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Wolfgang Schadewaldt

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Wolfgang Schadewaldt
Nascimento 15 de março de 1900
Berlim
Morte 10 de novembro de 1974 (74 anos)
Tubinga
Sepultamento Bergfriedhof
Cidadania Alemanha
Filho(a)(s) Dorothea Arnold
Alma mater
Ocupação helenista, filólogo clássico, tradutor, professor universitário
Distinções
Empregador(a) Universidade de Tubinga, Universidade de Leipzig, Universidade de Freiburgo, Universidade Humboldt de Berlim

Wolfgang Otto Bernhard Schadewaldt (Berlim, 15 de março de 1900 - Tubinga, 10 de novembro de 1974) foi um tradutor, crítico literário e filólogo clássico alemão[1].

Schadewaldt era filho do médico Otto Schadewaldt e de Agnes Trensky. Ele estudou na antiga Universidade de Friedrich-Wilhelm (em alemão: Friedrich-Wilhelms Universität), atual Universidade Humboldt de Berlim, entre 1919 e 1924. Na ocasião teve a oportunidade de ter aulas com Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff e Werner Jaeger. Doutorou-se em 1924 e fez sua livre-docência (em alemão: Habilitation) em 1927, ambas em Berlim[1].

Em 1928 casa-se com Maria Meyer, filha do Prof. Dr. Arnold Meyer[1].

Com apenas 28 anos de idade, Schadewaldt inicia sua carreira acadêmica como professor de filologia clássica na Universidade de Königsberg. Ali permanecerá apenas um ano e meio, até 01 de outubro de 1929[2].

Em 1929 transfere-se para Universidade de Freiburg, onde atuou como professor de filologia clássica até 1934. Em Freiburg oferece uma aula inaugural (em alemão: Antrittsvorlesung) chamada "Para uma essência do clássico na poesia antiga" (em alemão: "Vom Wesen des Klassischen in der antiken Poesie"). Nesse período histórico, envolto pelo nazismo, fascina-se pela atuação do professor Martin Heidegger e o acompanha no momento em que o mesmo torna-se reitor da Universidade. Heidegger nomeia, assim, Schadewaldt como diretor da faculdade de filosofia, que no sistema de ensino alemão abrange a maioria das ciências humanas. Schadewaldt procurou nesse período ajudar seu amigo e também filólogo Eduard Fraenkel, que, por ser judeu, encontrava dificuldades para emigrar para Inglaterra[3]. A situação em Freiburg ficou insustentável para Schadewaldt e, em 15 de abril de 1934, envia uma carta de demissão a Heidegger[4].

Schadewaldt deixa Freiburg poucos meses após a saída de Fraenkel e em 1 de outubro de 1934 torna-se professor de filologia clássica na Universidade de Leipzig. Ali entra em contato com os professores Hans-Georg Gadamer e Werner Heisenberg[5]. Também torna-se diretor da secção histórico-filológica da faculdade de filosofia, entre 1939 e 1941[1]. Nesse período escreve seu famoso texto "Estudos sobre a Ilíada" ("Iliasstudien"[6]).

No período de 1941 até 1950 foi professor na Universidade Humboldt de Berlim e, finalmente, entre 1950 e 1968 lecionou na Universidade de Tübingen[1].

Um de seus mais famosos alunos Wolfgang Kullmann descreve a pesquisa de Schadewaldt sobre Homero como o clímax (Höhepunkt) de uma geração que iniciou-se com Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff e Eduard Schwartz[7]. Schadewaldt contribuiu, na verdade, para a popularização dos estudos homéricos na Alemanha.

Além de traduzir diversas tragédias, especialmente de Sófocles, Schadewaldt procedeu com uma das mais fidedignas traduções da Ilíada[8] e da Odisseia[9], naquilo que conhecemos como espaço cultural-linguístico alemão. Em verdade, ele procurou suplementar possíveis falhas da tradução mais conhecida na Alemanha, procedida por Johann Heinrich Voss. Voss traduziu a Odisseia[10] em 1781 e a Ilíada em 1793[11] em hexâmetro. No entanto, para Schadewaldt: "O hexâmetro alemão não corresponde ao hexâmetro em grego" (em alemão: "Der deutsche Hexameter entspricht nicht dem Hexameter im Griechischen")[12].

