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Madeira | |
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O Rio Madeira em Porto Velho. | |
Bacia Amazônica com a localização do rio Madeira | |
Comprimento | c. 3.315 km Posição: 17 |
Nascente | Cordilheira dos Andes, Bolívia |
Foz | Rio Amazonas |
País(es) | Bolívia Brasil |
País da bacia hidrográfica |
Peru Bolívia Brasil |
FEST LENDAS - FESTIVAL DE LENDAS DE NOVO ARIPUANÃ
Introdução
FEST LENDAS é um festival folclórico onde são apresentadas danças, quadrilhas e cirandas, baseadas em Lendas,
Contos, Fábulas e Mitos indígenas e, em histórias inventadas pelo povo amazonense. Estas expressões culturais
trazem como referência, narrativas regionais que contam crônicas de confronto entre povos, batalhas do bem contra o mal,
surgimento do mundo, entre outros assuntos. As coreografias e encenações do espetáculo transmitem com criatividade as
tradições do folclore regional brasileiro.
O evento ocorre anualmente no município de Novo Aripuanã, Amazonas, no último final de semana do mês de julho,
durante três noites de apresentações. A festa é realizada no Centro Cultural Bráulio Pinto, localizado na
Rua Coronel Paes, centro da cidade de Novo Aripuanã.
O objetivo da festa é apresentar as diversas manifestações artísticas do povo Tucumaense (nascido no município
de Novo Aripuanã) através de danças, feira de artesanato, exposição de artes plásticas e parque temático.
Promovendo a interação da população entre si e com a cultura regional.
Breve Histórico
O evento surgiu no ano de 1996 organizado pelo Grupo de Jovens Tucumaenses (GJT).
Inicialmente foi denominado como Festival de Danças de Novo Aripuanã (Fest Danças).
Após algum tempo recebeu o nome de Festival de Danças Folclóricas de Novo Aripuanã (FECDAF)
e em meados do ano de 2006 passou a ser chamado de Fest Lendas. A Secretaria de Turismo,
Cultura e Desporto de Novo Aripuanã é o órgão público responsável pelo evento.
O município de Novo Aripuanã está localizado na região sul do estado do Amazonas, às margens do
Rio Aripuanã que é afluente do Rio Madeira. Está distante cerca de 230 quilômetros da Capital, Manaus.
A cidade está cercada pela floresta amazônica e tem o Rio Madeira como principal via de acesso.
Organização do Festival
O festival é planejado com cerca de oito meses de antecedência, a Prefeitura junto com os líderes das agremiações
(que possuem em torno quatrocentos integrantes cada) definem as ações para preparação do evento, que recebe todos
os anos cerca de cinco mil pessoas nos 600m2 do Centro Cultural Bráulio Pinto do Nascimento (Lendódromo).
O Festival Fest Lendas além de resgatar as raízes e da cultura local, também visa movimentar a economia da região,
o município possui vinte hotéis na área urbana e dois hotéis de selva totalmente integrados a floresta amazônica,
oferecendo uma boa infraestrutura aos turistas, inclusive, com diversas possibilidades de passeios.
Sequência das Principais Atrações
As apresentações das agremiações iniciam às 21 horas e logo após o seu término o espaço é disponibilizado às bandas da região que finalizam o evento por volta das 04h30min.
- No primeiro dia do festival as três Quadrilhas se apresentam com um tempo total de 2 horas, tendo cada agremiação 40 minutos de muita energia e euforia.
- No segundo dia, as Cirandas entram em cena com um tempo limite de 45 minutos para mostrarem sua ginga e encanto.
- No terceiro dia é a vez das Lendas apresentarem em forma de dança e encenação as histórias do povo amazonense. Para isso cada grupo possui 1 hora e 10 minutos de muita alegria e criatividade.
Agremiações
As agremiações do Fest Lendas competem com suas melhores fantasias e representação temática.
Quadrilhas
- Quadrilha Teatral
A agremiação foi criada em julho de 1996 por Joanice Colares Branco, com o intuito de incentivar os jovens catequistas da Paróquia Nossa Senhora da Conceição a manter as atividades religiosas no recesso escolar. O nome “Teatral” foi escolhido em virtude do grupo ter participado do grupo de teatro da igreja local.
