Usuário:Bageense/Testes/Crise de sucessão no Ministério da Educação do Brasil
A crise de sucessão no Ministério da Educação do Brasil em 2020 refere-se à sucessão de eventos decorridos após a da saída de Abraham Weintraub envolvendo a escolha do próximo titular da pasta. Após a exoneração de Weintraub, o secretário executivo do ministério Antonio Paulo Vogel atuou como ministro de Estado substituto enquanto outros nomes eram anunciados.
Contexto
[editar | editar código-fonte]Em meio a uma investigação da Polícia Federal do Brasil, e em uma possível fuga das responsabilidades para com a justiça[1][2] em 18 de junho de 2020, Weintraub anunciou sua saída do Ministério da Educação em um vídeo com o presidente Bolsonaro em suas redes sociais.[3] Em 20 de junho de 2020 foi publicada sua exoneração do cargo de Ministro da Educação.[4][5] A exoneração ocorreu enquanto o ministro estava em solo estadunidense. Rogério Correia (PT-MG) e Fabiano Contarato (Rede-ES), um dia antes da saída de Weintraub do Brasil, haviam aberto no STF um pedido para que fosse apreendido o passaporte do mesmo, afirmando que havia risco de fuga do então ministro.[6] Em 23 de junho, foi publicado um decreto do presidente Jair Bolsonaro no Diário Oficial da União, alterando a data oficial de exoneração de Weintraub para 19 de junho, ou seja, antes de o ministro entrar nos Estados Unidos.[7] Sobre a saída de Weintraub, do Ministério e do Brasil, existe um posicionamento controverso pela falta de transparência dos fatos pelos envolvidos.[8]
Sucessores
[editar | editar código-fonte]Antonio Paulo Vogel
[editar | editar código-fonte]Logo após a nomeação de Weintraub, Antonio Paulo Vogel foi designado como secretario executivo da pasta em 10 de Abril de 2019.[9][10] Segundo a sua biografia no portal do Ministério da Educação, Vogel possui graduação em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), e pós-graduação em Administração Financeira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).[11]
Vogel ingressou no setor público em 1998, tendo ocupado cargos em diversas capitais do país.[12] Atuou como Diretor de Investimentos da RioPrevidência,[13] trabalhou como secretário-adjunto de Finanças e Desenvolvimento Econômico na gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo,[12] como secretário de Gestão Administrativa na gestão de Rodrigo Rollemberg no governo do Distrito Federal[14] e ocupou cargos dentro do Ministério do Planejamento no governo de Michel Temer.[15]
Desde a saída do ministro em 20 de junho de 2020, ocupa, como substituto, o cargo de Ministro da Educação.
Carlos Decotelli
[editar | editar código-fonte]Carlos Alberto Decotelli da Silva foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro como seu novo ministro da Educação em 25 de junho de 2020.[16][17][18] A escolha foi anunciada por Bolsonaro através das redes sociais e sua nomeação foi mantida em completo segredo, caindo de surpresa na cúpula do Ministério da Educação.[19]
No interior do governo, Decotelli foi considerado uma indicação dos militares mais moderados que despacham no Palácio do Planalto, diretamente com Jair Bolsonaro, e uma perda de terreno para a ala mais ideológica ligada ao escritor Olavo de Carvalho, à qual pertencia o anterior ministro, Abraham Weintraub.[19] O seu nome terá sido proposto a Bolsonaro pelo almirante Flávio Augusto Viana Rocha, titular da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.[19]
Após serem detectadas uma série de informações incorretas no currículo de Decotelli, entre as quais a referência a um título de doutor pela Universidade Nacional de Rosário, quando na realidade o curso de doutorado não fora concluído nem o título concedido, o governo anunciou o adiamento da tomada de posse do novo ministro até que pudesse proceder a uma checagem completa do currículo.[20] A sua nomeação, vista como uma tentativa de aumento do protagonismo da Marinha no Governo Bolsonaro,[15] acabou constituindo um embaraço para o próprio grupo militar que o nomeou, devido às incoerências verificadas em seu currículo, que levaram a que perdesse, também, o apoio que tinha entre professores da Fundação Getulio Vargas.[21]
Em 30 de junho de 2020, renunciou ao cargo no MEC antes de sua posse oficial, devido ao desgaste de sua imagem ante as controvérsias de sua formação acadêmica.[22] No dia seguinte, foi publicado decreto tornando sem efeito a nomeação.[23] Durante o tempo em que ele ficou no comando do MEC, ele nunca chegou a tomar posse do cargo[24][25] e pode-se argumentar que não assumiu realmente o cargo, já que a publicação do DOU que resultou na saída de Decotelli apenas tornou sem efeito a sua nomeação.[26][27] Apesar disso, Decotelli colocou em seu currículo que era Ministro da Educação.[28]
Renato Feder
[editar | editar código-fonte]Anunciado pela imprensa em 3 de julho de 2020,[29][30] Renato Feder teria sido escolhido como o novo ministro da educação. Atual Secretário de Educação, Cultura e Esporte do Paraná e conhecido nacionalmente por ser sócio da Multilaser,[31][31][32] chegou a ser cotado para suceder Abraham Weintraub, fato esse que não se concretizou.[33] Após criticas de grupos próximos ao presidente, anunciou em 5 de julho de 2020 que tinha sido convidado pelo próprio para assumir o posto, mas havia rejeitado o convite para continuar na secretaria de Educação do Paraná.[34][35]
