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Usuário(a):Jccvasconcelos/Testes

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Afonso Duarte, de seu nome completo Joaquim Afonso Fernandes Duarte (Ereira, 1 de janeiro de 1884 – Coimbra, 5 de março de 1958), foi um poeta português da 1ª metade do século XX. Tem uma biblioteca em seu nome em Montemor-o-Velho e uma quadra sua, inscrita na lápide no Castelo de Montemor-o-Velho. Foi sepultado na Ereira, onde nasceu.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Jccvasconcelos/Testes
Nome completo Joaquim Afonso Fernandes Duarte
Nascimento 1 de janeiro de 1884
Ereira, Portugal
Morte 5 de março de 1958
Coimbra, Portugal
Nacionalidade português

Afonso Duarte fez o exame de instrução primária na escola de Alfarelos em 1896. Dois anos depois, frequentou o Colégio Mondego, onde permaneceu como aluno interno por três anos. Em 1902, tempo em que se estabeleceu em Lanceiros de El-Rei, entrou no Liceu José Falcão de Coimbra frequentando o 4.º ano.  Aqui existia O Recreio, um pequeno jornal onde Afonso Duarte se estreia com uma prosa – “História de Uma Feiticeira”[1].

Ainda no Colégio Mondego, o poeta cruza-se com António Sardinha. Por volta de 1904, Afonso Duarte compôs o seu primeiro livro “Composições Verdes” que nunca chegou a ser publicado. Foi destruído após António Sardinha lhe ter aconselhado outro título, “Aurorais”.

Em 1908 matricula-se na Universidade de Coimbra, preparando-se para a Escola do Exército. Contudo, um ano depois, Afonso Duarte desiste e entra no curso de Ciências Físico-Naturais da Faculdade de Filosofia, atualmente extinta, concluindo-o em 1913.

Em 1914, Afonso Duarte é colocado no Liceu de Vila Real de Trás-os-Montes como professor provisório. Contudo, ano depois, deixou Vila Real para frequentar a Escola Normal Superior de Lisboa.

Em 1917, o poeta é nomeado professor do Liceu Gil Vicente, de Lisboa e dá entrada na Escola de Oficiais Milicianos de Artilharia de Costa.

Um ano após se licenciar, a seguir ao Armistício, Afonso Duarte volta a exercer como chefe de secretaria do Liceu Infanta D. Maria (nome dado ao Liceu José Falcão) e como professor da Escola Normal Primária de Coimbra, em 1919. No entanto, em 1925 abandou o cargo no Liceu Infanta D. Maria, entregando-se totalmente à Escola Normal.

É por fim colocado na situação de adido fora de serviço e compelido à aposentação, em 1932.

A 24 de junho de 1956 é prestada uma homenagem pública a Afonso Duarte na sua terra natal[2]. No Castelo de Montemor-o-Velho foi inaugurada uma lápide com uma quadra sua inscrita: Onde nasceu Fernão Mendes Pinto? / Jorge de Montemor onde nasceu? / A mesma terra, o mesmo céu que eu pinto, / Castelo velho, o que foi deles é meu[3].

1. Obra lírica[editar | editar código-fonte]

  • Cancioneiro das Pedras (1912)
  • Tragédia do Sol Posto (1914)
  • Rapsódia do Sol-Nado seguida do Ritual de Amor (1916)
  • Os 7 Poemas Líricos (compilação da sua obra poética e inédita, 1929)
  • Desenhos Animistas de uma Criança de 7 anos (1933)
  • O Ciclo do Natal na Literatura Oral Portuguesa (1936)
  • Ossadas (1947)
  • Um Esquema de Cancioneiro Popular Português (1948)
  • Post-Scriptum de um Combatente (1949)
  • Sibila (1950)
  • Canto da Babilónia (1952)
  • Canto de Morte e Amor (1952)
  • Obra Poética (1 edição, 1956)
  • O Anjo da Morte e Outros Poemas (1952-1956)
  • Obra Poética (2ª edição aumentada com novas poesias, 1957)
  • Lápides e Outros Poemas (volume póstumo, 1960)
  • Obra Poética (definitiva, 1974)

Características de obras[editar | editar código-fonte]

José Carlos Seabra Pereira identifica nas obras de Afonso Duarte um sincretismo neo-romântico, um descomprometimento ideológico em atitude crítica, o Saudosismo e um encanto pelo mundo físico. Contudo, Teixeira Pascoaes define o escritor como um dos representantes do período «neo-sebastianista».[4][5]

Já Maria Ferreira caracteriza a poética de Afonso Duarte como "verdadeiramente natural e autêntica", refere o subjetivismo, o despojamento e uma economia de palavras nos seus poemas e identifica a intenção do escritor de "partilhar factos de vida"[6].

Citando José Pires de Azevedo, Afonso Duarte é considerado “um altíssimo poeta, navegando entre o panteísmo de Junqueiro e o saudosismo de Pascoaes, o simbolismo ático de Eugénio de Castro e o decadentismo de António Nobre, o telurismo de Torga”[7]

Caracterizado como “determinado, tenaz”[8] por Marcelo Rebelo de Sousa e um homem de “espírito crítico indagador e doutrinante” por José Pires de Azevedo, Afonso Duarte interessou-se por temas como a sociedade, a época em que viveu e o mundo físico.

Publicou diversos poemas em livros, revistas, jornais, plaquetas coletivas e antologias.

2. Dispersos (em revistas literárias)[editar | editar código-fonte]

  • A Águia
  • A Farsa
  • Alma Académica
  • Dionysos
  • Gente Nova
  • A Rajada
  • O Ave
  • A Labareda
  • A Gente Lusa

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Pedro Pita, António (1972). Afonso Duarte O Poeta. Coimbra: [s.n.] 
  2. «Homenagem ao Poeta Afonso Duarte (programação)». Diário de Notícias (32444): 2. 21 de junho de 1956 
  3. «Homenagem a Afonso Duarte». Coimbra. Atlântida. 1958 
  4. Duarte, Afonso (2008). Obra Poética. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. pp. 7,8 
  5. Duarte, Afonso. «Obra Poética» (PDF). Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Consultado em 7 de janeiro de 2018 
  6. Pablo Trindade Ferreira, Maria Augusta (6 de setembro de 2013). «O Poeta e O Homem: Afonso Duarte». Câmra Municipal Montemor-o-Velho. Consultado em 7 de janeiro de 2018 
  7. Pires Lopes de Azevedo, Joséi ntrod. (2002). Obra poética / Afonso Duarte. Montemor-o-Velho: Casa-Museu Infante Dom Pedro (CIDP) – Câmara Municipal de Montemor-o-Velho (CMMV), Associação Fernão Mendes Pinto (AFMP), Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR), 
  8. Rodrigues Marques, Anabela; Rebelo de Sousa, Marcelo pref.; da Clara Maria, Fernando Rui il. (2005). Afonso Duarte (1884-1958) : a vida, o homem, a obra. [S.l.]: Câmara Municipal de Montemor-o-Velho