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Usuário(a):Hipatia93/Testes

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O Instituto Polis[editar | editar código-fonte]

Polis Institute
Hipatia93/Testes
Fundação 2011
Sede Jerusalém
Website oficial https://www.polisjerusalem.org

Polis – The Jerusalem Institute of Languages and Humanities é uma instituição académica sem fins lucrativos com sede em Jerusalém. Foi fundada em 2011 por um grupo internacional de académicos que visava a renovação das humanidades através do estudo das fontes culturais do Ocidente e do Oriente. Compartilhando a convicção de que as línguas são a chave que abre o tesouro que é a nossa herança cultural e espiritual, esses estudiosos perceberam a necessidade de mudança na maneira como as línguas antigas eram ensinadas desde o século XIX. Nesse sentido, desenvolveram um método de ensino que pretende permitir a profunda e verdadeira aquisição da linguagem.

Com base nos desenvolvimentos mais recentes em Linguística Aplicada e na experiência de ensino de Hebraico Moderno (o método Ulpan) em Israel, o método Polis tenta ensinar as chamadas "línguas mortas" da mesma forma que as línguas modernas geralmente são ensinadas: num ambiente monolingue e totalmente imersivo.

O instituto está localizado em Musrara, próximo à Cidade Antiga de Jerusalém.


História[editar | editar código-fonte]

O Instituto foi registado em 2011 (cfr. Registro de Organizações Sem Fins Lucrativos, em Hebraico) e iniciou com os cursos de Hebraico Moderno e Árabe juntamente com o de Grego Antigo, durante o ano. A ideia principal era a de ensinar línguas antigas como línguas vivas e a de reunir professores de diferentes línguas para que compartilhassem metodologias e técnicas entre si. Rapidamente reconheceram a importância da total imersão no idioma ensinado durante as aulas, tanto nas línguas modernas quanto nas as antigas. Recorreram sobretudo aos métodos de ensino do Hebraico Moderno em Israel e à experiência do Professor Doutor Christophe Rico no ensino do Grego Antigo.

A principal razão para desenvolver esta actividade co

mo uma organização sem fins lucrativos foi a de promover, para o maior número de pessoas possível, a cultura do diálogo através das diferentes línguas. Depressa esta tornou-se uma contribuição para uma melhor compreensão dos diferentes grupos étnicos e religiosos presentes em Jerusalém.

Em 2013, o Instituto Polis inaugurou um plano de estudos de Filologia Antiga, que reunia diversos alunos e académicos dos Estados Unidos e Europa.

A Polis organizou cursos intensivos noutros países como Itália[1], Peru, Estados Unidos[2], Espanha, Marrocos e Filipinas.

O Método Polis[editar | editar código-fonte]

O método Polis engloba uma variedade de abordagens e técnicas que se unificam sob dois princípios maiores:

  • O de que a aprendizagem da língua deve ocorrer num ambiente totalmente imersivo no qual apenas a língua-alvo é falada;
  • E o de que as estruturas gramaticais devem ser aprendidas de acordo com sua ordem natural de aquisição.

Com base nestes princípios, a Polis reúne e adapta uma ampla gama de abordagens e técnicas de ensino que foram desenvolvidas desde os anos 70 nos Estados Unidos e no Canadá.[3]

Técnicas de ensino[editar | editar código-fonte]

Resposta Física Total[editar | editar código-fonte]

Total Physical Response (TPR) é uma técnica de ensino de línguas desenvolvida pelo psicólogo James Asher (San José State University) baseada nas suas observações de aquisição de linguagem em crianças pequenas. Embora a teoria por detrás da TPR e o próprio termo apenas tenham alcançado o público em geral no final dos anos 70, quando o professor Asher publicou um livro intitulado Learning Another Language through Actions, muitas das ideias de Asher se aproximam daquelas defendidas no final do século 19 e início do século 20 por W. H. D. Rouse, conhecido por seu Método Directo ou Natural.

Dentro do Método Polis, a TPR inicia-se desde logo na primeira aula e permanece presente em todas as etapas do processo de aprendizagem. Na primeira sessão, o aluno apenas reage fisicamente a uma série de comandos dados pelo instrutor, e nenhuma interacção verbal é esperada. Os alunos mais avançados, no entanto, são solicitados a descrever suas acções à medida que são realizadas, para antecipar verbalmente as acções ou para descrever o que acabaram de ver. Embora as actividades de TPR tendam a diminuir à medida que o curso avança, isso tem se mostrado bastante frutífero mesmo nos estágios mais avançados, quando os alunos se deparam com algumas estruturas particularmente complexas, como o Genitivo absoluto em Grego ou o Accusativus cum infinitivo.

Contar Histórias[editar | editar código-fonte]

Storytelling é uma técnica criada nos anos 90 pelo professor de espanhol Blaine Ray, inspirada na teoria de Steven Krashen sobre a aquisição de uma língua estrangeira, que enfatiza o papel do "input compreensível" com vista a um domínio da elocução (output) por parte do aluno. Segundo Krashen, é fundamental que os alunos sejam expostos a frases cujo significado possam compreender plenamente. Característica esta que exige um controlo estrito de como e quando são apresentadas novas palavras e estruturas, com a finalidade de limitar as novas palavras a uma pequena percentagem da mensagem inteira.

A fim de proporcionar aos alunos um ambiente de ensino onde um "input compreensível" pudesse ocorrer, Blaine Ray criou uma série de histórias e narrações nas quais os alunos se pudessem envolver activamente. Ao longo da narração, os alunos são apresentados a mensagens que correspondem ao seu nível linguístico, permitindo a introdução de novo vocabulário.

Adaptando a prática de contar histórias, o Método Polis exclui completamente traduções e explicações em qualquer idioma diferente daquele que está a ser ensinado. Outro desenvolvimento do Método Polis consiste em pedir frequentemente aos alunos que respondam numa frase completa em vez de apenas palavras isoladas, incentivando-os a interiorizar as competências discursivas.

Construção de Narrativas[editar | editar código-fonte]

A técnica Story Building foi desenvolvida pela primeira vez por Greg Thomson (University of Alberta) em 2007 e está incluída no seu método Growing Participator Approach (GPA). A sua teoria baseia-se na apresentação de vinhetas que, na sucessão de imagens, forma uma história consistente. Os alunos são então convidados a descrever as imagens apresentadas, utilizando o vocabulário que conhecem. Este exercício não só revigora a retenção dos conteúdos, como também permite a inserção de novas estruturas gramaticais vinculadas às imagens e ao vocabulário.

Dentro do método Polis, a técnica de construção de histórias é frequentemente usada como forma de exercitar a mudança de tempo verbal do presente para o passado.

Imagens e acessórios[editar | editar código-fonte]

Uma vez que a memória humana é amplamente dependente da experiência sensorial, o uso de imagens e adereços é uma ferramenta muito eficaz para apresentar novo vocabulário, permitindo aos alunos associar directamente uma nova palavra a uma experiência sensorial.

Conversa a pares ou pequenos grupos[editar | editar código-fonte]

O diálogo entre os alunos durante as aulas é uma característica comum no ensino de línguas modernas e que é aplicada, através do Método Polis, ao ensino de línguas antigas. Esta interacção é uma ferramenta muito eficaz em níveis mais avançados, pois à medida que o aluno pratica a produção de discurso, ele também progride na aquisição da linguagem. As conversas guiadas podem envolver entre dois a cinco alunos de cada vez e são cuidadosamente projectadas de forma a maximizar o tempo de fala de cada aluno e minimizar os erros.

Outras actividades e técnicas[editar | editar código-fonte]

Uma vez que as actividades que exigem o idioma como o seu único veículo podem contribuir muito para a criação de uma experiência de imersão mais natural, os alunos são também incentivados a participar em actividades fora da sala de aula: como almoços em total imersão, nos quais alunos e professores tomam uma refeição juntos enquanto falam exclusivamente na língua alvo.

A música é também um outro recurso que auxilia os alunos da Polis a reter vocabulário e gramática. Durante o primeiro ano do curso de Grego Antigo, por exemplo, cerca de dez canções são ensinadas.