- Quadrilha Espalha Brasa
Esta quadrilha surgiu de uma iniciativa cultural realizada na Escola Estadual Guilherme Buzaglo em junho de 2003. Idealizada por Adenilson Gomes de Lima e Francisco Carlos Ferreira Gouvêa que decidiram intitulá-la de Espalha Brasa, por estar relacionada as fogueiras da festa junina.
- Quadrilha Machões da 14
Em abril de 2001 essa agremiação deu inicio as suas atividades ao participar de uma evento cultural preparado pela agremiação Lenda Tucumã. O nome Machões da 14 foi adotado pelo fato de todos os integrantes serem homens e em consideração a um de seus criadores, que admira o dia 14 por um fato ocorrido com ele nesta data. Foi criada por Cleuter Menezes, Raimundo Fonseca, Roberto Carlos da Fonseca, Leno Carvalho, Adriano Pavão.
Cirandas
- Ciranda do Amor
Criada em março de 1997 para interagir em um evento da escola Professor Canamary Gualberto; por Neumice Regis Pinto, Antenor do Nascimento Brazão Filho; com objetivo de participar de evento da Escola Professor Canamary Gualberto; o nome DO AMOR, porque foi uma homenagem a um casal, brincantes da ciranda, que se tratavam carinhosamente de “amor”.
- Ciranda Raça Aripuanense
Criada em 20 de agosto de 2000, na época Ciranda Raça Verde; tornou-se Raça Aripuanense em 20 de agosto de 2003; criada por Márcio Brasil Ribeiro, Maria Kátia Regis Pinto, Doracy Magalhães, Gilmar Palheta, Márcio Botelho, Francy Melo, Ruy Rei, Josivan Campos, Cleber Aroucha, Frans José Santana; com objetivo de proporcionar entretenimento e alegria através do brilho, beleza e gingado de uma ciranda, além de gerar renda as costureiras locais que confeccionam as roupas dos “cirandeiros”; o nome RAÇA ARIPUANENSE para divulgar o orgulho de ser filhos de Novo Aripuanã.
- Ciranda Jovens Unidos
Criada em 25 de abril de 1998; por Jubson Coutinho; com objetivo de participar do 3º Fest Danças, hoje Fest Lendas, proporcionando encanto, alegria e emoção através da dança envolvente dos “cirandeiros”; JOVENS UNIDOS, porque na época o fundador convidou todos os moradores do bairro Nossa Senhora da Conceição para uma reunião e entre os que foram, a maioria, eram jovens. Esses se uniram e criaram o histórico, o enredo, as confecções necessárias para apresentação dessa ciranda.
Lendas
- Lenda do Tucumã
Criada em 27 de maio de 1997 com o objetivo de apresentar a cultura do município. O nome Tucumã foi uma homenagem a fruta típica do município de Novo Aripuanã.
- Lenda do Jurupary
Esta agremiação foi criada em 04 de abril de 1999 com objetivo de divulgar as raízes indígenas da população aripuanense; JURUPARY, na língua tupi significa o enviado do sol, o guardião da floresta; um índio que veio trazer paz e harmonia para um povo que sofria.
- Lenda do Apurinã
A denominação foi criada em maio de 2002, por meio de um trabalho escolar, no qual, alguns alunos do município de Novo Aripuanã teriam que criar uma lenda. A história foi aprimorada pelos docentes e encaminhada para participar do Fest Danças no ano de 2002.
Principais Lendas da Região
Lenda do Jurupari
Lenda da cultura indígena tupi ao que tudo indica do século XIX, Jurupari é um Deus que habita as margens
do Rio Negro e é dado com um espírito do mau. Há diversas vertentes desta mesma lenda. A mais difundida e
que há mais referencias é que Jurupari foi enviado em busca de uma esposa perfeita para o Sol mas não logrou
êxito na sua busca.
Passou a viver na terra e estabeleceu algumas normas de condutas entre os homens, entre elas a monogamia,
conceitos de higiene, alguns costumes como festas e outras obrigações morais que seguimos até hoje.
São elas: aguardar o casamento ainda virgem pra as mulheres, não cobiçar a mulher do próximo, não
prostituir-se, não trair, casamentos devem permanecer até a morte de um dos cônjuges, o homem deve trabalhar
e sustentar sua família.
