Wikipédia Discussão:Projetos/Acordo ortográfico/Aprender
Adicionar tópicoO que podemos aprender do exemplo alemão
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Há algumas diferenças significativas entre a reforma da ortografia alemã de 1996 e o nosso Acordo Ortográfico de 1990 que convém analisar:
- Concentração e dispersão - A quase totalidade dos falantes do alemão encontra-se na Europa, concretamente na Europa Central, onde a Alemanha tem um inegável papel de liderança. Pelo contrário, a lusofonia é um arquipélago espalhado por esse imenso oceano que é o mundo todo. A pátria da língua, Portugal, está longe de ter a situação destacada da Alemanha, embora ostente indicadores de desenvolvimento bastante mais elevados do que os restantes países lusófonos (alguns em situação desesperada...). Moçambique, Angola e, principalmente, o Brasil são maiores e mais populosos do que Portugal. A desproporção com o Brasil é abissal... Esta realidade — não há que escondê-lo — introduz um mal-estar latente nos portugueses sempre que há uma disputa (mesmo que mais imaginada do que real) entre os dois países. E isto é particularmente notório quando estão em causa elementos nucleares da identidade nacional, como a língua. O contrário também é verdade, porque persiste em muitos brasileiros a ideia de que a colonização portuguesa foi um mal para o Brasil e a imagem do português enraizada no brasileiro médio ainda é a que se reflete nas inúmeras "piadas de português", tão populares no país-irmão.
- Vencedores e perdedores – A reforma alemã visava a simplificação generalizada. Mudou-se 0,5% de todo o vocabulário em todo o espaço germanófono. Mesmo considerando a exceção suíça — onde há muito não se usa o ß —, não podemos falar que um país tenha sido obrigado a mudar mais do que outro. Ora o mesmo não se passa com o AO. Pelos números divulgados, Portugal muda 1,6% das palavras e o Brasil só 0,5%. Fica a sensação, em muitos portugueses, de que Portugal fez um mau negócio. Os apelos já feitos nesta página pelo Tonyjeff para "arrefecer eventuais sentimentos xenófobos" devem ser levados a sério. A delicadeza do assunto exige muita cautela.
- Força legal - Ao contrário do AO de 1990, a reforma alemã de 1996 nunca teve força de lei, nem foi ratificada pelos parlamentos dos respectivos países. Houve sucessivos recursos judiciais, até que o Tribunal Constitucional alemão (Bundesverfassungsgericht) acabou por deliberar que a reforma apenas se poderia tornar obrigatória nas escolas. Fora do sistema de ensino, cada um era livre de usar a ortografia que entendesse: cidadãos em geral; mas também empresas, organismos do Estado, editoras de livros, meios de comunicação social, etc. Isto apaziguou os críticos, mas legitimou a criação e o uso de ortografias privadas, designadamente pelos jornais e revistas. Situação que faz lembrar um pouco o que se passava entre nós antes de se estabelecerem as primeiras regras ortográficas oficiais no início do século XX. Neste particular, a situação da língua portuguesa é um pouco diferente da alemã, porque, entre nós, a ortografia é lei ratificada pelos parlamentos e presidentes da República dos respetivos países. À partida será obrigatória, não só nas escolas, mas também nos organismos do Estado. Mas creio que não mais do que isso. Não havendo volte-faces, o sucesso a longo prazo do AO está garantido, e será uma realidade à medida que a geração que for escolarizada nas novas normas chegue à vida ativa. Mas o sucesso a curto e médio prazo vai depender da rápida adesão daqueles que não vão ser obrigados por lei a fazê-lo. Neste grupo encontram-se os jornais e revistas, as edições de livros não-escolares (os escolares estão obrigados à partida) e projetos como a Wikipédia. E receio que, na eventualidade de um rotundo fracasso a curto e médio prazo, nunca chegue a haver longo prazo...
