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Carlos Buby

É um médium brasileiro, Filósofo, músico, e líder espiritual Umbandista.

Biografia

Carlos Buby é Babalorixá Umbandista, nascido Sebastião Gomes de Souza, em berço católico, no interior de Alagoas. Aos sete anos, migrou com sua família para São Paulo. Viveu sua infância e adolescência na Vila das Belezas, em Santo Amaro.[1] Desde jovem, despertou para a música e em 1967 ganhou o primeiro e terceiro lugar do I Festival Colegial da Música Popular Brasileira, com duas músicas que foram em seguida censuradas pelo regime de exceção. O fato causou uma tremenda frustração que levou Carlos Buby a ingressar na Umbanda em busca de respostas existenciais e de espiritualidade. Finalmente, abdicou de sua carreira musical e de contratos promissores com grandes gravadoras, para dedicar sua vida a seguir os conselhos do seu guia, Caboclo Guaracy. Profundo pesquisador dos fenômenos naturais, Carlos Buby fundou o Templo do Caboclo Guaracy do Brasil em 1973 e desde então dirige os 14 templos existentes no Brasil, na Europa (Portugal, França, Áustria, Suíça, Bélgica) e na América do Norte (Califórnia, Nova Iorque, Washington e Canadá).[2][3] Ao longo desses anos, ele desenvolveu um elaborado modelo cosmogônico baseado na tradição afro-brasileira, que traz luz na compreensão da dinâmica da Vida na Terra. Também foi escritor de artigos especiais para a Revista Planeta[4] e fonte de pesquisa para artigos de umbanda em revistas como a Superinteressante.[5] Recentemente consolidou os princípios que deram origem a Filosofia Guaracyana, usando uma abordagem humanista, universal, apolítica e não-religiosa. É palestrante religioso, tendo inclusive encerrado o TEDx São Paulo do ano de 2009.[6] Muito atento às normas da sociedade, desde 2009 seus templos não utilizam fumo e bebida, característicos da religião de Umbanda, principalmente para atender às leis anti-fumo, considerado uma decisão vanguardista, de evolução para as normas antigas da religião.[7][8][9]

Controvérsias

Em 1996, a psicoterapeuta francesa Barbara Schausser, coordenadora do terreiro Guaracy de Paris, foi processada por duas pacientes que a acusaram de praticar rituais da seita para tratar a bulimia de ambas. Barbara respondeu ao processo com outro, de difamação e as partes finalizaram o litígio com um acordo. Bárbara cita que o terreiro guaracy é registrado em Paris como culto Afro-Brasileiro, e não consta na lista negra de seitas que existe no país.[10]

Há ex-membros no exterior que acusam Carlos Buby de mercantilizar as viagens que estes devem fazer ao Brasil para se "iniciar" na religião. O religioso negou na época as acusações, dizendo que todas as propriedades estão em nome do terreiro Guaracy e ele possui apenas 1 linha telefônica.

Obra

Discografia

• Arlequim - EP (Carlos Buby) Selo: Genesis

• Abertura e Encerramento - Umbanda nas 7 Linhas (Carlos Buby e Coral do Templo Espírita Caboclo Guaracy) [1984] selo: Cáritas/Fermata
• São Jorge Guerreiro (Carlos Buby e Coral do Templo Espírita Caboclo Guaracy) [1984] selo: Cáritas/Fermata

• Terra de Deus Repentista (Carlos Buby) [2008] selo: BATOKÊ
• Cantos Guaracyanos (Carlos Buby) [2011] selo: BATOKÊ

Livros

• Gotas de Vida - Pensamentos e Filosofia [2007] - Editora BATOKÊ

Citações em Outras Obras

Carlos Buby foi citado nas obras de outros escritores, entre eles:

• Minhas Canções (Paulo Cesar Pinheiro) - Há um capítulo sobre a amizade entre os dois e as músicas por eles produzidas.
• 65 Abitudini Quotidiane Per La Tua Crescita Personale (Pierluigi Tamanini) - Há citações da filosofia Guaracyana creditadas à Carlos Buby no decorrer do livro.
• As Bruxas que Vivem Dentro de Nós (Baby Garroux) - Aparece à partir da página 160

Templo do Terreiro Guaracy

O Terreiro criado por Carlos Buby possui um sítio sede chamado Espaço Mataganza, criado no ano de 1991 e situado em Cotia, São Paulo.[11] Além deste sítio de 120 mil metros quadrados, na região de Campo Limpo há o terreiro principal do Templo Guaracy. Há também templos em Campinas, São Roque, Fortaleza, João Pessoa, e templos no exterior, onde em duas décadas, o Templo Guaracy do Brasil chegou a Washington, Berkeley, Nova York, nos Estados Unidos; Quebec, no Canadá; Linhol, em Portugal; Graz, na Áustria; Genebra, na Suíça; Paris, Estrasburgo, na França. Lugares onde a religião era praticamente desconhecida.

Projetos do Templo Guaracy

O Templo Guaracy possui alguns projetos sociais além dos tradicionais Bazares Beneficentes, comuns a todas as religiões espiritualizadas:

Projeto Vida Verde

Projeto voltado para retirar crianças das ruas onde todos os esforços são dirigidos objetivando o fortalecimento social dos pais e da família como um todo. A assistência social proposta pelo templo não se exime de campanhas solidárias e do combate à pobreza. Porém, sempre que um brinquedo é ofertado a uma criança, quem o faz é o próprio pai da criança. Para o templo, a moralização dos pais perante seus filhos é mais importante do que o próprio brinquedo. Em função disto, as campanhas desenvolvidas pelo Templo Guaracy são individuais, anônimas e não possuem qualquer tipo de conotação religiosa, doutrinária ou ritualística.

Escola Guaracyana de Artes Populares

A Escola Guaracyana de Artes Populares, conhecida como EGAP, Templo das Artes, foi fundada em Julho de 2006. Em meio às “Redwoods” da California, EGAP é um projeto internacional do Templo Guaracy, que se dedica ao estudo, desenvolvimento, criação e preservação de todas as formas de Arte. Seu objetivo principal é proporcionar educação, experiência, oportunidade e apresentação à artistas e à comunidade, indiferente da habilidade ou idade que possuem. Atualmente, a EGAP oferece aulas e seminários sobre Movimento Sagrado e Dança Popular Afro-brasileira na sua sede em Occidental, California, sob a direção da Coordenadora deste projeto, Leah Sue Weiss.

O Templo Guaracy é muito respeitado no meio Umbandista e já foi visitado ou frequentado por muitas celebridades, tais como Jair Rodrigues, Sergio Mamberti, dupla sertaneja As Galvão, Renato Teixeira, entre outros, e já foi matéria da Revista Época.[12] Alheio a tudo isso, mantém a simplicidade de suas origens, com o seu principal templo numa das zonas mais carentes de São Paulo, o bairro de Campo Limpo.