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Catedral Metropolitana Basílica do Senhor Bom Jesus

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A Catedral Metropolitana Basílica do Senhor Bom Jesus é uma catedral-basílica católica, sede da arquidiocese de Cuiabá, capital do estado brasileiro de Mato Grosso.

Desde fundação de um pequeno vilarejo, surgiu a grande Cuiabá, hoje conhecida como capital e um dos principais polos de desenvolvimento da Região Centro-Oeste do Brasil, nasceu da expansão dos bandeirantes que vieram atras de riqueza, negros da terra para escravizar e expansão territorial do império português frente ao império espanhol. Essa manobra levaram as descobertas das lavras do Sutil, em 1722, no morro do Rosário, no lugar denominado Tanque do Arnesto, e assim se teve início à ocupação da Região Central da cidade, à margem direita do córrego da Prainha.

O povoamento teve como limites naturais, à esquerda, o morro do Rosário e, à direita, como ponto mais distante, o morro da Boa Morte, que serviam para proteção dos novos “proprietários”.

No ano de 1723, nas proximidades do córrego, num lugar plano e mais elevado, foi construída a Igreja Matriz, que inicialmente era apenas uma capela feita de pau pique, dedicada ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Próximo às minas, os escravos construíram uma capela dedicada a São Benedito. As minas e a Igreja Matriz foram importantes focos de atração do povoamento da cidade no sentido Leste-Oeste, já que inicialmente todas as importantes construções eram feitas ao seu redor, assim foram surgindo ruas paralelas ao córrego da Prainha, aproveitando às curvas de nível do terreno, e nelas

levantadas às primeiras habitações que consolidariam o espaço urbano de Cuiabá.

Localizada em frente à Praça da República, no centro de Cuiabá, com as pinturas modernas, duas torres com um relógio em cada, a igreja Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá continua sendo um dos lugares mais visitados da capital. Contaremos como essa igreja saiu de uma simples capela de pau a pique, se transformou nesse gigante monumento.

Passando por diversas transformações históricas a Igreja Matriz Senhor Bom Jesus de Cuiabá chegou finalmente no que conhecemos. Fundada em 1723, foi reconstruída em 1739 e em 1745 quando ganhou uma torre. Anos mais tarde tornou-se Catedral em 1826 e em 1868 ganhou uma nova reforma e mais uma nova torre em 1929. Em 1968 é implodida e em 1973 foi reconstruída e permanece até os dias atuais, no centro da Capital. As peculiaridades estão na sua pintura, na colagem das pastilhas do altar de vinte metros de altura, desenvolvidas em três anos pelo artista polonês sem mãos Arystarch Kaszkurewicz, que veio para o Brasil, fugindo da 2º Guerra Mundial.

O desenvolvimento urbano ao seu redor da igreja, após a chegada do governador Rodrigo César de Menezes, em 1727, o povoado foi elevado à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, através disso podemos ver a devoção de sua população que ao seu Senhor Bom Jesus. Iniciou-se, então, ao redor do Largo da Matriz, a construção de prédios públicos para abrigar a administração portuguesa em Mato Grosso.

No decorrer do século XVIII, as diversas crises pelas quais passou Cuiabá fizeram que se alternassem fases de fluxo e de refluxo populacional, tendo por consequência a expansão não consistente do espaço urbano. Mesmo assim, por volta de 1775, a área central da cidade já se encontrava definida. Mapas da Vila (imagem 1) do final século XVIII mostram, na margem direita do córrego da Prainha, as Igrejas Matriz e Senhor do Passos, além da Igreja do Rosário que está na margem esquerda, no morro da Boa Morte, um largo vazio, local onde seria edificada, no início do século XIX, a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte; mostram também os Largos da Matriz e a praça da mandioca.

Essas primeiras áreas povoadas se estendiam ao longo do córrego da Prainha, como vemos na imagem acima, entre as minas e seu entorno, de um lado, e a foz do córrego Cruz das Almas, do outro lado, local este último onde hoje a Avenida Isaac Póvoas encontra a Praça Ipiranga. À margem esquerda do córrego da Prainha o espaço urbano estende-se entre o Largo da Boa Morte e seu entorno até o Campo d’Ourique, atual Praça Moreira Cabral.

Na margem direita da Prainha o povoamento, ainda que menor, concentrava-se nas imediações da Igreja do Rosário e nas proximidades da subida onde se localiza hoje a Santa Casa de Misericórdia, construção que data do início do século XIX. Eram três as pontes do córrego da Prainha: uma localizava-se próximo das Minas, outra nos fundos da Igreja Senhor dos Passos e a última na altura da atual Travessa João Dias.

Elevada à categoria de cidade em 1818, Cuiabá seria logo depois, em 1836, declarada oficialmente capital provincial, fato decisivo na configuração e fixação de suas características urbanísticas, a construção de edifícios públicos diversificou e enriqueceu o repertório arquitetônico, tornando o desenho urbano mais claro.

A avenida central ganhou contornos claros com a definição das Ruas de Baixo, do Meio e de Cima (que atualmente conhecemos como Ruas Galdino Pimentel, Ricardo Franco e Pedro Celestino, respectivamente). Esta última transformou-se na mais importante rua da vila, seguida da Rua Bella do Juiz (atual Rua 13 de Junho), via nobre de ligação entre o Largo da Matriz e o Porto Geral. As ruas transversais começaram a se definir tendo como pontos de convergência o córrego da Prainha, o Largo da Matriz e a Igreja da Boa Morte.

O Largo, que existia na parte lateral da Igreja Matriz, passou a ser chamado Largo do Palácio Provincial, após a construção do edifício sede do governo, com desenhos definidos, as praças passaram a constituir pontos de atração, onde ocorriam sarais e touradas, cruzando as novas vias paralelas e transversais.

Com o crescimento da cidade, a comunidade local viu a necessidade de ampliar as instalações da igreja para ser compatível com a realidade ascendente que viviam. Então, em 1745, a igreja ganhou a primeira torre, que foi reformulada algumas vezes até receber o formato de pirâmide, com parte superior arredondada (imagem 2). A segunda torre foi construída 184 anos depois, em 1929. Essa mancha urbana se densificou entre o Largo da Mandioca e os Largos do Palácio Provincial e da Matriz. O movimento urbanístico decorrente da transferência da capital para Cuiabá contribuiu para que, no início do século XX, a cidade começasse a ganhar mais visibilidade e aumentar as suas características de metrópole que vemos hoje. Com o declínio da economia das usinas de cana-de-açúcar e da exportação da borracha, Cuiabá conheceu período de profunda estagnação econômica. A cidade passou a estado de praticamente de isolamento, não se operando nela nenhuma mudança urbana significativa por longo tempo.

Em contrapartida, as reformas no prédio de entorno e a construção da Praça da República, delineou-se um novo perfil para a área central da cidade, acontecendo assim uma forte pressão para a alteração da fachada colonial da Catedral. No ano de 1929, o governador Mário Corrêa adicionou o templo religioso entre suas reformas embelezadoras. Essa reforma alterou completamente a fachada da Catedral, pois se demoliu a cúpula da torre, que foi elevada a 15 metros, e se ergueu outra torre na lateral oposta (imagem 3). Esse discurso de modernização acabou sendo um dos principais argumentos para se elaborar a proposta de demolição da Catedral em 1968, junto com a proposta de construção de uma Nova Catedral pensando na modernização da cidade.

Por volta de 1968 as frentes pioneiras do norte mato-grossense já haviam transformado Cuiabá na base urbana regional de apoio ao processo de expansão. Em função desse crescimento foram tomadas as seguintes medidas urbanísticas na cidade de Cuiabá: a abertura de um amplo corredor, a partir da Igreja do Rosário até o Porto, com a canalização do córrego da Prainha, a construção de pontes de concreto, a abertura de pistas laterais, o asfaltamento e a arborização da Avenida 15 de Novembro até a Ponte Júlio Müller, a iluminação a vapor de mercúrio; e a construção da primeira e acanhada rodoviária de Cuiabá, na Rua Miranda Reis.

Marca essa época a demolição da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e em seu lugar a posterior construção da Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Esta obra, que custou a demolição da velha matriz, alguns ainda hoje lamentam até hoje, “(como seu João Emanuel de 78 anos, diz que foi muito triste ver a igreja que ia com seus pais quando era pequeno, ser demolida)”.

