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O Museu Lasar Segall foi criado como uma Associação Civil brasileira sem fins lucrativos[1] para reunir, divulgar e preservar as Obras de Lasar Segall, artista plástico,[2] nascido em 1889 na capital da Lituânia, Vilnius.[3] O local foi idealizado pela viúva do Artista, Jenny Klabin Segall,[4] e criada pelos filhos do casal, Mauricio Klabin Segall e Oscar Klabin Segall.[5][6][7]
Localizado à Rua Berta, 111, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo no Brasil, está instalado na antiga residência[8] e ateliê de Lasar Segall, projetada em 1932 por seu concunhado,[9] o arquiteto de origem russa, Gregori Warchavchik.[10]
Jardim do Museu Lasar Segall
Em 1985 foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrando hoje o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura, como unidade museológica.[11] O principal objetivo do museu é conservar, pesquisar, divulgar, documentar e estudar as obras de Lasar Segall, o acervo possui cerca de 3.500 trabalhos do artista os quais foram doados pelos seus filhos, além do arquivo Lasar Segall, com 10 mil documentos e o arquivo fotográfico[12], somados com aproximadamente 19 mil ítens catalogados.[11]
O Museu[13] também possui diversas atividades culturais, oferecendo exposições dos seus acervos e de outros artistas, cursos e oficinas nas áreas de fotografia, literatura, gravura , desenho e na área educacional para professores e educadores[14], programas de visitas, um cinema com uma programação diária, [15] e uma biblioteca.[16]
Histórico
[editar | editar código-fonte]Em uma das vindas de Lasar Segall ao Brasil, em 1932, uma pessoa próxima a ele ergueu um ateliê ao lado de sua casa e teve a ideia de introduzir a "Escola de Arte de Lasar Segall", porém não obtendo sucesso.[16] Ao decorrer dos anos, Lasar Segall teve muitos projetos executados, criou cenários e figurinos, obteve diversas obras em Exposições, Filmes, Documentários e Livros de seus admiradores feitos sobre ele e as mesmas, não só no Brasil como no fundo a fora.[16] Faleceu em 1957, em sua própria residência e após quase 10 anos, sua mulher teve a perspectiva da criação de um museu.[17]
Durante muitos anos o lugar serviu como ponto de encontro para artistas e pessoas ligadas à arte e abrigou o processo seletivo de Lasar Segall que era pintor, desenhista, gravador e escultor.[18] Esse foi um dos motivos para que, após sua morte, em 1957, Jenny Klabin Segall tenha decidido reunir e catalogar as obras do marido, e transformar a antiga residência do casal no hoje Museu Lasar Segall.[18]
Em 1963, uma ala da residência e do ateliê de Lasar Segall foi aberto à visitação. Em 1965, ainda com infraestrutura precária, foi permitido que o público desfrutasse das outras instalações, além da ala inicial.[19]Em 2 de agosto de 1967, a idealizadora do Museu, Jenny Klabin Segall, esposa do artista que dá nome ao museu, faleceu. O projeto foi então continuado pelos filhos do casal, Mauricio Klabin Segall e Oscar Klabin Segall, para que em 21 de setembro do mesmo ano houvesse a inauguração simbólica do Museu Lasar Segall, marcada com a exposição de obras do artista.[19] A Inauguração oficial ocorreu em 27 de fevereiro de 1970, com a criação da Associação Museu Lasar Segall. Em 1973, foi definitivamente aberto ao público com horários regulares para Visitação.[19]
O Museu Lasar Segall foi um ambiente de resistência durante o período militar.[20] Em 13 de dezembro de 1968, foi promulgado o Ato Institucional Número Cinco, que deu início ao período mais duro do regime, com punições arbitrárias, tortura e aprisionamento àqueles que fossem considerados inimigos do governo.[21][22][23] Espaços culturais pioneiros surgiram como ambientes de resistência, assim como o museu, que fez parte destes espaços culturais ao veicular obras de cunho social e crítico.[20] Promoveu ciclos cinematográficos que atraia o público interessado em manifestações culturais. Posteriormente, essa atividade voltou-se para a inclusão de um novo público que não tinha proximidade com o meio cultural: colegiais, donas de casa, trabalhadores e outros segmentos sociais, com o intuito de democratizar a cultura.[20]
O museu passou a oferecer cursos para que seu público fosse artisticamente ativo.[20]Os cursos de fotografia, Artes plásticas (desenho, pintura, escultura), Redação e a criação e manutenção de um coral tornaram-se parte das atividades do museu. O público que frequentava os cursos viam a sensibilização do estético como forma de obter uma melhor compreensão crítica do mundo.[20] Entre os anos de 1970 e 1980, Hélio Cabral, Hugo Gama, Eva Furnari, Silvio Dworecki, José Antonio Pasta Jr., Luís Paulo Pires de Lima, Sérgio Muniz, Marco Antonio da Silva Ramos atuaram como responsáveis das atividades artístico-culturais.[19]
