Saltar para o conteúdo

Usuário(a):IBRabbit/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Lia do Rio Cardoso Costa é uma artista visual brasileira nascida em 7 de maio de 1938, em São Paulo, e radicada no Rio de Janeiro, desde 1948.

Auto-retrato (2008).


Formação[editar | editar código-fonte]

Em 1958, inscreveu-se na cadeira de pintura da Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1963. Em 1982, ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage onde complementou sua formação, inicialmente se focando em pintura, história da arte e fotografia[1]. Suas pinturas adquiriram tridimensionalidade e passaram a se assemelhar a janelas, que logo foram assumidas como material principal de suas obras.[2] Enquanto recolhia janelas jogadas na rua, sentiu-se atraída pela riqueza e potencial de outros materiais descartados, passando a trabalhar no próprio espaço em que eram encontrados, organizando-os em formas ditadas pelo local,[2] o que aumentou consideravelmente a escala de seu trabalho. Ao ser convidada para exposições, reciclava estas formas para dentro da galeria. Retornou aos cursos da EAV do Parque Lage em 1988, explorando o núcleo de escultura, a tridimensionalidade e performance.[1] Passou, a intervir diretamente na paisagem usando o manancial de folhas secas à disposição no Parque Lage. No entanto, ao usá-las, não aponta para o material em si, mas sim para as questões nele contidas, tais como transformação, vida e memória.[3] Aos poucos emergiu da obra, a atemporalidade e os trabalhos em que procura capturar o tempo. Identificando-se com Land Art, a Arte Pública e Arte Povera, e tem o trabalho de Richard Long como referência.[2]


Trajetória[editar | editar código-fonte]

Paralelo ao seu trabalho como artista com exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior[4], Lia vem atuando ao longo dos anos como curadora, professora e palestrante no universo das artes.

Em 1994, torna-se professora de escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e do Centro de Arte Calouste Gulbenkian. Em 1997, participa da criação do projeto extra-oficina Momentos e do ciclo de palestras A Construção da Imagem, na EAV. De 1999 a 2000, ajuda a criar a galeria de arte contemporânea da UNIRIO, coordenando as exposições, nas quais o expositor relacionava seu trabalho a uma área da universidade. Promoveu, também, os Encontros Com o Artista, no Salão da Reitoria.

Concebeu, em 1995, juntamente com a artista Monica Mansur, o projeto Dialeto, que resultou no livro de artistas Dialeto (1995/96) e no livro Dialeto volume II (1996/2001), apresentados, respectivamente, no Paço Imperial e no Centro de Arte Hélio Oiticica. Em 2002, é convidada pela artista Solange Oliveira para lecionar na Universidade Estácio de Sá, da Barra. No mesmo ano participa da cocriação de dois projetos itinerantes: Em Matéria de Natureza (Rio/Paris/Berlin) e Acessoremoto (Rio/Linz: Áustria), dos quais participa como artista e palestrante.

Em 2003 participa da concepção do Projeto Lócus, do qual é curadora e orientadora, projeto esse que se constitui em intervenções em locais específicos, de modo a experienciar diferentes espaços e linguagens. No mesmo ano passa a trabalhar no Atelier Rio Comprido, onde, com os artistas Valéria Rodrigues, Mônica Mansur e Pedro Paulo Domingues, forma o grupo APARTE/Interações, que faz do local um centro de artes, com cursos e galeria de arte. No ano seguinte, é convidada a dar uma oficina no Instituto de Arte da UERJ e na Galeria Lana Botelho. Em agosto do mesmo ano ministra, pelo Projeto REDE Nacional/FUNARTE 2004, uma oficina de arte em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Conclui, com sua monografia Virtualidade e Ato de Criação, a Pós Graduação em Arte e Filosofia (2005) na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e a Pós Graduação em Filosofia Antiga (2007), com a monografia "O Tempo em Aristóteles", também pela PUC-Rio. Ainda em 2005, ministra a oficina O Processo Artístico, no projeto Arte no Ventilador, no Museu Imperial de Petrópolis, RJ. Desde 2006, é curadora do Projeto Borgeanas, da Rede Sirius de Bibliotecas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 2007, produz com a artista Monica Mansur, o livro Poliálogo, concebido em 1997, resultado de troca de ideias sobre arte entre as duas artistas. No ano seguinte volta a dar aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e inicia o curso A Poética do Espaço, no Museu do Ingá em Niterói. Neste mesmo ano é convidada a ser membro do júri do Primeiro Salão de Artes Plásticas de Petrópolis[5].

Em 2014, Lia do Rio lança o livro Sobre a Natureza do Tempo que reúne a trajetória e a obra completa da artista[6].


