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Usuário(a):Luiz Ricardo Resende Silva/Testes

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Íris Kantor é uma historiadora e professora universitária brasileira. Seus estudos são conhecidos pela interdisciplinidade entre História e Geográfia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seu interesse pela História provém de seu pai, que sempre a instigou a ser questionadora. Conta, em diversas entrevistas, a vez em que discutia Civilização Egípcia na mesa de jantar, tal evento já demonstrava seu interesse em Arqueologia e História. Também desenvolveu interesse pela Economia, tendo prestado vestibular para cursar Economia e História na Universidade de São Paulo, em 1982.[1][2]

Formação[editar | editar código-fonte]

O falecimento de seu pai, um ano antes, todavia a impediu de ingressar, de imediato, na educação superior. Com o auxílio de sua avó, proprietária de um pequeno empreendimento em Pinheiros, e trabalhando enquanto realizava sua graduação, formou-se em História na Universidade de São Paulo, em 1988.[3]

Durante a graduação, conta que estava convicta que tornaria-se uma medievalista,[4] todavia, a partir de seu quarto periodo aproximou-se de Fernando Novais, que tornaria-se seu orientador de Iniciação Cientifica.[5] Outra grande influência que contribuiu para que sua trajetória acadêmia fosse puxada para a História do Brasil foi Maria Odilia Silva Dias, que a aproximou da História de Minas Gerais.[1][4]

Realizou mestrado em História Social pela mesma instituição, com orientação de Fernando Novais e financiamento do Cebrap.[5] Sua dissertação foi defendida em 1996.[3] Intitulada Pacto Festivo em Minas Colonial: A Entrada Triunfal do Primeiro Bispo na Sé de Mariana (1748), tratou da chegada de Dom Frei Manoel da Cruz ao recém-criado Bispado de Mariana, primeiro de Minas Gerais.[6]

Seu doutorado em História Social, De Esquecidos e Renascidos: A Historiografia Acadêmica Lusoamericana (1724-1759), foi defendido em 2002, também na Universidade de São Paulo, com financiamento da Fapesp.[5] Sua banca contou com grandes especialistas em História Brasileira, como Caio César Boschi, István Jancsó, Stuart Schwartz e Laura de Mello e Souza, e suas ponderações foram importantes para a História da Historiografia Brasileira.[7]

A partir de sua pesquisa de doutorado notou uma deficiência em cartografia produzida por essas academias. Suas pesquisas, desde então, tem buscado analisar a História da Cartografia, tendo realizado diversas pesquisas com foco na Academia dos Renascidos, de Salvador.[5] Atualmente vem buscado demonstrar como a cartografia do século XVIII foi mobilizada pelas classes dominantes para a construção do Estado Nação Brasileiro.[4]

Realizou pós-doutoramento pela Universidade Yale.

Atuação[editar | editar código-fonte]

É professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, desde 2003, onde leciona História Ibérica, História da Historiografia Colonial Brasileira e História da Cartografia Ibero-Americana.[3] Anteriormente, entre 1992 e 2002 autou como docente da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.[8]

É sócio-correspondente desde 2013 do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[9]

Obras[editar | editar código-fonte]

Publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Produzindo Fronteiras: Entrecruzando Escalas, Povos e Impérios na América Portuguesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
  • Esquecidos & Renascidos: Historiografia acadêmica luso-americana (1724-1759). São Paulo: HUCITEC / Centro Estudos Baianos, 2004.[10]
  • A Escola Livre de Sociologia e Política: anos de formação (1933-1953). São Paulo: Editora Escuta, 2001. Conjuntamente a Débora Maciel e Júlio de Assis Simões.
  • O Trabalho em Minas Colonial. Editora Atual: São Paulo, 1996. Conjuntamente a Andrea Lisly Gonçalves.

Organizadas[editar | editar código-fonte]

  • Um Mundo Sobre Papel: livros, gravuras e impressos flamengos nos impérios português e espanhol. São Paulo: EDUSP/UFMG, 2014. Conjuntamente a Junia Ferreira Furtado, Eddy Stols, Werner Thomas, Serge Gruzinski, Carmen Bernard e Carmen Salazar Soler.
  • Festa: Cultura e Sociabilidade na América Portuguesa. São Paulo: EDUSP / Hucitec / Fapesp / Imprensa Oficial, 2001. Organizado conjuntamente a István Jancsó.[10]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Piccolo, Monica; Motta, Márcia (26 de junho de 2017). «Entrevista com Iris Kantor». Outros Tempos: Pesquisa em Foco - História (23): 260–265. ISSN 1808-8031. doi:10.18817/ot.v14i23.579. Consultado em 18 de junho de 2024 
  2. História USP - Canal Oficial (7 de maio de 2024), Com a palavra, Profa. Dra. Íris Kantor, consultado em 20 de junho de 2024 
  3. a b c «Íris Kantor | História». historia.fflch.usp.br. Consultado em 18 de junho de 2024 
  4. a b c História USP - Canal Oficial (7 de maio de 2024), Com a palavra, Profa. Dra. Íris Kantor, consultado em 20 de junho de 2024 
  5. a b c d PET História UFCG (13 de dezembro de 2019), Entre Historiadores com a Prof.ª Dr.ª Íris Kantor (USP), consultado em 20 de junho de 2024 
  6. «Pacto festivo em Minas colonial: a entrada triunfal do primeiro bispo na Sé de Mariana | História "Sérgio Buarque de Holanda"». caph.fflch.usp.br. Consultado em 19 de junho de 2024 
  7. Kantor, Iris (2 de agosto de 2002). «De esquecidos e renascidos: historiografia Acadêmica Luso-Americana (1724-1759)». Consultado em 19 de junho de 2024 
  8. https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/23210/iris-kantor/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. «Iris Kantor». ihgb.org.br. Consultado em 18 de junho de 2024 
  10. a b «Iris Kantor». O Governo dos Outros. 13 de setembro de 2010. Consultado em 18 de junho de 2024 

Doralino Souza