- Período de transição - Para a entrada em vigor em pleno da reforma ortográfica do alemão foi estabelecido um período de transição de 8 anos. Muitos hoje consideram que este período foi excessivo e atribuem-lhe grandes responsabilidades pela resistência da sociedade em geral em aderir às novas normas (mais informação aqui). No nosso caso, no Brasil falou-se de um período de transição de 3 anos, mas em Portugal o governo fala em 6 anos. Este período parece um pouco longo demais e poderá acarretar problemas acrescidos na adesão do grande público. Se, há quase um século atrás, o governo português deu 3 anos de tolerância para a plena adoção da reforma de 1911, não se compreende o porquê de agora optar por um prazo tão dilatado, numa época em que as ferramentas eletrónicas podem agilizar enormemente o processo de transição. Destaco este aspeto apenas porque poderá ter impacto na WP. Os detratores portugueses do AO já anunciaram a sua intenção em não baixar os braços durante o período de transição, mantendo abaixo-assinados, petições e pressões várias sobre os políticos, para que o AO seja definitivamente anulado. É previsível que tentem mobilizar os leitores dos diversos jornais e revistas a escreverem cartas ameaçando que deixam de comprar as respetivas publicações se estas adotarem as normas do AO. Não é de descartar a hipótese de que tentem fazer o mesmo na Wikipédia. Daí a importância de termos estes assuntos bem maturados e um plano bem fundamentado para executar a mudança, acautelando também a componente mediática. Refiro-me concretamente à comunicação.
- Timing - A WP-de teve a enorme vantagem de ter nascido após a reforma ortográfica estar em vigor. Era ainda um assunto quente e houve que impor o cumprimento das novas normas, mas para nós as coisas serão muitíssimo mais difíceis. Difíceis, mas não impossíveis! Uma vez mais, a necessidade de um bom plano. Pode parecer presunçoso da nossa parte, mas eu sinceramente acho que podemos desempenhar um papel importante no triunfo do AO em todos os países lusófonos, especialmente em Portugal e no Brasil.
Gostaria de ouvir comentários dos restantes participantes sobre o caso alemão e o que podemos aprender com ele. Um abraço, Manuel de Sousa (discussão) 11h35min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Vencedores e perdedores/Concentração e dispersão
- A maior parte desta discussão deixa de ter sentido, visto que temos de considerar o acordo ortográfico como um dado adquirido. ::Discutir se se deveria fazer o acordo ou se este deveria ser diferente deixou de ser útil.
- Deverá, no entanto, haver muita atenção em especial nas duplas grafias.
- Força legal
- O Acordo Ortográfico é uma lei. E as leis são para cumprir. Do modo como está descrito, o caso alemão foi um desastre.
- Período de transição/Timing
- Eu considero o período de transição como um período em que os textos anteriores a esse período não devem ser considerados errados. ::No entanto, na minha opinião, qualquer texto escrito durante esse período deve ser escrito segundo a nova norma. Qualquer outro modo de pensar terá como consequência o desaparecimento na prática desse período, fazendo com que a transição seja abrupta. Ou seja a mudança só se iniciaria no último dia desses 6 anos. Lembram-se da transição para o euro? As pessoas tinham 6 meses para trocar as moedas, e viram o desespero que houve no último dia?
- JF (discussão) 12h48min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo com o texto e com o JF. Admiro-me muito com o exemplo alemão que não obrigou o uso das novas regras ortográficas, isso deve ser um samba-de-crioulo-doido.
- Com relação aos prazos, acho que tão-logo o acordo entre em vigor deveremos adotá-lo, para que durante a transição todos se acostumem com ele. Ninguém precisa ser obrigado a escrever pelas novas regras, mas ninguém poderá se opor à correção dos textos por si escritos. Mateus Hidalgo quê? 13h15min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo com a noção que a Wikipédia poderá ter um papel importante nesta reforma, dada a sua projecção . Nesse sentido, penso que convém que sejamos um dos media a adotar rapidamente a nova norma mesmo não sendo obrigados a tal, de forma a ajudar no encurtamento do prazo de transição e no consequente sucesso do AO. Uma regra importante sobre a qual penso que podíamos decidir é, como disse o Mateus, permitir a ortografia pré-AO, mas desencorajar (ou proibir de todo) a "correcção"/reversão de alterações feitas para conformar com o AO. --Waldir msg 13h33min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo com o amigo JF a respeito da principal diferença entre nosso Acordo e o alemão. "O Acordo Ortográfico é uma lei". Temo, no entanto, que acabe se consolidando aqui a opinião de alguns de que devemos encarar a reforma de forma severa, menosprezando a opinião daqueles que fazem oposição ao AO.
