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Usuário(a):Jurisdictio/Projeto

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Denomina-se resposta histórica o ofício enviado pelo Club de Regatas Vasco da Gama à Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), na qual o clube carioca se recusou a dispensar doze de seus atletas, todos de origem humilde, a maioria negros,[1] como condição para que se filiasse à associação. A AMEA justificou o pedido de exclusão dos doze jogadores sob o argumento de que exerciam "profissão duvidosa", não apresentando "condições sociais apropriadas para o convívio esportivo". O pedido da AMEA é considerado pelos historiadores como um subterfúgio para encobrir uma exclusão pautada no racismo: justificava-se que tais jogadores não poderiam ser filiados não em razão da sua cor da pele, mas sim em razão de sua profissão.[2] Em sua resposta, o Vasco alegou que seria "pouco digno" sacrificar os jogadores, e que sua dispensa seria um "ato público que os pode macular", ato esse que "nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias". Com a recusa, o Vasco continuou filiado à Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), e acabou por disputar em 1924 um campeonato carioca esvaziado, já que as principais equipes tinham se filiado à AMEA.[3] Com a crescente popularidade do Vasco, a AMEA voltou atrás em sua decisão no ano seguinte, permitindo a filiação do clube sem a necessidade de exclusão de qualquer jogador. [4] Logo após a filiação do Vasco, no entanto, a entidade novamente exigiu a exclusão de alguns jogadores do elenco vascaíno, o que foi prontamente rejeitado pelo Vasco, que ameaçou se desfiliar;[5] o impasse foi resolvido com o Vasco aceitando a exigência da AMEA de ter um campo próprio. Com isso, foi-se iniciada uma campanha de arrecadação de fundos para a construção de São Januário, inaugurado em 1927.

A resposta histórica é considerada por historiadores e jornalistas esportivos como um marco no futebol brasileiro[6][3] e um símbolo contra o racismo,[7][8][9][1][10] já tendo sido denominada de "Lei Áurea do futebol brasileiro".[11] O documento é tratado pelo clube vascaíno como um "troféu", e uma versão estilizada fica localizada no salão de troféus do Vasco, ao lado do troféu da Copa Libertadores da América de 1998,[1] com o lembrete "sem o Vasco, o futebol brasileiro não teria conhecido Pelé".[12]

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

O futebol desenvolveu-se inicialmente no Brasil como um esporte das elites. Segundo Francisco Carlos Teixeira da Silva, o esporte "foi trazido por estrangeiros e para diversão de uma elite branca, de classe média alta e urbana".[13] Já João Manuel Casquinha classifica os clubes de futebol da capital como "locais de convívio exclusivo da elite carioca".[14]

Proibia a contratação de jogadores e sua profissionalização, dificultava a vida de jogadores negros, mulatos e brancos pobres, impedindo a participação dos analfabetos e daqueles que ganhavam a vida com as chamadas “profissões braçais”.[15]

Segundo dados do IBGE, 65% da população da época era analfabeta.[4]

Legado[editar | editar código-fonte]

Eu vou torcer
Aqui eu ergui meu templo para vencer
Eu já lutei por negros e operários
Te enfrentei, venci, fiz São Januário
Camisas Negras que guardo na memória
Glória, lutas, vitórias esta é minha história

Que honra ser
Saiba eu sou vascaíno, muito prazer
Jamais terás a Cruz, este é meu batismo
Eu tive que lutar contra o teu racismo
Veja como é grande meu sentimento
E por amor ergui este monumento

Marcelo Panoeiro,[16] "Camisas Negras"[17]


Em 2011, o clube disputou a temporada com uma mão espalmada em preto e branco no uniforme e as palavras “Inclusão” e “Respeito”.[18] Em 2014, o Vasco comemorou 90 anos da resposta histórica, em solenidade na sua sede náutica, na qual esteve presente o bisneto de José Augusto Prestes, presidente vascaíno signatário do ofício enviado à AMEA.[19] Em 2019, o Vasco lançou camisa oficial que apresentava referências à sua luta contra o racismo.[20] No vídeo de lançamento da camisa, o clube afirmou que "preto é a nossa cor. Negra é nossa gente. Pelos negros, sempre lutamos. De preto, sempre nos vestimos. Sobre negros são nossas linhas. E o preto é nossa bandeira"[21]

Criação de artigos[editar | editar código-fonte]

  • Criação de artigos sobre jogos históricos. Sugestões:
    • Vasco 3 x Santos 5 (1927) - razão: jogo inaugural de São Januário
    • Vasco 1 x 0 Wanderers (1928) - razão: primeiro jogo internacional do estádio (??). Inauguração dos refletores
    • Vasco 1 x 0 Arsenal (1949) - razão: vitória sobre campeão inglês. Na história do Vasco já há bastante informação, basta expandir
    • Vasco 2 x 1 Cruzeiro (1974) - razão: 1º título brasileiro
    • Vasco 1 x 0 São Paulo (1989) - razão: 2º título brasileiro
    • Vasco 0 x 0 Palmeiras (1997) - razão: 3º título brasileiro
    • Final da Copa João Havelange (2 jogos - 2000) - razão: 4º título brasileiro
    • Vasco 4 x 3 Palmeiras (2001) - virada do século
  • Criação de um artigo sobre a ligação Vasco-Portugal (Ligação entre o Club de Regatas Vasco da Gama e Portugal?), expandido o artigo principal. A se fazer
    • Mencionar o número total de presidentes vascaínos portugueses
    • Imagem de uma bandeira de Portugal na torcida do Vasco

