira de escrever a história e explica que a compreensão dos fatos é mais importante do que os próprios fatos. Em 1672, publicou Dom Carlos, com o subtítulo "nouvelle historique", em tradução livre "novela histórica"********. É uma novela, ou conto longo, que relata a história de amor de uma paixão proibida entre Dom Carlos, filho de Filipe II da Espanha, e a esposa de seu pai, Elisabeth de Valois. Saint-Réal mistura política e amor, mas o amor parece muito mais importante. Esta obra foi um sucesso com a alta sociedade, e atualmente a crítica francesa o vê como um texto importante na construção do romance psicológico francês. Este texto também anuncia o estilo dos romances de Madame de La Fayette. Dom Carlos foi a base para a peça homônima de Friedrich Schiller (que por sua vez se tornou o material de origem para várias obras operísticas, incluindo a ópera de mesmo nome de Giuseppe Verdi). O livro de Saint-Réal foi também a base da peça Don Carlos, Príncipe de Espanha, do escritor inglês Thomas Otway.

É compreendido que Saint-Réal queria ser um escritor teórico, desejando escrever textos que não fossem ficção, e por essa razão ele teria publicado em 1674 a obra La Conjuration des Espagnols contre la République de Venise en l'année M. DC. XVIII, que relata uma conjuração espanhola contra Veneza. A obra histórica não é séria pelos critérios modernos, mas foi considerada por pessoas do final dos séculos XVII e XVIII como um bom exemplo de prosa clássica. Em Le Siècle de Louis XIV, Voltaire chama Saint-Réal de "Sallust francês" por causa desse trabalho.

A autoria das Memórias da duquesa Hortense Mancini foi atribuída a Saint-Real, mas não existem fontes que comprovem isso. Ele escreveu uma Vie de Jésus Christ em 1678, um resumo dos evangelhos. Participou das discussões literárias de seu tempo com o pequeno tratado De la critique (1691), dirigido contra Réflexions sur la langue française, de Andry de Boisregard . Foram muitas as edições das suas obras completas durante os séculos XVII e XIX, algumas mais longas que outras devido à inclusão de algumas obras falsamente atribuídas a ele[2].

***** ref sobre ser a primeira https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=yrOehw4B9bsC&oi=fnd&pg=PR6&dq=%22C%C3%A9sar+de+Saint-R%C3%A9al%22+life&ots=l5cf14OO-I&sig=Xw8Ip-7hngjcrzuELG3N5GYyUb0&redir_esc=y#v=onepage&q=%22C%C3%A9sar%20de%20Saint-R%C3%A9al%22%20life&f=false

  1. About the biography of Saint-Réal see : Andrée Mansau, Saint-Réal et l'humanisme cosmopolite, Lille, Atelier de reproduction des thèses, 1996
  2. a b Chisholm 1911.
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