- Disse bem nosso amigo Manuel de Sousa:
“ | É previsível que tentem mobilizar os leitores dos diversos jornais e revistas a escreverem cartas ameaçando que deixam de comprar as respetivas publicações se estas adotarem as normas do AO. Não é de descartar a hipótese de que tentem fazer o mesmo na Wikipédia. | ” |
- Creio que um bom plano, o mais democrático possível (respeitando o fato de que o AO é lei) seja vital não só para o sucesso do projeto, mas também para que não se veja a WP-pt como partidária deste ou daquele lado. Lembremos que esta é uma enciclopédia livre (mesmo havendo normas).
- Não estou aqui apoiando uma mudança morosa ou displicente mas sim uma mudança democrática e tolerante. Com já comentei, considero a reforma rápida e bem organizada importante como exemplo para outras mídias (eletrônicas ou não) nas mudanças propostas (ou impostas, como queiram) pelo AO. Franklin Kerber (discussão) 13h46min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo que não devemos obrigar ninguém a escrever sob o novo acordo, nem mesmo após o período de transição. Aliás, não há como obrigar ninguém a escrever corretamente. O que eu pensava é que, mesmo durante a transição, poderíamos ir "corrigindo" os artigos para a nova ortografia. Isso ajudaria a irmos nos habituando com o AO (como disse o JP, de nada adiantará querermos passar a escrever sob as novas regras no fim da transição). Mateus Hidalgo quê? 14h27min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Pois bem! Imaginem como "obrigaríamos" alguém a escrever segundo o Acordo Ortográfico? Banindo os que não o fizerem? Inviável, não? A idéia é criar mecanismos de correção, com toda certeza! O que, aliás, pode ser feito independente do acordo. Franklin Kerber (discussão) 14h31min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Que bom que chegamos ao consenso de que ninguém pode obrigar ninguém a escrever assim ou "açado" rsrs. Penso haver duas maneiras de lidar com o AO durante o período de transição:
- permitir ambas as grafias, o que é lógico, mas respeitar ambas tal qual as políticas atuais da Wikipédia com relação às variantes do português; ou
- permitir ambas as grafias, dando preferência pela nova, isto é: não reprimindo ninguém que corrija a antiga para a nova (já teremos quase 400 mil artigos sob a grafia antiga, é bastante coisa a se corrigir de uma vez após o fim da transição).
- Como já disse algumas vezes, sou a favor da segunda. Mateus Hidalgo quê? 14h48min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Que bom que chegamos ao consenso de que ninguém pode obrigar ninguém a escrever assim ou "açado" rsrs. Penso haver duas maneiras de lidar com o AO durante o período de transição:
- Poderia acontecer, por exemplo, de algum usuário não gostar que o que escreveu foi atualizado para o novo AO, tal qual acontece quando se muda a grafia de uma norma para outra. Mateus Hidalgo quê? 14h51min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo com 2 Franklin Kerber (discussão) 14h59min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Julgo que podemos e devemos avançar logo mal o acordo entre em vigor. O período de transição é mesmo isso, "de transição" e essa transição terá sempre de ser feita já que o acordo ao fim de 3, 6 ou x anos será obrigatório. A utilização das grafias antigas durante o período de transição só pode ser aceite em material publicado (sejam leis, documentos oficiais, teses, livros ou revistas) antes da entrada em vigor. Novas publicações deverão ser criadas de acordo com as novas regras. No caso da wiki, como é um processo infinito e sempre em evolução (não é uma enciclopédia física no sentido em que após a sua edição não pode haver mudanças) será normal proceder logo às mudanças. Gameiro (discussão) 14h57min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo --DaveMustaine opa 16h00min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo --Tonyjeff ¿Uíqui-o-quê? 17h44min de 26 de Maio de 2008 (UTC) : Não se pode obrigrar os usuários a adotarem a nova grafia, mas deve ser permitida a correção, seja por outros usuários, seja por bots. O acordo foi aprovado sua vigência é mera questão de tempo. Estarmos à vanguarda desse processo condiz com o caráter dinâmico do projeto. --Tonyjeff ¿Uíqui-o-quê? 17h44min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo Fasouzafreitas (discussão) 17h58min de 26 de Maio de 2008 (UTC) Começar a realizar desde já as mudanças, sem ainda as impor, é uma forma de adiantar o trabalho que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser feito, à medida que a Acordo Ortográfico inapelavelmente entrará em vigor nos próximos anos.
