Usuária:Thabata Arruda/Desirée Bela-Lobedde
Desirée Bela-Lobedde (Barcelona, 24 de novembro de 1978) é uma escritora e comunicadora espanhola afrodescendente[1] de ascendência guinéu-equatoriana, ativista antirracista e feminista.[2] É colunista no veículo Público.es e autora do livro Ser mujer negra en España.[3][4]
Se autodefine como divulgadora da identidade afro, a partir de um ponto de vista "vivencial", e reivindica o empoderamento da mulher afro através de sua imagem pessoal. Em algumas ocasiões tem usado o pseudônimo de "Negra Flor". Em seus textos e conferências reivindica o "ativismo estético", colocando em valor a identidade afrodescendente através da imagem pessoal.[1] Da mesma maneira, Bela-Lobedde baseia seu trabalho político na denúncia sobre a existência do racismo estrutural e a mordomia branca nas constituições estéticas das mulheres negras na Espanha.[5]
Trajetória
[editar | editar código-fonte]Começou sua atividade participando em projetos colaborativos de ativismo como Loucas do Coño, e em meios digitais como PlayGround Magazine.[6] Em 2018, começou a redigir uma coluna de opinião no diário Público, a um ritmo de uma ou duas colaborações ao mês.[7]
Ser mulher negra na Espanha
[editar | editar código-fonte]É autora do livro Ser mujer negra en España, publicado pelo editorial Plano B em 20 de setembro de 2018, onde escreve a respeito de sua experiência como mulher negra no país ibérico, desde sua infância até a fase adulta .[8][9][5][1] Em entrevista ao jornal El Salto, Bela-Lobedde declarou que foi inspirada por Bisila Bokoko, empresária afrodescendente espanhola, a deixar algo de seu trabalho através de meios físicos.
A obra começou a ser escrita após Bela-Lobedde fechar suas redes sociais virtuais no ano 2017, devido a ataques que recebia através destas plataformas. No livro, ela relata o dia a dia sob a perspectiva de uma mulher negra espanhola, e denuncia o racismo estrutural existente na Espanha e vigente em todas as instituições, incluindo o sistema escolar.[1]
Ativismo
[editar | editar código-fonte]Em 2017, participou na denúncia de um anúncio em vídeo da Cola Cao. Para o final do vídeo a espuma da bebida Cola Cao, quando mexida, transforma-se na cabeça de um homem negro com bigode e cabelos afro, o que foi qualificado como um insulto racista.[10]
Desirée Bela-Lobedde liderou em 2016 uma campanha contra a permissividade e a tolerância de YouTube com as mensagens racistas.[11] Em março de 2016, a Rede Espanhola de Imigração e Ajuda ao Refugiado apresentou uma denúncia para a Defesa do Povo na Espanha contra o YouTube, alegando que a plataforma se negou a retirar os comentários racistas que vários usuários tinham dirigido a Desirée Bela-Lobedde em seu vídeo «Ser mujer negra en España».[12] Posteriormente, denunciou para a Ministério Fiscal (Espanha), reclamando que os autores dos comentários deviam responder perante a justiça por crimes de ódio e apologia ao racismo. A promotoria arquivou a denúncia e justificaram decisão devido os comentários terem sido apagados deslegitimando as capturas de tela apresentadas pela ativista.[13][11]
No ano 2018 Bela-Lobedde fez um chamado através da plataforma Twitter para que as vítimas de racismo compartilhassem suas frases favoritas em torno deste tema, durante esta campanha declarou ao jornal El País:
El racismo es estructural, consecuencia de una sociedad que viene de un imperio y en la que hay quien cree que, de verdad, que algunos de estos comentarios ni siquiera son racistas".[14]
- ↑ a b c d Galo Martín Aparicio (23 de novembro de 2018). «Desirée Bela-Lobedde: "La fuente válida de conocimiento es la blanquitud, como posición social y política"». El Salto (diario). España
- ↑ «SOBRE MÍ | Diario de la Negra Flor». Diario de la Negra Flor (em espanhol). Consultado em 1 de agosto de 2018
- ↑ «Desirée Bela-Lobedde publica Ser mujer negra en España». RTVE.es (em espanhol). 4 de outubro de 2018. Consultado em 30 de março de 2019
- ↑ «Desirée Bela-Lobedde: "Igual que diem on són les dones em pregunto on són els negres"». Ara.cat (em catalão). 5 de janeiro de 2019. Consultado em 30 de março de 2019
- ↑ a b Jurado, Ángeles (29 de novembro de 2018). «"Llevar el cabello afro natural es una forma de resistencia"». EL PAÍS (em espanhol). Consultado em 30 de março de 2019
- ↑ «Quienes somos - Locas del Coño». web.archive.org. 20 de junho de 2018. Consultado em 31 de março de 2019. Cópia arquivada em 20 de junho de 2018
- ↑ «Una conversación sobre racismo». Diario Público. Consultado em 31 de julho de 2018
- ↑ L'Entrevista: Desirée Bela-Lobedde - RTVE.es (em catalão), 2 de fevereiro de 2019, consultado em 30 de março de 2019
- ↑ «"El activismo estético implica descolonizar también el cuerpo, no solo la mente"» (em espanhol). Consultado em 19 de setembro de 2018
- ↑ «El negro de Cola Cao y otros anuncios increíblemente racistas». Strambotic (em espanhol). 16 de abril de 2017. Consultado em 1 de agosto de 2018
- ↑ a b «La vilanovina Desirée Bela-Lobedde, contra la permisivitat de YouTube amb els missatges racistes». www.eixdiari.cat (em catalão). Consultado em 10 de março de 2018
- ↑ «La Red Española de Inmigración denuncia a Youtube y a varios usuarios por insultos racistas». La Vanguardia. Consultado em 10 de março de 2018
- ↑ «"Me siento indefensa al denunciar insultos como 'negra de mierda' y ver que la justicia los archiva"». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 10 de março de 2018
- ↑ Cantó, Pablo (24 de junho de 2018). «"No soy racista, pero" y otros racismos cotidianos recopilados en Twitter». El País
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Portal de Desirée Bela-Lobedde com links para o seu blog e vídeos.
[[Categoria:Naturais de Barcelona]] [[Categoria:Feminismo negro]] [[Categoria:Ativistas antirracismo]] [[Categoria:Blogueiras]] [[Categoria:Feministas da Espanha]] [[Categoria:Ativistas da Espanha]]