Criação de artigos biográficos sobre presidentes do clube, desde que haja um mínimo de conteúdo (não meros artigos-esboços)

Francisco Gonçalves Couto Júnior - brasileiro
João Candido de Freitas - ??. Foi diretor de regatas em 1912 (http://www.memoriavascaina.com/2014/01/)
Antônio Marciano Rosas - ??. Foi um dos fundadores. Da turma dos comerciantes Couto (https://www.vasco.com.br/site/conteudo/detalhe/135)
Leandro Augusto Martins - português (http://agloriadovasco.blogspot.com/2014/10/leandro-augusto-martins-o-presidente.html)
Miguel Braz - ??
Alberto de Carvalho Silva - ??. Primeiro presidente de honra do Vasco (informação Netvasco)
Francisco Muniz Freire - ??
Cândido José de Araújo - brasileiro. Famoso primeiro presidente negro
Augusto de Mattos Araújo - ??
Guilherme Isensée - ??
Felizardo Gonçalves - ??. Apelidado de "Russo", foi jogador do Vasco (não confundir com o famoso Russinho - fonte mauro prais, Netvasco). Provavelmente brasileiro em razão do apelido.
Raul Campos - português (http://agloriadovasco.blogspot.com/2015/03/raul-campos-eternamente-o-amigo-n-1-do.html)
Antônio de Almeida Pinho - português (http://agloriadovasco.blogspot.com/2014/09/antonio-de-almeida-pinho-para-nosso.html)
Álvaro Carneiro - ??
Mário Magalhães Correia - ??
Marcílio Teles - ??
Aníbal Arthur de Mendonça Peixoto - ??
Antonio da Silva Duarte - ??
Francisco Marques da Silva - português


  1. a b c Braz, Bruno (20 de novembro de 2019). «Símbolo contra racismo, 'resposta histórica' é tratada como troféu no Vasco». Consultado em 24 de agosto de 2020 
  2. Mirandela, Hugo (10 de abril de 2017). «São Januário: marco da força do Vasco e resposta contra o preconceito». Terra. Consultado em 28 de agosto de 2020 
  3. a b Kfouri, Juca (7 de abril de 2009). «Os 85 anos da resposta histórica». UOL - Blog do Juca. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  4. a b David, Marcelo (8 de maio de 2017). «Os 93 anos da Resposta Histórica: a maior glória do Vasco é contra o racismo». 3º Tempo. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  5. Hübner, Henrique (8 de agosto de 2019). «1925 - O NOVO CONFRONTO ENTRE O VASCO E A AMEA». Memória Vascaína. Consultado em 28 de agosto de 2020 
  6. Silveira, João Pedro. «A «Resposta histórica»». zerozero. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  7. «Conheça José Augusto Prestes, o presidente vascaíno que assinou a Resposta Histórica». Netvasco. 4 de junho de 2020. Consultado em 24 de agosto de 2020 – via Folha Nobre 
  8. Pires, Breiller (7 de abril de 2019). «Vasco da Gama, o clube que abriu as portas do futebol para os negros». El País. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  9. «VP de relações especializadas do Vasco fala sobre Resposta Histórica». Observatório da discriminação racial no futebol. 10 de abril de 2019. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  10. «Vasco da Gama completa 120 anos de glórias, lutas e muita história». Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 21 de agosto de 2018. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  11. Nogueira, Claudio (8 de abril de 2014). «Vasco faz ato contra o racismo ao lembrar carta em que rompeu com liga de futebol em 1924». O Globo. Consultado em 28 de agosto de 2020 
  12. «O Vasco contra o Racismo». Portal Geledés. 23 de novembro de 2019. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  13. Silva 2002, p. 16
  14. Casquinha, p. 14
  15. Casquinha, p. 16
  16. Ribeiro, Emanuelle (2 de fevereiro de 2018). «A voz da torcida: quatro cantos de sucesso nas arquibancadas cariocas em 2017». Globo Esporte. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  17. «Camisas Negras (Luta contra o racismo)». Letras. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  18. Borges, Pedro (30 de abril de 2019). «Vasco da Gama faz jus à história e lança camiseta em homenagem ao povo negro». Consultado em 24 de agosto de 2020 
  19. «Vasco celebra 90 anos da 'Resposta histórica' com solenidade na Lagoa». Globo Esporte. 6 de abril de 2014. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  20. «Vasco divulga nova camisa com referência a luta contra o racismo: "História mais bonita do futebol"». Globo Esporte. 24 de setembro de 2019. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  21. «Vasco divulga imagem da nova primeira camisa». 29 de abril de 2019. Consultado em 24 de agosto de 2020