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Os Vizinhos | |
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Autor(es) | Dunga Rodrigues |
Idioma | Português |
Editora | Prefeitura Municipal de Cuiabá (Cadernos Cuiabanos, 3) |
Lançamento | 1977 |
Páginas | 119 |
Os Vizinhos (Livro)
[editar | editar código-fonte]O livro Os Vizinhos escrito pela autora Dunga Rodrigues, foi publicado no ano de 1977 como parte do programa de cadernos cuiabanos.[1]
Enredo
[editar | editar código-fonte]A obra tem como um dos cenários principais a capital de Cuiabá, em específico o bairro do Porto. A autora também faz interação com o cenário da cidade do Rio de Janeiro. Na obra, a autora explora as questões do processo histórico e cultural de Cuiabá, sendo um referencial da compreensão das características cuiabanas.[1]
Na história do livro, Dunga Rodrigues expressa no seu escrito uma manifestação cultural e social, de uma Cuiabá em suas primeiras primeiras décadas do século XX onde apresenta questões políticas e artísticas. Os elementos históricos do livro despertam o leitor a pensar sobre questões culturais e políticas, proporcionando uma percepção sobre valores que construíram a identidade mato-grossense.[2]
O protagonista: Totó
[editar | editar código-fonte]Totó Pereira, nasceu em Cuiabá e quando criança é descrito pela autora como um menino tímido que era muito prestativo, oferecendo serviços a vizinhança como levar recados, comprar coisas na venda e outros afazeres gerais. A autora faz um comparativo que na rua, havia dois Totós, sendo o Totó cachorro que era um ser desprezado e o Totó Pereira, o ser bastante requisitado.[3]
A autora expõe na obra, que os rapazes ricos iam para fora da capital de Cuiabá estudar para ser doutores, Totó Pereira nascido de família pobre e humilde, parou os estudos na 5º série, e com o diploma ele conseguiu um emprego de escriturário no Arsenal de Guerra que era considerado um emprego honesto e até ser considerado um bom partido [2]
Narrativa
[editar | editar código-fonte]Maria de Arruda Deschamps (Dunga Rodrigues), levanta a discussão sobre os diversos espaços da cidade de Cuiabá no estado de Mato Grosso e como essas transformações de algum modo geraram impacto nas ações de comportamentos dos personagens. É possível analisar os conjuntos de formas vocabulares utilizados por Dunga Rodrigues que permitem acessar a realidade dos personagens que exprimem correlações com a realidade, oque faz com que a ficção e o real de um sentido de atemporalidade.[2]
Dunga Rodrigues estimula o leitor a compreender o cenário fictício através dos recursos de sua escrita, onde proporciona a reflexão sobre a vida cotidiana dos personagens. Ao decorrer da narrativa é perceptível a importância da obra da autora, uma vez que a mesma foi uma importante contribuinte para a cultura do Estado de Mato Grosso.[2]
A obra expressa elementos de uma representação do real com elementos que proporcionam ao leitor a pensar sobre o cenário apresentado pela autora. A obra oferece suportes para a compreensão da sociedade das primeiras décadas do século XX a qual é apresentada através de representações que permitem analisar a reconfiguração do espaço urbano através da obra ficcional.[2]
As descrições sobre as características físicas do espaço de Cuiabá, permite uma compreensão das singularidades dos personagens que vivem na cidade, assim como a arquitetura das casas que a narradora deixa entendível que os habitantes e suas casas estão interligados. Os detalhes das estruturas das casas cuiabanas, como as que são a base de concreto, são descritas como sofisticadas. [2]
Sobre as relações humanas, Dunga Rodrigues descreve que os laços foram enfraquecidos com a chegada da tecnologia, pois os hábitos de convívios com os vizinhos foram substituídos pelos eletrodomésticos. A autora da destaque aos instrumentos musicais que eram bastante utilizados entre as famílias mais privilegiadas que proporcionavam a descontração entre as pessoas sendo substituídos por vitrolas, eletrola e televisão. [2]
A narradora possui intimidade com os personagens, os descrevendo de forma muito habilidosa. Quando expõe a personalidade e sentimentos do protagonista, é possível observar a familiaridade e intimidade na descrição detalhada do temperamento do personagem Totó.[2]
A obra Os Vizinhos é desenvolvida de forma não linear, a construção da narrativa pela autora não segue um percurso continuo. Durante a narrativa a autora vai construindo a trajetória dos personagens, oque proporciona ao leitor uma reflexão do tempo e espaço na apresentação dos personagens e permite compreender as questões socioculturais e politicas do enredo da historia. [2]
Referências
- ↑ a b RODRIGUES, Dunga (1977). Os Vizinhos. [S.l.]: Cuiabá: Prefeitura Municipal de Cuiabá (Cadernos Cuiabanos, v. 3).
- ↑ a b c d e f g h i OLIVEIRA, Maria Elizabete Nascimento (2017). «Entre a Ficção e o Viver Cotidiano: A Obra "Os Vizinhos", de Dunga Rodrigues.»
- ↑ SILVA, Viviane G. da. Dunga Rodrigues e a construção da Identidade Regional em Mato Grosso: um Estudo Multifacetado das Instituições Culturais e da Obra Literária. 2023. 290 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2023.