Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Inputexpert/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

file:///C:/Users/Ricar/Desktop/VOLT.pdf

file://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://bdm.unb.br/bitstream/10483/30607/1/2020_LarissaDeJesusDaSilva_tcc.pdf

Num estudo de Cappai et al., realizado com base em 10 atletas (6 competiam a nível internacional, enquanto os outros 4 a nível nacional), investigou o lactato sanguíneo e a resposta da frequência cardíaca de atletas de Muay Thai durante partidas reais, com análise da partida. Neste estudo, um teste de exercício incremental preliminar para determinação do limiar anaeróbio e do consumo máximo de oxigénio foi realizado cerca de 3 dias antes das partidas. As análises de jogo realizadas indicaram que, durante 120 segundos em cada round, os atletas de Muay thai estiveram em fase ativa (atacando) por cerca de 67,9% do tempo, e cerca de outros 39,9% do tempo em fase passiva (estudando e preparando-se para o próximo movimento, ou em defesa passiva)[1]. O estudo também revelou que as respostas da frequência cardíaca para as mesmas partidas estavam numa média de 178,9 ± 0,3 bpm. Conforme previsto, as descobertas também indicaram que o lactato sanguíneo aumentou significativamente do round 1 para o round 4, com lactato sanguíneo máximo registado em 12,55 ± 1,1 mmol.L e em média de 9,72 ± 0,6 mmol.L. Os pesquisadores usaram então a análise da partida e os dados de lactato sanguíneo para comparação entre os vencedores e os derrotados, nos quais não foram encontradas diferenças significativas em termos de acúmulo de lactato sanguíneo ou aplicação da técnica (tempo gasto nas fases ativa versus passiva). É semelhante a ambos os adversários usarem esforços e estratégias metabólicas semelhantes, mas um deles vencerá a partida.[1]

Lesões[editar | editar código-fonte]

Num estudo realizado com 195 entrevistados, os participantes tinham idade entre 18 e 47 anos (mediana 26), predominantemente do sexo masculino (85,9%) e brancos (72,3%). Os entrevistados eram profissionais (n = 96, 49,2%) e amadores (n = 99, 50,8%). Os lutadores relataram uma experiência média de luta de 15,8 lutas. 108 (55,4%) relataram ter sofrido alguma lesão durante a luta, enquanto os 87 restantes (44,6%) relataram não ter ocorrido nenhuma lesão. A taxa geral de lesões foi de 55 lesões por 100 exposições de luta. Os lutadores que relataram lesões eram predominantemente profissionais (59%, n = 64), não usavam acolchoamento protetor para além das luvas (65%, n = 70) e não entraram na luta com lesão prévia relatada (59%, n = 64). Quando questionados sobre a natureza da lesão primária causada pela briga, os entrevistados relataram que a maioria delas foram hematomas ou contusões (38,7%), seguidas de cortes ou lacerações (14,4%). A principal região do corpo lesionada foram as extremidades em mais da metade dos ferimentos de luta relatados (58,6%). Houve, comparativamente, menos traumatismos cranianos (30,6%). Estudos sugerem que quase 25% dos lutadores não perdem o combate devido à lesão. As lesões estão relacionadas ao status de lutador profissional (OR = 2,5, IC 95% = 1,4–4,5), experiência de luta (OR = 2,7, IC 95% = 1,5–4,9), classe de peso (OR = 0,923 pesado versus leve, IC 95% = 0,86–0,99), idade (OR = 0,90 > 26 versus ≤26, IC 95% = 0,85–0,95), uso de equipamento de proteção (OR = 0,46, IC 95% = 0,26–0,82) e lesão anterior (OR = 1,81, IC 95% = 0,98–3,3). Lutadores mais leves, mais jovens e mais experientes tiveram maiores chances de lesões nesta amostra. É sabido que os lutadores do Muay Thai implementam técnicas com intensidade elevada e este fator gerou um risco eminente no desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas[2]. As lesões também costumam ser resultantes da interação entre lutador e adversário, assim como são dependentes da técnica e da condição física do próprio lutador[3]. Em comparação com pesquisas similares, ecoam resultados de lesões comuns para os membros inferiores[4]. Um estudo de Gartland, Malik e Lovell (2001) indica que as lesões no Muay thai ocorreram na extremidade inferior (75%), tronco (15,9%), extremidade superior (6,8%) e cabeça (2,3%). Os membros inferiores costumam ser mais afetados por serem os maiores efetores de golpes no Muay thai, envolvendo movimentos com alta potência e força muscular. Os membros inferiores geram mais força que os membros superiores, e devido a repetitividade do gesto, implica-se no maior acometimento por lesões[5]. Em nossa amostra houve menos lesões na cabeça (14,2%) e tronco (14,2%), não sendo relatada nenhuma concussão cerebral, a qual foi diagnosticada com maior frequência em outro estudo[6]. Os mecanismos traumáticos (71,5%) foram determinantes na maior parte das lesões investigadas. Isto justifica-se pelo fato de que as lutas envolvem o contato corporal, em que são desferidos golpes de alta energia e intensidade, levando-nos a crer que as lesões são consideradas inevitáveis na vida do lutador[7]. Os principais diagnósticos, apontados por Strotmeyer et al. (2016), foram contusão (38,7%), corte e laceração (14,4%), fratura (12,6%), entorse (10,8%) e concussão cerebral (5,4%), denotando que as lesões nos tecidos moles foram predominantes. Há um indicativo de que a história de lesão é um forte fator relacionado as lesões subsequentes e convém fortemente que a equipe técnica avalie se a lesão atual está relacionada ou não com outras lesões pré-existentes [3].

  1. a b I Cappai, E Pierantozzi, E Tam, F Tocco, L Angius, R Milia, S Squatrito, A Concu and A Crisafulli. Physiological responses and match analysis of Muay Thai fighting. Int. J. Perform. Anal. Sport 2012; 12, 507-16.
  2. STROTMEYER JR., S.; COBEN, J. H.; FABIO, A.; SONGER, T.; BROOKS, M. Epidemiology of muay thai fight-related injuries. Injury Epidemiology, London, v. 3, n. 1, p. 1-8, 2016.
  3. a b BAPTISTA, T. M. Caracterização do perfil lesional do praticante de Muay Thai em Portugal. 2015. 75f. Dissertação (Mestrado em Treino de Alto Rendimento) - Universidade de Lisboa, Lisboa, 2015. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/11595/1/Tiago%20Mendes%20Baptista-Perfil%20Lesional%20do%20Atleta%20de%20Muay%20Thai%20em%20Portugal.pdf.
  4. GARTLAND; MALIK; LOVELL, 2001; GARTLAND; MALIK;LOVELL, 2005; STROTMEYER et al., 2016
  5. CRIPPA, F.; TORRE, M. LA. Comparação das características antropométricas e da força muscular de meninas de 9 a 11 anos praticantes e não praticantes de exercício físico regular. Cinergis, Rio dos Sinos, v. 14, n. 1, p. 1-6, 2013.
  6. SHIRANI et al., 2010
  7. KAY, A. B.; WILSON, E. L.; WHITE, T. W.; MORRIS, D. S.; MAJERCIK, S. Age is just a number: a look at “elderly” sport-related traumatic injuries at a level I trauma center. American Journal of Surgery, Murray, v. 217, n. 6, p. 1121-5, 2019. DOI: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0002961018304033.