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A influência da cultura japonesa no Estado de São Paulo[editar | editar código-fonte]

Inicio[editar | editar código-fonte]

Esse movimento começou com a chegada dos primeiros imigrantes japoneses, no estado de São Paulo no incio do século XX; pois até o fim do século XIX o Japão vivia no sistema de produção feudal, onde o imperador era apenas uma figura representativa. Quem possuía o governo eram os xoguns, pertencentes a linhagem de Tokugawa. Somente em 1867 quando o último xogum entregou o poder ao jovem imperador Meiji é que o Japão começou a se modernizar. Nesse processo começou a passar por sérias dificuldades como desemprego, devido a dificuldade do Japão em se inserir na economia mundial. Nesse período o então presidente do estado de São Paulo firmou um acordo com o Sindicato de Tóquio para promover o desenvolvimento do Vale do Paraíba. Isso ocorreu no início do século XX, em 1912.

Desembarque dos primeiros imigrantes japoneses, no inverno de 1908.

Chegada ao Estado de São Paulo[editar | editar código-fonte]

Os primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao interior do estado, se totalizavam em 165 famílias (781 pessoas) que foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.[1]

Mais, partir de 1920, com a ampliação do sistema de colonização de terras virgens no interior de São Paulo, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil acelerou-se. Embora os imigrantes se dedicassem principalmente à atividade agrícola, os japoneses fundaram cidades como Bastos e Tietê, que hoje são importantes polos urbanos regionais do interior paulista, fundadas em 1928. Outras cidades, como Iguape e Registro no litoral sul paulista, concentraram muitas colônias de imigrantes desde 1917, e cresceram com a produção agrícola implementada pelos japoneses, especialmente no cultivo da banana e do chá. Ainda no interior, os japoneses dedicaram-se a outros produtos, principalmente ao café e ao algodão, que na época era muito valorizado por ser matéria-prima básica da indústria têxtil.

[2]

Desenvolvimento de escolas próprias e adaptações a região[editar | editar código-fonte]

Com uma cultura muito diferenciada da realidade do Brasil, os japoneses fundaram muitas escolas e associações no intuito de cultivarem e manterem a sua cultura para todos.  Em 1938, havia em São Paulo 238 escolas de ensino japonês[3]. Cidades como Pereira Barreto, Bastos, Tupã, Registro, viam efervescer uma grande influencia da cultura japonesa, com seus hábitos diferenciados e práticas nunca antes vistas.

A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante a de seus pais imigrantes, que pensavam em regressar ainda para sua terra natal. Os imigrantes educavam seus filhos em escolas japonesas fundadas pela comunidade. A predominância do meio rural facilitou tal isolamento. Cerca de 90% dos filhos de imigrantes japoneses falavam apenas o idioma japonês em casa. Muitos brasileiros de origem japonesa em zonas rurais ainda possuem dificuldades em falar o idioma português.

Além do ensino, os japoneses trouxeram ao nosso país a produção de chá oriunda do continente Asiático, a introdução da sericultura e a agricultura baseada em técnicas utilizadas no Japão.

Podemos destacar, que no interior do Estado de São Paulo, os imigrantes japoneses se destacaram até meados da década de 50, pela participação e desenvolvimento de lavouras das mais diversas culturas. Em Pereira Barreto e em Araçatuba, possuíam extensas faixas de terras, na qual era se praticada as mais diversas culturas , tanto na pecuária e agricultura.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Atualmente, 693.495 imigrantes e descendentes de japoneses moram no interior do estado de São Paulo[4], espalhados pelas regiões entre o Vale do Ribeira, até a divisa com o estado do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Religião e sua influência na cultura local[editar | editar código-fonte]

A religião japonesa é muito diversificada. Em 1988 haviam 460 religiões registradas no Japão.[5]No Brasil isso também acontece. Podemos destacar entre as principais religiões: Budismo, Xintoísmo, Igreja Messiânica, Cristianismo Nipo-Brasileiro, Seicho-No-Iê. Essas religiões estão cada vez mais incorporadas na cultura local, pois temos muitos adeptos a essas religiões que não são de descendência japonesa.[6]Podemos destacar os inúmeros templos instalados pelo estado e o número de membros que se declaram pertencentes a essas religiões. Em 1991 só havia 2 religiões com membros autodeclarados[7]
Conforme censo do IBGE de 2000 e 2010 podemos ver um aumento no número de membros bem como o número de adeptos a outras religiões. Foram 6 religiões citadas no censo 2000.

