Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Pati rocha91/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Machismo consiste na atitude ou comportamento de quem não admite a igualdade de direitos para o homem e a mulher[1]. Introdução histórica Historicamente, da mesma forma que se dá com o racismo, não se sabe quando a humanidade começou a traçar diferenciações entre os gêneros. Nas sociedades pré-históricas o papel social da mulher era bastante valorizado, sendo muito cultuado na forma de deidades relacionadas à fertilidade, abundância e fatura. Em 2006, análises na célebre gruta Cosquer, em Marselha, constataram que a grande maioria das impressões de mãos pré históricas nas paredes da gruta, eram em sua maioria mãos femininas, de forma que, segundo os especialistas Jean Michel Chazine e Arnaud Noury[2], percebe-se que não havia distinção hierárquica entre as atividades desempenhadas pelos homens (como a caça) e pelas mulheres (como a agricultura), tendo ambas a mesma valoração. Também não se percebia, no Paleolítico qualquer diferenciação entre os ritos funerários entre homens e mulheres, sendo notável o túmulo conhecido como a Dama de Saint-Germain-La-Riviére, na França, famoso pela sua suntuosidade que demonstra grande status social da jovem enterrada a cerca de 15.800 anos. Entretanto, já a partir das sociedades consideradas basilares da civilização ocidental, Grécia e Roma, o papel da mulher na sociedade já havia sido fortemente reduzido frente ao do homem, de forma que agora o indivíduo do sexo feminino jamais alcançaria pleno exercício de direitos sociais e políticos da mesma forma que os do sexo masculino. Na Roma Antiga a mulher vivia sob tutela perpétua, jamais gozando de autonomia patrimonial ou política, ficando sob o gerenciamento do pater familias, do marido ou de um tutor, caso ausentes os dois. Assim como na Grécia, embora aí o status feminino ganhasse mais ou menos autonomia dependendo da cidade-estado, a mulher era renegada ao contexto doméstico, sendo o espaço público reservado aos homens. O machismo encontra suas raízes e, consequentemente, promove a sustentação de sociedades patriarcais, estruturas sociais onde o individuo do gênero masculino é valorizado e dotado de inúmeros privilégios em detrimento do feminino. Essa estrutura, que até hoje é predominante no mundo, determina rígidos papéis sociais baseados no gênero. A situação da mulher no ocidente só tendeu a se precarizar ao longo do avançar da História, chegando ao ápice na Idade Média, onde, por forte influência da Igreja Católica Medieval, há forte valorização da imagem de Maria, ocorrendo aí o início da repressão da sexualidade feminina, que encontrava certa tolerância na Antiguidade. No período Medieval a estrutura social patriarcal implicava em total submissão da mulher ao homem e da esposa ao marido, sendo inclusive altamente tolerada a violência contra a mulher. Posteriormente, chegou-se inclusive à criação de leis que regulavam a prática, como a proibição do uso, pelo marido, de bastão de madeira de grossura superior ao de um dedo polegar para golpear a esposa. A sociedade medieval também foi muito menos inclinada a proporcionar a educação de jovens mulheres, que eram educadas direcionadas aos afazeres domésticos e religiosos. Apenas no século XIX que a contestação ao forte machismo impregnado na sociedade começou a ganhar maior voz, com o surgimento de movimentos como o feminismo e a luta pelo voto feminino. Até o final do século XIX as mulheres eram proibidas de frequentar certas universidades, se candidatar a cargos políticos e votar.

Reflexos na atualidade A mentalidade machista ainda hoje é responsável pelas inúmeras desigualdades entre os gêneros que podem ser observadas ainda hoje, em alguns lugares com intensidade alarmante. No ano de 2013 a OMS publicou alerta global acerca da epidemia de violência contra a mulher que assola todos os países. Pesquisas recentes realizadas pelo IPEA causaram choque na população ao evidenciar o quão machista ainda é a sociedade, quando 26% dos entrevistados afirmou que mulheres com roupas provocantes merecem ser atacadas. Isso revela como as mulheres ainda não são vistas como donas do próprio corpo e titulares do espaço público. Crimes de natureza sexual como o assédio nas ruas e o estupro ainda são muito frequentes, tendo 1/4 dos homens asiáticos já ter admitido ter praticado estupro. Em 2013 o caso do estupro grupal de uma estudante indiana, que resultou em sua morte, atiçou o debate sobre a situação da mulher indiana e os elevados índices do crime no país. No Brasil o número de estupros supera os de homicídio, sendo uma mulher vítima a cada 12 segundos. Ainda está em debates a inclusão do tipo penal do Feminicídio no projeto do novo código penal brasileiro, ma vez que o país é o 7º onde mais se matam mulheres no mundo. Uma pesquisa recente também revelou que 90% das mulheres brasileiras já sofreu assédio nas ruas, o que revelam a ideologia machista de que mulher em lugar público também é pública, estando sujeita a abusos físicos e verbais. Assédio de rua é prática generalizada em todos os lugares do mundo, sendo passível de multas em lugares como a Bélgica. Ainda é bastante expressiva a diferença salarial entre homens e mulheres ocupando a mesma posição, chegando a 30% no Brasil. Também há enorme desigualdade entre os ocupantes de cargo de chefia, sendo apenas 16% deles ocupados por mulheres. As mulheres também são minoria na representação política. A crescente onda de homofobia e agressões contra homossexuais também pode ser relacionada à cultura machista, na qual a hiper valorização das características ditas como masculinas e o consequente desdém pelas atribuídas ao feminino legitima a repreensão social de homens que fogem ao estereótipo do homem padrão e vice-versa, sendo comum linchamentos e assassinatos em decorrência da orientação sexual da vítima. O machismo impõe padrões de comportamento que são prejudiciais a homens e mulheres, uma vez que limitam seus papéis na sociedade. Decorrem do pensamento machista a noção de que mulheres nasceram para serem mães e que homens não podem demonstrar sentimentos, por exemplo. Embora a sociedade já tenha avançado muito na conquista de igualdade entre os gêneros, as estatísticas comprovam que ainda há um longo caminho a se percorrer pelo fim da desigualdade entre seres humanos