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Usuário(a):Camillo Cavalcanti/Jean Cohen

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Jean Cohen (1919-1994), philosophe et professeur à la Sorbonne, est connu pour sa Structure du langage poétique (Champs, Flammarion, 1966, réédition 2009 ISBN 9782081226487)

Estrutura da Linguagem Poética[editar | editar código-fonte]

Jean Coehn estuda em Estrutura Da Linguagem Poética temas de capital importância para os interessados em questões de teoria literária: o problema poético; o nível fônico e versificação; o nível semântico e a predicação; a determinação; a determinação e a cordenação; a ordem das palavras em poesia; e a função poética. A análise estrutural dos procedimentos característicos da linguagem poética revela, neles, um caráter paradoxal: apresentam-se como violação sistemática da linguagem comum. Entretanto, esta negatividade é o instrumento de que o poeta se vale para pôr em ação um mecanismouniversal de compensação - a metáfora -, que permite à poesia transmitir um significado de outra ordem e cumprir assim sua função específica. A análise que Jean Cohen empreende aqui da estrutura da linguagem poética é de grande importância para os que se interessem por questões de teoria literária, principalmente estudantes das Faculdades de Letras.O problema poético.No capítulo primeiro, o autor discute sobre a forma que se deve encarar o poema: uma que é lisguística e outra que não o é. A linguagem é feita de duas substâncias, ou seja, duas realidades que existem por si sós e independentes uma da outra, chamadas de significante e significado ( Saussure). O significante é o som articulado, o significado é a ideia ou a coisa. O signo são dois termos que remetem um para o outro, e esse processo de remersa para constitui aquilo que se chama significação. No entanto, considerada em si mesma, nenhuma das duas substâncias é propriamente linguística. Nos dois planos da expressão e do conteúdo, devemos distinguir uma forma e uma substância. A forma é um conjunto das relações estabelecidas por cada elemento dentro do sistema, e é esse conjunto de relações que permite a determinado elemento desempenhar sua função linguística. Do mesmo modo, é possível distinguir a forma e a substância do conteúdo. A substância é a realidade, mental ou ontológica; a forma é essa realidade tal como é estruturada pela expressão. Por conseguinte, metro e rima não parecem caracteres linguisticamente pertinentes. E sim, como uma super-estrutura, que modifica apenas a substância sonora, sem influência funcional do significado. Linguisticamente, o discurso versificado aparece como isomorfo à linguagem não versificada. A linguagem é significação, e esta palavra não deve designar tudo aquilo que é capaz de sugestão ou de expressão, mas sim aquele processo de remerssa para, que implica a transcendência do significado. As palavras são simples substitutos das coisas, existem para transmitir uma informação sobre as coisas que as próprias coisas nos forneceriam mais adequadamente se pudéssemos percebê-las. A linguagem é um simples intermediário codificado da própria experiência. De modo que a comunicação verbal supõe duas operações inversas: a codificação, que vai das coisas às palavras; a decodificação, que vai das palavras às coisas. Para resolver essa questão é necessário mais uma vez distinguir forma e a substância do conteúdo. A substância do conteúdo é a significação, a forma é o estilo. A prosa por definição, é o grau zero do estilo. A realidade, tão logo é falada, entrega seu destino estético nas mãos da linguagem. Ela será poética se for poema, prosaica se for prosa. A tarefa da poética literária é interrogar não o conteúdo, que pertence o mesmo, mas a expressão, a fim de saber em que consiste a diferença. A arte poética, ao longo de sua história, certamente não deixou de inventar figuras novas, mas como as outras artes, também aqui não são sempre os maiores artistas que forjam as técnicas inovadoras. A poesia não se conforma em ser apenas uma forma de linguagem. Como ciência ou filosofia, ela quer ser expressão de verdades novas, descoberta de aspectos ignorados do mundo objetivo. A poesia não é ciência, mas arte, e arte é forma e nada mais que forma. O poeta deve revelar novas verdades, se quiser; não é por isso que ele é poeta. A poética estrutural situa-se num grau superior de formalização. Procura uma das formas, um operador poético geral do qual todas as figuras seriam apenas realizações virtuais particulares, especificadas segundo o nível e função linguística em que o operador se atualiza. Assim, a rima é um operador fônico, por oposição à metáfora, operador semântico; dentro do seu nível, como operador distintivo, ela se opõe ao metro, operador contrastivo; ao nível semântico, a metáfora, operador predicativo, opõe-se ao epíteto, operador determinativo. (UT--Gabriella Bispo (discussão) No capítulo sobre a predicação, o autor fala da relação de sentido que deve haver na comunicação e que ela se dá através do partilhamento de códigos já conhecidos pelos interlocutores. "se compreender uma linguagem é conhecer o conjunto das combinações permitidas entre seus termos então deve-se supor que esse código se acha depositado na memória de cada um dos usuários". Um outro conceito muito importante para construção de sentido é a metáfora que constitui a característica fundamental da linguagem poética, nesse sentido a poesia é definida como "uma metáfora constante e generalisada". Ele faz uma distinção