Lenda do Tucumã
Algumas tribos amazônicas acreditam que no início dos tempos não havia noite, somente o dia.
Somente as nuvens eram um refresco para tanta luz e calor. Na verdade, não é que não existia
a noite, ela existia, mas estava escondida no fundo do rio Amazonas, presa pela temível Cobra-Grande.
Cobra-Grande tinha uma filha, e o esposo dela vivia chateado por ela não querer dormir com ele,
pois segundo ela, ainda não era noite para se deitar. Sem conseguir consumar o casamento, o
marido questionou a esposa de quando seria noite então. Ela respondeu que a mãe saberia, pois a
guardava dentro de um coco de Tucumã.
Ele mandou então três serviçais encontrar com a Cobra-Grande que entregou aos três, o coco selado
com cera de abelhas. Disse ela aos três, que dentro do coco estava o que eles tinham ido buscar,
mas que não podiam abri-lo, senão a noite escaparia. Somente a filha poderia abrir o coco.
Durante o retorno dos três serviçais, o coco começou a vibrar e emitir sons estranhos.
Mesmo sendo instruídos pela Cobra-Grande que não deveriam abrir o coco, a curiosidade foi maior
que o medo. Pararam a canoa em que viajavam no meio do rio, acenderam uma fogueira, derreteram a
cera e abriram o coco. De dentro dele escaparam uma enorme nuvem negra e milhares de sapos e grilos.
A noite então se espalhou por todos os lados.
A filha da Cobra-Grande ficou furiosa, pois agora teria que conseguir separar o dia da noite.
Criou então pássaros para cantar ao nascer do dia e pássaros para cantar à tarde e ainda outros
pássaros para alegrar o dia e diferenciá-lo da noite.
Não apenas a noite tinha surgido, mas também diversas mudanças tinham ocorrido na natureza.
Pedras e tocos haviam se transformado em peixes e patos. Novas espécies de bichos tinham
surgido e o marido da filha da Cobra-Grande tinha se transformado em uma galinha preta de penas esverdeadas.
Apesar disto, a esposa ficou muito feliz, pois a partir deste momento, sempre que amanhecesse
ele poderia acordar ela cantando. Os três serviçais também haviam sofrido metamorfose se transformando
em três macacos de boca preta por causa da fumaça e risca amarela pela cera derretida e ainda como castigo,
ficariam pulando de galho em galho de dia e de noite até o final dos tempos.
Lenda do Apurinã
Mitos Novo Aripuanenses e com o histórico Lenda do Apurinã, o guereiro mura: Contam que a muitas luas passadas,
diziam os nossos antigos, que aqui viviam filhos e netos, combatentes guerreiros de Apurinã. A história começa
no Alto amazonas, em território distintos e diferentes, moravam lá duas tribos conhecidas por: Tribo das Amazonas
e Tribo dos Kiowas. A Tribo das amazonas era uma raça típica de mulheres lendárias e bravas guerreiras, que não
permitiam a convivência com outras espécies do sexo oposto, a não ser na época do acasalamento que celebravam
apenas como forma de procriação, para assim aumentar e proliferar seu grupo, somente as Índias permaneciam na
tribo enquanto os nascidos índios eram sacrificados. Damã, filha primogênita da cacique da aldeia, preparada
dentro dos costumes para preservar e respeitar as culturas e tradições de sua nação, a qual teria recebido benção
de sua mãe para representá-la e substituí-la como chefe da aldeia. Na Tribo dos Kiowas, índios e índias, pacíficos
donos da mata. Rios, caças e peixes, suas culturas ancestrais perpetuam-se, nas danças e crenças, nos mitos, na
apresentação dos arcos e flechas, com um riscado roxo espalhados no corpo, com enfeites de penas coloridas. Em seus
rituais clamavam por seu deuses para proteger e prosperar sua nação. Onde Apurinã, filho do cacique e herdeiro da
casta sagrada destacava-se por sua coragem, bravura, astúcia e liderança.
Num certo dia, o guerreiro Apurinã, nas suas caçadas rotineiras, sem se dar conta adentra o território das Amazonas,
deparando-se com uma bela cunhã por nome de Damã, no meio da mata, que por encanto num relance de olhar surge uma
grande paixão, "um amor proibido", pelos custumes das amazonas. A guerreira profana seus costumes e se entrega ao amor.
