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Usuário(a):Thuany Trabuco/Testes

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Testes Supraliminares[editar | editar código-fonte]

Assim como o Teste Weber, os testes supraliminares são exames complementares que servem para confirmar os resultados obtidos na audiometria e imitanciometria.

Em sua grande maioria, são executados acima do limiar auditivo do paciente, permitindo um diagnóstico diferencial entre as perdas auditivas cocleares (mau funcionamento das células sensoriais da orelha interna) e retrococleares (mau funcionamento do nervo auditivo), permitindo assim, um diagnóstico do local anatômico da lesão (topodiagnóstico) das perdas neurossensoriais.

Perdas neurossensoriais levam a distorções no campo auditivo, as quais geram o aparecimento de fenômenos importantes que foram observados e que o estudo permitiu o desenvolvimento destes diferentes testes. As distorções do estímulo sonoro que estes pacientes com distorções neurossensoriais podem apresentar são:

  • Diplacusia: alteração da sensação de frequência. O estímulo é captado em uma zona da membrana basilar diferente daquela onde suas características espectrais provocariam a deformação máxima. Indica uma lesão coclear. Sua suspeita é feita pela queixa do paciente de ouvir "mais fino" ou "fanhoso" do lado afetado.
  • Recrutamento: aumento anormal da sensação de intensidade. Os pacientes que referem não escutar alguns sons de baixa intensidade e se forem emitidos mais fortes são percebidos como sons realmente intensos e até mesmo incômodos. No limiar os sons são percebidos igualmente. Se apresentarmos 50 dB NS no ouvido melhor e 25 dB NS no ouvido pior e o paciente referir que eles tem a mesma intensidade, podemos dizer que o paciente é recrutante pois necessitou de 25 dB em seu ouvido para ter uma sensação sonora semelhante ao outro ouvido onde foram necessários 50 dB.
  • Adaptação: diminuição da sensibilidade auditiva frente a um estimulo contínuo. Indica lesão retrococlear.

Testes para pesquisa do recrutamento[editar | editar código-fonte]

  • Alteração dos limiares do reflexo estapediano (Metz): quando o reflexo estapediano se revelar com estimulo menor que 60 dB acima do limiar auditivo, sugere-se patologia coclear, mas não exclui retrococlear.
  • Teste de Fowler: baseia-se nas impressões subjetivas que o paciente tem quando compara a sensação de intensidade de um tom entre as duas orelhas. A orelha recrutante necessita de menor incremento de intensidade que a normal para ter o mesmo nível de sensação auditiva. Em pacientes com perda neurossensorial, à medida que se aumenta o estímulo na orelha referência, necessita-se de menor quantidade de energia para que haja equiparação de volume no lado pior.
  • Teste de Reger: consiste no mesmo procedimento do teste de Fowler, mas se diferem pelos os estímulos serem apresentados no mesmo ouvido, portanto denominado monoaural, e os dois estímulos diferem em freqüência, portanto, denominado bitonal. A indicação clínica para a aplicação deste teste baseia-se em perdas auditivas neurosensoriais simétricas e queixa de diplacusia quando é feita a aplicação do teste de Fowler.
  • Teste SISI (Short Increments Sensitivity Index): técnica para medir a habilidade do paciente em detectar pequenas mudanças de intensidade. Realizado oferecendo ao indivíduo um tom puro de 20 dB acima do limiar numa determinada frequência. São dados incrementos de 1 dB a cada 5 segundos, até que se tenha um total de 20 incrementos. O paciente deve responder toda vez que perceber esse aumento. Feito o teste é calculado o percentual de incrementos reconhecidos pelo paciente.

Teste para pesquisa da adaptação[editar | editar código-fonte]

  • Decay do Reflexo: reflete deterioração do reflexo do estapédio. O exame consiste em emitir o tom de 1000 Hz, 10 dB acima do limiar do reflexo para esta frequência, durante 10 segundos. Se houver uma deterioração de 50% na amplitude do reflexo em menos de 5 segundos, considera-se a prova positiva e portanto existe uma queda patológica do reflexo indicando uma possível lesão retrococlear. Nas lesões cocleares, o declínio da amplitude da resposta é mais acentuado do que nas orelhas normais, mas não chega a atingir 50% nos primeiros 10 segundos de estimulação.
  • Tone Decay Test (prova de fadiga auditiva): é um valioso instrumento para o diagnóstico de patologias retrococleares. O objetivo deste teste deve ser o de identificar pessoas com suspeita de patologia retrococlear e servir como referência para posterior confirmação e diagnóstico. Estimula-se a orelha nas frequências de 1.000, 2.000 e 3.000 Hz, com uma intensidade de 10 dB acima do limiar tonal do paciente, durante 60 segundos. O indivíduo deve informar o momento em que para de perceber o som. Se a chamada "deterioração do limiar tonal" ocorrer antes de 60 segundos, aumenta-se 5 dB sem interromper o sinal, e reinicia a contagem do tempo até que ocorra a perda da percepção do estimulo por um minuto seguido. A deterioração do limiar em 15 a 20 dB em 60 segundos sugere lesão coclear ou retrococlear, já a deterioração acima de 20 dB em 60 segundos sugere lesão retrococlear.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. SEMINARIO, 2005, -. Provas Auditivas I [...]. [S. l.: s. n.], 2005. Disponível em: https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_22.pdf. Acesso em: 4 out. 2022.
  2. QUAIS SÃO OS GRAUS DE PERDA AUDITIVA?. [S. l.], [200-]. Disponível em: https://aeraparelhosauditivos.com.br/graus-de-perda-auditiva/#:~:text=j%C3%A1%20a%20perda%20auditiva%20retrococlear,transmiti%2Dlos%20para%20o%20c%C3%A9rebro. Acesso em: 4 out. 2022.
  3. EXAMES Audiológicos. [S. l.], [200-]. Disponível em: https://www.seaffono.com/servi%C3%A7os/avalia%C3%A7%C3%A3o-audiologica-clinica/. Acesso em: 4 out. 2022.
  4. Russo, I. C. P. et al. Testes para diagnóstico diferencial: distúrbios cocleares versus retrococleares In: Momensohn-Santos, T. M; Russo, I. M. C. (org). Prática da audiologia clínica. 8º ed. São Paulo, Cortez, 2011, p.155-187.