entre metáfora e impertinência, para o qual a primeira é uma infração ao código da fala, situa-se no plano linguístico, enquanto a segunda é uma infração ao código da língua, situa-se no plano paradigmático, no entanto nem toda metáfora é poética; a poesia com efeito estético emana das coisas, não das palavras. O poema não é a aexpressão fiel de um universo anormal, mas a expressão anormal de um universo comum. Jean cohen fala sobre a regra de pertinência pela qual perpassatres grandes funções principais: predicacão, determinação e coordenação, porém ele considera a predicação a mais importante sendo estudada sob a forma de epitética, que exerce uma função determintiva e é significada por marcas gramaticais. Toda linguagem literária é estilizada mas a graus diferentes e, a parte versificação,só esta diferença quantitativa separa o que é considerado prosa do que é considerado poesia. o autor apresenta quadros que analisam o grau de impertinência como um caráter global. O autor aborda o pricípio de isomorfismo apresentado por Hjelmslev, que exige que o significado de uma palavra possa ser dividido em unidades menores e essa divisão serve para explicar a metáfora. No capítulo seguinte Cohen discorre sobre a determinação. Ele inicia o texto dando o significado da palavra determinar que, segundo ele é um processo que consiste em acrescentar ao termo comum um ou vários outros termos chamados "determinantes". Os adjetivos determinativos não acrescentam nehnum caráter novo ao termo que determinam, ao contrário do predicativo, que enriquece a compreensão do sujeito, o demonstrativo nada mais faz que indicar a quem se refere o predicativo. Bally faz uma distinção entre duas funções diferentes, a quantificação e a localização. Os indefinidos e os numerais são os quantificadores, enquanto os demonstrativos e os possessivos quantificam e localizam ao mesmo tempo. O autor faz uma distinção entre adjetivo e epíteto para o qual se eliminamos a primeira de uma oração, ela fica incompleta ou apresenta um sentido diferente e se retiramos o epíteto, ela poderá permanecer inteira mas, ficará enfrequecida. Ao eliminar o epíteto, transforma-se a extensão do sujeito. O epíteto diverge do predicativo pelo fato de ligar-se diretamente ao substantivo enquanto o predicativo se liga por meio de um verbo de ligação. O epíteto redundante caracteriza a linguagem poética, sua função normal é a determinação. A poesia é feita de desvios, que são qualitativamente semelhantes dentro de um gênero e quantitativamente os mesmos durante uma época. Cohen afirma não existir uma língua poética mas, ima linguagem poética. A redundância leva a um absurdo, tomando a parte pelo todo. A diferença entre epíteto e aposto está na presença ou ausencia de uma pausa entre o substantivo e o adjetivo. O autor aponta para o fato de existirem na língua uma classe especial chamadas "shifters" que é uma classe de palavras cujo sentido varia com a situação. A poesia não é a "bela linguagem", mas uma linguagem que o poeta teve de inventar para dizer aquilo que não teria dito de outra forma. Jean Cohen também fala da coordenação que apresenta uma estreita relação com a predicação. Ela apresenta-se de duas formas, uma que é explícita feita por meio de um vínculo sintático e outra que é implícita e realiza-se por justaposição, que é a maneira mais comum de coordenar. Tal como toda função a coordenação subordina-se a leis gramaticais codificadas, além disso. ela exige a homogeneidadeaomesmo tempo morfologica e funcional dos termos coordenados, que devem em primeiro lugar pertencer a mesma categoria e ainda, exercer a mesma função. O autor afirma que toda coordenação requer certa unidade de sentido entre os termos que coordena. Para Charles Bally duas frases são coordenadas quando a segunda tem por tema a primeira. Para Cohen a coordenação não passa de um aspecto da predicação, e as regras lógicas valem para ambas. Ele aponta para outro fator que é a inconsequência que consiste em coordenar duas ideias que aparentemente não tem nenhuma relação lógica entre si. Um outro aspecto também importante é a ordem das palavras que é um fator fundamenta na estrutura da poesia, pois só há poesia quando há meditação sobre a linguagem e reinvenção dessa linguagem a cada passo. Além disso ela também se caracteriza por um desvio sistemático em relação as normas da prosa. Uma das funções principais da gramática é indicar na série linear da mensagem, qual termo se refere a qual termo. A gramática é o pilar que sustenta a significação. A inversão no entanto é um traço específico da poesia que constitui um desvio sistemático da linguagem habitual. A frase poética confere aos termos uma função que o sentido é incapaz de exercer, por sua vez o código da linguagem normal apoia-se na experiência externa, enquanto o código da lineguagem poética na experiência interna. A poética da margem a interpretação pessoal. A poesia é feita de figuras e essas figuras são uma violação do código denotativo que por sua vez é o oposto da conotação. A metáfora poética é a passagem da língua denotativa para a conotativa, o que é absurdo aos olhos da razão é evidente para o coração do poeta. A poesia não é algo diferente da prosa mas é a antiprosa. E por fim, como afirma o autor, se a metáfora é necessária, se a poesia é arte, é porque código nocional é o código usual. O significante remete o usuário de imediato ao sentido nocional. "Sentir o poema não é conhece-lo, conhece-lo não é senti-lo".(UT--Marceni Brito (discussão) (UTC)C)