A mando da cacique, Damã era vigiada pela indiazinha Uratê, como forma de prepará-la para preservar e perpetuar os
costumes e tradições de sua tribo. Uratê, ao saber do romance de Apurinã com Damã não guarda segredo e conta à cacique
o ocorrido. Os dois amantes vencidos pela força da paixão foge para o território Kiowas, longe da ira das Guerreiras
Amazonas, sabendo a cacique do fato, reúne suas guerreiras e partem para o território Kiowas no intuito de
resgatar sua filha e matar Apurinã.
O cacique da tribo dos Kiowas, sabendo da vinda das guerreiras amazonas, chama seu filho Apurinã e pede para que ele
fuja para o Baixo amazonas na região baixa do Rio Madeira, próximo de um rio de águas claras com lindas palmeiras,
farto de alimento para sua sobrevivência e prosperidade de sua descendência, mas que tomasse muito cuidado com uma
bela mulher, a "Iara Mãe D´água", que com o poder de seu canto, seduz e encanta os homens levando-os para o fundo dos rios.
Cede então a Apurinã alguns guerreiros para sua proteção, enquanto tentaria combater a fúria das Guerreiras Amazonas,
e diante das várias e longas batalhas são vencidas pela bravura das índias guerreiras, que seguem sua busca.
Apurinã já instalado nas redondezas de nosso torrão, numa de suas pescarias costumeiras, acompanhado de dois guerreiros,
encontra-se com a linda mulher de quem seu pai havia dito, foi então que curiosos e destemidos, tentando desvendar seus
mistérios, são seduzidos pela beleza e sinfonia de seu canto estando os três guerreiros hipnotizados mergulham nas
profundezas das águas, encantando-se por Iara a Mãe D´água.
Pajé, o imponente feiticeiro, incumbido pelo pai de Apurinã de proteger seus guerreiros, e sendo capaz de conversar
com os espíritos, toma conhecimento de que as Amazonas venceram a batalha contra os Kiowas e continuam a sua busca
de vingança contra o "amor proibido" e sabendo do encanto de Apurinã pela Iara seus guerreiros resolvem fazer um
ritual para desencantá-los das profundezas do rio para liderar no combate às Amazonas em defeza de seu território,
porém o pajé só consegue desencantar um guerreiro que vem em forma de jacaré, e é transformado, novamente, em humano.
Somente Apurinã não consegue ser desencantado, pois tinha se tornado o preferido da Iara. Mesmo assim ele encontra
uma maneira de ajudar seu povo e vem na forma de uma grande cobra, ele continua sendo o guardião eterno desse território,
morando em um de seus furos, denominado Laguinho, atualmente sua vasta obra são fontes de alimentos e de grandes riquezas
animais, vejetais e minerais para sustento desse povo até os dias de hoje.
Damã, por sina e destino torna-se chefe de uma nação de entrelaços culturais, entre dois povos que passou a chamar
através dos tempos de Apurinã, que significa rios de águas claras, de muitas palmeiras e várias belezas.
Bibliografia
- FRANCHINI, A.S. As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro. 1ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2011.
- A Lenda do dia e da noite. <http://www.euniverso.net.br>. Disponível em: <http://www.euniverso.net.br/mundo-psi/a-lenda-do-dia-e-da-noite>. Acesso em: 30 de setembro 2014.
- Começa XVIII Festival Folclórico de Novo Aripuanã. <http://acritica.uol.com.br/> Disponível em: <http://acritica.uol.com.br/noticias/-Manaus-Vida-Cultura-floclore-Comeca-XVIII-Festival-Folclorico-Aripuana-Festlendas_0_962303803.html#.VA0GOAoYdc8.facebook>. Acesso em: 07 de setembro de 2014.
- Fest Lendas. <https://www.facebook.com> Disponível em: <https://www.facebook.com/FestLendas?fref=ts> Acesso em: 07 de setembro de 2014.
- Tucumã - O surgimento da noite. <https://www.ame-rio.org>. Disponível em: <http://www.ame-rio.org/2010/07/tucuma-o-surgimento-da-noite.html>. Acesso em: 30 de set. 2014.
- Folclores e lendas. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/folclore.htm>. Acesso em 03 out. 2014.