O que podemos aprender do exemplo francês
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Como se pode ver, a situação do francês aparenta ser bastante mais caótica do que a do alemão. Manuel de Sousa (discussão) 22h23min de 26 de Maio de 2008 (UTC)
- Sim, e é também o que mais se assemelha ao nosso caso, exceto pela não-obrigatoriedade de se seguir uma forma "correta". Muitos artigos serão criados e expandidos com a ortografia pré-1990. Caberá a nós, utilizadores registrados, a obrigação de corrigir e avisar outros usuários sobre as regras aprovadas pela comunidade, já que apenas uma versão será válida aqui. Observações gerais e não técnicas. Vamos ao estudo da teoria para posterior discussão prática. Até. Arley msg? 01h50min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- Penso que se torna óbvio que a forma como os franceses abordaram o assunto não foi a melhor. Todo o esforço que se faz pela reforma e simplificação acaba sendo posto em cheque devido à relutância das pessoas. Acho que as lições que podemos daqui retirar são que não vale a pena ter uma posição passiva de aceitação em relação ao AO. Há que apoiá-lo activamente, de forma a não se perder demasiada energia numa transição que na verdade não custa assim tanto. A nível mais concreto, eu diria que não só se devia desencorajar a reversão de correcções manuais ou automáticas devidas ao AO, como também a nível de redirects dever-se-á estabelecer uma regra de precedência, ou seja o título dos artigos deverá ser o correcto com a nova ortografia, e as anteriores deverão redireccionar para esta. --Waldir msg 08h53min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- Acredito que não. Por mais que o assunto seja discutido, nosso papel aqui é diminuir futuros conflitos, pois sempre haverá resistência, principalmente por editores portugueses e o desconhecimento, principalmente por ip's. Já existe na Wikipédia a sensação, por parte dos portugueses, de menosprezo, por conta da maior porcentagem de editores brasileiros. Algumas regras aumentarão tal percepção. Arley msg? 11h50min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- Pra mim essa reforma francesa é um exemplo do que não se deve fazer. Se nem ao menos a nova ortografia é ensinada como querem que a usem? Sou da opinião do Waldir, de se ter um posicionamento mais ativo com relação a reversões e redirects. Aliás, penso eu que o título dos artigos nem se discute: cedo ou tarde terão que estar sob a nova ortografia. Mateus Hidalgo quê? 12h53min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- A Academia Francesa, conforme se pode ler no prefácio à 9.ª edição do seu dicionário, deu o aval às alterações propostas pelo Conselho Superior da Língua Francesa de 1990, recomendando que soient soumises à l'épreuve du temps (i.e., sejam submetidas à prova do tempo). Isto resume bem a postura ambígua da Academia e, de certa forma, das autoridades francófonas, incluindo os respetivos governos. Estarei a especular, mas parece-me que houve aqui um problema mal resolvido entre a Academia e o tal Conselho Superior da Língua Francesa...
- Quanto à pergunta do JF, a minha resposta é a seguinte: não devemos ser os primeiros, mas parece que o mais comum é as coisas darem para o torto...
- Acho que no passado as reformas ortográficas eram mais fáceis do que atualmente. Com a universalização da escolaridade, a língua escrita tornou-se património de todos e já não de meia dúzia de letrados que podiam acordar entre eles passar a escrever algumas palavras de forma diferente. Hoje em dia, mudar a ortografia parece tão difícil como mudar o hino ou a bandeira nacional. Por isso eu tenho pedido calma a este grupo e tenho insistido na necessidade de refletirmos e de observarmos cuidadosamente o que tem acontecido noutras línguas importantes, como são o francês e o alemão. Manuel de Sousa (discussão) 13h43min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- Creio que o exemplo francês seria equivalente à nossa situação atual, onde o acordo não é obrigatório. Mas como presume-se que em futuro próximo (ou nem tanto) ele será obrigatório, temos uma razão a mais para começarmos a utilizá-lo, não teremos escolha. Se a comunidade aprovar, começar logo a observá-lo nas páginas novas (ou em todas as edições novas, conforme for decidido) vai ajudar a todos a se acostumarem com a
idéiaideia. E parece-me que a Wikipédia é o local mais apropriado para iniciar isso, pois é o local onde editores e leitores já estão acostumados a outras versões da escrita. Maurício msg 13h56min de 27 de Maio de 2008 (UTC)
- Creio que o exemplo francês seria equivalente à nossa situação atual, onde o acordo não é obrigatório. Mas como presume-se que em futuro próximo (ou nem tanto) ele será obrigatório, temos uma razão a mais para começarmos a utilizá-lo, não teremos escolha. Se a comunidade aprovar, começar logo a observá-lo nas páginas novas (ou em todas as edições novas, conforme for decidido) vai ajudar a todos a se acostumarem com a
O que podemos aprender do exemplo neerlandês
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A leitura dos casos do alemão, do francês e do neerlandês, se para mais não servir, serve pelo menos para quebrar o mito de o que os estrangeiros fazem é que é bem feito. Alemães, franceses e holandeses, certamente, gerem os processos de transição e adoção de novas regras de forma exemplar, certo? Errado! Têm sido processos muitíssimo tumultuosos e nem sempre a WP da respectiva língua tem conseguido definir políticas claras para lidar com o assunto (a indefinição da WP-fr é disso um bom exemplo).