AUDIOEDUC[editar | editar código-fonte]

Avaliação das Habilidades Auditivas e de Linguagem[editar | editar código-fonte]

INTRODUÇÃO[editar | editar código-fonte]

O desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem ocorrem nos primeiros anos de vida, pois a maturação do sistema auditivo central ocorre neste período, proporcionando maior plasticidade, assim permitindo o estabelecimento de novas conexões neurais que são de extrema importância para um desenvolvimento típico da audição e da linguagem, por esta razão este período é considerado crítico. [1]

O acompanhamento do processo da audição de crianças em desenvolvimento em idade escolar é necessário, pois o desempenho típico dos processos auditivos periféricos e centrais permitem que as funções de receber, transmitir, perceber, relembrar os sons e integrar as experiências sonoras, promovam a comunicação e interação social. [1]

A qualidade do desenvolvimento da aprendizagem está diretamente ligada à maturação das habilidades auditivas, pois a forma que entendemos e percebemos as mensagens que estão sendo transmitidas é um fator decisivo para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Sendo assim necessário que as habilidades de detecção, discriminação, localização, reconhecimento e compreensão dos sons estejam íntegras, assim como a sensação, memória para os sons e atenção, para que ocorra um bom desempenho no desenvolvimento da alfabetização. [1]

RELAÇÃO DAS HABILIDADES AUDITIVAS COM A LINGUAGEM[editar | editar código-fonte]

Com o desenvolvimento das habilidades auditivas, ocorre a melhora no processo da linguagem oral bem como da compreensão e ajuda principalmente as crianças, a dar significado ao mundo.

O completo funcionamento das estruturas responsáveis pela audição é de suma importância para aquisição e desenvolvimento da linguagem. A criança apenas estará apta para abranger e reconhecer a fala após compreender, entender, detectar, discriminar, localizar sons, memorizar e integrar as experiências auditivas.

Uma pequena alteração na via auditiva faz com que a criança possua dificuldades não só para ouvir, mas para compreender e entender o som e tudo ao seu redor, ocasionando grandes prejuízos na aquisição e desenvolvimento da linguagem.

O QUE E QUAIS SÃO AS HABILIDADES AUDITIVAS[editar | editar código-fonte]

As habilidades de processamento auditivo são funções do sistema nervoso auditivo central executadas para compreendermos e utilizarmos os sons que recebemos, de maneira eficiente e efetiva.

As habilidades auditivas são:

  • Detecção: Habilidade perceber a ausência e presença de som
  • Discriminação: Discriminar dois ou mais estímulos sonoros;
  • Figura Fundo: Habilidade de compreender sons de fala em presença de outros sons competitivos.
  • Reconhecimento: Identificar o som e a fonte sonora com a capacidade de nomear e/ou classificar o som que ouviu
  • Localização: Habilidade de localizar onde está origem sonora
  • Fechamento: Habilidade de compreender o todo quando parte da informação sonora está ausente ou distorcida
  • Sensação sonora: Habilidade de perceber a intensidade, frequência e duração de um som
  • Compreensão: É o ato de estabelecer relações entre o estímulo sonoro produzido de outros ambientes a do seu próprio comportamento
  • Memória: Habilidade de armazenar diferentes estímulos auditivos
  • Síntese ou integração Binaural: Habilidade para reconhecer estímulos sonoros diferentes, apresentados de forma não simultânea, mas complementares ou em sequência em ambas as orelhas
  • Atenção: Acompanha um estímulo mesmo que atenção primária esteja em outro estímulo.

COMO AVALIAR AS HABILIDADES AUDITIVAS[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, por meio de uma triagem escolar e avaliação simplificada do processamento auditivo, procedimentos de fácil aplicabilidade, onde é possível identificar facilmente as dificuldades encontradas na criança. Estas, podem ser encaminhadas para uma avaliação mais detalhada e possível estimulação das habilidades auditivas.

É fundamental salientar a importância de como desenvolver essas habilidades auditivas através de atividades de múltiplas escolhas, iniciando com onomatopeias, vogais, consoantes, palavras, frases, quando estiver numa fase mais avançada, o paciente deve repetir o que ouviu, estimulando assim a compreensão.

Qualquer alteração em uma das habilidades auditivas pode trazer comprometimento e interferir na comunicação do indivíduo. Dessa forma, diante de alguma dificuldade é necessário procurar um profissional capacitado.

REFERÊNCIAS[editar | editar código-fonte]

  1. https://fjh.fag.edu.br/index.php/fjh/article/download/75/92/#:~:text=As%20habilidades%20auditivas%20envolvidas%20no,degradados%20(BELLIS%2C%201997).
  2. https://www.direitodeouvir.com.br/blog/habilidades-auditivas-e-linguistica#:~:text=As%20habilidades%20auditivas%20s%C3%A3o%20desenvolvidas,processos%20de%20ouvir%20e%20comunicar.
  3. https://www.eauriz.com.br/9-habilidades-auditivas-realizadas-pelo-cerebro/