Oferta Académica[editar | editar código-fonte]

Mestrado em Filologia Antiga[editar | editar código-fonte]

O Mestrado em Filologia Antiga (Master of Arts in Ancient Philology) é um programa de dois anos dedicado ao estudo do Grego Antigo e ao Hebraico Bíblico, com o percurso opcional, Ênfase no Ensino de Línguas Antigas e Modernas, focado em particularidades do ensino de línguas antigas num ambiente de total imersão. O programa do curso abrange as áreas de Linguística, Filologia, Filosofia, Paleografia, História e Literatura.

Este programa é ideal para interessados em seguir carreira como professores de grego e hebraico, bem como para académicos interessados em: Antiguidade, Filosofia Clássica, Filologia Clássica, Estudos Religiosos ou na relação entre a Antiguidade Grega e a herança Judaico-Cristã.

Mestrado em Línguas do Médio Oriente[editar | editar código-fonte]

O Mestrado em Línguas do Médio Oriente (Master of Arts in Near Eastern Languages) é um programa de dois anos dedicado ao estudo intensivo de línguas modernas e antigas, bem como ao estudo de História, Filosofia e Literatura do Oriente Próximo antigo e contemporâneo. O programa foi delineado para aqueles que desejam seguir uma carreira em Filologia Semítica, Jornalismo, História, Línguas ou dedicar-se ao estudo da história do Médio Oriente, Cristianismo Oriental, Judaísmo ou Islamismo. Os licenciados e alunos inscritos no segundo ano do MA podem candidatar-se ao percurso opcional Ênfase no Ensino de Línguas Antigas e Modernas.

Este programa é ideal para interessados nas áreas da Bíblia Hebraica, Herança árabe e estudos de manuscritos.

Programas de um ano[editar | editar código-fonte]

A Polis também oferece versões mais reduzidas dos Mestrados em Filologia Antiga e em Línguas do Médio Oriente. Os programas de um ano estão abertos a qualquer pessoa com diploma de licenciatura ou superior. Os alunos que concluírem o programa com sucesso receberão um certificado em One Year Program (OYP) pelo Instituto Polis.

Programa de Fluência em Grego Antigo[editar | editar código-fonte]

O programa de Fluência em Grego Antigo (Fluency in Ancient Greek) tem a duração de dois anos e foca-se exclusivamente no Grego Antigo. Este programa oferece a alunos de licenciatura, pós-graduação, professores e académicos de qualquer área a possibilidade de dominar uma das línguas mais importantes da Antiguidade. Os alunos serão capazes de atender todos os níveis do idioma, desde o nível 0 de iniciação total, a fim de adquirir proficiência na leitura, escrita e conversação, com a opção de fazer também cursos teóricos e práticos adicionais intimamente ligados ao seio cultural a que o Grego Antigo nos permite aceder.

Programas de Verão[editar | editar código-fonte]

Durante o Verão, a Polis oferece vários cursos, tanto em Jerusalém, como no exterior[4]. Esta oferta consiste em cursos intensivos de idioma, que permite ao aluno completar um nível de aprendizagem num curto período, e em seminários sobre a metodologia de ensino.

Cursos de Línguas em Jerusalém[editar | editar código-fonte]

Todos os nossos cursos de línguas são dados usando o Método Polis, onde os alunos interagem com seus professores apenas na língua-alvo. O objectivo é criar um ambiente onde os alunos aprendam também com os seus colegas e entendam melhor o idioma. A Polis também oferece cursos online para alunos que não podem vir ao nosso campus em Jerusalém.

O ano lectivo é dividido em dois semestres — o de Outono e o de Primavera. Os cursos de idiomas são leccionados durante um semestre inteiro permitindo que os alunos avancem um nível ao longo de quatro meses.

A nossa oferta de cursos regulares e singulares consiste nos idiomas: Grego Antigo, Hebraico Bíblico, Hebraico Moderno, Latim, Árabe moderno padrão, Árabe falado (dialecto palestino), Siríaco Clássico, Cóptico e Sumério.

Conferências[editar | editar código-fonte]

O Instituto Polis acolhe conferências internacionais sobre vários temas da área das Humanidades.

