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Usuário(a):Gfpedro/Testes

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Vandick Reidner Pereira Coqueiro (Boa Nova, 9 de dezembro de 1959 - Embaubal, 17 de janeiro de 1974) foi um estudante universitário, professor e militante filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Fez parte da luta armada contra a ditadura militar brasileira, compreendida entre os anos de 1964 e 1985, integrando a Guerrilha do Araguaia.[1] É um dos casos examinados Comissão Nacional da Verdade, que tem como propósito investigar violações aos direitos humanos durante o governo ditatorial.

Vandick é filho de Elza Pereira Coqueiro e Arnóbio Santos Pereira, nasceu na cidade baiana de Boa Nova, no dia 9 de dezembro de 1959.[2] Ele estudou durante o primeiro e segundo grau no Instituto de Instituto Régis Pacheco, no município de Jequié. Ingressou no ensino superior e chegou até o terceiro ano da graduação de economia,[3] na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Durante a época de faculdade, foi membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) de sua universidade e trabalhou como professor de História em cursinhos na cidade de Salvador.

Ele se casou com Dinaelza Soares Santana Coqueiro, conhecida como Dianelza Coqueiro, nascida na cidade de Vitória da Conquista, no interior da Bahia, que também fez parte da luta armada contra a ditadura militar. A partir da segunda metade da década de 1960, Vandick passou a fazer parte do PCdoB.

O militante se envolveu cada vez mais com a oposição ao governo militar e entrou na guerrilha no interior do país, promovida pelo partido do qual era membro. Vandick foi junto de sua esposa para a região do Araguaia, no sudoeste do estado do Pará.[4]

Guerrilha do Araguaia

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O guerrilheiro integrou a Guerrilha do Araguaia,[5] movimento guerrilheiro era localizado às margens do Rio Araguaia, de onde se origina seu nome. Ele criado pelo PCdoB tinha o objetivo de dar incio a uma revolução socialista, mas começou a a entrar em embate com o governo militar em 1972. A maior parte dos guerrilheiros era formada por estudantes universitários, como Vandick, ou profissionais liberais, mas poucos deles sobreviveram ao enfreamento das Forças Aramadas,[6] incluindo Vandick e sua esposa Dinaelza.

O casal foi para a região da Game-Leira e lá fizeram parte do destacamento B, nomenclatura que as áreas ocupadas pelos guerrilheiros recebiam. Como acontecia no movimento, o estudante recebeu diferentes codinomes, como João do B,[7] João Aquino Jaime, João Goiano[4] e Zé Goiano.[1]

Circunstâncias de Morte

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Vandick foi visto pela última vez poucos dias antes de um ataque feito ao acampamento da Comissão Militar da Guerrilha,que ocorreu em 25 de dezembro de 1973 e por isso ganhou o nome de "Chafurdo de Natal". De acordo com o Relatório Arroyo, ele e Dinaelza deveriam chegar a um ponto de encontro próximo ao local de ataque no dia 28 de dezembro, mas não compareceram. O último registro que se tem do militante é do dia 17 de novembro, quando ele esteve próximo a um tiroteio no qual os guerrilheiros Elmo Corrêa, Antonio Teodoro de Castro e Micheás Gomes de Almeida estavam envolvidos.

Um relatório da marinha de 1993 diz que Vandick foi morto em 17 de janeiro de 1974. Além disso, um habitante da região em que o guerrilheiro estava e que serviu como guia ao exército declarou que ele perseguia Coqueiro e outros guerrilheiros na região de Embaubal, mas sem saber a data exata do acontecimento.[1]

Investigação

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Segundo a Comissão da Verdade, a única informação sobre a morte de Vandick é o relatório da marinha, que especifica somente a data da morte, mas não se sabe o local e nem a causa do óbito. Ele desapareceu em Embaubal e desde então não se soube mais dele. O militante é considerado um desaparecido político, pois seus restos mortais nunca foram encontrados e entregues aos familiares. Coqueiro nunca foi sepultado e a Comissão recomenda que as investigações sobre o desaparecimento de Vandick continuem, a fim de localizar os restos mortais retificar a certidão de óbito e identificar e culpar os responsáveis pelo assassinato e desaparecimento do guerrilheiro. A Corte Interamericana de Direitos Humanos obriga por meio de uma sentença o Estado Brasileiro a seguir investigando os casos de vítimas da ditadura militar e punir os responsáveis.

Vandick foi homenageado em Boa Nova, sua cidade natal, em 2007. Durante a gestão do prefeito Adonias Almeida, a Escola Municipal Emílio Garrastazu Médice foi reinaugurada e deixou de ter o nome do presidente militar para se chamar Vandick Reidner Coqueiro, ganhando o nome do guerrilheiro.[4] Em Campinas, uma lei estabeleceu que as ruas dos bairros Vila Esperança, Residencial Cosmo e Residencial Cosmo I seriam batizadas com os nomes dos mortos e desaparecidos da ditadura militar brasileira, incluindo Vandick.[2] Além disso, Coqueiro é lembrado em conjunto com as outras vítmas do período histórico e é muito associado a imagem de sua esposa, Dinaelza.[3][8]

Lista de mortos e desaparecidos políticos na ditadura militar brasileira

Referências

  1. a b c «Vandick Reidner Pereira Coqueiro». Memórias da ditadura. Consultado em 22 de novembro de 2019 
  2. a b «Mortos e Desaparecidos Políticos». www.desaparecidospoliticos.org.br. Consultado em 22 de novembro de 2019 
  3. a b Line, A. TARDE On. «Ditadura causou morte ou sumiço de 33 baianos». Portal A TARDE. Consultado em 22 de novembro de 2019 
  4. a b c «Gamboa virtual 59 jan fev mar 2014». Issuu (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2019 
  5. «Vítimas da ditadura militar no Brasil relatam em Salvador prisões e mortes | ABAP - Associação Brasileira de Anistiados Polí­ticos». Consultado em 22 de novembro de 2019  soft hyphen character character in |titulo= at position 125 (ajuda)
  6. «O que foi a Guerrilha do Araguaia?». Superinteressante. Consultado em 22 de novembro de 2019 
  7. Faermann, Patricia (14 de julho de 2018). «MPF em nova missão por mortos e desaparecidos políticos do Araguaia». GGN. Consultado em 22 de novembro de 2019 
  8. «Noblat lembra 362 mortos e desaparecidos da ditadura». Brasil 247. 31 de março de 2014. Consultado em 22 de novembro de 2019