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São produzidos espermatóforos em diversos grupos e a transferência destes comumente é indireta. Em machos, o pênis se encontra geralmente presente, mas não é regra em crustáceos. Um receptáculo seminal é encontrado em fêmeas e pode estar localizado nas proximidades da base do oviduto, mas é mais frequentemente encontrado como uma invaginação na camada ectodérmica, similar a uma bolsa, no segmento genital e sem relações de dependência com o oviduto. Na maior parte dos crustáceos, os espermatozoides são aflagelados e não são móveis. Apenas Phyllopoda, Cirripedia, Mystacocarida e Ostracoda apresentam espermatozoides flagelados. Classe Remipedia[editar | editar código-fonte]Os integrantes da classe Remipedia são hermafroditas, em que as aberturas genitais femininas se localizam no sétimo segmento do tronco, enquanto que as masculinas se localizam no décimo quarto segmento. Esses espermatozoides são flagelados e sua transferência é via espermatóforos. Pouco se sabe sobre o desenvolvimento e reprodução desse grupo por insucesso na manutenção destes vivos em laboratório. Classe Cephalocarida[editar | editar código-fonte]Cephalocarida são hermafroditas simultâneos, ou seja, se comportam ao mesmo tempo como fêmeas e como machos. Seus ovários e testículos possuem um ducto comum, localizado numa abertura genital do sexto segmento abdominal. Os espermatozoides são aflagelados e a larva eclode como metanáuplio. Classe Branchiopoda[editar | editar código-fonte]Apresentam diversos tipos de reprodução e, nesse grupo, pode-se observar diversos exemplos de filópodes com sexos separados (gonocorismo), ambos os sexos no mesmo indivíduo (hermafroditismo), reprodução bissexuada (necessário que haja dois indivíduos com sexos diferentes da mesma espécie) e partenogênese (o óvulo da fêmea gera filhotes sozinho, não tendo participação do macho). Na classe Branchiopoda, há os anóstracos, que possuem sexos separados e a abertura genital está localizada nos segmentos genitais, na junção entre o tórax e o abdome. Os ductos espermáticos (advindos dos tecidos) abrem-se em um par de pênis eversíveis no segmento genital. Os machos possuem pênis e as fêmeas, ovissacos. A transferência desses espermatozoides é direta, em que o macho se agarra ao abdome da fêmea, introduzindo seu par de pênis na abertura genital mediana desta. Um ovissaco diferenciado é secretado conforme a fêmea libera os ovos da câmara glandular uterina na extremidade distal do oviduto. Os ovos são resistentes à dessecação e a forma de eclosão larval é o náuplio. Os integrantes de Phyllopoda incubam os ovos na região dorsal do corpo, sob a carapaça. A câmara responsável pela incubação desses ovos pode estar sob o dorso da carapaça, como é o caso de Cladocera ou associada aos filopódios, como Notostraca. Desses ovos, irão eclodir larvas do tipo náuplio ou formas jovens, semelhantes ao animal adulto, mas numa versão miniaturizada (grande parte dos cladóceros seguem esse padrão). As gônadas são tubos pares, localizados ao lado do trato digestivo. Também podem se apresentar como uma estrutura só. Os ovidutos se abrem nas bolsas incubadoras. Os espermatozoides de Phyllopoda são do tipo aflagelados, ameboides e sem acrossomo, só envelope nuclear. Em Cladocera, os canais espermáticos provenientes dos tecidos se abrem próximos ao ânus, localizado no pós-abdome, que se encontra modificado para atuar como órgão copulador. Em outros integrantes de Phyllopoda, as aberturas genitais podem se localizar na região ventral, em segmentos variados. Phyllopoda é um grupo que produz ovos de verão e ovos de resistência, que podem ser advindos da partenogênese e/ou resultantes da fertilização. As espécies utilizam essas vias variavelmente. Há espécies que só se reproduzem mediante por ovos de resistência, enquanto há espécies que, por exemplo, só se reproduzem dessa forma em condições ambientais não favoráveis. Há também espécies que não produzem esse tipo de ovo. Os ovos de verão e de resistência diferem em alguns aspectos, como a condição de produção e a espessura da casca. Os de verão são produzidos em condições favoráveis e sua casca é menos espessa, enquanto que os de resistência são adaptados para sobreviver em ambientes desfavoráveis ou/e periodicamente inóspitos. Alguns ovos de resistência podem passar pelos primeiros estágios de desenvolvimento e após isso entrar em período de resistência, favorecendo a rápida eclosão das larvas quando as condições ambientais se normalizarem. Em Cladocera, por exemplo, o ciclo de vida é composto de fases partenogenéticas alternadas com reprodução sexuada. Na partenogenética, a população é constituída por fêmeas por diversas gerações, fêmeas estas que produzem ovos de verão diploides, dando origem a novas fêmeas, que vão produzir sucessivas desovas partenogenéticas. O desenvolvimento direto ocorre na câmara incubadora dorsal e, quando o jovem deixa a câmara, a fêmea passa pelo estágio de muda e uma nova desova é liberada. Mudanças bióticas ou/e abióticas podem fazer com que a fêmea produza ovos haploides, eclodindo machos deles. Esses machos favorecem a ocorrência da acasalamento, gerando ovos de resistência fertilizados e diploides. Diferentemente dos ovos de verão, somente um par de ovos de resistência é produzido por desova, par esse que é liberado na câmara incubadora com suas paredes transformadas em cápsula protetora chamada de efípio. Essa cápsula protetora é liberada na muda seguinte e flutuam, afundam ou aderem-se a objetos. Eles podem, inclusive, suportar condições adversas como congelamento, dessecação, etc; Alguns representantes desse grupo podem passar pelo processo de ciclomorfose, que consiste em alterações sazonais na morfologia. Seu significado ainda não é bem conhecido. Notostraca, grupo irmão de Diplostraca (que contempla Laevicaudata, Spinicaudata e Cladocera), produz ovos de resistência, que inclusive é necessário para algumas espécies. Sua forma de eclosão é o metanáuplio. Maxillopoda[editar | editar código-fonte]Subclasse Thecostraca[editar | editar código-fonte]Infraclasse Cirripedia[editar | editar código-fonte]Os cirripédios, conhecidos popularmente como as cracas, são organismos dióicos, assim como boa parte do grupo de crustáceos. Entretanto, há também alguns organismos hermafroditas, como o caso das cracas torácicas, constituindo o único grupo de crustáceos hermafroditas. Visto que os cirripédios se encontram em grande quantidade em um pequeno espaço de substrato, a fertilização cruzada é a regra para este grupo. Os ovários das cracas sésseis estão localizados na base e parede do manto, por outro lado, em organismos que possuem hastes, os ovários estão localizados no pedúnculo do animal. Os ovidutos são pareados nesses animais, abrindo-se próximo à base do primeiro par de cirros, sendo que antes de alcançar o gonóporo, cada um desses ovidutos dilata-se e forma uma glândula ovidutal - a qual, posteriormente, irá secretar, na deposição dos ovos, um ovissaco fino e elástico. Por sua vez, os ovissacos, a cada medida de ovos recebida, incha e se estica, emergindo do gonóporo e repousando dentro da cavidade do manto do animal. Por outro lado, um dos órgãos reprodutivos masculinos das cracas, vulgo testículos, estão localizados na região cefálica, sendo que há a união dos dutos espermáticos dentro de um longo pênis, que por sua vez, repousa em frente ao ânus do animal. O pênis desses animais são muito extensível e pode ser protraído para fora ou para dentro do corpo do animal, em sua cavidade do manto, utilizando desse mecanismo para a deposição do esperma. As fêmeas de cirripédios podem ser inseminadas por mais de um macho da espécie, sendo que os espermatozóides são recebidos e depositados como uma massa, perto dos primeiros cirros, e devem, necessariamente, penetrar o ovissaco para enfim alcançar os óvulos da fêmea em questão. Os ovissacos têm a função de incubar os ovos na cavidade do manto em todas espécies de cracas, se deteriorando gradualmente durante o período de incubação. Os ovos incubados, posteriormente, eclodem em forma náuplio na maiorias das espécies, sendo facilmente reconhecido pela sua morfologia externa (possuem carapaça em forma triangular, assemelhando a um escudo); além do estágio de náuplio, há também um estágio de cipris, na qual tem função de sedimentação, prendendo-se a um substrato adequado, inicial e temporariamente utilizando de secreções excretadas pelos discos localizados em suas antenas e, posterior e permanentemente, com as glândulas de cimento de suas antenas. Infraclasse Ascothoracida[editar | editar código-fonte]Sua grande maioria é composta por animais dióicos, contudo há a presença de alguns organismos hermafroditas. Dentro de Ascothoracida há a separação dos indivíduos, este através de dimorfismo sexual, e a fertilização ocorre de maneira interna. Os machos dessa espécie, com tórax e abdômen, podem se assemelharem aos camarões em