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Usuário Discussão:Beremiz/2006/Setembro

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Auto-hemoterapia ou autohemoterapia é a terapia médica que consiste na retirada de pequenas quantidades de sangue da veia do paciente e a imediata e subseqüente reintrodução no músculo do mesmo paciente (donde o nome auto-hemoterapia), com a finalidade de estimular o sistema reticuloendotelial (SRE), com o conseqüente aumento de concentração dos macrófagos no tecido conjuntivo, produzindo, assim, a potencialização da imunocapacidade do organismo, o que desencadearia uma série de processos de cura, parcial ou mesmo total.
É terapia ainda controversa e polêmica, conquanto inúmeros casos de sucesso estejam relatados na literatura médica especializada.

Caracterização[editar código-fonte]

Auto-hemoterapia vale-se da "recondução de sangue com propósitos terapêuticos", assim como a hemodiálise e a hemotransfusão.
Porém, auto-hemoterapia tem feição própria: vale-se da extração de pequenas, periódicas e repetidas quantidades de sangue de um paciente do seu meio vascular e a subseqüente e imediata reintrodução no organismo, todavia não no meio vascular, e sim injeção no meio muscular, com a finalidade de superativação imunológica e do conseqüente alcance dos benefícios terapêuticos esperados.
Assim, não se deve confundi-la nem com hemodiálise, nem com hemotransfusão. Na hemodiálise, o sangue do paciente é submetido a diálise externa, com, auxílio de equipamentos mecanizados, para suprir eventual deficiência dos rins, saindo de e retornando para meio vascular. Já na hemotransfusão, o sangue é retirado de meio vascular e, sem ser submetido a diálise ou a outro qualquer processo, reposto em meio vascular (no caso de dar-se de um paciente para si próprio diz-se autógena; dir-se-á heterógena, quando de um paciente para outro. Em ambos os casos, com fins de suporte cirúrgico ou de apoio a outras necessidades médicas).

Histórico sucinto[editar código-fonte]

Do que se tem registro oficial, a auto-hemoterapia como recurso e técnica médica praticava-se em países europeus desde fins do século XIX, com destaque para a França, propagando-se para o Brasil, onde, algo teorica e empiricamente, veio a utilizar-se já no início do século XX.
No século XX, veio a ser estudada tanto nos Estados Unidos da América como no Brasil, com a correspondente publicação de trabalhos.
O principal defensor da auto-hemoterapia no Brasil é o médico fluminense Dr. Luiz Moura, que, junto com reduzido grupo de outros médicos, tem utilizado essa terapia — segundo diz-se constar dos anais conhecidos — com sucesso comprovado no tratamento de várias patologias.
Breve resenha histórica (que pode ser expandida, obtenível das referências) cita-se a seguir.

  1. Em 1911, F. Ravaut registra "[auto-hemoterapia] (...) modo de tratamento auto (uno, mismo, haimasangra) empregado em diversas enfermidades infecciosas, em particular na febre tifóide e em diversas dermatoses". Ravaut usa a auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados anafiláticos (Dicionário enciclopédico de Medicina, T.1 de L. Braier).
  2. Em 1941, o Dr. Leopoldo Cea, no Diccionario de términos y expresiones hematológicas, pág. 37, cita: "(...) auto-hemoterapia, método de tratamiento que consiste en inyectar a un individuo cierta cantidad de sangre total (suero y glóbulos) tomada de este mismo".
  3. Em 1941, H. Dousset, em Auto-hemoterapia – Técnicas indispensáveis: "(...) É útil em certos casos para dessensibilizações".
  4. Em 1976, Stedman, em Dicionário Médico, 25.ª edição (1976), pág; 129: "(...) Auto-hemotherapy, auto-hemoterapia – tratamento da doença pela retirada e reinjeção do sangue do próprio paciente".
  5. Em 1977, o Index Clínico, de Alain Blacove Belair, epressa: "(...) auto-hemoterapia – terapêutica de dessensibilização não específica".

