Vasco Fernandes Lucena
Vasco Fernandes Lucena | |
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Nascimento | Lucena |
Morte | 1499 |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | magistrado |
Vasco Fernandes Lucena nasceu em data desconhecida na vila de Lucena (Espanha), na Andaluzia, reino de Castela, possivelmente descendente de judeus conversos, embora seja difícil ter certezas em matéria sobre a qual escasseiam documentos. Faleceu em (ou depois de) 1499.[1][2]
Migrou para Portugal durante o reino do rei Duarte I de Portugal, entre os anos de 1433 e 1434. Doutor em Leis, participou do Concílio de Basileia em 1435. A 20 de agosto de 1438 o rei D. Duarte doou a Violante de Alvim, donzela da Casa Real, e ao Dr. Vasco Fernandes, desembargador régio, 1.500 coroas de bom ouro e cunho do rei de França, por seu casamento, recebendo enquanto não lhe fossem pagas uma tença de 15.000 reais de prata a partir de Janeiro de 1439.[3] Por suas habilidades diplomáticas, foi enviado em diversas missões pelo rei Duarte e como emissário pelo infante Dom Pedro, com destaque para as reuniões com o Papa Eugénio IV. Manteve-se ao lado do rei na Batalha de Alfarrobeira, ao contrário de seu irmão, conhecido como Mestre Rodrigo, físico-mor do rei João II.
D. João II elevou-o ao cargo de Chanceler da Casa do Cível, sendo dele a oração de abertura das cortes de Évora de 1481-82, na qual enunciou os argumentos favoráveis à supremacia do poder real, que foi aspecto marcante do reinado de D. João II, com frases como "quem obedece verdadeiramente a seu Rei faz cousa digna de sua honra".[4] Passou depois a ocupar o cargo de desembargador dos Agravos da Casa do Cível de Lisboa. Como desembargador da coroa, fez parte do júri do tribunal que condenou à morte, em 1483, D. Fernando II, Duque de Bragança.
Vasco Fernandes Lucena terá falecido perto dos 100 anos,[5] e casou duas vezes. A primeira vez, em 1438, com a já referida D. Violante Alvim (nascida cerca de 1409 e filha de João Lopes de Azevedo, 2.º senhor de São João de Rei),[1] com geração. A segunda vez com D. Branca D'Eça (filha do 3.º casamento de D. Fernando de Eça), sem descendentes.[3]
Foi pai de - entre outros filhos e filhas - Gonçalo Vaz de Azevedo, senhor de Ponte de Sor,[1] (senhorio que depois passaria para seus descendentes, os Meneses da casa da Flor da Murta),[1] Fernão Vasques de Lucena, o moço, do Concelho dos Reis Católicos, e ascendente (provavelmente, pela cronologia, trisavô) de outro Vasco Fernandes de Lucena.[6][7]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]KOREN DE LIMA, Cândido P. "Os Lucenas". Recife: Fundação Gilberto Freyre, 2014.
Referências
- ↑ a b c d Lázaro, Alice (1 de dezembro de 2015). «Azevedos da Ponte de Sor». Raízes & Memórias: 12,15. Consultado em 9 de abril de 2024
- ↑ Machado, Diogo Barbosa (1752). Bibliotheca lusitana historica, critica, e cronologica...por Diogo Barbosa Machado,... Lisboa: na officina de Antonio Isidoro da Fonseca. p. 772.
Ainda vivia no anno de 1499 este insigne Varão que celebram com grandes elogios ... os cronistas Ruy de Pina e Garcia de Resende nos lugares acima allegados
- ↑ a b «Casa da Trofa. Lemos. Lopo Dias de Azevedo e Joana Gomes da Silva.». www.soveral.info. Consultado em 9 de abril de 2024
- ↑ Ramos, Rui; Sousa, Bernardo Vasconcelos e; Monteiro, Nuno Gonçalo (29 de julho de 2014). História de Portugal. Lisboa: A Esfera dos Livros. Ediçao do Kindle. p. 268
- ↑ Manuel Abranches de Soveral, op. cit., coloca a hipótese de haver dois Vasco Fernandes Lucena, havendo um outro, talvez filho do nascido no início do século XV, que foi guarda-mor da Torre do Tombo, e faleceu cerca de 1511.
- ↑ «Humberto Baquero Moreno. "A Batalha de Alfarrobeira - Volume II - Antecedentes e Significado Histórico. Coimbra: 1980». Consultado em 10 de fevereiro de 2019
- ↑ Felgueiras Gaio. «Nobiliário de famílias de Portugal. Tomo III (Azevedos)». purl.pt. pp. 149–150. Consultado em 10 de abril de 2024