sua forma, já as fêmeas, por outro lado, não apresenta qualquer semelhança com algum outro crustáceo. Os organismos pertencentes ao grupo Ascothoracida possuem gônadas geralmente pareadas que se prolongam para dentro da carapaça, além disso os espermatozóides são flagelados e primitivos. O gonóporo do macho se abre no pênis, localizado no primeiro segmento abdominal, enquanto o da fêmea se abre na coxa do primeiro par de apêndices torácicos. A larva náuplio e a forma de eclosão característica dos Ascothoracida, sendo elas e os embriões incubados sob a carapaça da mãe até o estágio de cipris. Subclasse Copepoda[editar | editar código-fonte]Os copépodes são organismos dióicos, sendo que sua fertilização é realizada de forma interna e a transferência de espermatozóide de maneira indireta, ou seja, há a produção de espermatóforos. Nos machos de copépodes, o sexto par de apêndice torácicos pode estar modificado - em gonópodes - principalmente para a realização da transferência dos espermatozóides para a fêmea. Os copépodes são organismos dimórficos, especialmente espécies parasitas, ou seja, há uma diferença física entre os machos e as fêmeas, sendo que os machos de copépodes são geralmente menores em relação às fêmeas. Algumas espécies não parasitas, os machos possuem antênulas aumentadas, com função de segurar a fêmea durante a cópula. Ademais, os ovidutos das fêmeas de copépodes formam um par de receptáculos seminais, servindo para o armazenamento dos espermatozóides. Durante o ato de cópula, os gonópodes grudam os espermatóforos no ventre da fêmea, neste táxon os espermatozóides não possuem flagelos, levando os espermatozóides a se moverem desde os espermatóforos aos receptáculos seminais, onde serão armazenados e, posteriormente, ocorrendo a fertilização, eclodindo dos ovos as larvas náuplios. Outro táxon, Mystacocarida, se assemelha deveras aos copépodes, sendo organismos dióicos com larva náuplio. Subclasse Tantulocarida[editar | editar código-fonte]Os tantulocáridos são organismos altamente especializados à vida parasita, apresentando dimorfismo sexual e sexo separado, ou seja, são dióicos. Os machos tantulocáridos possui um gonópode derivado de seus apêndices torácicos e a fertilização ocorre de maneira interna, sendo que esses animais possuem ciclos de vida sexuado e partenogenético interligados por uma forma larva. As fêmeas de possuem o tronco formado por quatro segmentos torácicos, enquanto os machos possuem cinco, seguido de um télson e uma furca caudal. Ressalva que é possível que a fêmea que segure o macho, por meio dos toracópodes, durante a cópula. O corpo das fêmeas partenogenéticas é modificado em ovissaco, apresentando poucas semelhanças com outros crustáceos. A fêmea sexuada, por sua vez, possui numerosos óvulos grandes, os quais se desenvolvem, após a fertilização, e crescem em forma de larvas livre-natantes, denominadas tântulos. Subclasse Branchiura[editar | editar código-fonte]Os branquiúros são organismos dióicos com o gonoduto se abrindo no quarto segmento torácico em ambos os sexos. Os espermatozóides desse animal são longos, afilados e finos, além de não possuírem uma cabeça alargada abruptamente. Subclasse Pentastomida[editar | editar código-fonte]Os pentastomídeos são organismos majoritariamente dióicos e que possuem um sistema genital muito bem desenvolvido, ocorrendo fertilização interna e apenas uma vez durante toda a vida de uma fêmea de Pentastomida. O tronco desses animais é ocupado por grande parte pelas gônadas e ductos reprodutivos, sendo elas não-pareadas, com gonóporos localizados na junção entre a cabeça e o tronco. Os espermatozóides são finos e filiforme, parecido com aos dos Branchiura, mas possuindo uma certa diferença entre eles, sendo que estes são bem derivados do que qualquer outro espermatozóides de crustáceos. Classe Malacostraca[editar | editar código-fonte]O ciclo de vida de crustáceos da classe Malacostraca envolve, tipicamente, uma fase de ovo, fases larvais de vida livre, fases imaturas de crescimento e, por fim, um estágio adulto sexualmente maduro. No tipo primitivo de reprodução dessa classe, os machos procuram as fêmeas em sincronia com algum fator ambiental, como por exemplo, a temperatura. A cópula ocorre rapidamente, sendo completada, em alguns casos, em questão de segundos. Geralmente, essa cópula ocorre após uma muda da fêmea e quando seu exoesqueleto ainda é macio. Em algumas espécies, os machos não se reproduzem novamente e não vivem muito