“Disseram na época que a igreja estava caindo, o que não era verdade. Ela só tinha uma parede que estava adernando para fora. Dom Orlando Chaves, era o arcebispo, demoliu a catedral utilizando-se de um discurso da modernidade, que Cuiabá precisava ser modernizada para continuar sendo capital do estado”, comentou a historiadora Leila Borges de Lacerda. Entrevista ao Jornal MTTV.

Apesar do anseio de modernidade de alguns políticos e do arcebispo a reação dos fiéis não foi muito positiva a essa mudança. Tentando mudar essa ideia de destruição alguns políticos tiveram a ideia de convidar a população a participar da escolha desta fachada através de folhetos que apresentavam dois desenhos um com uma fachada em estilo moderno e outro em estilo clássico que foi a escolha, conforme divulgado no jornal “A Cruz” a escolha foi feita através de votos que eram cobrados o valor de 20 cruzeiros que seriam utilizados em benefício da construção da nova Igreja.

Mesmo com essa votação da população muitos acreditava que a primeira igreja de Cuiabá, seria descaracterizada, levando essa reforma a ser feita de trás para frente com a fachada sendo a última a receber essa modernização. Apesar de a demolição ter ocorrido há quase 60 anos, o fato é contado pelos moradores até hoje para aqueles que chegam à Capital. Como aquele pensamento modernizante vigente na década de 1960, afirmado pelo Dom Orlando Chaves, que suas paredes estavam desmoronando, tomou-se a decisão de demoli-la, derrubando-a totalmente, com cerca de duas descargas de dinamite, em 14 de agosto de 1968, ato que por vários anos foi lembrado e lamentado.

Seu antigo relógio, da marca Michelini, pode ainda ser visto hoje no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso. Além de outros itens muito importantes da edificações cuiabanos são tão nostálgicos, entre eles temos:

Nas igrejas, os retábulos são geralmente peças de madeira ou mármore, que ficam por trás ou acima das mesas dos altares e que são construídos por diferentes materiais e estilos artísticos.

A antiga catedral dispunha de cinco altares esculpidos em madeira, sendo dois laterais, dois colaterais e uma central, dos cinco apenas quatro sobreviveram ao tempo e puderam ser remontados e tombados no dia 30 de novembro de 2011 pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, como patrimônio nacional. Os altares possuem 8 metros de altura por 4 metros de comprimento e suas peças trazem aspectos individuais que são autoportantes podendo ser encaixadas e desencaixadas no conjunto de forma que desenha e compõem os retábulos.

Os altares icônicos da Igreja Matriz

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O Altar em estilo Neoclássico do século XIX, trabalhado em madeira cedro rosa, com pintura policromada na técnica marmorino e douramento, com esses elementos estruturais que remetem ao classicismo, a talha neoclássica preza a simetria, a simplicidade das formas, conforme se pode ver, sobretudo na pilastra e na meia-coluna.

As pilastras são lisas e retilíneas, bem como suas bases de sustentação, que além de serem simetricamente iguais estão colocadas em posição oblíqua. Com as colunas e os capitéis jônicos ocorre a mesma coisa: são simétricos e colocados de modo que apareçam opostos entre si. Já o coroamento, cujo aspecto atual está desfigurado pelo o desgaste do tempo, em parte pela montagem incompleta, em parte também por conter peças refeitas- evoca a tradição maneirista, tanto pelas variações nos motivos ornamentais quanto pelos corpos contorcidos dos anjos.

Os elementos decorativos também são característicos do classicismo, com as guirlandas e arabescos, em proporção simétrica, com douramento contido e às vezes surgem tons de rosa e azul em imitação de mármore, preza a simetria e a simplicidade das formas, sintetizando a estrutura e na superfície, na uniformidade, proporção, verticalidade e horizontalidade, o Altar Lateral Direito é dedicado a São Miguel e Almas, onde às vezes alternava a exposição com o Sagrado Coração de Jesus.

O Altar em estilo Barroco-Rococó, datado do século XVIII, expressa alegria e apresenta como características o excesso de curvas caprichosas, a profusão de elementos decorativos como flores e folhagens, no intuito de conferir elegância à obra, com cores claras e douramento.

