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Wesley Oliveira Collyer

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Wesley Oliveira Collyer, ou Wesley Collyer, por seu nome literário (Rio Branco, Acre, 10 de março de 1947), é capitão de longo curso da Marinha Mercante, tendo navegado mais de 452.000 milhas, o equivalente a mais de 16 voltas em torno da terra,[1] e ocupou o cargo de Inspetor Geral na Frota Nacional de Petroleiros (Fronape, atual Transpetro)[2].

É magistrado federal do trabalho inativo, mestre em Direito das Relações Internacionais, Comércio e Atividade Portuária (Univali), professor de Direito Marítimo e autor de cinco livros e diversos artigos técnicos e científicos.[3]

Wesley Oliveira Collyer
Wesley Oliveira Collyer
Entrevista ao Projeto Memória, 2013.
Nascimento 10 de março de 1947 (77 anos)
Rio Branco, Acre, Brasil
Nacionalidade  Brasileiro
Educação Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA)
Escola Superior de Guerra
Universidade do Vale do Itajaí
Ocupação Capitão de longo curso
Magistrado federal do trabalho
Mestre em Direito Marítimo
Magnum opus Dicionário de Comércio Marítimo, Shipping Terms – Termos técnicos utilizados no Comércio Marítimo Internacional (2015)
Campo(s) Direito Marítimo

Nascido em Rio Branco, Acre, em 10 de março de 1947, filho de Aluízio Sampaio Collyer e Semíramis Oliveira Collyer. Ainda criança, viveu em Belém do Pará, e, aos 13 anos, acompanhou a sua família para o Rio de Janeiro (RJ). Vive em Florianópolis (SC) desde 2000.

O Comandante Wesley Collyer é descendente de uma família de navegantes com origem na Inglaterra e raízes nos Estados Unidos. Inúmeros componentes da família atuaram na marinha mercante, inicialmente nos Estados Unidos e depois no Brasil.[4]

Seu bisavô, Charles Clairville Collyer, nasceu em Nova Yorque, Estado de Nova Yorque, EUA, em 03 de maio de 1834, e faleceu em Belém, PA, em 23 de fevereiro de 1894. Charles foi o fundador da família Collyer no Brasil. Em 1859, no comando do seu próprio navio, o vapor “Eureka”, adentrou a baía do povoado de Nossa Senhora de Nazareth da Vigia, no Estado do Pará, e fixou residência em Belém.

Seu avô, Charles Raymond Collyer (Belém, PA, em 17 de setembro de 1864 – Belém, PA, 20 de julho de  1945), formou-se engenheiro de máquinas nos Estados Unidos e foi chefe de máquinas na Marinha Mercante Brasileira.

Wesley Collyer é Oficial da Marinha Mercante pela antiga Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro, hoje Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), a partir de 1968.

Bacharel em Direito pelo Instituto Metodista Bennett, em 1983.

Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra, em 1990, com 893 horas/aula.

Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), em 2007.

Doutorando em Direito pela Universidade de Buenos Aires.

Carreira na Marinha Mercante

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Wesley Collyer cursou a Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro (hoje Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante), no período 1965-1968, e fez o seu treinamento a bordo do Navio de Transporte de Tropas (NTrT) Ary Parreiras, da Marinha do Brasil (na Força Tarefa 12, em 1966), e dos navios do Lloyd Brasileiro “Princesa Isabel”, “Princesa Leopoldina”, “Anna Nery”, “Rosa da Fonseca” e “Loide Argentina”.

Em 09/10/1968, foi admitido como 2º Oficial de Náutica na Frota Nacional dos Petroleiros – Petrobras (hoje Transpetro), onde atuou de 1968 a 1994, tendo completado todos os cursos da carreira, desde 2º Oficial de Náutica a Capitão de Longo Curso.

Exerceu os cargos de 2º Oficial de Náutica nos navios petroleiros “Gabriel da Fonseca” e “Buracica”.

Em 1969, foi requisitado para compor a guarnição do N/T “Horta Barbosa”[7], cuja construção acompanhou em sua parte final no Estaleiro Odense Staalskibsvrft (Dinamarca). Collyer permaneceu como 2º Oficial de Náutica de 16 de dezembro de 1969 a 30 de novembro de 1971, nas linhas do Golfo Pérsico-Brasil, Mar Vermelho-Brasil, África-Brasil e Golfo Pérsico-Europa.