depois do acasalamento. Os ovos fertilizados podem então ser liberados no mar, onde eclodem em larvas náuplios. Em grupos marinhos que incubam os ovos, isto é, ligando-os aos pleópodes, os ovos eclodem como larvas de estágio tardio, que são frequentemente carnívoras, como larvas zoé de decápodas. Eventualmente, essas larvas nadam até o fundo e passam por estágios antes de atingir o estágio juvenil. Em alguns grupos, essa fase larval pode ainda ser suprimida e o embrião eclode como uma forma imatura do adulto, ainda nesses casos, a incubação pode continuar por mais algumas mudas. Em grupos de malacostracas com hábitos mais especializados, os machos podem vigiar, guardar e carregar a fêmea por algum tempo antes da cópula e o acasalamento pode chegar a durar horas. A classe Malacostraca inclui sete táxons principais, sendo eles Leptostraca, Stomatopoda, Decapoda, Syncarida, Euphasiacea, Pancarida e Peracarida. Embora sejam reconhecidos os sete táxons, alguns costumam ser mais estudados do que outros. Subclasse Eumalacostraca[editar | editar código-fonte]Quanto à ordem Decapoda, a maioria dos crustáceos é dióica e hermafrodita. Em geral, a transferência dos espermatozoides é indireta, isto é, através de um espermatóforo e comumente envolve o processo de cópula, sendo a fertilização interna ou externa. Os machos do táxon possuem, em geral, um par de testículos conectados aos gonóporos por um par de dutos espermáticos. Esses gonóporos estão localizados no oitavo segmento torácico. Os dutos espermáticos, por sua vez, podem apresentar diferentes graus de desenvolvimento de acordo com a função e o envolvimento do mesmo na formação dos espermatóforos; mas, de forma geral, há uma região proximal glandular secretora e outra distal muscular . Os testículos nos indivíduos machos estão localizados dorsalmente no tórax e/ou abdome. Os espermatozoides de decápodes não apresentam um flagelo nem uma parte mediana, por isso, assemelham-se à uma estrela. Quanto ao pênis, pode estar presente mas não como uma estrutura intromitente. Nesses casos, outras estruturas, como os pleópodes, são modificadas para servirem como estruturas intromitentes para a transferência indireta dos espermatóforos para as fêmeas. Quando os pleópodes são modificados com esse intuito, passam então a ser chamados de gonópodes. O pênis, por sua vez, estando presente em tais situações, atua transferindo os espermatozoides para os gonópodes por meio de gonóporos presentes em sua extremidade. Em casos mais raros, a transferência dos espermatozoides pode ser direta para fêmea. No caso das fêmeas, quase sempre possuem um par de ovários localizados na região dorsal do tórax e do abdome, os quais são conectados por ovidutos. Os ovidutos, por sua vez, abrem-se ventralmente no sexto segmento torácico, na base dos terceiros pereópodes. Em alguns grupos, os espermatóforos são grudados nos esternitos das fêmeas. Contudo, na maioria dos casos, eles são injetados dentro de um receptáculo seminal que pode ser interno ou externo, no qual tendem a permanecer até que ocorra a fertilização. Os receptáculos seminais internos são representados por dilatações dos ovidutos, enquanto que os externos são invaginações do exoesqueleto. Nos decápodes onde a fertilização é interna, a deposição do espermatóforo é no receptáculo seminal interno, enquanto que nos que possuem fertilização externa, a deposição ocorre no receptáculo seminal externo e a fertilização ocorre à medida que os óvulos são liberados pelos gonóporos. É comum a presença de rituais de corte pré-copulatórios em decápodes. Inclusive, em muitos, a transferência do espermatóforo só ocorre após a fêmea ter sofrido uma ecdise, de modo que sua cutícula ainda esteja mole. Em caranguejos braquiúros, o macho carrega a fêmea em seu esterno até que ocorra a muda dela. Quando ocorre, ele a solta e a cópula ocorre logo em seguida. Outro exemplo é o caranguejo chama-maré que atrai a fêmea para seu abrigo com o auxílio de uma movimentação de quela, que é específica de cada espécie. Esses mesmo caranguejos podem ainda atrair a fêmea por meio de sinais auditivos, batendo a quela maior contra o substrato, por exemplo, ou flexionando as pernas locomotoras de maneira rápida. No caso dos camarões, durante a cópula, é comum observá-los orientando-se em ângulos retos nos quais seja possível fazer com que as regiões genitais ventrais interajam. O primeiro e o segundo pleópodes do macho são modificados de modo que seja possível serem