Religião Número de membros no censo 2000 Número de membros no censo 2010
Budismo 214 873 243 966
Novas Religiões Orientais (igreja messiânica) 151 080 155 951
Outras Religiões Orientais 7 832 9 675[8]

Segundo Katsuzo Yamamoto (1985) não seria exagero afirmar que a parte da cultura japonesa que mais vem exercendo influências à sociedade brasileira são as Novas Religiões orientais. Souza e Albuquerque afirmam que o estudo das Novas Religiões orientais "encaminha questões relevantes como as transformações da cultura religiosa brasileira, a nacionalização de traços culturais estranhos à nossa cultura, os incretismos, os papéis femininos e masculinos e também uma reflexão sobre os estudos sociológicos da religião no Brasil." (1995)

Com uma forte vertente, o budismo sempre foi uma das principais religiões japonesas.

Ainda, por meio das tradições,religiosas temos os ritos de transição, na qual inclui os seguintes rituais dentro da cultura japonesa:

  • Omiyamairi (nascimento);
  • Shichigosan (festival 7, 5, 3 anos);
  • Seijin no hi (maioridade aos 20 anos);
  • Casamento;
  • Yakudoshi (os anos críticos: mulheres aos 19 e 33 anos e homens aos 25 e 42 anos);
  • Kanreki aos 60 anos e Toshi Iwai – celebração da longevidade;
  • Falecimento e sincretismo religioso no Japão;
  • Velório, cremação e enterro;
  • Missas memoriais pelos costumes japoneses.

Esses ritos, com a miscigenação dos japoneses com os brasileiros, começaram a receber influências da cultura brasileira. Muitos brasileiros, aderiram as religiões japonesas, seguindo seus rituais e práticas.


Associações Nipo-Brasileiras, Festas e Representatividade Política[editar | editar código-fonte]

Presentes em todo interior do estado de São Paulo, as associações Nipo-Brasileiras tem por objetivo manter as tradições japonesas, bem como proteger e divulgar as interações culturais, como a administração de festas e eventos relacionados a temática japonesa, além de promover a interação entre os descendentes japoneses locais. Todas as regiões do interior possuem associações nipo-brasileiras. Podemos destacar as associações de Registro, Pereira Barreto, Araçatuba, Bastos e Oswaldo Cruz, como as principais em números de associados.

Entre as principais comemorações japonesas que influenciam a vida cotidiana das cidades, podemos destacar:

  • Festa do Bon Odori na maioria das associações nipo-brasileiras do estado de São Paulo.
  • Festival do Sushi, na cidade de Registro.
  • O Anime Fever, evento direcionado aos jovens fãs da atual expressão cultural japonesa, na cidade de Araçatuba.
  • Festival do Ovo, no município de Bastos.

Políticos japoneses[editar | editar código-fonte]

Com grande influência, as colônias nipônicas no interior sempre elegeram seus representantes paras os mais diversos cargos da administração pública. A maioria das cidades, possuem algum representante nipônico em camadas da administração pública. No final dos anos 60, as comunidades japonesas elegiam seus representantes no intuito de construir sua própria representação política. Mais com as buscas sobre as melhoras sociais, a comunidade nipo-brasileira percebeu sua grande identidade com a população brasileira, na qual passou a levantar bandeiras para o desenvolvimento das condições das cidades[9]. Em grande parte, este movimento ajudou a infiltrar a população japonesa no meio da vida social das cidades do interior, na qual hoje, se tem uma grande miscigenação entre brasileiros e japoneses, além da incorporação por ambas as partes, dos costumes festivos e religiosos.