Atuou como 1º Oficial, na qualidade de encarregado da navegação e escrivão de bordo ad hoc do “Presidente Prudente de Moraes” (28 de janeiro de 1972 a 11 de maio de 1973). Nessa função, acompanhou a operação de “jumboisation” (jumborização) do navio (julho a novembro de 1972), nos estaleiros da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, em Yokohama, Japão.

Também como 1º Oficial, em 1974, Collyer foi requisitado para compor a guarnição do VLCC “Cairu”, tendo acompanhado sua construção no estaleiro da Ishikawajima-Harima Heavy Industries Co., Ltd., em Kure, Japão.

Em 1976, assumiu a função de Imediato (subcomandante) do navio “Presidente Wenceslau”. Já como capitão de cabotagem e capitão de longo curso, Collyer respondeu pelo comando do Navio-Processo “Presidente Prudente de Moraes”, do NT “Água Grande” e do Propaneiro “Petrobras Nordeste”, totalizando dois anos na função.

Criou, implantou, coordenou e foi instrutor do Curso de Oficiais, do Curso de Comando e do Curso de Chefia de Máquinas da Frota Nacional de Petroleiros, de 1979 a 1982.

Dentro desse mesmo período, foi instrutor de Operação de Lavagem de Tanques com Óleo Cru (Crude Oil Washing – COW), para cumprimento da Resolução A 446 (XI) da International Maritime Organization (IMO), órgão da ONU, nos Cursos para Oficiais e Comandantes, da Frota Nacional de Petroleiros, no Rio de Janeiro, e de uma turma da Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec).

De 25 de janeiro de 1984 a 01 de agosto de 1986, foi Inspetor Geral da Frota Nacional de Petroleiros (FRONAPE). Em 1986, assumiu a Coordenação de Programas de Produtividade da Coordenadoria de Programas de Desenvolvimento do Serviço de Pessoal da Petrobras, de 1º de agosto a 30 de novembro de 1986.

Wesley Collyer atuou também como juiz civil (Suplente) do Tribunal Marítimo, de 22 de dezembro de 1986 a 05 de julho de 1988.[5]

Entre 01 de dezembro de 1986 a 31 de maio de 1992, foi chefe do Setor de Regimes Especiais de Trabalho da Petrobras (depois Setor de Marítimos), responsável por toda a área administrativa, inclusive salarial, dos quase 5.000 empregados marítimos, portuários e fluviários da Petrobras. Também atuou como Negociador Trabalhista da Petrobras (na área de Trabalho Marítimo), no mesmo período.

Em 1991, foi membro do Grupo-Tarefa-Diagnosticador que elaborou o Diagnóstico Interno Estratégico do Sistema Petrobras no âmbito do Departamento de Recursos Humanos.

Carreira jurídica

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Wesley Collyer formou-se Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Instituto Metodista Bennett/RJ, em 1983, com estágio de Prática Forense e Organização Judiciária.

Em 1994, foi aprovado em concurso para Juiz Federal do Trabalho da 8ª Região. Entre 1994 e 2000, atuou como juiz federal do Trabalho, nas cidades de Belém, Marabá (PA), Castanhal (PA), Calçoene (AP) e Almeirim (PA).[6]

A partir de 2004, passou a atuar na cátedra de Direito Marítimo e Portuário em cursos de Pós-Graduação em Instituições de Ensino Superior. Entre 2011 e 2014, atuou como professor visitante no Centro Universitário Maurício de Nassau, em Recife (PE).

Foi professor visitante em 2008 e 2009 nos Cursos de Direito Aduaneiro e Comércio Exterior e Direito do Transporte Aquaviário e da Atividade Portuária, na UNIVALI - Universidade do Vale de Itajaí (SC) e, em 2011 e 2012,  na Faculdade de Direito de Vitória (ES).