Ele explica que os versos gregos, na linguagem épica, possuiam muitas palavras longas, que no grego tardio tiveram que ser "encurtadas". O exemplo de Schadewaldt é a palavra grega "akouemenai" ("a-ku-e-me-nai"), que significa "escutar", e que no grego tardio passa a ser "akouein" ("a-ku-ein" ou "ακουειν")[12]. Outro problema na tradução de Voss, segundo Schadewaldt, seria o influxo pietista (em alemão:pietistisch-erregten) e um caráter idílico (em alemão: idyllischen Charakter) em sua tradução e que são estranhos a Homero[12].

Algumas obras

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Livros:

  • Monolog und Selbstgespräch (1926)
  • Iliasstudien. Leipzig: Hirzel, 1938 (2a. ed. 1943, 3a. ed. 1966)
  • Die Heimkehr des Odysseus (1946)
  • Legende von Homer dem fahrenden Sänger (1942, 1959)
  • Sophokles und das Leid (1948)
  • Sappho. Dasein in der Liebe (1950)
  • Griechische Sternsagen (1956)
  • Hellas und Hesperien. Gesammelte Schriften zur Antike und zur neueren Literatur (1960)
  • Goethe-Studien. Natur und Altertum (1963)
  • Tübinger Vorlesungen (org. Ingeborg Schudoma). Vol. 1: Die Anfänge der Philosophie bei den Griechen, Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1978; Vol. 2: Die Anfänge der Geschichtsschreibung bei den Griechen. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1982; Vol. 3: Die frühgriechische Lyrik. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1989; Vol. 4: Die griechische Tragödie. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1991

Traduções:

  • Carmina Burana, 1953
  • Homer: Odyssee. Hamburg: Rowohlt, 1958
  • Homer: Ilias. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1975 (Insel Verlag)
  • Sophokles: Aias. Frankfurt am Main: Insel, 1993
  • Sophokles: Antigone. Frankfurt am Main: Insel, 1974
  • Sophokles: Elektra. Frankfurt am Main: Insel, 1994
  • Sophokles: Die Frauen von Trachis. Frankfurt am Main: Insel, 2000
  • Sophokles: Ödipus auf Kolonos. Frankfurt am Main: Insel, 1996
  • Sophokles: Philoktet. Frankfurt am Main: Insel, 1999
  • Sternsagen. Die Mythologie der Sternbilder. Frankfurt am Main: Insel, 2002

Referências

  1. a b c d e «Biografia». Universidade de Leipzig. Consultado em 2 de agosto de 2011  (em alemão)
  2. Hellmut Flashar. "Biographische Momente in schwerer Zeit". In: "Wolfgang Schadewaldt und die Gräzistik des 20. Jahrhunderts" (org. Thomas Szlezák). Zurique: Georg Olms, 2005, p. 152.
  3. Hellmut Flashar. "Biographische Momente in schwerer Zeit". In: "Wolfgang Schadewaldt und die Gräzistik des 20. Jahrhunderts" (org. Thomas Szlezák). Zurique: Georg Olms, 2005, pp. 155-161.
  4. Hellmut Flashar. "Biographische Momente in schwerer Zeit". In: "Wolfgang Schadewaldt und die Gräzistik des 20. Jahrhunderts" (org. Thomas Szlezák). Zurique: Georg Olms, 2005, p. 161.
  5. Hellmut Flashar. "Biographische Momente in schwerer Zeit". In: "Wolfgang Schadewaldt und die Gräzistik des 20. Jahrhunderts" (org. Thomas Szlezák). Zurique: Georg Olms, 2005, p. 163.
  6. Wolfgang Schadewaldt. "Iliasstudien". Volume 43, nr. 6, Abhandlungen der Sächsischen Akademie der Wissenschaften, Leipzig: S. Hirzel, 1938.
  7. Wolfgang Kullmann. "Wolfgang Schadewaldt und Homer". In: "Wolfgang Schadewaldt und die Gräzistik des 20. Jahrhunderts" (org. Thomas Szlezák). Zurique: Georg Olms, 2005, p. 18.
  8. Wolfgang Schadewaldt. "Ilias". Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1975.
  9. Wolfgang Schadewaldt. "Die Odyssee". Hamburg: Rowohlt, 1958.
  10. [1] Johann Heinrich Voss. Odyssee. Königsberg: F. Nicolovius, 1802.
  11. [2] Johann Heinrich Voss. Ilias. Tübingen: Cotta, 1806.
  12. a b c Wolfgang Schadewaldt. Zur Übersetzung. In: "Ilias". Frankfurt am Main: Insel, 1975, p. 425.