utilizados para a transmissão do espermatóforo para um receptáculo seminal que está localizado nas pernas da região torácica das fêmeas. Em lagostins e lagostas, o macho vira a fêmea de cabeça para baixo e imobiliza os quelípodes dela com os seus próprios. Assim, nos lagostins, as extremidades dos primeiros pleópodes são inseridas no receptáculo seminal e os espermatóforos são então conduzidos pelos sulcos presentes nos gonópodes. No caso das lagostas, o receptáculo seminal não está presente, então os espermatóforos são presos ao corpo da fêmea, especificamente, na base dos dois últimos pares de pernas. Nessas espécies que não possuem receptáculo seminal, os ovos são depositados logo após a cópula. Em espécies com receptáculo seminal interno e, portanto, fertilização interna, a abertura do receptáculo é selada por um tampão e a fertilização pode demorar até cerca de um ano após a cópula para ocorrer. O estágio de eclosão é muito variável em decápodes, no caso dos conhecidos como camarões primitivo, a forma de eclosão é a larva náuplio e metanáuplio. Em outros decápodes, pode-se observar a incubação dos ovos nos pleópodes das fêmeas e, em espécies marinhas, a eclosão é a larva no estágio zoé ou protozoé. Nos decápodes de água doce, por outro lado, o desenvolvimento é direto e, portanto, não há estágios larvais A ordem Euphasiacea é composta por um conjunto de animais semelhantes ao camarão, aos quais dão o nome de Krill. Nessa ordem, os espermatozoides são transferidos para a fêmea de forma indireta, isto é, por meio de um espermatóforo depositado no télico da fêmea e armazenado em um receptáculo seminal externo. Os óvulos são então liberados e a fertilização ocorre algum tempo após a cópula. Em algumas espécies, os ovos são liberados diretamente na água, em outras, os ovos são mantidos presos aos pleópodes e incubados por um curto período de tempo. No táxon, a clivagem do embrião durante a embriogênese é total e interpretada por alguns zoólogos como espiral. A forma de eclosão do ovo é em uma larva náuplio que não se alimente e passa por uma sequência de mudas até tornar-se um adulto. Os eufasiáceos se destacam entre outros grupos de crustáceos por continuarem a sofrer ecdises frequentes mesmo após atingirem a maturidade sexual.
Quanto ao acasalamento, nos anfípodes há uma grande variação no comportamento. Pode ser observado em Gammaridea epibentônicos o macho localizando a fêmea graças aos feromônios liberados pela mesma. O macho passa então a se manter perto da fêmea e pode chegar até a carregá-la de modo que o dorso dela esteja contra o seu ventre. Esse comportamento pode durar dias até que ocorra a muda parturial dela. Na muda parturial, os oosteogitos desenvolvem-se completamente, o que indica que a fêmea está pronta para acasalar. Depois da muda, o macho vira o corpo da fêmea de modo que o ventre de ambos estejam um contra o outro. Logo, cordões espermáticos são liberados do pênis do macho e encaminhados para dentro do marsúpio com auxílio de pleópodes. Após a cópula, que pode durar horas, a fêmea é liberada e passa a liberar os óvulos no marsúpio, onde são então fertilizados. Os ovos são incubados e as cerdas presentes os mantêm seguros. O desenvolvimento é direto e os jovens eclodem como miniatura não maduras dos adultos, já apresentando todos os apêndices e também todos os segmentos.
Subclasse Phyllocarida[editar | editar código-fonte]Leptostraca é uma ordem pertencente à subclasse Phyllocarida da classe Malacostraca. Neste grupo, os gonóporos do machos estão localizados nas extremidades de um par de pênis. Dos ovos fertilizados eclodem pós-larvas que possuem pleópodes que permanecem em uma região incubadora da carapaça. Subclasse Hiplocaria[editar | editar código-fonte]A subclasse Hiplocarida compreendo os crustáceos do táxon Stomatopoda. Nesses crustáceos é possível identificar a produção de cordões espermáticos, em vez de espermatóforos, pelo duto espermático. Além disso, há um receptáculo seminal no oviduto. Alguns estomatópodes fazem parte do grupo de crustáceos que possuem apenas um parceiro durante toda sua vida. As fêmeas são capazes de desovar até cinquenta mil ovos, os quais são mantidos em uma massa globular por meio de uma secreção adesiva. A forma de eclosão da larva é antizoeae e pseudozoeae. Dimorfismo Sexual[editar | editar código-fonte]Em outras espécies da ordem, como o Callinectes sapidus, conhecido popularmente como siri-azul ou apenas siri, também é possível identificar