Carreira como escritor

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Foi presidente da Academia Catarinense de Letras e Artes (ACLA) durante 12 anos, de 06/08/2005 a 04/03/2017.[7]

O seu poema “Teu Corpo Meu” foi publicado no livro “O Jardim de Judith”, de Ruth Laus (coord.), ed. Centro Cultural Harry Laus, 2004. Além disso, o poema foi selecionado no Concurso Internacional da Academia Il Convívio, da Itália, e publicado em italiano e português na “Antologia del premio Poesia, Prosa e Arti Figurative 2005”, da mesma Academia.

Livros publicados

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Dicionário de Comércio Marítimo, Shipping Terms – Termos técnicos utilizados no Comércio Marítimo Internacional. São Paulo: Ed. Aduaneiras, 5ª edição (inglês-português), 2015, com Marco A. Collyer (2015). Essa obra é referência na disciplina e consta da bibliografia recomendada pelo Tribunal Marítimo para o Concurso Público para Provimento de Cargos de Juízes daquele Tribunal e para trabalhos científicos.

Mar de Memórias. Blumenau: Ed. Nova Letra, 2006, que o levou a ser entrevistado no “Programa do Jô”, da Rede Globo, em 04/08/2011.

Ética na Política – A indignação de quem trabalha por um Brasil melhor. Florianópolis: Ed. Modelo, 2ª ed., 2010.

A Água de Lastro e seus riscos ambientais (Cartilha), diversos autores. São Paulo: Associação Água de Lastro Brasil, 2009.

Lei dos Portos – o Conselho de Autoridade Portuária e a busca da eficiência. São Paulo: Editora Lex, 2008 (lançado na Bienal Internacional do Livro de SP, 2008).

Poesias em Três Estações. Florianópolis: edição do autor, 2003.

Artigos publicados

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* Mortes no Trânsito. Diário Catarinense, Florianópolis/SC, p. 55, 01/12/2002.

* O Porto de Itajaí e a Incompetência. Diário do Litoral, Itajaí - SC, p. 43, 29/07/2009.

* Os gargalos dos portos, o Conselho de Autoridade Portuária e a Secretaria Especial de Portos. Revista Portos e Navios, v. 578, pp. 44-45, 2009.

* Portos brasileiros – da abertura aos dias atuais. Revista Eletrônica do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, 11/07/2008.

* O Papel do Comandante na Produção de Provas. Boletim do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, v. out/90, pp. 2-3, 1990.

* Acidentes de Navegação. Boletim do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro/RJ, pp. 4-5, 01 out. 1986.

* Como Ver Melhor à Noite. Boletim Técnico da Petrobras, Rio de Janeiro/RJ, p. 3, 10 mar. 1982.

* O Uso do VHF no Mar. Boletim Técnico da Petrobras, Rio de Janeiro/RJ, p. 3 - 4, 10 mar. 1982.          

* O Calendário Universal: Proposta de Padronização. Jornal “O Liberal”, Belém/PA, 13/11/1995.                                   

* SOS: Breve história do mais conhecido Sinal de Socorro Marítimo. Revista Eletrônica do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, nº 147, de 17/08/2018, pp. 16-19.

* Quem é a Autoridade Portuária Brasileira? Revista Portos e Navios, v. 563, p. 39-39, 2007.

* Praticagem: a necessária discussão. Revista Portos e Navios, Rio de Janeiro, v. 565, p. 44, 01/02/2008.

* Sobre-estadia de Navios: a regra once on demurrage, always on demurrage. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1166, 2006. p. 1-3.

Água de lastro, bioinvasão e resposta internacional. Revista Jurídica da Presidência da República, Brasília, v. 9, n. 84, ISSN 1808-2807, 2007.

* A Autoridade Portuária Brasileira. In: CASTRO JUNIOR, Osvaldo Agripino de, e PASOLD Cesar L. (Org.). Direito Portuário, Regulação e Desenvolvimento. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2010, pp. 99-116.

* Chefia e Liderança na Marinha Mercante. Rio de Janeiro: 1979 (apostila). Utilizada na Disciplina “Chefia e Liderança”, nos Cursos da Frota Nacional de Petroleiros (Transpetro) e como apostila-texto nos Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA) e Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar (CIABA), do Comando da Marinha.

* Saint- Exupéry - Muito Além do Pequeno Príncipe. Diário Catarinense, Caderno DC Cultura, p. 13, 30/07/2005, com chamada na 1ª página.