Lasar Segal nasceu em Vilnius, Lituânia, em 1889. Ele é considerado um artista de obras impressionistas,[24] realista[25] e expressionista,[26] além de ser destaque na arte moderna um representante das vanguardas europeias[27] no Brasil.[28] Ele morreu na Cidade de São Paulo em 1957.[29]
Reforma
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 2013, o Museu Lasar Segall fechou suas portas para reformas por aproximadamente um ano e meio.[30][31] O orçamento total foi de R$2,5 milhões, sendo que, deste montante, R$1,5 milhão veio do Fundo Nacional da Cultura (FNC) e R$1 milhão restante, da Petrobras. O motivo da reforma foi apenas reparação: infraestrutura, instalações elétricas, alguns reparos como infiltrações, telhado, climatização e sistema de segurança.[32] Foi reaberto em 12 de setembro de 2015 recebendo a exposição "Mário de Andrade e seus dois pintores: Lasar Segall e Candido Portinari",[33] que reúne três excepcionais nomes da arte brasileira. A partir deste ano, o museu começou a apresentar e oferecer uma melhor infraestrutura ao público com todos os problemas alarmantes solucionados e com algumas novidades como, a implementação de um novo ateliê de gravuras e a introdução de uma sala de Cinema aberta ao público.[34][35]
Acervo
[editar | editar código-fonte]O museu é composto por 3.199 obras originais de Lasar Segall. Seu neto Oscar Klabin Segall doou mais 110 obras do artista para o acervo em 2013.[3] Entre as 35 pinturas a óleo que permanecem no local, está disponível uma das mais famosas do pintor, a Navio de Emigrantes, feita de 1939 a 1941. Dentre as obras pode-se encontrar mais de 400 gravuras, 2 mil desenhos, de diferentes técnicas, como também pinturas e esculturas.[4]
Para complementar o Patrimônio do museu, também estão amostra cerca de 80.00 Documento reunidos durante a vida do artista. Correspondências, textos em vários idiomas,[36] traduções do artista, fotografias que registram o seu dia a dia, sua família e amigos, suas viagens e o processo de suas obras, livros que pertenciam a sua antiga biblioteca, principalmente sobre arte modernista e expressionista e objetos pessoais como caixas com Selos e uma coleção de rótulos de Charutos também compõem o acervo.[37]
Teatro, Ópera, Circo, Dança
[editar | editar código-fonte]O acervo nesse espaço conta com mais de 25 mil textos teatrais.[38] Ele foi criado com coleções da Jenny Klabin Segall e de críticos teatrais como Lopes Gonçalves e Anatol Rosenfeld.[39]
A coleção de programas e criticas de encenações da história do teatro, ópera e dança em São Paulo e em regiões do Brasil, são além dos textos teatrais, outra aquisição muito importante para a formação do acervo nesta área.
O museu ainda continua sendo engrandecido com doações ou até mesmo com compras de importantes obras.[39]
Cinema, televisão, rádio
[editar | editar código-fonte]O principal meio de agregação desse acervo é através de compras dos mais importantes periódicos e livros. Desde 1974 foi sendo juntado grande variedade de matérias para a criação do acervo como fichas técnicas de filmes, folhetos, documentação jornalistica de rádio, cinema e televisão, roteiros. E devido a este fato, o acervo, hoje, possui grande diversidade de instrumentos.[39]
Fotografia
[editar | editar código-fonte]Um dos mais completos e especializado acervo de fotografia está localizado no Museu Lasar Segall, na biblioteca. A coleção de livros e periódicos nacionais e estrangeiros, documentos de fotógrafos e catálogos de exposições fotográficas, formam está área tão completa sobre a fotografia.[39]No meio de poucos acervos capacitados em fotografia na cidade de São Paulo, o acervo da Biblioteca Jenny Klabin Segall é uma referência quando o assunto é fotografia.[40]
Documentação Lasar Segall
[editar | editar código-fonte]Publicações que citem o personagem principal do museu, Lasar Segall, produzem esse acervo. Livros, reportagens de revistas e jornais, álbuns, cartazes, etc, são mais de seis mil artigos que completam essa documentação de Sagall.[39]Abrange-se a esta documentação, trabalhos sobre o Expressionismo alemão e o Modernismo paulista.[41]
Biblioteca
[editar | editar código-fonte]O Museu possui ainda uma biblioteca especializada em Artes dos Espetáculos (Cinema, Teatro, Rádio e Televisão, Dança, Ópera e Circo) e em Fotografia, com um dos maiores acervos da América do Sul. A biblioteca, denominada Jenny Klabin Segall, está aberta ao público desde maio de 1973 e carrega o nome da escritora, tradutora, idealizadora do Museu e esposa de Lasar Segall.[42] O acervo conta com livros que já pertenceram a críticos de renome como Lopes Gonçalves, Georges Raeders e Anatol Rosenfeld.[11]
Estão disponíveis também mostras equiparáveis de artistas contemporâneos que dialogam e se relacionam com as obras de Segall, como Egon Schielle e Paul Klee.