Referências
- ↑ «Weintraub e dez parlamentares na mira do STF têm passaportes diplomáticos». noticias.uol.com.br. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ «Investigado pelo STF, Weintraub diz que deixará o Brasil 'o mais rápido possível'». G1. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ Magenta, André Shalders e Matheus (6 de novembro de 2018). «Um general, dois bombeiros e muitos economistas: conheça a equipe de transição de Bolsonaro»
- ↑ «Página 1 do DOU - Seção 2 - Edição Extra B, número 116, de 20/06/2020 - Imprensa Nacional». pesquisa.in.gov.br. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ «Edição extra do 'Diário Oficial' publica exoneração de Weintraub do Ministério da Educação». G1. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ «Oposição ataca ida de Weintraub aos Estados Unidos: 'Fugiu'». Uil. 20 de junho de 2020. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ «Governo altera data de exoneração de Weintraub do Ministério da Educação». G1. Consultado em 23 de junho de 2020
- ↑ Matheus Lara (22 de junho de 2020). «Weintraub fugiu? Analistas comentam saída do ex-ministro do País em meio a investigações». Estadão. Grupo Estado. Consultado em 26 de junho de 2020. Cópia arquivada em 26 de junho de 2020
- ↑ Nacional, Imprensa. «DECRETOS DE 10 DE ABRIL DE 2019 - DECRETOS DE 10 DE ABRIL DE 2019 - DOU - Imprensa Nacional». www.in.gov.br. Consultado em 4 de julho de 2020
- ↑ «MEC: Weintraub anuncia mudança geral no primeiro escalão; veja nomes». Nova Escola. Consultado em 4 de julho de 2020
- ↑ «Secretário Executivo (SE)». portal.mec.gov.br. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ a b «Quem é Antonio Paulo Vogel, cotado para substituir Weintraub no MEC». CNN Brasil. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ «Rioprevidência - Fundo único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro». www.rioprevidencia.rj.gov.br. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (15 de dezembro de 2014). «Antônio Paulo Vogel leva Gestão Administrativa e Desburocratização». Correio Braziliense. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ a b «Antonio Paulo Vogel de Medeiros: saiba quem é o ministro interino da Educação». G1. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ Hanrrikson de Andrade; Carla Araújo. «Economista Carlos Alberto Decotelli da Silva é o novo ministro da Educação». UOL Educação. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ Pedro Henrique Gomes. «Bolsonaro anuncia professor Carlos Alberto Decotelli como novo ministro da Educação». G1. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ «Decreto de 25 de junho de 2020». Diário Oficial da União. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ a b c Shalders* - @andreshalders, André (26 de junho de 2020). «Como nomeação do novo ministro da Educação muda xadrez político do governo Bolsonaro». BBC News Brasil
- ↑ «Governo adia posse do novo ministro da Educação, Carlos Decotelli». G1. Consultado em 29 de junho de 2020
- ↑ «Ministro do MEC edita currículo após universidade não reconhecer pós-doc». educacao.uol.com.br. Consultado em 29 de junho de 2020
- ↑ «Carlos Decotelli deixa Ministério da Educação após falhas no currículo». R7.com. 30 de junho de 2020. Consultado em 30 de junho de 2020
- ↑ «Diário Oficial da União, seção 2, p. 1». Imprensa Nacional. 1 de julho de 2020. Consultado em 1 de julho de 2020
- ↑ Ana Mendonça (30 de junho de 2020). «Sem tomar posse, Decotelli deixa Ministério da Educação após falhas no currículo». Estado de Minas. Consultado em 3 de julho de 2020
- ↑ «Caso raro: a demisão sem posse do ministro da Educação». Estado de Minas. 1 de julho de 2020. Consultado em 3 de julho de 2020
- ↑ «O histórico de polêmicas de Carlos Alberto Decotelli, que não será ministro da Educação». BBC News Brasil. 30 de junho de 2020. Consultado em 3 de julho de 2020.
O economista Carlos Alberto Decotelli não será mais o novo ministro da Educação[...]Decotelli teve sua nomeação para o cargo de ministro da Educação publicada na quinta-feira (25/06), mas não chegou a assumir o cargo
- ↑ «Diário Oficial da União, seção 2, p. 1». Imprensa Nacional. 1 de julho de 2020. Consultado em 1 de julho de 2020
- ↑ «Carlos Decotelli muda currículo de novo e diz ser ministro da Educação». R7.com. 30 de junho de 2020. Consultado em 30 de junho de 2020
- ↑ «Bolsonaro indica que escolherá Renato Feder como novo ministro da Educação - Educação». Estadão. Consultado em 4 de julho de 2020
- ↑ «Bolsonaro escolhe Renato Feder para ser novo ministro da Educação». R7.com. 3 de julho de 2020. Consultado em 4 de julho de 2020
- ↑ a b «Renato Feder assume a Secretaria da Educação e Esporte». Secretaria da Educação e do Esporte. Consultado em 3 de julho de 2020
- ↑ «Multilaser expande sua unidade em Extrema e irá fabricar semicondutores de memória)». orsm.com.br
- ↑ «Cotado para o comando do MEC, Renato Feder aposta em nomeação ponderada». 23 de junho de 2020. Consultado em 27 de junho de 2020
- ↑ «Após campanha contrária de apoiadores de Bolsonaro, Renato Feder diz ter recusado convite para o MEC». BBC News Brasil. 5 de julho de 2020
- ↑ «Renato Feder diz ter rejeitado convite para ser ministro da Educação». G1. Consultado em 5 de julho de 2020