Consta, também, que o professor Jesse Teixeira teria provado que o Sistema Retículo-Endotelial – SRE era ativado pela auto-hemoterapia, em seu trabalho publicado e premiado em março de 1940 na "Revista Brasil–Cirúrgico". Jesse Teixeira teria provocado a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, substância irritante. Feita a contagem dos macrófagos antes da auto-hemoterapia, teria apurado cifra de 5%. Após a auto-hemoterapia, a cifra teria subido, a partir da 1ª hora, chegando, após 8 horas, a 22%. Ter-se-ia mantido em 22% por 5 dias e declinado para 5% no 7º dia após a aplicação. (Fonte: MOURA, Luiz. Autohemoterapia (obtido às 15:00, de 21/05/2007 (UTC))

Históricos clínicos[editar código-fonte]

Indicações[editar código-fonte]

Reporta-se a auto-hemoterapia como indicada na cura ou na redução sintomática de várias doenças infecciosas, alérgicas, auto-imunes, corpos estranhos, como os cistos ovarianos, miomas, obstruções de vasos sangüíneos, entre outras enfermidades, que são prontamente combatidas pelos macrófagos os quais, quadruplicados, conseguem assim vencer tais estados patológicos ou, pelo menos, abrandá-los.
O histórico da prática clínica do Dr. Luiz Moura, disponível no sítio MOURA, Luiz. Autohemoterapia, obtido às 15:00, de 21/05/2007 (UTC), oferece numerosos casos de variadas etiologias e complicações, alguns dos quais então reputados como sem solução pela prática médica convencional, resolvidos com sucesso pela utilização da auto-hemoterapia. (Consta que todos os casos estão disponíveis para comprovação)
Relatório clínico-médico nos Estados Unidos reporta caso de tratamento bem-sucedido de herpes zoster obtido com a aplicação da auto-hemoterapia [Rush Presbyterian St. Luke's Medical Center, Chicago, IL, USA] (Successful treatment of herpetic infections by autohemotherapy).
Há relatos de tratamentos bem-sucedidos de várias outras enfermidades nos endereços citados nas ligações externas e nas referências.

O método e a técnica[editar código-fonte]

Ficheiro:SistemaCirculatório.png
Sistema circulatório humano
Ficheiro:Autohemo1.png
Extração endovenosa
Ficheiro:Autohemo2.png
Injeção intramuscular

O método e a técnica, na auto-hemoterapia, consistem nos seguintes procedimentos e etapas e subetapas:

  1. Competente prescrição médica, a indicar a auto-hemoterapia, especificando o número de aplicações (usualmente, de 12 a 16 vezes), o volume de sangue a transpor (usualmente, de 5 ml, na maioria dos casos, podendo chegar a 20 ml, em casos especiais, segundo a orientação médica) e a periodicidade de aplicação (sempre semanal, uma vez a cada sete dias);
  2. Competente e assistida aplicação, observadas as instruções médicas pertinentes, com os procedimentos a seguir descritos:
    1. Extração endovenosa do volume de sangue prescrito pelo médico, usualmente de veia braquial, depois de adequada anti-sepsia epidérmica local. Através de conjunto estéril descartável (seringa e agulha adequados), o volume de sangue a transpor é lentamente extraído. Micro adesivo cirúrgico é aplicado no local. O conjunto seringa/agulha é mantido estéril e isolado, para uso na estapa seguinte;
    2. Injeção intramuscular do volume sangüíneo previamente retirado, usualmente num dos braços (região superior do deltóide, ou numa das nádegas, região superior do glúteo), também precedida de adequada anti-sepsia epidérmica local. A injeção é feita lentamente. Micro adesivo cirúrgico é aplicado no local. O conjunto seringa/agulha é seguramente descartado em lixeira separada;
    3. Quer durante a etapa de número (1), retirada sanguínea, quer durante a etapa de número (2), injeção intramuscular, pode dar-se eventual episódio de indução ou propensão a vertigem, de ordem psíquica e/ou somática, para o que o profissional, médico ou enfermeiro deverá estar atento, tomando as medidas habituais requeridas para casos assim.
    4. Concluída a aplicação da sessão do correspondente dia, e até o termo do tratamento, os cuidados específicos que se podem recomendar são os mesmos válidos para qualquer aplicação injetável, como de ordinário, as quimioterápicas injetáveis.

