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Usuário(a):VfromA/Romano Esteves

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Francisco Romano Esteves (1882 - 1960)

Pintor Português do início do século XX. Tendo sido discípulo de desenho do Mestre Luciano Freire e de pintura do Mestre Columbano Bordalo Pinheiro, na Escola de Belas-Artes que frequentou de 1901 a 1907, Francisco Romano Esteves seguiu assim a corrente de pintura do Realismo e Naturalismo, produzindo um elevado número de quadros em diferentes suportes (tais como óleo sobre tela e sobre madeira, desenhos a carvão), que se encontram em diversas coleções particulares, museus, instituições e também além fronteiras ( Col. Chalons - Bélgica, Col. K. Coqui- Londres, Col. J. Woly - Nova York ).

Por convite do seu Mestre Columbano Bordalo Pinheiro, Francisco Romano Esteves foi nomeado Conservador do Museu Nacional de Arte Contemporânea, cargo este que desempenhou com elevada dedicação e mérito desde 1919 até 1952 ano em que se aposentou. Este artista foi também membro da Direção da Sociedade Nacional de Belas Artes tendo em 1936 sido nomeado presidente desta sociedade.

Em 1945, Francisco Romano Esteves, em conjunto com outros colegas de profissão, fundou o “Grupo dos Artistas Portugueses” que promoveu inúmeras exposições em diversos locais. Durante várias “épocas”, foi o organizador com Augusto de Pina dos Salões de Belas Artes do Casino do Estoril.

Obra[editar | editar código-fonte]

Dos seus quadros, diversos com prémios alcançados, são de realçar: “ O Padre Francisco Cruz “, “ A atriz Palmira Bastos “, “ Saudades do Ausente “, “O Condenado “, “ Os Ex-Homens “, “ Esperando o Fim “, “ O Presidente Carmona“ e diversos retratos da família dos quais se destacam a sua esposa e as suas filhas. Recentemente, foi desenvolvida pela Câmara Municipal de Cascais uma atividade temática cultural em torno do quadro “ A Explicação do Avô “ que se encontra no Museu Condes de Castro Guimarães.

Retrato oficial do Presidente José Mendes Cabeçadas (1957) - autor Romano Esteves

Em 1919, retratou Sidónio Pais, obra esta que se conserva na coleção do Museu da Presidência da República, e Mendes Cabeçadas em 1957.[1]

Legado e Envolvimento na Sociedade[editar | editar código-fonte]

Este artista cedo se interessou e empenhou ativamente nas questões sociais. Ainda como aluno da Escola de Belas-Artes, participou no movimento de contestação estudantil em plena ditadura de João Franco, no final da Monarquia, o que lhe valeu alguns dissabores.

Republicano convicto, foi com apreensão que observou a evolução durante a Primeira República e a forma como o partido de Afonso Costa conduzia a política da época, nomeadamente a desastrosa participação na 1ª Guerra Mundial. Admirador de António José de Almeida e de Machado dos Santos, pelo papel desempenhado por estes na implantação da República, veio contudo a aderir em 1916 ao Partido da União Republicana de Brito Camacho ( Partido Unionista ) e algum tempo depois participou no movimento que levou ao poder Sidónio Pais em 1917.[2]

Mais tarde, em 1926, profundamente desapontado com a política de Afonso Costa, aderiu ativamente ao movimento que levaria Mendes Cabeçadas à Presidência da República.

A sua cultura profundamente enraizada na Religião Católica e na ajuda aos pobres, levou-o a ser um impulsionador das Conferências de S. Vicente de Paulo de que foi Presidente, sendo um permanente defensor dos mais humildes e desprotegidos, o que chegou a levar a que fosse preso por criticar a atuação da Polícia em pleno Estado Novo, e também a conseguir a libertação de um angolano, tratado como escravo em pleno século XX, que residia em condições de vida deploráveis em Cascais. Também foi Irmão de Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, Diretor da Sociedade Propaganda de Cascais[3] e Administrador e Vereador na Câmara Municipal de Cascais, localidade esta onde morou em grande parte da sua vida.  

  1. «MPR - Romano Esteves». www.museu.presidencia.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  2. Andrade, Ferreira (1964). CASCAIS - VILA DA CORTE. OITO SÉCULOS DE HISTÓRIA. Cascais: Edição da Câmara Municipal de Cascais 
  3. «Sociedade Propaganda de Cascais». Sociedade Propaganda de Cascais