Saltar para o conteúdo

Vargoxe Gentúnio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vargoxe Gentúnio
Etnia armênia
Ocupação Nobre e general
Religião Cristianismo

Vargoxe Gentúnio (em armênio: Վարհգոշ; romaniz.: Vaṙgoš) foi um nobre armênio (nacarar) da família Gentúnio do século V, ativo durante o reinado do xainxá Perozes I (r. 459–484).

A origem do nome Vargoxe (Վարհգոշ, Vaṙgoš) é desconhecida, haja vista só ter sido registrado uma vez nas fontes.[1]

Dracma de Vararanes V (r. 420–438)

Em 428, os nacarares da Armênia peticionaram ao xainxá Vararanes V (r. 420–438) para que destronasse o rei Artaxias IV (r. 422–428) e abolisse a dinastia arsácida. Para governar o país, Vemir-Sapor foi nomeado como marzobã e e Vaanes II foi designado à tenência real.[2] Vemir-Sapor morreu em 442, após uma administração considerada justa e liberal, na qual conseguiu manter a ordem sem ferir o sentimento nacional de frente. Vasaces I substituiu-o como marzobã.[3] Vararanes permitiu a manutenção do cristianismo, enquanto procurava acabar com a influência do Império Bizantino sobre a Igreja da Armênia ao anexá-la à Igreja do Oriente. Contudo, seu filho e sucessor, Isdigerdes II (r. 438–457), era um pietista masdeísta e se comprometeu a impor o masdeísmo na Armênia, exigindo que a nobreza apostatasse e fundando templos de fogo sobre igrejas.[4] Sob a liderança de Vardanes II, se revoltaram, mas foram derrotados em junho (ou 26 de maio) de 451 na Batalha de Avarair; a maioria dos nacarares que participaram da revolta foram então deportados à capital persa de Ctesifonte.[5] Após Avarair, os armênios foram constantemente chamados pelos iranianos para expedições militares distantes e foram obrigados a aceitar o crescente poder dos apóstatas. No contexto, receberam bem o apelo da revolta de Vactangue I (r. 447–522), que sublevou contra os persas.[6]

Dracma de Isdigerdes II (r. 438–457)

A parentela de Vargoxe é desconhecido, exceto que pertencia à família Gentúnio. Quando a rebelião de Vaanes I Mamicônio eclodiu, manteve-se leal ao xainxá Perozes I (r. 459–484). Segundo Lázaro de Farpe, em 481, após os rebeldes conseguirem grande vitória contra os iranianos na Batalha de Acori, foi enviado pelo inimigo (que é metaforicamente referido como Satanás) ao lado de Vasaces Sarones para Dúbio para espalhar as falsas notícias de que os armênios foram derrotados, causando pânico. Foram desmentidos, no enquanto, quando um dos combatentes, Arrastão, contou publicamente a verdade.[7]

Referências

  1. Ačaṙyan 1942–1962, p. 42.
  2. Grousset 1973, p. 182-184.
  3. Grousset 1973, p. 187.
  4. Grousset 1973, p. 189-196.
  5. Dédéyan 2007, p. 190.
  6. Dédéyan 2007, p. 192.
  7. Lázaro de Farpe 1985, p. 243-244 (II.69).
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վասակ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition