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Usuário(a):Malufaria/Giovanni Battista Piranesi

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Le Carceri d'Invenzione - Primeira edição - 1750 - 01
Le Carceri d'Invenzione - Primeira edição - 1750 - 01

Os cárceres criados e representados por Piranesi entre 1749 e 1750 fazem parte da série de obras chamada “Invenzione capricciose di carceri”.[1] Suas ilustrações demonstram edificações inovadoras que compõem ruínas e aparentes tragédias construtivas, um tema complexo da arquitetura, história e arqueologia.[1] Em 1755, ocorreu um terremoto na cidade de Lisboa, que juntamente com os desenhos de Piranesi, aumentaram o interesse dos artistas europeus em ilustrar um lado tanto quanto obscuro da arquitetura.[2] De acordo com Eduardo Knack, o culto das ruínas, relacionado com uma espécie de “cultura do risco” (DUBIN, 2010), estimulou o fascínio pela possibilidade da destruição de uma grande cidade em apenas um dia e a representação disso em imagens.[2]

The Sawhorse, de Carceri d'invenzione
The Sawhorse, de Carceri d'invenzione

Por meio das obras, Piranesi transmite o sentimento de aprisionamento do indivíduo, sendo ele físico e principalmente espiritual.[3] Para intensificar os efeitos de suas gravuras, foi utilizada a técnica de Água-forte, criando diferentes tonalidades e atingindo o objetivo de transmitir sensações por meio da arte.[3] Suas formas representativas fazem alusão à uma visão pessoal e utópica da instituição penitenciária, uma “prisão fantástica” e o condenado que caminha por ela.[3] O artista, interligado ao movimento neoclassicista, expõe nesta série de obras uma leitura da urbe moderna que se estruturava em sua época através dos monumentos da Antiguidade. Cada representação do monumento do passado era uma reflexão sobre a estrutura social da época.[3]

A abordagem dos elementos arquitetônicos é feita de forma em que os coloca em movimento, tornando a imagem naturalista em uma forma de manifestação e criação de Piranesi.[1] As perspectivas são criadas com uma série de ilusões visuais e resultam numa progressão de espaços, dando a impressão de ser um espaço infinito, algo revolucionário para o período.[4] Todas as pranchas da série são evidentemente variações sobre um único símbolo, que se refere a coisas existentes nas profundezas físicas e metafísicas da alma humana.[4] Suas gravuras peculiares foram primordiais para a criação e expressão de sua arquitetura e suas formas expressivas e monumentais.[4]


Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Schiavo, Bruno (2013). «Piranesi e os Carceri d'Invezione» (PDF). Consultado em 20 de abril de 2022 
  2. a b Knack, Eduardo (dezembro de 2021). «Ruínas, monumentos e patrimônio: relações entre Giovanni Battista Piranesi e Hubert Robert no século XVIII». Consultado em 20 de abril de 2022 
  3. a b c d Moraes, Thatiana (2010). «DELÍRIO DE FEBRE: AS PRISÕES FANTÁSTICAS DE PIRANESI» (PDF). FioCruz. 5. Consultado em 20 de abril de 2022 
  4. a b c Buti, Marco (1996). «A gravação como processo de pensamento». Usp. Consultado em 20 de abril de 2022