Influência culinária e popularização dos hábitos alimentares[editar | editar código-fonte]

culinária japonesa desenvolveu-se ao longo dos séculos como um resultado de muitas mudanças políticas e sociais no Japão. A culinária eventualmente passou por um processo de evolução com o advento da Idade Média, que marcou o início da expansão do elitismo com a era do domínio Xogum. No começo da era moderna, mudanças significantes ocorreram, resultando na introdução de elementos de culturas não-japonesas, principalmente da cultura ocidental, no Japão.[10]

O termo culinária japonesa (日本料理, nihon ryōri, ou 和食, washoku) significa a comida japonesa tradicional, semelhante àquela existente antes do final do sakoku (política de isolamento do Japão), em 1868. Em um sentido mais amplo, pode incluir alimentos cujos ingredientes ou métodos de preparo foram posteriormente introduzidos do exterior, mas que foram desenvolvidos por japoneses de forma diferente. A cozinha japonesa é conhecida por dar importância à sazonalidade dos alimentos.

Exemplos de influencia em nossos hábitos alimentares, os japoneses introduziram em larga escala durante o século XX, o consumo do arroz branco, acabando por vez, de popularizar este alimento, principalmente no estado de São Paulo. Além do caso da influencia do arroz, os alimentos como bardana, couve chinesa, raiz de lótus, broto de bambu, picles, macarrão, ovos de galinha e codorna, soja, tofu, nozes, shoyu (molho de soja) se tornaram parte da alimentação das cidades aonde se encontram as maiores concentrações de japoneses no interior de São Paulo.

Em grande parte, o comércio de alimentos absolveu a ideia da alimentação japonesa, considerada saudável. Assim, cidades como Araçatuba,Marília e São José do Rio Preto, juntas, concentram grandes áreas comercias dedicadas a alimentação japonesa, variando inclusive entre si, as variedades oferecidas a população local. Pratos como yakissoba, sashimi, missô, doces com feijão, batem recordes de consumo e venda no interior paulista. [11]

O Sushi, comida da cultura japonesa que ganhou muitos adeptos por todo o Brasil.

Arquitetura e influência[editar | editar código-fonte]

Em Registro, a KKKK , uns dos projetos mantidos pelo o governo japonês para incentivo da colonização.

arquitetura japonesa (日本建築, Nihon kenchiku?) caracteriza-se tanto pelas suas qualidades estéticas intrínsecas quanto pela marcante influência que viria a exercer no Ocidente, sendo reconhecida como uma das mais importantes contribuições do espírito nipónico à cultura universal. Existem vestígios de construções neolíticas através de modelos de casas encontrados emtúmulos, mas apenas com a introdução do budismo, no século VI d.C., pode-se identificar uma tradição contínua.[12]

Como a religião, a arquitetura japonesa foi muito influenciada pela China (ver arte chinesa), com a adoção da madeira como principal material de construção e da coluna como elemento primordial da estrutura (o Japão dispõe de árvores em abundância e as construções de madeira são muito adequadas para um país sujeito a terremotos). No entanto, a arquitetura japonesa tende a ser menos grandiosa do que a chinesa e dá maior atenção à integração da construção ao ambiente. Esta consideração tem importância particular na localização dos santuários xintoístas (o xintoísmo é a antiga religião japonesa, predecessora do budismo), que eram sempre situados em belos locais e apresentavam uma atmosfera de grandiosidade ou de mistério, sugerindo a proximidade dos deuses.[12]

No interior do estado, a influência religiosa fez a arquitetura japonesa se destacar na construção dos templos budistas nas cidades-sedes das regiões administrativas. Cidades como Presidente Prudente, Bauru, Mogi das Cruzes, Araçatuba e Oswaldo Cruz, possui templos de estilos imponentes, que refletem bem o estilo arquitetônico japonês do século XX.

Com a miscigenação com os brasileiros, a arquitetura japonesa perdeu sua característica original, ficando apenas restrita aos fundamentos de influencia regional. Podemos observar as tradições arquitetônicas japonesas nos dias atuais, ainda na construção de jazidos em cemitérios espalhados por todas as cidades do interior paulista, na aonde são mantidas e observadas as tradições de seus antepassados. Hoje as construções nipônicas, seguem os estilos e conceitos praticados em todo Brasil. Se observa porém, que os métodos organizacionais aplicados pela a cultura nipônica, persistem ainda presentes nessa modalidade, principalmente nas cidades menores do interior paulista, na aonde a influencia japonesa permanece-se de forma intacta.

Monumento Torii em Araçatuba -SP, em homenagem ao centenário da imigração japonesa (2008).

Referencias Bibliográficas[editar | editar código-fonte]