Seja como for, há aqui grandes diferenças entre os casos em análise e o nosso. É que para nós, portugueses e brasileiros, ortografia é lei aprovada pelo parlamento e pelo presidente da República. E este facto facilita enormemente a tomada de decisão por parte da comunidade WP-pt. À partida não há como recusar a sua plena adoção na WP-pt. Faltará apenas decidir quando? e como?. Um abraço, Manuel de Sousa (discussão) 22h23min de 29 de Maio de 2008 (UTC)
- Mais uma vez reforço a opinião de que a Wikipédia deve tomar uma posição activa neste assunto: tal como a wp-nl, devemos adotar o acordo e não aguardar por um consenso exterior (que nunca acontecerá, como vimos pelos exemplos acima). É especialmente importante sublinhar a necessidade de desencorajar discussões sobre a adoção ou não do AO na wp-pt, pois como disse o Manuel acima, no caso do pt o acordo tem uma força legal que não existia nos outros (e mesmo que não tivesse, dada a nossa natureza de um projecto conjunto dos países lusófonos, nada mais natural seria que adotar a grafia unificada), e um tema tão controverso produziria discussões intermináveis, sendo portanto recomendável que se adicione este assunto aos temas recorrentes, talvez fundindo (ou não) com o tema da cisão da wp-pt (criação da wp-br). --Waldir msg 00h41min de 30 de Maio de 2008 (UTC)
- Concordo com o Waldir. Mateus Hidalgo quê? 13h49min de 1 de Junho de 2008 (UTC)
- Concordo --Tonyjeff ¿Uíqui-o-quê? 17h33min de 1 de Junho de 2008 (UTC)
Texto de resumo do trabalho desenvolvido
[editar código-fonte]Pessoal, a ideia será este subprojeto redigir uma breve conclusão a que chegou na sequência do trabalho desenvolvido. Na verdade, já muito estava feito quando este subprojeto foi criado. No entanto, preparei um resumo que gostaria de submeter ao vosso escrutínio, antes de o colocar aqui. Aqui vai. P.f. opinem em baixo. Um abraço, Manuel de Sousa (discussão) 23h02min de 2 de Junho de 2008 (UTC)
Antes de definirmos o que fazer na WP-pt quanto ao AO 1990, pareceu-nos útil começar por estudar outras línguas que também foram objeto de mudanças ortográficas recentes — o alemão (reforma ortográfica de 1996), o francês (retificações de 1990) e o neerlandês (novo vocabulário de 2006) — e como reagiram as respetivas WP. Antes de mais, foi necessário conhecer genericamente as particularidades ortográficas das três línguas, bem como as alterações operadas. Pela leitura de políticas e recomendações das WP-de, WP-fr e WP-nl, complementada pelas explicações dadas por wikipedistas de cada uma das três WP, foi possível conhecer em pormenor a forma como cada WP lidou com a questão.
As conclusões a que chegámos foram as seguintes:
- Ao contrário do nosso AO 1990, as alterações ortográficas do alemão, do francês e do neerlandês são pouco (alemão e neerlandês) ou mesmo nada (francês) vinculativas.
- Assim, as diversas WP tiveram grandes dificuldades em tomar uma posição sobre o assunto. Na WP-fr não se chegou a qualquer consenso, sendo as retificações de 1990 aí quase completamente ignoradas.
- Pelo contrário, nas WP-de e WP-nl, apesar de certas discordâncias, foi decidido seguir as normas oficias. Há, no entanto, no caso da WP-de, o cuidado de dizer expressamente que quem não segue as novas normas ortográficas pode continuar a colaborar na WP, desde que não se oponho a que os seus contributos sejam ortograficamente revistos.
