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Personalidades Tipo A e Tipo B[editar | editar código-fonte]

Personalidade tipo A e B é uma teoria definida pelos médicos Meyer Friedman e Ray Rosenman, no qual identificaram que os indivíduos que apresentam características do tipo A são mais propensos a desenvolverem uma doença cardiovascular ao logo da vida, devido ao estilo de vida estressante, ao contrário dos indivíduos com personalidade do tipo B.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A personalidade tipo A foi descrita pela primeira vez nos anos 50, como um fator de risco para doenças cardíacas pelos cardiologistas Meyer Friedman e Ray Rosenman.[2]

Eles se depararam com o comportamento do tipo A, após perceberem que as cadeiras da sala de espera do consultório, estavam com os estofamentos gastos antes do previsto, pois os pacientes cardíacos eram inquietos e não ficavam em seus assentos por muito tempo, o que desgastava os braços das cadeiras em menor tempo, comparado aos outros pacientes.[3] Contudo, os médicos descartaram esse comportamento e somente cinco anos mais tarde começaram a pesquisa científica.[4]

Em 1976, eles iniciaram uma análise para testar a tese, que pessoas com personalidade tipo A apresentavam maiores chances de desenvolverem doenças cardíacas, do que o tipo B. O Western Collaborative GroupStudy estudou cerca de 3.154 indivíduos do sexo masculino, com idades entre trinta e nove e cinquenta e nove anos, durante oito anos e meio.[5] Após passarem por questionários, eles foram classificados entres personalidades tipo A e tipo B e no final desse estudo, 70% dos homens que desenvolveram doença arterial coronariana ao longo da vida apresentavam características do tipo A.[4]

Os pesquisadores Mark, Kelley e Martin, rejeitaram parcialmente a ligação entre a personalidade tipo A e as doenças cardíacas, após controvérsia sobre o papel da pesquisa no financiamento da indústria do tabaco. Eles analisaram os documentos, com a intuito de mostrar que o setor estava em busca de fatores psicológicos, que determinariam doenças associadas ao tabagismo.[6]
Além disso, devido as limitações do estudo, uma vez que a análise foi realizada apenas em homens, com uma idade pré determinada, alguns criticaram Meyer Friedman e Ray Rosenman por tentarem descrever experiências humanas dentro de parâmetros não estreitamente definidos, já que muitas pessoas podem não se encaixar totalmente em características do tipo A ou B.[4] Ainda assim, surtiu grande efeito no desenvolvimento do campo da psicologia, mostrando que o estado mental e o comportamento de um indivíduo afetam na saúde física.[7]

De acordo com Johan Denollet, professor e Médico Psicologo do Tilburg University, Tilburg, The Netherlands, a personalidade pode encadear doenças através de patologias celulares, orgânicas e sistêmicas. O fato sugere que a exposição ao estresse mental faz aumentar a liberação de plaquetas e espasmo coronariano. [8]

Tipos[editar | editar código-fonte]

O padrão comportamental do tipo A está relacionado ao estado crônico de estresse, fator de risco independente para a ocorrência de doenças cardíacas, que tem como característica a hostilidade, raiva, impaciência, ambição, estilo de fala rápido e urgência do tempo.[9]

Com características opostas, o padrão comportamental do tipo B, se refere a indivíduos com um nível alto de imaginação, criatividade, baixo nível de ansiedade [4], sendo capaz de trabalhar sem agitação, sem sentimento de culpa ao descansar, não padecem de impaciência ou do senso de urgência, sendo, assim, com menos tendência ao estresse.[10]

Característica Tipo A:[editar | editar código-fonte]

  • Ambicioso [1], está disposto a trabalhar muitas horas para alcançar o sucesso.[10];
  • Organizado, proativo e pontual.[1];
  • Obcecado com o gerenciamento do tempo,[1] tem dificuldade para relaxar ou sente-se culpado quando relaxa.[10];
  • Executa multitarefas,[1] estabelece metas ousadas para si mesmo e para os outros.[10];
  • Tende a ser agressivo e competitivo, com o jeito de falar marcante e rápido.[10];
  • Entedia-se facilmente.[10]

Características Tipo B:[editar | editar código-fonte]

  • Calmo, relaxado e positivo;
  • Parece não ter pressa e não demonstra hostilidade;
  • Costuma participar de atividades esportivas para se divertir e não apenas para ganhar;
  • Tem facilidade para relaxar. [10]


Todos os indivíduos têm as características de ambos os tipos de personalidade (tipo A e tipo B), em diferentes situações, porém é necessário prestar atenção às reações do Tipo A, a fim de controlar o estresse excessivo. A personalidade do tipo A/B, mistura características dos tipos A e B. Parece ter dupla personalidade e muda de opinião de uma hora para outra. Essa personalidade é racional ao extremo, crítico e consegue perceber bem o caráter das pessoas. Tem o poder de fazer várias coisas ao mesmo tempo e é muito organizado. [10]


