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Usuário(a):UlyssesMariano/Testes

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Coronel Onofre Augusto de Paula (Chácara, 2 de outubro de 1881 - Chácara, 14 de outubro de 1930) filho de Antônio Cassiano Augusto de Paula e de Maria José Ernestina de Andrade, neto de Francisco Inácio de Andrade Goulart, Barão de Mar de Espanha herdou de seus antepassados a nobre virtude do trabalho e um intenso amor ao civismo, que lhe angariaram o respeito e a amizade de seus contemporâneos. Como fazendeiro, dedicou-se a cultura do café, derrubando matas e formando lavouras. Para industrializar sua produção e de outras propriedades, adquiriu uma possante máquina de café, movida a vapor, gerado em caldeira própria, a qual foi substituída por motores elétricos trifásicos, tendo para isto, obtido com recursos próprios da CME (Companhia Mineira de Eletricidade), a extensão da rede da força motora, até a sede do então distrito de Chácara em 1923.[1] A iluminação pública da localidade, foi consequência dessa iniciativa, trazendo grande estímulo à formação de novas lavouras e ao progresso local. Demostrando ainda seu empenho de trazer para a população chacarense, as inovações conquistadas pelo progresso, construiu e instalou com a ajuda do virtuoso padre Francisco Tambury, para alegria de todos um cinema, verdadeira novidade naqueles tempos de 1923.[2] Provando seu interesse na Educação, conseguiu instalar em Chácara a primeira Escola Pública, tendo como professores Porfírio Luna de Paula e Maria Davina de Paula. Como homem público, exerceu os cargos de Juiz de Paz e Sub Delegado de polícia, além de ser chefe político no então Arraial da Chácara. Casado com Dalia de Melo Paula, deixou cinco filhas e três filhos.

Eleições e Revolução de 30[editar | editar código-fonte]

Pertencia ao partido Prestista, ajudando na organização do comitê de campanha em Juiz de Fora, para a eleição presidencial de 1930, juntamente com pessoas importantes da cidade como Barbosa Lage, Dr. Renato de Andrade e José Cesário Miranda Ribeiro.[3] Em 1 de março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, que era o presidente do estado de São Paulo, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse, em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930. Com o Golpe dado por Getúlio Vargas em 1930, que ficou conhecido como a Revolução de 30, Onofre planejou organizar uma resistência no arraial da Chácara, buscando em Juiz de Fora, grande quantidade de armamento e munição. No dia 14 de outubro de 1930, um domingo, os revoltosos da Aliança Liberal adentraram o arraial à sua procura, sabedores que eram de sua liderança a resistência ali estabelecida. Atiravam para o alto causando grande pânico entre a população. Eram 80 soldados, armados e montados, trazendo todos um lenço vermelho no pescoço, símbolo da Aliança Liberal. Onofre estava na venda de secos e molhados do Sr. Nicolau Falci, seu compadre, que insistiu para que fugisse pelos fundos da propriedade que dava para uma capoeira de difícil acesso para os cavalos. Portando uma carabina e um bornal de munição, Onofre recusou-se a fugir, dizendo que iria enfrentar a tropa. Subindo a rua, entrou na farmácia do Sr. Nicolau Mostaro e ao ver o farmacêutico assustado comentou: - O compadre tá precisando de umas gemadas... Em seguida saiu pelos fundos, ganhando a rua do Capim no intuito de alcançar o morro em frente onde pretendia entrincheirar-se. Sua fuga foi percebida pela tropa que o perseguiu morro a cima. Quando os soldados estavam próximos do fugitivo, gritaram: - Pare para não morrer! O Sr. Onofre parou, ajoelhou-se e gritou de volta: - Um homem de coragem não morre pelas costas. Em seguida, engatilhando a carabina atirou. A tropa abaixou-se em posição de tiro. O tenente Lacerda que liderava o grupo gritou: - Entregue-se que o Sr. não será judiado. Entregue-se para não morrer. Ante a recusa de Onofre que atirava de joelhos, os soldados abriram fogo crivando de balas seu corpo, que caído no chão ali fora deixado por três dias, insepulto, sob a guarda de seus fiéis cães de caça que afugentavam as aves de rapina. Só no quarto dia, a viúva e familiares conseguiram permissão para sepultá-lo no local. [4] Sua morte espalhou o pânico entre a população urbana, que abandonou suas casas e se refugiaram nas propriedades rurais do município. Vários de seus amigos foram presos, torturados e ameaçados de morte, dentre eles Benjamin Antônio Duque e Candido José Oliveira Filho (sinhô Candinho). Seu corpo foi sepultado no local onde tombou morto e posteriormente seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Municipal. A Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, pela Lei n° 1.524, de 25/09/1961 [5], prestou Homenagem Cívica à sua memória, dando a rua principal a denominação de Rua Cel. Onofre Augusto de Paula. 

  1. «Chácara». Jornal O Pharol. 29 de maio de 1923. Consultado em 21 de julho de 2021 
  2. «Energia elétrica e cinema». O Pharol. Chácara: https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=258822&pesq=%22onofre%20augusto%20paula%22&pagfis=40013 
  3. «O momento politico». memoria.bn.br. 31 de outubro de 1929. Consultado em 21 de julho de 2021 
  4. Mostaro, Carlos Décio. Relato de Antônia Falci e Camilo Falci. Juiz de Fora: [s.n.] 
  5. https://jflegis.pjf.mg.gov.br/norma.php?chave=0000005046