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Usuário(a):Andrew Brza/Testes

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Ivor Chipkin
Nascimento 08 de outubro de 1970 (53 anos)
Joanesburgo, Gauteng, África do Sul
Residência África do Sul
Nacionalidade África do Sul
Alma mater
Instituições New South Institute (NSI)
Campo(s) Administração pública, Política pública
Tese Le sublime objet du nationalisme : le nationalisme et la démocratie en Afrique du Sud (2004)

Ivor Chipkin é um acadêmico sul-africano renomado por suas contribuições nos estudos de democracia e gestão pública no contexto pós-apartheid. Suas pesquisas acadêmicas sobressaem na análise da corrupção na África do Sul, especialmente após o lançamento do relatório "Traição da Promessa: Como a África do Sul está sendo roubada" (Betrayal of the Promise: How South Africa is being stolen[1]), em 2017, do qual foi coautor[2]. Este relatório expõe em detalhes um vasto esquema de corrupção orquestrado por membros do Congresso Nacional Africano (ANC), fenômeno que ganhou a denominação de "Captura do Estado" na sequência de sua publicação.

Além de sua produção acadêmica, Chipkin é ativo no diálogo público sul-africano, contribuindo com colunas regulares para veículos locais como os jornais Daily Maverick[3] e Mail & Guardian[4], veículos especializados em administração pública, como o portal Global Government Forum[5]. As contribuições de Chipkin já alcançaram visibilidade internacional com publicações em jornais de prestígio como The New York Times[6], entrevistas em veículos como a Folha de S.Paulo[7], e mediante a participação do conselho de organizações internacionais focadas no estudo de fenômenos como a captura do estado, a exemplo do Belgrade Centre for Security Policy[8] (BCSP, ou Centro de Política de Segurança de Belgrado) na Sérvia.

Em 2010, Chipkin estabeleceu o Affairs Research Institute (PARI, ou Instituto de Pesquisa de Assuntos Públicos), onde atuou até 2018. Já em 2019, Chipkin inaugurou o think tank Government and Public Policy (GAPP, ou Governo e Política Pública), posteriormente renomeado como New South Institute (NSI, ou Instituto Novo Sul) em 2023.

Juventude e Formação[editar | editar código-fonte]

Chipkin foi um objetor de consciência nos anos 1980, recusando-se a servir nas forças de defesa do apartheid. Ivor Chipkin se envolveu no movimento anti-apartheid na África do Sul aos vinte anos quando se juntou[9] à Frente Democrática Unida (UDF). Trabalhou como pesquisador e ativista com a Planact[10] no início dos anos 1990, apoiando organizações da sociedade civil em suas lutas contra o apartheid. Chipkin completou seu mestrado com distinção na Universidade de Witwatersrand (Wits)[11] em Joanesburgo. Em seguida, obteve um Dîplome d'Etudes Approfondies e um PhD, ambos com distinção, da École Normale Supérieure (ENS) Paris-Saclay[12]. Após seu doutorado, Chipkin foi associado ao Wits Institute for Social and Economic Research (WISER, ou Instituto Wits para Pesquisa Social e Econômica)[13] de 2001 a 2004. Em 2005, recebeu uma bolsa Oppenheimer e assumiu uma posição no St Anthony's College[14], Universidade de Oxford.

Carreira e contribuição acadêmica[editar | editar código-fonte]

Chipkin pesquisou a transição do apartheid para a democracia, o impacto das ideologias políticas na identidade nacional e os mecanismos de governança e corrupção na África do Sul pós-apartheid. Ele trabalhou em questões como debates sobre raça e classe na historiografia sul-africana e a conceituação de comunidade política em movimentos nacionais. Sua análise em "Os Sul-Africanos Existem?" ('Do South Africans Exist?[15]', Wits University Press, 2007) aborda a tensão entre não-racialismo e nacionalismo dentro do Congresso Nacional Africano e grupos relacionados.

Uma parte significativa da pesquisa de Chipkin foi dedicada ao estudo da corrupção e captura do estado. Com Mark Swilling, ele coautorou um relatório sobre captura do estado que analisou o fenômeno dentro da economia política do país. Este e outros trabalhos, como "O Estado Sob a Sombra: A Política de Captura do Estado? ('Shadow State: The Politics of State Capture[16]', Wits University Press, 2018), contribuíram para o discurso acadêmico e público sobre corrupção e governança. O livro "Shadow State" foi reconhecido pelas suas provas e análises meticulosas dos escândalos de corrupção, nomeadamente envolvendo o Presidente Jacob Zuma e a família Gupta, que influenciaram significativamente a democracia sul-africana. Analisado na Foreign Affairs por Nicolas van de Walle em 2019, a publicação destaca a documentação detalhada do livro sobre tráfico de influências, procura de rendas, abuso de informação privilegiada e corrupção, sublinhando a sua contribuição para expor e compreender a profundidade da captura do Estado na África do Sul[17]. Após este período, Chipkin também começou a trabalhar com cientistas de dados para desenvolver algoritmos para prever riscos organizacionais, incluindo a corrupção, combinando métodos de ciências sociais com análise de dados[18].

