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Usuário(a):Yanmota/Testes/Pereira, Mateus Henrique de Faria. (2015). Nova direita? Guerras de memória em tempos de Comissão da Verdade (2012-2014). Varia Historia, 31(57), 863-902.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A memória constitui como elemento importante na fundamentação de valores sócio-culturais, que contribui para uma análise posterior de estruturas de poder, e principalmente verificabilidade de fatos e acontecimentos pelo dispositivo passado-presente. O texto trata da concepção, a partir do recorte da Ditadura de 1964, da memória como um reflexo de questões políticas passadas e presentes. E como tais questões se manifestam nos diferentes espaços de discussões.

O autor, a partir de um estudo sociológico/psicológico, constrói a concepção de que, comunidades de memória, são produtoras de um significado. E que, portanto, a Comissão da Verdade e a Wikipedia constituem-se como elementos vitais de inscrição, mesmo que destituídos do caráter judiciário, no caso da Comissão, ou alimentados de pressupostos de imparcialidade, tratando-se da Wikipedia. Há uma preocupação em não levar o texto para o caminho de uma posição dicotômica entre a reação revisionista e os agentes de memória. Mas sim de extrair de ambos os movimentos , o necessário para elevar a questão da memória como agente importância política no sentido que procura estabelecer valores nacionais.

Portanto, o revisionismo e o negacionismo por parte de setores privilegiados da sociedade, não somente dificultam a inscrição da memória, mas também evidenciam-se por se tratar de reflexos autoritários da nova-direita, ou somente direita como constrói o autor, pelo caráter anti-democrático, no sentido que exclui a possibilidade de diálogos e consequentemente, enfraquece a experiência democrática. Há, além de uma negação da análise dos fatos pela Comissão, uma apropriação de interpretações fundamentalistas que justificam lutas políticas presentes, tratando-se de uma atitude nítida, por parte do autor, de medo e ressentimento à possibilidade de uma fixação de uma memória pública. Cabe a soma de minha própria interpretação, que, os agentes políticos ressentidos exercem ainda mais influência ao estímulo revisionista, no sentido de que se apropriam de forma tradicional e material das estruturas de poder remanescentes de uma enraizada lógica de valorização militar nacional.

Trata-se. portanto, como elemento de importância na inscrição sutil da memória, a Wikipedia e suas discussões, mesmo com busca imparcial, como forma de resistência à onda revisionista e negacionista reacionária. A Comissão da Verdade, como aliada, mesmo sem a permissão de julgamentos, alerta sobre a necessidade da questão de inscrição política da memória, e, aliada aos colaboradores da Wikipedia, realiza-se uma inscrição tênue. Principalmente, ambas levantam o alarde de que são necessários discussões sobre como a lógica de “não inscrição” contribui para manifestações ressentidas do uso do passado.