- Outro ensinamento a retirar é que não devemos permitir que o debate interno se desvie para as virtudes ou defeitos do próprio AO, mas apenas no que é melhor para a comunidade da WP-pt. Foi nesse debate interminável que caiu a WP-fr impedindo-a de tomar uma decisão.
- Os exemplos da WP-de e da WP-nl ensinam-nos, também, que não é necessário esperar que toda a sociedade se converta às novas normas ortográficas (o que ainda está longe de acontecer nesses países) para que as adotemos internamente. Havendo uma clara decisão por parte dos governos em ir em frente, podemos também avançar na WP com toda a segurança.
Opiniões?
[editar código-fonte]Concordo. Aliás, eu não conseguiria tratar do assunto de forma tão clara e objetiva. O texto acima contempla minhas impressões e, ainda que eu creia haver mais a dizer, creio que por hora isso nos basta. Obrigado Manuel. Franklin Kerber (discussão) 22h39min de 7 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo com o texto. Só acrescentaria no ponto 3. a imporância de prevenir que a desejada tolerância se converta em indiferença. A nossa posição deverá ser cordial e compreensiva, mas firme. --Waldir msg 22h41min de 7 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo com o texto e com o Waldir. Parabéns ao Manuel pela dedicação e empenho. --DaveMustaine opa 22h52min de 7 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo Não vejo o que aprender dos exemplos dos outros idiomas. Se quisermos, teremos de começar do zero, fazendo discussões de tema por tema, adaptando-se às necessidades e questões que forem surgindo. Fasouzafreitas (discussão) 01h05min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo Especialmente com o quinto ponto. --Tonyjeff ¿Uíqui-o-quê? 02h15min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo, mas cuidado porque o terceiro ponto é potencialmente perigoso, pode criar precedentes. É melhor estabelecer as regras como regras, ou seja, firmas. --GiovanniS (discussão) 03h35min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
ConcordoJF (discussão) 09h43min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
- -Na sequência dos comentários recebidos, fiz algumas alterações ao texto acima. P.f. sintam-se à vontade para alterar o que entenderem. O texto acima deve ser o mais consensual possível. Manuel de Sousa (discussão) 09h47min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo com tudo. Mateus Hidalgo quê? 12h46min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo; a ressalva alemã parece-me sem sentido, já que o autor, uma vez inserindo um texto, não tem privilégio especial sobre ele, podendo ser adequado às políticas oficiais sem prévia comunicação ou "autorização". Maurício msg 18h02min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
- -Pois é, mas hoje em dia não é bem assim. Ou seja, as regras da WP estabelecem que não são permitidas alterações para pt-PT de um texto originalmente escrito em pt-BR e vice-versa. No caso da implementação do AO, teria de ficar claro que qualquer texto escrito numa versão pré-AO (pt-PT ou pt-BR) poderia ser alterado para pt-AO, mas que o contrário não seria permitido. Mesmo que as atuais normas pt-PT e pt-BR continuassem perfeitamente legais nos próprios países (durante a vigência dos tais períodos de transição). Isto representa uma alteração em relação à prática atual, pelo que, parece-me, não seria demais referi-la expressamente. Manuel de Sousa (discussão) 21h56min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
- Não imagino que seja uma alteração crucial nas atuais regras de respeito ortográfico da Wikipedia. O pt-AO é aceito em ambas as variantes, não configurando, assim, desrespeito as eventuais atualizações nos textos. Acredito que esse seja o ponto crucial a ser definido o quanto antes pela comunidade, pois se for tolerada a reversão de pt-AO, todo o esforço será em vão, ao menos durante o chamado período de transição. --Tonyjeff ¿Uíqui-o-quê? 23h55min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Concordo com tudo também. Gameiro (discussão) 23h24min de 8 de Junho de 2008 (UTC)
Assim sendo, e se ninguém se opuser, dou este subprojeto por encerrado, com o texto acima como conclusão do trabalho desenvolvido. Agradeço a todos pela colaboração. Vamo-nos, agora, concentrar nos outros subprojetos ainda em aberto e no próprio projeto. Um abraço lusófono, Manuel de Sousa (discussão) 20h50min de 11 de Junho de 2008 (UTC)