Usuário(a):MariliaKaz/Testes
Centro Comercial Grandes Galerias | |
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Entrada pela Avenida São João | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | Arquitetura eclética |
Arquiteto | Alfredo Mathias S.A. |
Construção | 1962 (61–62 anos) |
Geografia | |
Cidade | São Paulo |
A Galeria do Rock, oficialmente Centro Comercial Grandes Galerias ,[1][2] é um centro comercial localizado na cidade de São Paulo. Foi construído em 1962 e inaugurado em 1963[1] no número 439 da Avenida São João, no centro da capital de São Paulo, entre as ruas 24 de Maio e o Largo Paysandu. Apesar de estar relativamente espremida entre dois prédios antigos, a construção não deixa de exaltar toda a sua arquitetônica beleza em seus sete andares, contando com o subsolo. Atualmente possui 450 estabelecimentos comerciais, com predominância para o comércio de produtos relacionados ao gênero rock, hip hop e artigos para skatistas[3], mas que atendem também àqueles que procuram artigos exotéricos ou da saga de livros Harry Potter, fãs de basquete americano e amantes de músicas antigas. É um dos principais points de tribos urbanas, ou subculturas, no centro de São Paulo. Por lá, passam em média 25 mil pessoas por dia, número que chega a 35 mil aos sábados e domingos. O espaço consagrou-se como atração turística na cidade.[4][1]. Além das lojas de roupas, a Galeria é residência de alguns bares que, ainda, cobram menos de R$ 15 por um litro de cerveja, salões de beleza em que a maioria dos profissionais é negra, estabelecimentos que vendem cervejas artesanais, estúdios de tatuagem e lojas que mantém o carinho e a promessa dos LPs vivos. Seu horário de funcionamento é de segunda a sábado das 10h às 18h, com exceção de feriados.
História
[editar | editar código-fonte]O Centro Comercial Grandes Galerias foi construído em 1962, pela construtora Alfredo Mathias S.A., e com projeto do Escritório de Arquitetura Siffredi e Bardelli. Parte de seus objetivos foi de ocupar o Centro Novo da cidade de São Paulo.[5]
Inaugurado em 1963, o edifício já se mostrava uma tendência pela especificação do comércio. No contexto da época, o comércio têxtil predominava a galeria, que abrigava mais de 100 alfaiates. Mesmo com a especificação têxtil, a galeria contava com lojas de serigrafia, salões de beleza e assistências técnicas de produtos eletrônicos.[6]
Com a vinda dos grandes shoppings centers no final da década de 60, o empreendimento ficou abandonado por quase cinco anos após perder seus lojistas para os empreendimentos da zona sul e oeste.[7]
No ano de 1976, após passar quase meia década vazia, a galeria ganhou sua primeira loja punk, a Wop Bop, que foi mal vista pela administração, pois brigas entre punks, skinheads e headbangers começaram a se tornar comuns, assim como uso de drogas no local e furtos.[6] Os lojistas resolveram, então, reunir-se, mudar a administração e investir em segurança, decidindo proibir que novas lojas com o tema se instalassem ali. O temor era de que os hábitos dessa tribo espantassem a clientela comum, ofendendo a moral e os bons costumes.[6]
Por volta da primeira metade da década de oitenta, tornou-se algo comum abrir lojas de discos nas galerias, e com a Grandes Galerias não foi diferente. Aos poucos começaram a abrir muitas lojas de discos. A partir desse momento começou a haver a instalação de públicos mais segmentados e específicos das diversas tribos urbanas.[8]
Com o público consolidado proveniente da década de oitenta e com a nova administração da Grandes Galerias, em 1993, houve oficialmente o fim da proibição à lojas punk e outras tribos urbanas. As lojas do gênero rock se tornaram soberanas, resgatando a tendência pela especificação do espaço, mas com um perfil completamente diferente do início da década de 60, época da inauguração do espaço[9].
A galeria foi uma das locações da novela das sete Tempos Modernos e do seriado Aline, da emissora Rede Globo.[10]
Apresentações musicais na galeria tiveram destaque na mídia, quando, por exemplo, aconteceram shows que ajudaram a promover o festival Lollapalooza em 2013. No dia do aniversário de 459 anos de São Paulo, a organização do festival fez da Galeria palco de quatro shows gratuitos. Aproveitando para comemorar, também, o aniversário de 50 anos do Centro Comercial, as bandas Tokyo Savannah, República e Revoltz SP, confirmadas no festival, agitaram o lugar que é referência do público ligado ao mundo do rock e do heavy metal.[11]
Lojas
[editar | editar código-fonte]Os lojistas resolveram, então, reunir-se, mudar a administração e investir em segurança, decidindo proibir que novas lojas com o tema se instalassem ali. O temor era de que os hábitos dessa tribo espantassem a clientela comum, ofendendo a moral e os bons costumes da época. Por volta da primeira metade da década de oitenta, tornou-se algo comum abrir lojas de discos nas galerias, e com a Grandes Galerias não foi diferente. Aos poucos começaram a aparecer muitas lojas de discos e a partir desse momento começou a haver a instalação de públicos mais segmentados e específicos das diversas tribos urbanas.[9] Com o público consolidado proveniente da década de oitenta e com a nova administração da Grandes Galerias, em 1993, houve oficialmente o fim da proibição à lojas punk e outras tribos urbanas.
