Saltar para o conteúdo

Vache II da Albânia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Vache II.
Vache II
Rei da Albânia
Reinado 440-461/2
Antecessor(a) Arsvalém
Sucessor(a) Vachagã III
 
Cônjuge Sobrinha ou irmã de Perozes I
Dinastia arsácida
Pai Arsvalém
Mãe Irmã de Isdigerdes II
Religião Cristianismo
Zoroastrismo

Vache II (em armênio: Վաչէ; romaniz.: Vačʻē; m. 470) foi o nono rei do Reino da Albânia, governando de 440 a 461/2.[1][2] Era filho e sucessor de Arsvalém (r. 415–440).

Nome[editar | editar código-fonte]

O nome Vache (Vačʻē) tem origem iraniana e é uma abreviação dos nomes relacionados Vachaque (Վաչակ, Vachak) e Vachagã (Վաչագան, Vačʻagan).[3] Em sua forma longa, deriva do persa médio waččag, que significa "jovem, criança, novato filhote".[4]

Vida[editar | editar código-fonte]

Dracma de Isdigerdes II (r. 438–457)
Dinar de Perozes I (r. 459–484)

Vache era filho de Arsvalém (r. 415–440) e a filha do xainxá do Império Sassânida Isdigerdes II (r. 438–457) e em data incerta casou com a sobrinha ou irmã de Perozes I (r. 459–484).[5] Durante a luta dinástica entre os irmãos Perozes e Hormisda III em 457-459, Vache II aproveitou a situação tumultuada e declarou independência.[6] Denunciou o zoroastrismo (ao qual havia se convertido originalmente) e voltou ao cristianismo. Abriu os portões de Chor (Derbente) aos hunos (chamados por Moisés de Dascurã de masságetas) e, com a ajuda deles, atacou o exército sassânida.[7]

Perozes respondeu abrindo o desfiladeiro de Darial aos hunos, que posteriormente devastaram a Albânia. Os dois reis logo entraram em negociações e chegaram a um acordo: Vache II devolveria sua mãe (irmã de Perozes) e filha para Perozes, enquanto receberia em troca as mil famílias que originalmente lhe foram dadas por seu pai como parte da herança. Vache II abdicou posteriormente e se tornou monge, deixando a Albânia sem rei por algumas décadas, até que Vachagã III (r. 485–510) foi instalado no trono pelo irmão e sucessor de Perozes, Balas (r. 484–488).[7]

Se sabe que Vache foi destinatário de uma carta do católico Gute (r. 461–478).[8] De acordo com A História do País da Albânia de Moisés de Dascurã, Perozes durante seu reinado ordenou que Vache mandasse construir a cidade de Perozapate ("a cidade de Perozes" ou "Próspero Perozes"). No entanto, isto é improvável, uma vez que o Reino da Albânia foi abolido por Perozes após suprimir a revolta de Vache II.[9] A cidade foi aparentemente fundada pelo próprio Perozes após a remoção da família governante da Albânia.[10]

Referências

  1. Gadjiev 2020, p. 33.
  2. Toumanoff 1963, p. 262-263.
  3. Ačaṙyan 1942–1962.
  4. Fausto, o Bizantino 1989, p. 418.
  5. Gadjiev 2020, p. 32.
  6. Schippmann 1999, p. 631–632.
  7. a b Chaumont 1985, p. 806–810.
  8. Hacikyan 2000, p. 363.
  9. Gadjiev 2017, p. 122–123.
  10. Gadjiev 2017, p. 123.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վաչէ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians] (in Armenian). Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Chaumont, M. L. (1985). «Albania». Enciclopédia Irânica Vol. I, Fasc. 8. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Gadjiev, Murtazali (2020). «The Chronology of the Arsacid Albanians». In: Hoyland, Robert. From Albania to Arrān: The East Caucasus between the Ancient and Islamic Worlds (ca. 330 BCE–1000 CE). Piscataway, Nova Jérsei: Gorgias Press. pp. 29–35. ISBN 978-1463239886 
  • Hacikyan, Agop Jack (2000). The Heritage of Armenian Literature: From the Oral Tradition to the Golden Age. Detroit: Wayne State University. ISBN 0-8143-3023-1 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press