Viscerotomia
Viscerotomia é uma técnica médica que consiste na retirada de trechos de órgãos internos, geralmente após a morte, para exames e diagnósticos[1].
Histórico
[editar | editar código-fonte]No ano de 1930, quando o Rio de Janeiro enfrentava um surto de febre amarela, os números sobre a doença eram imprecisos, uma vez que se baseavam em atestados de óbito muitas vezes lavrados por escrivães e oficiais de justiça sem formação médica. O chefe do Serviço de Febre Amarela do Estado, Décio Parreiras, foi então encarregado de apresentar um relatório sobre a situação do estado, com dados confiáveis.
Parreiras então desenvolveu a ideia de uma "necropsia parcial", que pudesse ser realizada por qualquer leigo com um breve treinamento. Em março de 1930, a primeira turma de oito funcionários passou a executar a retirada sistemática de tecidos do fígado de mortos por doença aguda. A Secretaria de Interior e Justiça criou uma gratificação de 50.000 réis para cada fragmento de fígado enviado ao Serviço de Febre Amarela, em Niterói, e proibiu os enterros sem autorização do Registro Civil[2].
Usos
[editar | editar código-fonte]Além da febre amarela, a viscerotomia foi utilizada como ferramenta de identificação do calazar, da malária e da esquistossomose.
Referências
- ↑ Do viscerótomo ao microscópio. Museu da Patologia
- ↑ Antecedentes Históricos sobre a Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias. Histórias da Faculdade, do Hospital e do Serviço - UFF