Em 2010, Chipkin fundou o Public Affairs Research Institute (PARI, ou Instituto de Pesquisa de Assuntos Públicos), um instituto de pesquisa africano afiliado à Universidade de Joanesburgo e à Universidade de Witwatersrand. O PARI foca no estudo do desempenho do governo através de uma lente institucional, enfatizando as dimensões culturais, políticas e sociais das organizações públicas.

Chipkin mais tarde tornou-se um dos cofundadores de um novo think tank, inicialmente chamado Government and Public Policy (GAPP, ou Governo e Política Pública), que mais tarde foi renomeado para New South Institute (NSI, ou Instituto do Novo Sul). O think tank visa abordar desafios contemporâneos em governança e gestão pública usando metodologias diversas, incluindo técnicas de mensuração da corrupção que já foram reconhecidas por organismos internacionais[19].

Referências

  1. Tisdall, Simon (5 de agosto de 2017). «Have Jacob Zuma's political foes found the means to topple him?». The Observer (em inglês). ISSN 0029-7712. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  2. Munusamy, Ranjeni (25 de maio de 2017). «Betrayal of the Promise: The Anatomy of State Capture». Daily Maverick (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  3. «Ivor Chipkin». Daily Maverick (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  4. «Ivor Chipkin». The Mail & Guardian (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  5. «Ivor Chipkin, Author at Global Government Forum». www.globalgovernmentforum.com (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  6. Chipkin, Ivor (12 de dezembro de 2017). «Jacob Zuma and the Theft of South Africa». The New York Times. Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗 
  7. «Serviço público pelo mundo passa por reformas e influencia futuro no Brasil». Folha de S.Paulo. 6 de fevereiro de 2023. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  8. «Dr. Ivor Chipkin». Beogradski centar za bezbednosnu politiku (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  9. «Ivor Chipkin: "The commitment to certain democratic values holds South African people all together"». Current events (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  10. Fisher, Ryland (31 de março de 2021). «Reflecting on 20 years of democratic local government.» (PDF). South Africa Local Government Association (SALGA). Voice of Local Government (34): 12. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  11. «2018 - Alumni in the news August 2018 - Wits University». www.wits.ac.za. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  12. Chipkin, Ivor (1 de janeiro de 2004). Catherine Paradeise. «Le sublime objet du nationalisme : le nationalisme et la démocratie en Afrique du Sud». Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  13. «2017-05 - Betrayal of the promise: How South Africa is being stolen - Wits University». www.wits.ac.za. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  14. «Plus est en vous | Dec 22 Edition». St Antony's (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  15. Chipkin, Ivor (1 de abril de 2007). Do South Africans Exist?: Nationalism, Democracy and the Identity of ‘the People’ (em English) First Edition ed. Johannesburg: Wits University Press 
  16. Chipkin, Ivor; Swilling, Mark; Bhorat, Haroon; Qobo, Mzukisi; Duma, Sikhulekile; Mondi, Lumkile; Peter, Camaren; Buthelezi, Mbongiseni; Friedenstein, Hannah (1 de julho de 2018). Shadow State: The Politics of State Capture (em English). Johannesburg: Wits University Press 
  17. Walle, Nicolas van de (12 de fevereiro de 2019). «Two Books on South Africa». Foreign Affairs (em inglês) (March/April 2019). ISSN 0015-7120. Consultado em 1 de março de 2024 
  18. Shapshak, Toby. «How An Anti-Corruption Crusader Invented An Algorithm To Predict Organizational Risk». Forbes (em inglês). Consultado em 1 de março de 2024 
  19. David-Barrett, E., Kaufmann, D., & Ceballos, J. C. (2023, Outubro). Measuring State Capture. Insights Brief (nº 8, p. 4). International Anti-Corruption Academy (IACA). Acessado em 14 de fevereiro de 2024, de https://www.iaca.int/measuring-corruption/wp-content/uploads/2023/10/GPMC_Measuring_state_capture_19102023_online.pdf