dimorfismo sexual na região do abdome e nas quelas. No caso das fêmeas, observa-se a presença de um abdome arredondado com alguma regiões em coloração alaranjada. Quanto aos machos, o abdome apresenta-se mais estreito e em coloração branca. Contudo, mais fácil de identificar é o dimorfismo presente nas quelas desses animais. No caso do macho, as quelas e os dáctilos possuem uma mistura de coloração azul e branca. As fêmeas, por outro lado, possuem as quelas e dáctilos com uma mistura de azul, vermelho e branco, sendo que essa coloração vermelha está localizada apenas nos dáctilos. [2] No gênero Farfantepenaeus, que compreende espécies como Farfantepenaeus brasiliensis, conhecida vulgarmente como camarão-rosa ou camarão-lixo, e Farfantepenaeus paulensis, também conhecida popularmente como camarão-rosa, o dimorfismo sexual pode ser facilmente identificado na região ventral dos animais. Os machos possuem uma estrutura externa reprodutiva chamada de petasma, que está localizada no primeiro somito abdominal e a qual muitos zoólogos atribuem a função de condução do espermatóforo para a fêmea. No caso das fêmeas, é possível identificar outra estrutura, chamada de télico (abertura genital) também na região ventral e entre o quarto ou quinto par de pereópodes. Os machos então, utilizam o petasma para conduzir o espermatóforo até o télico da fêmea. [3]No caso dos Thermosbaneacea, um grupo de crustáceos da Superordem Pericarida, é possível identificar dimorfismo sexual graças a presença de um marsúpio para incubação de ovos no dorso das fêmeas. [4]
Na classe Branchiopoda, é observado dimorfismo sexual em Anostraca, em que há o segundo par de antenas modificado nos machos. Eles possuem uma garra gigante para segurar a fêmea durante a cópula. Os machos possuem pênis e as fêmeas, ovissacos. Em Cladocera, há dimorfismo sexual somente no período reprodutivo, em que as fêmeas são maiores que os machos e as gônadas só são observáveis no estágio de maturação sexual.
Quanto ao órgão sexual, pode estar presente mas não como uma estrutura intromitente. Nesses casos, outras estruturas, como os pleópodes, são modificadas para servirem como estruturas intromitentes para a transferência indireta dos espermatóforos para as fêmeas. Quando os pleópodes são modificados com esse intuito, passam então a ser chamados de gonópodes. O órgão sexual, por sua vez, estando presente em tais situações, atua transferindo os espermatozoides para os gonópodes por meio de gonóporos presentes em sua extremidade. Em casos mais raros, a transferência dos espermatozoides pode ser direta para fêmea.[2] No caso das fêmeas, quase sempre possuem um par de ovários localizados na região dorsal do tórax e do abdome, os quais são conectados por ovidutos. Os ovidutos, por sua vez, abrem-se ventralmente no sexto segmento torácico, na base dos terceiros pereópodes. Em alguns grupos, os espermatóforos são grudados nos esternitos das fêmeas. Contudo, na maioria dos casos, eles são injetados dentro de um receptáculo seminal que pode ser interno ou externo, no qual tendem a permanecer até que ocorra a fertilização. Os receptáculos seminais internos são representados por dilatações dos ovidutos, enquanto que os externos são invaginações do exoesqueleto. Nos decápodes onde a fertilização é interna, a deposição do espermatóforo é no receptáculo seminal interno, enquanto que nos que possuem fertilização externa, a deposição ocorre no receptáculo seminal externo e a fertilização ocorre à medida que os óvulos são liberados pelos gonóporos.[2] É comum a presença de rituais de corte pré-copulatórios em decápodes. Inclusive, em muitos, a transferência do espermatóforo só ocorre após a fêmea ter sofrido uma ecdise, de modo que sua cutícula ainda esteja mole. Em caranguejos braquiúros, o macho carrega a fêmea em seu esterno até que ocorra a muda dela. Quando ocorre, ele a solta e a cópula ocorre logo em seguida. Outro exemplo é o caranguejo chama-maré que atrai a fêmea para seu abrigo com o auxílio de uma movimentação de quela, que é específica de cada espécie. Esses mesmo caranguejos podem ainda atrair a fêmea por meio de sinais auditivos, batendo a quela contra o substrato, por exemplo, ou flexionando as pernas locomotoras de maneira rápida.