* Saint-Exupéry, o mar e o navio. Diário de Bordo - Boletim Técnico do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro/RJ, publicado em três edições sequenciais em 1997.

* Alberto Senra Guimarães. Diário de Bordo - Boletim Técnico do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro/RJ, pp 6-7, 01/01/2003.

* Pequena homenagem a um mito. Diário de Bordo - Boletim Informativo do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro/RJ, pp 6-7, 01/071996.

* Carta ao Comte. Ventura - Um registro para a memória da Marinha Mercante Brasileira. Revista Eletrônica do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, nº 142, de 15/03/2017, pp. 5-7.

* Baobá - A árvore do tempo. Revista Eletrônica do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, nº 149, de 30/06/2020, pp. 17-18.

* A Lua Azul. Revista Eletrônica do Centro dos Capitães da Marinha Mercante, Rio de Janeiro, nº 98, de 15/08/2012 p. 16.

Entrevistas na Televisão

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Ao “Programa do Jô” em 04/08/2011, por seu livro “Mar de Memórias”, em que relata o lançamento do corpo de um marinheiro ao mar.

À Primer TV, de São José, SC, uma série de 21 entrevistas sobre assuntos concernentes à profissão marinheira.

Ao Canal TV Costa Ocidental, dos Açores, entrevista intitulada “Serenidade de Navegante”, 60 minutos, em 2016.

Conversas Cruzadas, da TVCom, sobre os temas: “Interferência dos movimentos sociais no comportamento do Governo”; (25/06/2013), “Delação premiada” (09/09/2014), “Aposentadoria precoce do ministro do STF e seu legado” (20/06/2014), “Operação da PF contra a corrupção” (21/11/2014).

TVCom Entrevista, “Os desafios do mar” (13/09/2014).

à TV Justiça, Rede Nacional, sobre os temas “Mediação e Conciliação na Justiça do Trabalho” (novembro/2004) e “Panorama Sindical Brasileiro” (maio/2005), ambas com 60 min. de duração.

Outras entrevistas

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À Rádio Udesc FM, no programa “Ação e Cidadania”, em 21/05/2012, das 10h30 às 11h;

À revista “Portos e Navios”, para a matéria “Advogados do Mar”, edição de setembro/2008.

Ao jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, sobre irregularidades no Porto de Paranaguá (31/01/2011).

Ao Jornal do Commercio, sobre “Construção Naval no Brasil”, 01/07/1991.

Ao Jornal de Beltrão. “O lobo-do-mar Wesley Collyer e seu “Mar de Memórias”. Jorge Baleeiro de Lacerda. 01 de junho de 2013.

Prêmios e comendas

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1. Ordem do Mérito “Jus et Labor”, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, no grau de Oficial, em 2016.[8]

2. Medalha do Mérito e Diploma Francisco Dias Velho, da Câmara dos Vereadores de Florianópolis, pelos “relevantes serviços prestados à comunidade florianopolitana”, em 23 de março de 2008 (Lei Municipal 5.932/2008).[9]

Notas

[1] Wesley Collyer já navegou o equivalente a 16 voltas em torno da Terra. Entrevista com Jô Soares, no Programa do Jô. 04 de agosto de 2011.

[2] História da Fronape, no website da Transpetro.

[3] CNPQ Wesley Oliveira Collyer. Currículo Lattes.

[4] FERREIRA LIMA, Carlos F.C., Os Collyer - Navegadores do Hudson e da Amazônia. Ferreira Lima, Blumenau, ed. AmoLer, 2020, pp. 21-46.

[5] Diário Oficial da União, Ano XXVII — Nº 244, de 22/12/1986.

[6] Justiça do Trabalho - TRT da 8a Região (PA/A). Lista de magistrados aposentados.

[7] Jornal Notícias do Dia, 04,02,2015. Prêmio contempla personalidades de SC em literatura, teatro, artes e música nesta sexta-feira.

[8] Ordem de Mérito Jus et Labor. Justiça do Trabalho da 8ª Região (PA/AP).

[9] Projeto de decreto legislativo nº 02192/2007.

Ligações externas

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«Floating Storage/Production - HORTA BARBOSA - MarineTraffic»

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