Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Cecília Ritto/páginas de testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Bibliografia:

  • BANCALARI MOLINA, Alejandro. Orbe romano e imperio global. Santiago: Universitaria, 2007
  • BUSTAMANTE, Regina Maria da Cunha. Práticas culturais no Império Romano: entre a unidade e a diversidade. p. 109-136. In. MENDES, Norma Musco; SILVA, Gilvan da Ventura. Repensando o Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e cultural. Rio de Janeiro: Mauad; Vitória, ES/; EDUFES,2006.
  • HAVERFIELD, F. The Romanization of Roman Britain. Oxford: Oxford University Press, 1915.
  • HINGLEY, Richard. O Imperialismo Romano: novas perspectivas a partir da Bretanha. São Paulo: Annablume, 2010
  • MENDES, Norma Musco. Romanização e as questões de identidade e alteridade. Conflito social na História da Antiguidade: stasis & discordia-Boletim do CPA, IFCH/UNICAMP, v. 11, n. jan./jun., p. 25-42, 2001
  • MENDES, N.M. Sistema Político do Império Romano do Ocidente: Um Modelo de Colapso. Rio de Janeiro: DP&A Ed., 2002
  • MILLET, M. The Romanization of Britain: an essay in archaeological interpretation. Cambridge: Cambridge University Press, 1990a
  • MILLET, M. The Romanization historical issues and archaeological interpretation.In. BLAGG T.; MILLET, M.(Orgs.). The Early Roman Empire in the West: 35-41. Oxford: Oxford University Press,1990b

Diferenças regionais:

A expansão do Império Romano, durante os séculos III e II a.C., não ocorreu de maneira uniforme em todas as regiões conquistadas. Cada povo apresentou reações diferentes- seja através da resistência ou da conciliação de interesses entre os grupos dirigentes e os invasores romanos.

A Germânia, por exemplo,como ressalta Otto C. Barreto Neto, era um território desconhecido pelo Império Romano, o que fez com que, em um primeiro momento, a região recebesse poucos investimentos e o seu desenvolvimento não fosse efetivo. Os germanos viviam em aldeias e eram um povo semi-nômade. Ao perceberem a presença dos romanos, fugiam para as florestas e optavam pela guerrilha como forma de resistência, o que dificultava a dominação por parte do Império. A principal presença de romanos na Germânia eram nos acampamentos militares, sendo através deles desenvolvidas as práticas comerciais e as representações culturais romanas. Além das legiões, passavam também pelo território as mais variadas espécies de "cidadão romano", tais como comerciantes, prostituas, aventureiros e políticos.

Já a Lusitânia, conhecida hoje por Portugal, sofreu a primeira interferência romana por volta do ano 194 a.C. Na verdade, ao longo do processo de expansão a região serviu muitas vezes de abrigo para os romanos, antecipando, assim, uma forma de contato entre lusos e romanos. A entrada dos romanos se deu de maneira diferenciada, sendo caracterizada por alguns conflitos e, em algumas áreas, menor resistência- provavelmente pelo interesse dos grupos dirigentes e das classes mais ricas em integrar o Império. A diferença na forma de lidar com a invasão romana deveu-se também à variedade de povos e às suas respectivas formas de organização econômico-social. De modo geral, o avanço do Império romano sobre a Lusitânia deu-se sem longos conflitos, de modo que ali se estabeleceram garantindo o seu domínio sem, no entanto, impor a sua cultura.

Ainda que os diferentes aspectos da romanização mereçam melhor abordagem é preciso enfatizar uma característica comum do processo: em todas as regiões invadidas pelos romanos preservaram-se os traços culturais locais, sendo transformada principalmente a esfera política. Assim,o que se nota de maneira mais geral é que, apesar das diferentes influências e transformações causadas, não se diluíram as culturas locais, sendo esse processo caracterizado antes pela integração das culturas do que pelo sua sobreposição.