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Usuário(a):Eduardo Mussatto/Testes

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Os Upanixades, também grafados Upanishads, Upanissades e Upanichades (em sânscrito, उपनिषद् , Upaniṣad), são parte das escrituras Shruti hindus, que discutem religião e que são consideradas pela maioria das escolas do hinduísmo como instruções religiosas. Contêm também transcrições de vários debates espirituais, e 12 de seus 123 livros são considerados básicos por todos os hinduístas.

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Surgiram como comentários sobre os Vedas, sua finalidade e essência, sendo portanto conhecidos como Vedānta ("o fim do Veda"). O termo Upanixade deriva das palavras sânscritas upa ("perto"), ni ("embaixo") e chad ("sentar"), representando o ato de sentar-se no chão, próximo a um mestre espiritual, para receber instrução. Os professores e estudantes são vistos em uma série de posições sentadas (o marido respondendo questões sobre imortalidade, um adolescente sendo ensinado pela morte, etc.). Às vezes, os sábios são mulheres, e, outras vezes, as instruções (ou antes, inspirações) são dadas por reis.

Estas obras se tornaram conhecidas no mundo ocidental, pela primeira vez, no início do século XIX, através de uma tradução feita do Persa para o Latim por Abraham Hyacinthe Anquetil-Duperron, que influenciou fortemente o pensamento do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

Os Upanixades principais[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

Vários Upanixades são extensões ou explicações de cada um dos quatro Vedas (Rigveda, Yajurveda, Sāmaveda e Atharvaveda). Os mais antigos e mais longos dos Upanixades são o Bŗhadāraņyaka e o Chhāndogya; os estudiosos divergem sobre a data em que foram escritos, as estimativas vão dos séculos XVI a VII a.C. A maioria concorda que muitos dos Upanishads mais antigos foram escritos antes do tempo de Buda. Inicialmente, havia mais de duzentos Upanishads, mas o filósofo Shankara considerou apenas quinze como básicos. Foram totalmente cadastrados apenas em 1656, por ordem de Dara Shakoh.

Estes tratos filosóficos e meditativos formam a "coluna vertebral" do pensamento hindu. Dos mais antigos Upanixades, o Aitareya e Kauşītāki pertencem ao Rigveda, Kena e Chhāndogya ao Samaveda, Īşa e Taittirīya e Bŗhadāraņyaka ao Yajurveda, e Praşna e Muņd.aka ao Atharvaveda.

Em adição, os Māṇḍūkyopaniṣad, Kaṭhopaniṣad, Svetāśvatāropaniṣad são muito importantes. Outros também incluem os Upanixades Mahānārāyaņa e Maitreyi como chaves.

Origens[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

Colapsos escolares dos livros védicos vêem os quatro Vedas como liturgia poética, coletivamente chamados mantras ou sam.hitā-s, adoração e súplica a um tipo de noção monista e henoteísta dos Deuses/Deusas e uma principal Ordem (Ŗta) que transcendeu até mesmo os Deuses e originou-se da Única Fonte.

Os bramanas (brāhmaņas) eram uma coleção de instruções de ritual, livros detalhando as funções sacerdotais (que até então estavam primeiramente disponíveis a todos os homens, e passaram a ser um privilégio dos brâmanes). Estes vieram após os Mantras.

Então, temos os Upanixades, que consistem dos Aranyakas e Upanixades. Araņyaka significa "da floresta", e estes mais provavelmente cresceram como um tipo de rejeição súbita dos bramanas: detalham práticas meditativas iôguicas, contemplações do místico e os múltiplos princípios manifestados. Os Upanixades basicamente reúnem todas as idéias místicas monísticas e universais que começaram nos antigos hinos védicos, e exerceram uma influência sem precedentes no resto da filosofia hindu e indiana. De qualquer maneira, por aderentes, eles não são considerados filosofia sozinhos, e formam meditações e ensinamentos práticos para aqueles avançados o bastante, para se beneficiarem da sua sabedoria.

Os Upanixades não dão nenhuma pista sobre quando nem quem compôs estes textos. Esta anonimidade enfatiza a natureza eterna das verdades neles contidas. Geralmente, críticas da tradição védica e hindu vão usar o termo bramânico para implicar um karma-kanda, ou modo de adoração baseado em rituais, uma palavra de padres que perde a visão de uma espiritualidade mais profunda. De qualquer jeito, é amplamente reconhecido que aqueles que escreveram os místicos versos dos Upanixades foram, com toda a probabilidade, brâmanes também.

Conteúdo[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

O Upanixade Taittiriya diz o seguinte, em seu nono capítulo:

Aquele que conhece a felicidade de Brahma, de onde retrocedem todas as palavras, como também a mente, sem alcançá-la, não tem medo de ninguém que for. Ele não aflige-se com o pensamento: "Por que não o fiz certo? Por que fiz o pecado?". Quem quer que conheça isso considera ambos estes como Atman: certamente ele aprecia ambos estes como Atman. Este, assim, é o Upanixade, a sabedoria secreta de Brahman.

Os Upanixades contêm informações sobre crenças básicas hindus, incluindo crença em uma alma mundial, um espírito universal, Brahman, e uma alma individual, Atman. Uma variedade de deuses menores são vistos como aspectos deste único campo divino impessoal, Brahman (e não Brahma). Brahman é o definitivo, tanto transcendente quanto imanente, a existência infinita e absoluta, a somatória total do que é, foi e será. Brahman não é um Deus no sentido monoteístico, tanto que ele não é saturado com nenhuma característica limitante, nem aquelas dos que são ou não são, e isto é refletido no fato de que, em sânscrito, a palavra brahman é de gênero neutro (ao invés de masculino ou feminino).

"Quem é que sabe?" "O que faz pensar a minha mente?" "A vida tem um propósito, ou ela é somente governada pela chance?" "Qual é a causa do cosmo?" Os sábios dos Upanixades tentam resolver esses mistérios e procurar conhecimento de uma realidade além do pensamento comum. Eles também mostram uma preocupação com os estados de consciência, e observaram e analisaram sonhos, tanto quanto sonos sem sonho.

A Aitareya Upaniṣhad é um texto sânscrito, composto desde aproximadamente metade do primeiro milênio a.C[1] e considerado um dos 12 livros básicos das Upanishads. Este Upanishad trata dos tema “o homem” e “o universo” descrevendo o processo de criação e o caminho da evolução. Descreve sobre dois conceitos-chave sobre os quais se articula toda a visão upanixádica: O Brahman e o Ãtman[2]. O Brahman fundamento do universo e Âtman essência íntima da consciência.

  1. Upaniṣadas: Os Doze Textos Fundamentais. São Paulo: Mantra. 2020. p. 12. ISBN 978-85-68871-18-8 
  2. RAVERI, Massimo (2005). Índia e Extremo Oriente: a via da Libertação e da Imortalidade. São Paulo: Hedra. p. 36. ISBN 85-87328-95-6