As lojas do gênero rock se tornaram soberanas, resgatando a tendência pela especificação do espaço, mas com um perfil completamente diferente do início da década de 60, época da inauguração do espaço.[12]
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]Projetado pelo arquiteto Alfredo Mathias, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o Centro Comercial Grandes Galerias é dono de uma arquitetura bastante incomum, se comparado aos demais prédios do centro da cidade. A construção, cujo escritório responsável é bastante elogiado quando citado, é considerada um dos melhores projetos de Alfredo [13]. Existe uma padronização nas construções do arquiteto, que seguem o estilo simples onde as lojas estão localizadas as periferias do prédio, enquanto o centro possibilita fácil circulação, organizando o espaço e garantindo a aparência simétrica em todos os andares. As ondulações na fachada do prédio também são características do idealizador do edifício, assim como a não existência de marquises. Se analisada por andar, a Galeria aninha suas lojas de maneira organizada. O térreo aloja, em sua maioria, lojas de tênis e artigos de skate, já o segundo é popular pela predominância de lojas de discos, lojas essas que foram as responsáveis pela salvação da Galeria nos anos 70. Nos terceiro e primeiro andares as vendas são voltadas para roupas e acessórios, como bijuterias, bottons e mochilas. Já no quarto andar, estão localizadas as lojas de serigrafia (ou silk screen) e de artes. No térreo, uns dos andares de acesso principal, estão as lojas de tênis e skate shops, enquanto que no subsolo, outro acesso principal, estão os salões de cabeleireiro e os produtos voltados para os amantes de hip hop, que vêm ganhando muito espaço na Galeria. É interessantes notar a quantidade de estúdios de tatuagem e piercing existente no Centro, são mais de dez. Além disso, outra curiosidade notada é a Beatles 4ever uma loja inteira direcionada a produtos da banda de rock The Beatles, formada nos anos 60, que conta com artigos que vão desde canecas personalizadas até mochilas e bonecos feitos de biscuit.[7]
Outro fato bastante curioso é a sensação de proporcionar ao público um olhar panorâmico da rua quando se está parado nas extremidades do prédio. É possível enxergar o interior do prédio, inclusive as escadas rolantes, quando parado na rua, assim como se pode ver a cidade de dentro do edifício [14]. O escritório responsável pelo desenho do Shopping era composto por dois italianos emigrados para o Brasil que, na década de 1960, protagonizaram diversos projetos, hoje famosos, como, por exemplo, o antigo Hotel Hilton e um conhecido prédio no bairro de Higienópolis, carinhosamente apelidado de “bolo de noiva” ou “navio”. Os andares abrigam apenas um apartamento e seu formato de “V” faz com que a sala dê para o terraço enquanto os serviços (como cozinha e área de serviço) se alojam sobre uma das pernas do “V” e os quartos e banheiros sobre a outra [15].
Galeria
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Interior da Galeria - os corredores são largos
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Interior da Galeria - centro dos andares facilita a circualação do público
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Interior da galeria - as lojas ficam nas periferias do prédio
Tombamento
[editar | editar código-fonte]Documentos da Câmara Municipal de São Paulo mostram que o projeto ficou em trâmite na Câmara dos Vereadores até ser aprovado pelo vereador Coronel Telhada em 2014. Apesar disso, não é possível encontrar documentos oficiais que comprovem o tombamento do edifício, já que em uma lista de bens tombados até o ano de 2015 [16], não consta a participação do Centro Comercial Grandes Galerias.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c «Prédios de São Paulo: Galeria do Rock - noticias - Estadao.com.br - Acervo». Estadão - Acervo
- ↑ «Nem só de rock vive a Galeria do Rock - Home - iG». Moda
- ↑ «Como a Galeria do Rock evoluiu junto com a cidade de São Paulo». Inspire-se: conheça Free The Essence, um mundo de Drinkfinity. 13 de julho de 2016
- ↑ MAGNANI, José Guilherme Cantor. Os circuitos dos jovens urbanos. Tempo soc., São Paulo, v. 17, n. 2, Nov. 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702005000200008&lng=en&nrm=iso>. access on 06 Feb. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-20702005000200008.
- ↑ ALEIXO, Cynthia Augusta Poleto. Edifícios e galerias comerciais : arquitetura e comércio na cidade de São Paulo, anos 50 e 60 [online]. São Carlos : Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2005. Dissertação de Mestrado em Tecnologia do Ambiente Construído. [acesso 2013-02-06]. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18131/tde-07012007-201920/>.
- ↑ a b c «50 Anos de galeria do Rock». rocklandonline.com.br. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ a b «Galeria do Rock». 21 de janeiro de 2015. Consultado em 22 de julho de 2016
- ↑ «"Galeria do Rock" tem as melhores barganhas». São Paulo, SP, Brasil. Estadão. 112 páginas. 4 de maio de 1995. Consultado em 21 de julho de 2016
- ↑ a b «Arquitetura e Urbanismo»
- ↑ Inara Chayamiti (22 de janeiro de 2010). «"Estrela de novela", Galeria do Rock atrai turistas em SP». Folha Online. Consultado em 07 de fevereiro de 2012 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ «Lollapalooza promove shows gratuitos na Galeria do Rock». Terra
- ↑ «Como a Galeria do Rock evoluiu junto com a cidade de São Paulo». Inspire-se: conheça Free The Essence, um mundo de Drinkfinity. 13 de julho de 2016
- ↑ «A História da Construtora Alfredo Mathias 1950-1985» Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda); - ↑ «1960-2010». Prédios de São Paulo. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ «Edificio Domus - " O Bolo de noiva de HIgienopolis"». mbasic.facebook.com. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ Documentação Câmara Municipal de São Paulo
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Categoria:Economia de São Paulo (cidade) Categoria:Atrações turísticas da cidade de São Paulo Categoria:Patrimônio histórico de São Paulo