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Usuário:Tuga1143/Testes33

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A Força Aérea Portuguesa operou 27 aviões Junkers Ju 52, entre 1936 e 1972.[1]


Inicialmente os Ju 52 foram utilizados para bombardeamento nocturno, uma função que desempenharam até meados da década de 40, quando os exemplares desta aeronave foram distribuídos pelas bases aéreas de Sintra e da Ota, sendo-lhe atribuída em acumulação a função de transporte aéreo.

Em 1954 constituíram-se as tropas paraquedistas, integradas na Forca Aérea, ficando instaladas no Polígono Militar de Tancos, junto à Base Aérea N.º 3 (BA3). Um dos Ju-52/3m foi atribuído a esta unidade-base, constituindo-se assim numa espécie de embrião do que se transformaria e cresceria até aos dias de hoje como a Esquadra 502.[2]

Um ano mais tarde, a 11 de Janeiro de 1955, é formada a Esquadrilha de Ligação e Treino (ELT), equipada com 22 aviões Piper Cub L-21 para serviços de ligação e apoio ao Exército Português e dois aviões bimotor Oxford, usados para treino. Meses mais tarde, em Maio, a BA3 começou a receber aviões Ju 52 para o lançamento de paraquedistas, iniciando-se os voos de adaptação e os lançamentos em 17 e 30 de Agosto respectivamente. Com o aumento do número e complexidade de missões atribuídas à ELT, a Força Aérea Portuguesa decidiu criar uma esquadra que manteria as suas missões e efectivos. A 12 de Abril de 1956 é constituída a Esquadra Mista com duas esquadrilhas, uma de ligação e treino, com os L-21 e os Oxford, e outra de transporte aéreo, com cinco aviões Ju-52 e sete pilotos destacados. Três anos mais tarde, em Dezembro de 1959, a Esquadra Mista foi extinta e com ela a Esquadrilha de Transporte, dando lugar à Esquadra de Instrução Complementar de Pilotagem e Navegação em Aviões Pesados (EICPNAP); esta unidade viria a formar um reduzido número de alunos-piloto, não indo além de dezena e meia, mantendo como principal actividade o lançamento de paraquedistas, e foi atribuído à esquadra mais dois aviões Ju 52, enquanto os restantes foram reequipados com motores Pratt & Whitney R-1340.[2][3]

Entre Novembro e Dezembro de 1960, a França entrega a Portugal 15 aviões Amiot AAC-1 Toucan, que eram nada mais nada menos que 15 aviões Ju-52/3m construídos pelos franceses, sendo a maior parte entregues à EICPNAP. Com o eclodir da Guerra do Ultramar, houve a necessidade de formar mais tropas paraquedistas e introduzir novas técnicas de lançamento de pessoal e de carga, incluindo lançamentos nocturnos, missões que continuaram a ser desempenhadas pelos Ju 52. No final de 1963 a EICPNAP é extinta e sucede-lhe a Esquadra de Treino e Transporte de Tropas Pára-quedistas (ETTTP), apesar de que na prática apenas a designação foi alterada, dado que se manteve todo o aparato, aeronaves, missão e localização. Nesta Esquadra os já velhos Ju-52/3m são "baptizados" de Tartarugas e surge o primeiro distintivo, uma "tartaruga-aviador" transportando um paraquedista num carro de bebé. Com a expansão e o incremento do esforço de guerra, os Ju-52/3m são usados intensivamente no treino de tropas paraquedistas, e falava-se já na necessidade da sua substituição por aeronaves C-47 Dakota, contudo tal não ocorreu e os Junkers continuaram a cumprir a sua missão, aproximando-se cada vez mais o fim da sua vida operacional. A ETTTP, que formou sucessivos cursos de paraquedistas, foi finalmente extinta em 1971, dando lugar à Esquadra 32.[2][3]

Os Ju-52/3m são "baptizados" de Tartarugas e surge o primeiro distintivo, uma "tartaruga-aviador" transportando um paraquedista num carro de bebé. Com o incremento do esforço de guerra, os "velhinhos" Ju-52/3m são explorados intensivamente no treino de tropas paraquedistas, falando-se na sua substituição por aeronaves C-47 "Dakota". Mas tal não ocorreu e os Junkers continuaram a cumprir a sua missão, aproximando-se cada vez mais o fim da sua vida operacional. A ETTTP, que formou com elevado espírito de missão sucessivos cursos de paraquedistas, foi finalmente extinta em 1971, dando lugar à Esquadra 32 e posteriormente à Esquadra 502, em 1978.[2][3]

Em 1970 a Base Aérea N.º 3 começou a receber os primeiros aviões Nord Noratlas, mas continuou a operar os Ju 52 até 1972.[3]

À entrada do hangar de maiores dimensões do Museu do Ar, da Força Aérea Portuguesa, destaca-se um Junkers Ju 52/3m, um modelo considerado raro no mundo pelo pequeno número de exemplares que restam.[4][5] Sob uma das asas deste Ju 52, em 2009, por ocasião do centenário da aviação em Portugal, foi apresentada uma réplica da aeronave Santos Dumont 14 bis, a primeira aeronave da história da aviação a descolar por meios autónomos no ano de 1906, em Bagatelle, perto de Paris.[6]

Referências

  • Cardoso, Adelino (2009). Aeronaves Militares Portuguesas. Lisboa: [s.n.] 583 páginas. ISBN 978-989-20-1801-0