2013 - As Origens do Alfabeto[5] (The Origins of the Alphabet)

2015 - A Biblioteca de Alexandria[6] (The Library of Alexandria)

2016 - O Cours de Linguistique Générale revisitado: 1916-2016[7] (The Cours de Linguistique Générale revisited: 1916-2016)

2018 - A Transmitir uma Herança[8] (Transmitting a Heritage)

Localização[editar | editar código-fonte]

O bairro de Musrara era anteriormente um local de conflitos étnicos. Ao longo dos anos foi se renovando e atraindo artistas, intelectuais e voluntários internacionais. A localização central do bairro, no cruzamento de várias culturas diferentes, a sua história e beleza pitoresca são outras suas características.

Obras Publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Christophe Rico (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One, Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press. [9]
  • Christophe Rico (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One Teacher's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press. [10]
  • Christophe Rico (2020). Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level Three (Part One), Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press. [11]
  • Christophe Rico, Stéphane Morassut, Blanchard Daniel (2017). Forum: Lectiones Latinitatis Vivae. Jerusalem: Polis Institute Press [12]
  • Christophe Rico, Marcel Sigrist, Maria Vittoria Tonietti, Emile Puech, Orly Goldwasser, Pascal Vernus, Clotilde Pontecorvo, Franca Rossi, Aaron Demsky (2015). Origins of the Alphabet. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing.[13]
  • Christophe Rico, Christophe Cusset, Anca Dan, Daniela Dueck, Hélène Fragaki, Emmanuel Friedheim, Sylvie Honigman, Jan Joosten, Jane L. Lightfoot, Étienne Nodet (2017). The Library of Alexandria: A Cultural Crossroads of the Ancient World. [S.l.]: Polis Institute Press. [14]
  • Christophe Rico, Pablo Kirchuk (2018). The Cours de Linguistique Générale Revisited: 1916-2016. Jerusalem: Polis Institute Press.[15]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Vídeos[editar | editar código-fonte]

O Instituto Polis: Humanidades de Jerusalém para o mundo

A Polis apresentada por Christophe Rico

O método Polis em acção: uma aula de grego koiné ensinada pelo professor Christophe Rico

O aluno finalista de mestrado Michael Kopf faz um discurso em Grego Antigo

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Master & Summer courses | Pontificia Università della Santa Croce». en.pusc.it. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  2. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 2 de outubro de 2015. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  3. Nauka jezyka starogreckiego w sposob czynny - metoda POLIS (Michal Kabat), pages 134-136, Nowy Filomata XIX 2015
  4. «Polis Institute: Conversational Ancient Greek». Society for Classical Studies. 16 de maio de 2017. Consultado em 18 de outubro de 2020 
  5. «Origins of the Alphabet « Polis». Polis (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2020 
  6. «The Library of Alexandria « Polis». Polis (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2020 
  7. «The Cours de Linguistique Générale Revisited: 1916-2016 « Polis». Polis (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2020 
  8. «Polis - The Jerusalem Institute of Languages and Humanities». www.facebook.com. Consultado em 18 de outubro de 2020 
  9. Christophe Rico (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One, Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press 
  10. Christophe Rico (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One Teacher's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press 
  11. Christophe Rico (2020). Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level Three (Part One), Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press 
  12. Christophe Rico, Stéphane Morassut, Blanchard Daniel (2017). Forum: Lectiones Latinitatis Vivae. Jerusalem: Polis Institute Press 
  13. Christophe Rico, Marcel Sigrist, Maria Vittoria Tonietti, Emile Puech, Orly Goldwasser, Pascal Vernus, Clotilde Pontecorvo, Franca Rossi, Aaron Demsky (2015). Origins of the Alphabet. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing 
  14. Christophe Rico, Christophe Cusset, Anca Dan, Daniela Dueck, Hélène Fragaki, Emmanuel Friedheim, Sylvie Honigman, Jan Joosten, Jane L. Lightfoot, Étienne Nodet (2017). The Library of Alexandria: A Cultural Crossroads of the Ancient World. [S.l.]: Polis Institute Press 
  15. Christophe Rico, Pablo Kirchuk (2018). The Cours de Linguistique Générale Revisited: 1916-2016. Jerusalem: Polis Institute Press