Exposições individuais[editar | editar código-fonte]

2019 Natureza - Espaço Cultural Correios Niterói - Niterói, RJ
2019 Tempo em Suspensão - Museu Nacional da República (Museu Nacional Honestino Guimarães) - Brasília, DF
2010 Lia do Rio: Retrospectiva - Centro de Visitantes do Jardim Botânico - Rio de Janeiro, RJ
2007 Atemporalidade - Galeria Contemporânea, CACG, RJ.
2006 Da Palavra - Castelinho do Flamengo, RJ.
2005 Percepto - Museu do Telefone/Oi, Futuro, RJ.
2004 Espaço Indizível - Galeria Ismael Nery, UERJ, RJ.
2000 Espaço Sem Tempo - Galeria Uni-Rio, RJ.
Quarks - Galeria 1, Casa de Petrópolis, RJ.
1998 Desterritorialização do Real - Galeria Cândido Mendes, Ipanema, RJ.
Aion - Floresta da Tijuca (obra tombada), RJ.
1997 Individuais Simultâneas - SESC Copacabana, RJ.
Sem título - Centro de Arte Calouste Gulbenkian, RJ (quatro meses).
1995 Tiempo Entrelazado - Galeria Caniz, Museu Ixchel, Guatemala.
1994 Apropriação - Praia Vermelha, RJ.
Atemporalidade - Museu D. Beja, Araxá, MG.
Lia do Rio - Arafertil, Araxá, MG.
1991 Ecos - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Lia do Rio - Centro Cultural Cândido Mendes, Pequena Galeria, RJ.
Linguagens - Museu da Universidade Federal do Pará, PA.
Espaço Alternativo - Projeto Macunaíma 90, IBAC, RJ.
Tempo sobre Tela - EAV do Parque Lage, RJ.
1990 O Cubo - EAV do Parque Lage, RJ.
Espiral - Parque Lage, RJ.
1988 Folhas - EAV do Parque Lage, RJ.
1987 Janelas - Galeria Contemporânea, RJ.
O Dentro/Fora - Praia do Leblon, RJ.


Prêmios[editar | editar código-fonte]

2013 Ponto, Linha e Plano - Vídeo selecionado pelo edital Fase10 - Trocas Contemporâneas - Interações Artísticas Regionais, segmento 2, da Funarte.
2003 Campo Experimental - Galeria da UFF, Niterói, RJ.
2000 Interferências Urbanas - Prêmio TRANSURB, do Arte de Portas Abertas, Santa Teresa, RJ.
1996 Prêmio Brahma Reciclarte - Jardim Botânico, RJ.
1990 XXII Salão Nacional de Belo Horizonte - Minas Gerais, MG.
Projeto Macunaíma 90 - Galeria Rodrigo de Mello Franco, RJ.
1989 Premiação FIAT 89, no projeto Passeio no Parque - EAV do Parque Lage, RJ.
Novos-Novos - Centro Empresarial Rio, RJ.
1988 XX Salão Nacional de Belo Horizonte - Minas Gerais, MG.
Le Dejeuner Sur L'Art - EAV do Parque Lage, RJ.
1987 Prêmio de viagem ao país - Salão Meditronic de Artes Plásticas, SP.


Obra[editar | editar código-fonte]

Lia do Rio utiliza-se de uma linguagem limite entre a instalação, a intervenção e a apropriação, em uma indagação sobre a natureza do tempo, questão essa que percebeu estar contida em toda a sua trajetória. A diversidade de materiais e linguagens utilizados está relacionada a estes questionamentos. Quanto ao espaço a ser utilizado, este lhe dita o que nele vai ser inserido.

Obras em acervos e coleções[editar | editar código-fonte]

Possibilidade - Museu Nacional da República, Brasília, DF.
Espaço-Tempo - Universidade Estácio de Sá, RJ.
Atemporalidade - Centro Cultural Cândido Mendes, RJ.
Desterritorialização do Real - Centro Cultural Cândido Mendes, RJ.
Aion - Parque Nacional da Floresta da Tijuca, RJ.
Anamariahelena - galeria do SESC Copacabana, RJ.
...otemponãopassa... - Museu de Esculturas, Campus da PUC, RJ.
Portal do Tempo - Acervo do Centro Cultural do Clube de Engenharia, RJ.
Assim Falou Zaratustra - Boucherrie Letras e Livros, RJ.
Projetos na coleção particular Armando Sampaio, RJ.
O Nicho - Solar Grandjean de Montigny, RJ.
Espaço Alternativo - Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, RJ.
Tempo Sobre Matéria - Centro Cultural Cândido Mendes, RJ.
Resgate de Tempo - Centro Cultural Cândido Mendes, RJ.
Natureza e Tecnologia - Jardim do Museu do Jardim Botânico, RJ. Trabalho avariado e, por isso, refeito na Colina das Bromélias, no Jardim Botânico RJ, com o título Eixo Fértil, (2011).
Sedimentação do Pensamento - Casa de Cultura Laura Alvim, RJ.
Possibilidade - Jardim Botânico, RJ.
Resgate de Tempo - Science Museum of San Francisco, USA.


Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]