O acervo não possui sistema de empréstimo. Dentro de limites da legislação vigente acima do direito autoral e política da conservação é oferecido cópias das obras.[43]
Cine Segall
[editar | editar código-fonte]O Museu Lasar Segall também conta com uma sala de cinema com capacidade de 92 lugares,[44] o Cine Segall. Com a reforma de 2014 e 2015, a programação da sala se tornou mais restrita, contando com tardes temáticas e poucos filmes correspondendo à programação normal, tornando possível que o Cine Segall adquirisse novos equipamentos. A reforma desse cinema terminou em fevereiro de 2016 e hoje a sala conta com um novo projetor 35mm e um novo sistema de Som Dolby Surround.[45]
Área de Atividades Criativas
[editar | editar código-fonte]Com a intenção de ser um espaço também de criação, o Museu Lasar Segall ainda promove oficinas e cursos na chamada Área de Atividades Criativas do Museu; com setores de Criação Literária, Ateliê de Gravura e Fotografia oferecem atividades paralelas que estimulam maior agência dos visitantes dentro do ambiente do Museu.[46]
Ação Educativa
[editar | editar código-fonte]O Museu Lasar Segall possui uma Área de Ação Educativa, onde os educadores desempenham atividades a partir de pesquisas pessoais totalmente relacionadas as obras de Lasar Segall, produções contemporâneas e algumas questões que afloram de determinados grupos sociais e culturais.[47] Todas essas pesquisas são consolidadas em vivências, práticas artísticas e laboratórios específicos.[47]
Informações e serviços
[editar | editar código-fonte]O Museu, que conta com cafeteria, conexão, sala de cinema, oficina e cursos, funciona de quarta a segunda-feira com horário das 11h às 19h. Sua entrada é franca para todos os visitantes.[48]
Referências
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- ↑ «Pintura». Wikipédia, a enciclopédia livre. 28 de março de 2017
- ↑ a b «Museu Lasar Segall». www.museusegall.org.br. Consultado em 16 de abril de 2017
- ↑ «Museu Lasar Segall refaz trajetória de Jenny Klabin». Folha Uol. Consultado em 27 de abril de 2014
- ↑ «Cultura - Maurício Segall». Consultado em 27 de abril de 2014
- ↑ «Museu Lasar Segall». www.museusegall.org.br. Consultado em 29 de abril de 2017
- ↑ «Museu Lasar Segall - lugares - Estadao.com.br - Acervo». Estadão - Acervo
- ↑ «Casa». Wikipédia, a enciclopédia livre. 17 de fevereiro de 2017
- ↑ «Parentesco». Wikipédia, a enciclopédia livre. 18 de abril de 2017
- ↑ «O museu Lasar Segall na década de 70 - Maria Lúcia Alexandrino Segall». EdUSP. Consultado em 27 de abril de 2014
- ↑ a b c «Museu Lasar Segall aumenta seu acervo». Folha Uol. Consultado em 27 de abril de 2014
- ↑ «Fotografia». Wikipédia, a enciclopédia livre. 21 de abril de 2017
- ↑ «Museu». Wikipédia, a enciclopédia livre. 29 de outubro de 2016
- ↑ «oficinas e cursos». Museu Lasar Segall
- ↑ «Cine Segall». Museu Lasar Segall
- ↑ a b Cultural, Instituto Itaú. «Lasar Segall | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ Arte, Escritório de. «Lasar Segall - Obras, biografia e vida». www.escritoriodearte.com. Consultado em 26 de abril de 2017
- ↑ a b «Museu Lasar Segall e Casa Modernista». CHK. 5 de abril de 2016
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- ↑ «Vanguarda». Wikipédia, a enciclopédia livre. 28 de março de 2017
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- ↑ a b c d e «Museu Lasar Segall». www.museusegall.org.br. Consultado em 23 de abril de 2017
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- ↑ "Biblioteca Jenny Klabin Segall". Acessado em 12 de setembro de 2016
- ↑ «Museu Lasar Segall». www.museusegall.org.br. Consultado em 23 de abril de 2017
- ↑ Museu Lasar Segall, Guia da Semana.[1]Consultado em 14 de setembro de 2016
- ↑ Programação do Cine Segall, Museu Lasar Segall website.[2]Consultado em 14 de setembro de 2016.
- ↑ Oficinas e Cursos, Museu Lasar Segall website.[3]Consultado em 14 de setembro de 2016.
- ↑ a b Paulo, Bienal São. «32ª Bienal Laboratório com professores e educadores - Museu Lasar Segall - Bienal». www.bienal.org.br. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «Museu Lasar Segall | Museus | SP360° | A maior viagem virtual pela cidade». www.sp360.com.br. Consultado em 30 de abril de 2017
Ligações externas
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Lasar Segall
Lasar Segall
Lasar Segall
Categoria:Obras de Gregori Warchavchik
Categoria:Klabin
Categoria:Museus fundados em 1967
Categoria:Bens tombados pelo CONPRESP
Categoria:Fundações em São Paulo em 1967