[2] No caso dos camarões, durante a cópula, é comum observá-los orientando-se em ângulos retos nos quais seja possível fazer com que as regiões genitais ventrais interajam. O primeiro e o segundo pleópodes do macho são modificados de modo que seja possível serem utilizados para a transmissão do espermatóforo para um receptáculo seminal que está localizado nas pernas da região torácica das fêmeas. Em lagostins e lagostas, o macho vira a fêmea de cabeça para baixo e imobiliza os quelípodes dela com os seus próprios. Assim, nos lagostins, as extremidades dos primeiros pleópodes são inseridas no receptáculo seminal e os espermatóforos são então conduzidos pelos sulcos presentes nos gonópodes. No caso das lagostas, o receptáculo seminal não está presente, então os espermatóforos são presos ao corpo da fêmea, especificamente, na base dos dois últimos pares de pernas. Nessas espécies que não possuem receptáculo seminal, os ovos são depositados logo após a cópula. Em espécies com receptáculo seminal interno e, portanto, fertilização interna, a abertura do receptáculo é selada por um tampão e a fertilização pode demorar até cerca de um ano após a cópula para ocorrer.[2] O estágio de eclosão é muito variável em decápodes, no caso dos conhecidos como camarões primitivo, a forma de eclosão é a larva náuplio e metanáuplio. Em outros decápodes, pode-se observar a incubação dos ovos nos pleópodes das fêmeas e, em espécies marinhas, a eclosão é a larva no estágio zoé ou protozoé. Nos decápodes de água doce, por outro lado, o desenvolvimento é direto e, portanto, não há estágios larvais.[2] A ordem Euphasiacea é composta por um conjunto de animais semelhantes ao camarão, aos quais dão o nome de Krill. Nessa ordem, os espermatozoides são transferidos para a fêmea de forma indireta, isto é, por meio de um espermatóforo depositado no télico da fêmea e armazenado em um receptáculo seminal externo. Os óvulos são então liberados e a fertilização ocorre algum tempo após a cópula. Em algumas espécies, os ovos são liberados diretamente na água, em outras, os ovos são mantidos presos aos pleópodes e incubados por um curto período de tempo. No táxon, a clivagem do embrião durante a embriogênese é total e interpretada por alguns zoólogos como espiral. A forma de eclosão do ovo é em uma larva náuplio que não se alimente e passa por uma sequência de mudas até tornar-se um adulto. Os eufasiáceos se destacam entre outros grupos de crustáceos por continuarem a sofrer ecdises frequentes mesmo após atingirem a maturidade sexual.[2] Uma das superordens de Malacostraca é a Peracarida. Uma característica marcante desse táxon é a presença de um marsúpio localizado sob o tórax das fêmeas. Esse marsúpio trata-se de um grande espaço formado por oosteogitos flexíveis, em forma de placas e estendidos à partir de algumas coxas torácicas. Esses oosteogitos são, na realidade, conjuntos de enditos que possuem cerdas que delimitam o espaço abaixo do tórax. Assim, o esterno forma o teto da câmara e os oosteogitos foram algo semelhante à um assoalho. Os ovos são então incubados nesse marsúpio, possuem um desenvolvimento direto e eclodem em pós-larvas. Em alguns peracáridos, a larva possui todos os apêndices do adulto, exceto os toracópodes do oitavo segmento. Os peracáridos pertencentes ao táxon Amphipoda são os mais conhecidos e estudados. Os anfípodes (Amphipoda) são dióicos que possuem gônadas tubulares pareadas e, de modo geral, apresentam dimorfismo sexual, no qual as fêmeas são menores do que os machos. Nesse caso, a fertilização é externa. Nos machos, os dutos espermáticos provenientes dos testículos abrem-se, via gonóporos, em um par de órgãos sexuais macios localizados no esternito do oitavo segmento torácico. Nas fêmeas, por outro lado, os ovidutos fazem conexão entre os ovários com um par de gonóporos na sexta coxa torácica que se abrem para dentro do marsúpio.[2] Quanto ao acasalamento, nos anfípodes há uma grande variação no comportamento. No entanto, um comportamento interessante pode ser observado em Gammaridea epibentônicos. Antes do acasalamento, o macho localiza a fêmea graças ao feromônios liberados por ela. O macho passa então a se manter perto da fêmea e pode chegar até a carregá-la de modo que o dorso dela esteja contra o seu ventre. Esse comportamento pode durar dias até que ocorra a muda parturial dela. Na muda parturial, os oosteogitos desenvolvem-se completamente e tornam-se funcionais, o que indica que a fêmea está pronta para acasalar. Depois da muda, o macho vira o corpo da fêmea de modo que o ventre de ambos estejam um contra o outro. Logo, cordões espermáticos são liberados do órgão sexual do macho e encaminhados para dentro do marsúpio com auxílio de pleópodes. Após a cópula, que pode durar horas, a fêmea é liberada e passa a liberar os óvulos no marsúpio, onde são então fertilizados. Os ovos são incubados e as cerdas presentes os mantêm seguros. O desenvolvimento é direto e os jovens eclodem como miniatura não maduras dos adultos, já apresentando todos os apêndices e também todos os segmentos.