Outros estudos[editar | editar código-fonte]

Em outro estudo, a característica de personalidade relevante é descrita como “lócus de controle”. Ao desenvolver essa teoria, ROTTER (1966) avaliou a extensão do controle que os indivíduos julgavam ter sobre algumas situações e sua reação a elas. Pessoas que tem um lócus de controle interno, acreditam que tem o controle sobre o que acontece ao seu redor e que suas ações influenciam seus resultados pessoais. Já pessoas denominadas como de lócus de controle externo, são mais suscetíveis ao estresse, visualizam uma pequena e restrita possibilidade de influência sobre os fatos que as rodeiam, os quais constituem determinantes da maior parte de seus resultados.[11]


Tanto as comparações entre Tipos A e B como a concepção de lócus de controle se encaixam num contínuo entre dois tipos contrastantes de personalidade. Elas não remetem à existência apenas dos dois tipos puros, mas, sim, a uma tendência entre dois pontos. Tendo em vista que tipo de personalidade (A e B) e lócus de controle (interno ou externo) são características pessoais independentes entre si, sua associação tem desdobramentos decisivos nas estratégias de defesa e/ou combate contra o estresse adotadas pelos indivíduos. [11]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e Friedman, Meyer (1996). «Medical Diagnosis of Type A Behavior and Its Differentiation from Type B Behavior». Boston, MA: Springer US: 31–51. ISBN 9780306453571. Consultado em 07 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. Friedman, Howard S.; Booth-Kewley, Stephanie (1987). «Personality, Type A behavior, and coronary heart disease: The role of emotional expression.». Journal of Personality and Social Psychology. 53 (4): 783–792. ISSN 0022-3514. doi:10.1037//0022-3514.53.4.783. Consultado em 07 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. Friedman, Meyer (21 de março de 1959). «ASSOCIATION OF SPECIFIC OVERT BEHAVIOR PATTERN WITH BLOOD AND CARDIOVASCULAR FINDINGS». Journal of the American Medical Association. 169 (12). 1286 páginas. ISSN 0002-9955. doi:10.1001/jama.1959.03000290012005. Consultado em 07 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. a b c d «Type A and Type B Personality Theory | Simply Psychology». www.simplypsychology.org. Consultado em 9 de abril de 2019 
  5. Rosenman, Ray H.; Brand, Richard J.; Sholtz, Robert I.; Friedman, Meyer (maio de 1976). «Multivariate prediction of coronary heart disease during 8.5 year follow-up in the western collaborative group study». The American Journal of Cardiology. 37 (6): 903–910. ISSN 0002-9149. doi:10.1016/0002-9149(76)90117-x. Consultado em 08 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  6. Petticrew, Mark P.; Lee, Kelley; McKee, Martin (novembro de 2012). «Type A Behavior Pattern and Coronary Heart Disease: Philip Morris's "Crown Jewel"». American Journal of Public Health. 102 (11): 2018–2025. ISSN 0090-0036. doi:10.2105/ajph.2012.300816. Consultado em 07 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  7. Eysenck, H.J. (janeiro de 1991). «In search of coronary-prone behavior: Beyond type a». Personality and Individual Differences. 12 (1). 100 páginas. ISSN 0191-8869. doi:10.1016/0191-8869(91)90142-x. Consultado em 07 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  8. Denollet, J; Rombouts, H; Gillebert, T.C; Brutsaert, D.L; Sys, S.U; Brutsaert, D.L; Stroobant, N (fevereiro de 1996). «Personality as independent predictor of long-term mortality in patients with coronary heart disease». The Lancet. 347 (8999): 417–421. ISSN 0140-6736. doi:10.1016/s0140-6736(96)90007-0. Consultado em 08 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  9. Urso Junior, João (2011). «Stress e personalidade: overview e avaliação crítica de revisões sistemáticas sobre padrão comportamental tipo a e personalidade tipo d com desfechos coronarianos». Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Consultado em 08 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  10. a b c d e f g h Varderley, Luciano G (Rio de Janeiro, 2008). «As Facetas da Personalidade no Entrelinhamento do Estresse Ocupacional dos Docentes do Curso de Administração» (PDF). Anais do XXXII Encontro da ANPAD 2008. Consultado em 06 de abril de 2019  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  11. a b Rotter, Julian B. (1966). «Rotter's Internal-External Control of Reinforcement Scale». PsycTESTS Dataset. Consultado em 9 de abril de 2019