Auto-hemoterapia, de ordinário, não exige ambiente hospitalar, sequer ambulatorial, embora possa o médico decidi-lo.

Princípio terapêutico[editar código-fonte]

Segundo os defensores da auto-hemoterapia, trata-se de recurso terapêutico de baixo custo e fácil operacionalização (de aplicação simples, sem obrigatoriedade de internação hospitalar), que consiste em superativar o Sistema Retículo-Endotelial (SRE), incrementando a concentração dos macrófagos (células de tecido conjuntivo, com grande capacidade de pinocitose e de fagocitose, as quais podem ser fixas, os histiócitos, ou móveis). De fato, conforme defendido, logo após uma aplicação auto-hemoterápica, pelo fato de haver injeção intramuscular de sangue, conquanto seja do próprio indivíduo (paciente), dar-se-ia um como que início de rejeição, pelo fato de o sangue injetado achar-se repentinamente em local fisiologica e originariamente estranho (tecido extra-vascular), donde a superativação do SRE. A medula óssea passaria a produzir mais monócitos, os quais, aumentados, iriam colonizar os tecidos vários, passando a ser denominados macrófagos, que, de cerca de 5%, rapidamente (ao fim de 8 horas) subiriam para cerca de 22% (mais do que o quádruplo da concentração habitual). Segundo então teria sido comprovado, a concentração dos macrófagos permaneceria entre 20 e 22% durante os 5 primeiros dias e decresceria progressivamente nos dois dias seguintes, porém não proporcionalmente: de fato ela permaneceria em níveis mais elevados (mais próximos de 22%) durante mais da metade do período de uma semana, vindo a decrescer nos dois dias finais, até chegar ao sétimo dia, quando, após exaurir-se o sangue injetado no músculo, já reassumiria o valor normal, de 5%. Esta seria, então, a ocasião de nova aplicação, seguindo-se um novo estímulo do SRE, novo decaimento e assim sucessivamente, até o término do número total de aplicações, que viesse a ser prescrito pelo médico. Esse contingente incrementado causaria superativação imunológica macrofágica, em conseqüência da qual vários agentes patogênicos viriam a ser prontamente suprimidos, propiciando, assim, o alívio e mesmo a cura de vária enfermidades. Tem-se reportado que, já durante as primeiras aplicações, muitos dos sintomas costumam regredir ou até mesmo desaparecer. Reporta-se também que as patologias para as quais fora o tratamento instituído, em vários casos, mostraram sinais de redução logo desde o início. Ao término do tratamento (que, em alguns casos, pode durar alguns meses), é esperada a plena resolução da patologia. Os relatos disponíveis da aplicação da auto-hemoterapia reportam apenas sucessos (ver MOURA, Luiz. Autohemoterapia (Acesso às 15:00, de 21/05/2007 (UTC).

Crítica dialética[editar código-fonte]

Ainda não foram conduzidos estudos rigorosos segundo os cânones, atualmente aceitos com válidos, da metodologia científico-médica. Com efeito, argúem os profissionais médicos e correlatos — prontamente secundados pelos respectivos conselhos e órgãos de classe, bem como pelas agências e departamentos (ministérios etc.) governamentais — que inexiste corpo doutrinário suficientemente munido de base cognitiva específica, estudos e pesquisas de comportamento e de validade clínico-terapêutica, quer em não-humanos quer em humanos. Pondera-se que a modalidade terapêutica "auto-hemoterapia" realmente deve ser mais profundamente e melhor conhecida. Isso feito, ter-se-á uma base comprovadamente segura, quer para a sua recomendação, quer para sua proscrição.
Doutra parte, há quem argumente que essa não recomendação e a conexa proibição devam-se ao reduzido custo da auto-hemoterapia e do número de males que ela prometeria curar, podendo tornar-se uma potencial e até efetiva ameaça a alguns setores da indústria farmacêutica. Conquanto relativamente antiga essa modalidade terapêutica (mais de cem anos relativamente bem documentados), tem passado por fases variáveis, ora a gozar de significativa divulgação e popularidade, ora a cair quase que no esquecimento.
Em anos recentes, no Brasil, em conseqüência da divulgação intensa por meio de DVDs e da Internet, por parte tanto do Dr. Luiz Moura, como, multiplicativamente, por parte do grande público, veio a ganhar tal notoriedade que despertou a atenção das autoridades sanitárias e de órgãos de classe médica. Assim é que, no Brasil, tanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) (http://www.portalmedico.org.br), como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (http://www.anvisa.gov.br), estabeleceram proibição à prática da auto-hemoterapia, sob algumas alegações primordiais. As alegações que embasam a proibição são:

  1. Ainda não há fundamentação metodológica científica, devidamente sistematizada, que suporte a auto-hemoterapia, conquanto seja conhecida em nível empírico, e ainda que não se conheçam relatos de complicações advindas do seu uso. Por controversa, a técnica foi objeto de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (http://www.anvisa.gov.br), a RDC 153, de 14 de junho de 2004, a dizer que "As extrações de sangue com fins terapêuticos só podem ser realizadas quando o médico do paciente solicitar por escrito o procedimento" e ainda "quando um médico hemoterapeuta do serviço decidir aceitar a responsabilidade pelo ato". [1]
  2. Há perigos (ainda não definidos) tanto de curto como de médio e de longo prazos para a saúde, conquanto as mesmas autoridades reconheçam o seu comprovado sucesso e reportem desconhecer relatos de complicações dela resultantes;
  3. Pode haver formação de abcessos no local das aplicações injetáveis intramusculares, conquanto tal perigo não seja do método em si, e, sim, da técnica de injeção intramuscular (que pode ocorrer com qualquer aplicação);
  4. Pode haver episódios de contaminação e/ou infecção conseqüentes às aplicações injetáveis intramusculares, conquanto isso não seja privativo do método em si, e, sim, de qualquer aplicação médica contorno-invasiva;

Para fazer face a tais questionamentos, alguns experimentos médico-supervisionados têm sido propostos. Assim é que o atual Secretário Estadual de Saúde de Pernambuco, Brasil, ficou de iniciar um experimento controlado (a rigor, quase-controlado) destinado a investigar a auto-hemoterapia enquanto método, técnica, prática — enfim, terapia, com o devido, o necessário e suficiente acompanhamento médico. Será experimento levado a efeito por médico, por médico acompanhado e estudado, e por médico ou convalidado ou proscrito.[2]

  • Apesar de ser método simples e com casos de sucesso, a auto-hemoterapia é ainda terapia controversa e não oficialmente recomendada pelos Conselhos Médicos do Brasil e pela Gerência de Sangue e Componentes (GGSTO/ANVISA) apesar de sua popularidade crescente desde 2004[3], pelo fato de carecer da necessária e suficiente fundamentação científica, segundo alegado.
  • Por outro lado, há também a argumentação de que essa proibição decorra apenas da ameaça potencial oferecida pelo sucesso da auto-hemoterapia, que colocaria em risco a indústria farmacêutica.
  • Conquanto a auto-hemoterapia ainda não seja oficialmente aceita pela Medicina Oficial, seus resultados apontam para sua eficácia, como coadjuvante do tratamento convencional, visando o estímulo do sistema imunológico. Isso é corroborado pelo uso dessa terapia há muito tempo, sem que se conheça informe oficial de qualquer efeito colateral ou malefício à saúde, atribuíveis à auto-hemoterapia em si.
  • Ademais, dada sua simplicidade, a prática tem contado com divulgação interpessoal de cópias em DVD, onde o médico afirma, em forma de entrevista, ser essa quase uma panacéia. Houve grande difusão, sobretudo por pessoas confiantes na chamada medicina alternativa, sendo realizada muitas vezes não por médicos, mas por profissionais de enfermagem e, em alguns casos, por atendentes de farmácias[1].

Fontes e referências[editar código-fonte]

Ligações externas[editar código-fonte]