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Aylton Adalberto Mortati nasceu em Catanduva, em 13 de janeiro de 1946 e desapareceu em São Paulo, no dia 4 de novembro de 1971.[1] Estudante universitário, foi expulso do Exército Brasileiro, onde ocupava o cargo de segundo tenente. A expulsão aconteceu graças à sua atuação como guerrilheiro, militante do Movimento de Libertação Popular e à sua participação na luta armada contra a ditadura militar.
Aylton, que utilizava diversos codinomes (Romualdo, Tenente, Eduardo, Pratini, Érico, Humberto, Beto, Oscar e Eduardo Janot Pacheco) ficou conhecido por supostamente chefiar o sequestro de um avião Boeing 707, da companhia aérea VARIG, no ano de 1969, desviando seu destino original do Chile para Cuba, com 101 passageiros a bordo.[2] Sua prisão e morte nunca foram assumidas pelos órgãos de segurança brasileiros.[3]
Militância Estudantil e ingresso na ANL[editar | editar código-fonte]
Assim que terminou o colegial, Aylton veio cursar Direito em São Paulo, na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mesmo sendo aluno do CPOR – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, envolveu-se com o Movimento Estudantil a tal ponto de destacar-se dos demais alunos. Em 1968, foi preso no XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes, que aconteceu em Ibiúna. Depois da experiência na cadeia, entrou para a Ação Libertadora Nacional.
Sequestro e viagem à Cuba[editar | editar código-fonte]
Junto a 8 participantes da ALN, no dia 4 de novembro de 1969, Aylton participou do sequestro do avião Boeing 707, que faria originalmente o trajeto Buenos Aires - Santiago do Chile, mas que foi desviado para Havana. Lá, o grupo frequentou um curso de guerrilha. Dos companheiros presentes na ação, apenas três tiveram os nomes divulgados: Maria Augusta Thomaz[4], Lauriberto José Reyes e Ruy Carlos Vieira Berbert.
Retorno ao Brasil e desaparecimento[editar | editar código-fonte]
Clandestinamente, o guerrilheiro regressou ao Brasil em 1971. Desde então, passou a integrar o MOLIPO e viver em uma casa na Rua Cervantes, nº 7, no bairro da Vila Prudente, Zona Sul de São Paulo. Foi lá que ocorreu sua prisão no dia 4 de novembro de 1971. Neste mesmo mês, sua mãe, Carmem Sobrinho Martins, tomou conhecimento do óbito de Aylton por meio de uma conversa com o advogado Virgílio Lopes Eney. Por tentar acessar a certidão de óbito do militante, o advogado foi preso por duas semanas.
Em 26 de setembro de 1970, Carmem deu um depoimento à Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. Nele, declarou que sua casa foi invadida várias vezes por militares, além de ter sofrido vigilância e provocações por parte dos órgãos de segurança. Eles estacionavam carros à frente de sua residência, subiam no telhado, revistavam compras de supermercado, censuravam o telefone e chegaram a espancar seus sobrinhos menores. O recebimento de bilhetes ameaçadores eram constantes. Ela e a família só conseguiram acesso à certidão de óbito do filho após a Lei de anistia (Brasil), no ano de 1979.
Referências
- ↑ «Eremias Delizoicov Centro de Documentação»
- ↑ BOEING da VARIG é sequestrado e levado a Havana. Correio da Manhã. Guanabara. 29 de novembro de 1969. 1º Caderno
- ↑ «Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP)»
- ↑ «Comissão da Verdade do Estado de São Paulo - Rubens Paiva»