Esse Altar é dedicado a Santa Terezinha, onde em tempos remotos ficava a imagem do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Ficava encostado na parede esquerda da única nave (nome dado a uma pequena abertura para encaixar os altares), da antiga igreja Senhor Bom Jesus de Cuiabá, trabalharam na execução importantes nomes da arte sacra brasileira como os escultores, douradores e pintores Antônio Cândido de Borba e Sá e João Marcos Ferreira de São Paulo, José Joaquim da Veiga Vale e seu filho Henrique Veiga Vale de Goiás, além do Cuiabano José da Silva Nascimento.

É um retábulo de madeira cedro-rosa com douramentos, composto por numerosas peças ensambladas, fixadas atualmente com parafusos. Trata-se de uma “telha baixa”, cuidadosamente trabalhada, com os diferentes motivos elaborados de forma esquemática. Quanto ao estilo, apresenta uma linguagem formal própria do barroco rococó. O repertório ornamental se compõe basicamente de guindastes de flores, dos caules com folhas nas colunas torsas, de séries de borlas e de volutas com cartelas com enfeites fitomórficos.

Tanto as figuras dos quatro serafins na base como as dos dois na moldura da tribuna e o coroamento, e também dos dois anjos à esquerda e à direita do baldaquino da tribuna respondem a um mesmo modelo antropomórfico adocicado. O reduzido leque ornamental e sua organização espaçosa parecem concebidos para destacar as imagens.

Já os retábulos Barrocos, datados do século XVIII, que faziam parte daquele que ficou conhecido como Altar de Sant’Anna e Nossa Senhora da Conceição e ficava um na lateral direita e outro na esquerda em posição diagonal ao Arco do Cruzeiro,   e apresentam clara  tendência   vertical, com planta ondulada, de aparência côncava. Os retábulos, idênticos, foram talhados em cedro-rosa. O conjunto está composto por numerosas peças que podem ser ensamblados.

Cada um dos motivos está trabalhado com autonomia, eles denotam uma forte tendência naturalista. As figuras, em particular a representação das pequenas cabeças de anjos nas pilastras centrais, com rasgos fisionômicos definidos, fazem supor um mestre entalhador de tradição culta.

A Nova Matriz

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No lugar da antiga igreja foi construído um templo novo, de concreto armado, obra que começou pela capela-mor, aos fundos, antes mesmo da demolição completa da antiga igreja, e foi inaugurada em 24 de maio de 1973. Ela foi declarada basílica menor em 15 de novembro de 1974.

É a partir de sua reconstrução que a Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus do Cuiabá passa a ser o que ela é o que conhecemos hoje, com suas características modernas e as suas duas torres com um relógio em cada.

Dentro da atual Igreja da Matriz, encontramos as imagens do Padroeiro, da Imaculada Conceição e o crucifixo da cátedra do bispo, originais do século

XVIII. Sua estrutura é composta por três altares e três andares: o térreo da igreja, onde as missas são realizadas, com capacidade para 800 pessoas sentadas (imagem 7), no primeiro andar funciona uma lavanderia, no segundo salas de reuniões, e no terceiro e quarto andar funcionam a casa paroquial.

Em uma cripta localizada no subsolo da igreja, como acesso livre para visitação, estão enterradas grandes autoridades da igreja católica de Mato Grosso como os fundadores de Cuiabá, tais como: Pascoal Moreira Cabral e Miguel Sutil de Oliveira, além dos arcebispos Dom Orlando Chaves, Dom Carlos Luiz D’ Amaur e o cuiabano Dom Francisco de Aquino Corrêa.

https://www.museudeartesacra.org.br/exhibition/os-retabulos-da-antiga- catedral-senhor-bom-jesus-de-cuiaba/

https://www.cuiaba.mt.gov.br/evolucao-urbana/evolucao-urbana/7932

https://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/10074/img-11.jpg

https://olivre.com.br/arquitetura-historia-e-fe-conheca-as-igrejas-historicas-de- cuiaba

HONÓRIO CORREIA RIBEIRO, Felipe. IN: RETÁBULOS DA ANTIGA MATRIZ DO SENHOR BOM JESUS DE CUIABÁ: Produção de material didático para educação patrimonial. 2018

LE GOFF, Jaques. Memória. In: MEMORIA: História e Memoria. SP: Editora Unicamp. 2013. P. 387-440.