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Morro do Castelo

História[editar | editar código-fonte]

No século XVI, foi sobre o morro que se estabeleceram os primeiros habitantes e seus governadores, protegidos pela recém erguida fortaleza de Santiago. À medida que o núcleo urbano crescia, moradores e administradores foram descendo o morro em direção à várzea, atual Praça XV, impulsionados pelo aumento populacional e pelas dificuldades de acesso à água. Durante todo o século XIX, o centro do Rio de Janeiro, onde se localizava o morro e suas redondezas, concentrava as principais atividades políticas, econômicas e culturais da Corte. No final do século XIX o Morro do Castelo ocupava uma grande área triangular do distrito de São José, centro da cidade do Rio de Janeiro e essa região vinha sendo motivo de discussão e preocupação por parte das autoridades brasileiras por conta da sua péssima estrutura urbana. [1]

A formação das favelas nas encostas dos morros começou somente no final do século XIX, depois da “era das demolições”, por conta da necessidade de uma nova forma da população se manter próxima ao centro da cidade. Já o morro do Castelo, que era habitado antes das reformas do início do século XX, obteve uma maior concentração de moradores após as intervenções no período, elevando a densidade demográfica e piorando as condições de vida, higiene e seu aspecto. [2]

As transformações e o crescimento urbano do Rio de Janeiro alteraram o perfil dos moradores do morro do Castelo, conhecidos como castelenses. Nos tempos coloniais havia a concentração de instituições e funcionários ligados à Coroa e nos tempos do Império alguns prédios de importância, no início do século XX sua população era, em sua maioria, composta de pessoas de baixa renda. Uma das justificativas para o seu desmonte era o fato de que a sua população era marginalizada e inferiorizada, o discurso se baseava em torno da pobreza e da falta de higiene em que eles se encontravam. [3]

O centro da cidade como um todo, após as intensas intervenções urbanas, passou por um redirecionamento da população pobre, que foi se alojando nos distritos próximos e de menor interesse para o Estado. Muitos deles, ao serem expulsos dos distritos que sofriam intervenções, moviam-se para outros distritos alojados nas encostas dos morros e iam ocupando locais que ainda não havia sido alvo da legislação municipal, como estratégia para permanecer próximo ao local de trabalho. [4]

Destruição[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Destruição do Morro do Castelo RJ (1922).jpg
Destruição do Morro do Castelo, 1922 (Rio de Janeiro)

A destruição do morro do Castelo ocorreu em dois períodos no século XX: o primeiro em 1904, durante a administração de Pereira Passos, quando foi aberta a Avenida Central, demolindo a ladeira do Seminário e boa parte do morro [5]. E a segunda teve início em 1921 [6], encabeçada pelo prefeito Carlos Sampaio que resultou em uma remoção definitiva do morro.

A primeira tentativa de destruição do morro foi prejudicada devido à crise do Encilhamento ocorrida no final do século XIX, retardando a destruição por causa de crises financeiras na Empresa do Arrasamento do Morro do Castelo, dirigida por Carlos Sampaio [5].

Na segunda tentativa, dois eventos foram significativos para o início de uma discussão sobre a imagem internacional do Brasil, em primeiro lugar no mesmo ano ocorreria a visita do rei Alberto da Bélgica, e em segundo lugar a proximidade da comemoração do centenário da Independência. Haviam dois discursos a respeito dos rumos do morro do Castelo na época, os que defendiam o arrasamento do mesmo e os que defendiam a urbanização e embelezamento do morro. Tanto o governo federal como o municipal desejavam apagar da estrutura urbana da capital com fins de revitalizar e modernizar a cidade [6].

  1. PAIXÃO, Cláudia Míriam Quelhas. O Rio de Janeiro e o morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 2008.
  2. PAIXÃO, Cláudia Míriam Quelhas. O Rio de Janeiro e o morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 2008.
  3. PAIXÃO, Cláudia Míriam Quelhas. O Rio de Janeiro e o morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 2008.
  4. PAIXÃO, Cláudia Míriam Quelhas. O Rio de Janeiro e o morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 2008.
  5. a b MENEZ, Alexjandro N. CIVILIZAÇÃO VERSUS BARBÁRIE: A DESTRUIÇÃO DO MORRO DO CASTELO NO RIO DE JANEIRO (1905-1922). Revista Historiador Número 06. Ano 06. Janeiro de 2014.Disponível em: <http://www.historialivre.com/revistahistoriador>
  6. a b PAIXÃO, Cláudia Míriam Quelhas. O Rio de Janeiro e o morro do Castelo: populares, estratégias de vida e hierarquias sociais (1904-1922). Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 2008.