[2] Pancarida possui apenas uma ordem elevada, sendo esta Thermosbaenacea. Os crustáceos desse grupo possuem uma morfologia pequena e vasta. Uma diferença entre machos e fêmeas é que, nas fêmeas, é possível identificar uma carapaça expandida para formar uma bolsa incubadora na região dorsal do corpo. Quando o ovo eclode, a larva assemelha-se ao adulto e desenvolve-se em um adulto maduro após um série de mudas.[2]
Scylla Serrata macho com abdome estreito, visto lateralmente. Na classe Malacostraca, na ordem dos decápodes em específico, é possível identificar as diferenças anatômicas entre indivíduos fêmeas e machos em algumas espécies. No caranguejo do mangal (Scylla Serrata), uma espécie presente no Indo-Pacífico, por exemplo, é possível identificar que as fêmeas possuem um abdome maior e mais largo do que o dos machos da espécie. Essa diferença reflete a necessidade da fêmea em incubar e carregar os ovos com segurança.[9] Callinectes sapidus ou siri-azul com vista dorsal da fêmea (à esquerda) e vista ventral do macho (à direita). Em outras espécies da ordem, como o Callinectes sapidus, conhecido popularmente como siri-azul ou apenas siri, também é possível identificar dimorfismo sexual na região do abdome e nas quelas. No caso das fêmeas, observa-se a presença de um abdome arredondado com alguma regiões em coloração alaranjada. Quanto aos machos, o abdome apresenta-se mais estreito e em coloração branca. Contudo, mais fácil de identificar é o dimorfismo presente nas quelas desses animais. No caso do macho, as quelas e os dáctilos possuem uma mistura de coloração azul e branca. As fêmeas, por outro lado, possuem as quelas e dáctilos com uma mistura de azul, vermelho e branco, sendo que essa coloração vermelha está localizada apenas nos dáctilos. [10] No gênero Farfantepenaeus, que compreende espécies como Farfantepenaeus brasiliensis, conhecida vulgarmente como camarão-rosa ou camarão-lixo, e Farfantepenaeus paulensis, também conhecida popularmente como camarão-rosa, o dimorfismo sexual pode ser facilmente identificado na região ventral dos animais. Os machos possuem uma estrutura externa reprodutiva chamada de petasma, que está localizada no primeiro somito abdominal e a qual muitos zoólogos atribuem a função de condução do espermatóforo para a fêmea. No caso das fêmeas, é possível identificar outra estrutura, chamada de télico (abertura genital) também na região ventral e entre o quarto ou quinto par de pereópodes. Os machos então, utilizam o petasma para conduzir o espermatóforo até o télico da fêmea. [11] No caso dos Thermosbaneacea, um grupo de crustáceos da Superordem Peracarida, é possível identificar dimorfismo sexual graças a presença de um marsúpio para incubaçãode ovos no dorso das fêmeas. [12] |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Alberts-Hubatsch, Hilke; Lee, Shing Yip; Meynecke, Jan-Olaf; Diele, Karen; Nordhaus, Inga; Wolff, Matthias (1 de janeiro de 2016). «Life-history, movement, and habitat use of Scylla serrata (Decapoda, Portunidae): current knowledge and future challenges». Hydrobiologia (em inglês). 763 (1): 5–21. ISSN 1573-5117. doi:10.1007/s10750-015-2393-z
- ↑ Notícias, 19/10/2016 |. «Influência da coloração das quelas na reprodução do siri Callinectes sapidus | GIA - Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais - Apresentação». Consultado em 23 de junho de 2019
- ↑ Lopes, Diogo (Fevereiro, 2012). «Produção do camarão-rosa Farfantepenaeus brasiliensis em sistemas com mínima renovação de água» (PDF). Universidade Federal do Rio Grande. Consultado em 23 de junho de 2019
- ↑ Wagner, H.P. (1994). A monographic review of the Thermosbaenacea (Crustacea: Peracarida) A study on their morphology, taxonomy, phylogeny and biogeography. [S.l.: s.n.] OCLC 945429493
- ↑ Marochi, Murilo. «Dimorfismo Sexual em Hepatus pudibundus» (PDF). Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Consultado em 23 de junho de 2019
- ↑ Duarte, Matheus. «Ciclo de vida e dinâmica populacional de espécies nativas de Copepoda Cyclopoida em cultivos de laboratório» (PDF). Universidade Federal de São Carlos. Consultado em 23 de junho de 2019