Xavier Madruga
Xavier Madruga | |
---|---|
Nascimento | 1 de junho de 1883 Lajes do Pico |
Morte | 30 de março de 1971 (87 anos) Lajes do Pico |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | jornalista, padre, escritor |
Religião | Igreja Católica |
João Vieira Xavier Madruga (Santíssima Trindade, Lajes do Pico, 1 de junho de 1883 — Lajes do Pico, 30 de março de 1971), mais conhecido por padre Xavier Madruga, foi um presbítero português que se distinguiu como jornalista e publicista, com longa participação no jornalismo católico açoriano.[1][2][3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu na vila das Lajes do Pico, na costa sul da ilha do Pico, tendo aí concluído o ensino primário. Seguidamente ingressou no Seminário Episcopal de Angra, em Angra do Heroísmo, onde em 1903 concluiu o curso de Teologia e em 1905 foi ordenado presbítero.[1]
A partir de 1903 foi prefeito e professor de Português do Seminário onde se formara, funções que exerceu até 1911, ano em que o seminário suspendeu a sua actividade em resultado dos conflitos que se seguiram à implantação da República Portuguesa e à aplicação da Lei de Separação do Estado e da Igreja. Perante os incidentes entre o clero, as autoridades civis e o povo, os professores do seminário foram dispersos, sendo Xavier Madruga colocado nesse ano de 1911 como pároco na Vila do Topo, na ilha de São Jorge.[1]
Permaneceu em São Jorge até 1927, ano em que foi colocado como pároco na Candelária, na ilha do Pico. A partir de 1936 abandonou a actividade paroquial e fixou-se nas Lajes do Pico como sacerdote manente. Entre 1946 e 1948 residiu em New Bedford, Massachusetts, onde teve importante acção no revigoramento do jornalismo em língua portuguesa.
Paralelamente à sua actividade como pároco, dedicou-se desde muito cedo ao jornalismo, tendo colaboração ininterrupta em jornais pelo menos desde 1904. Colaborou nos periódicos Peregrino de Lurdes, Correio dos Açores e A Verdade, que se publicavam em Angra do Heroísmo, no Correio dos Açores, de Ponta Delgada, e no Diário de Notícias, de New Bedford. Contudo, a sua maior contribuição para o jornalismo católico foi a fundação, em 1917, de O Dever que inicialmente no Topo, depois na Candelária e finalmente nas Lajes do Pico editou e dirigiu até 1970. Neste periódico deixou extensa colaboração. Publicou algumas monografias, na sua maior parte colectâneas de crónicas aparecidas em periódicos.[4]
A 24 de julho de 1967 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência.[5][6] É lembrado na toponímia da vila das Lajes do Pico, onde a rua onde viveu tem o seu nome.[1]
Notas
- ↑ a b c d Nota biográfoca do Padre Xavier Madruga na Enciclopédia Açoriana.
- ↑ Júlio da Rosa, "Necrologia, Padre João Vieira Xavier Madruga". Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 6 (1970-1974), 1: 95-96.
- ↑ Ermelindo Ávila, Figuras & Factos; Notas históricas. Lajes do Pico, Câmara Municipal das Lajes do Pico e Associação de Defesa do Património da ilha do Pico, 1993.
- ↑ Tomás da Rosa, Até ao Danúbio de Xavier Madruga, in O Telégrafo, Horta, n.º 17.063, 13 de Outubro de 1956.
- ↑ O Telégrafo, Horta, n.º 20295, de 27 de Junho de 1967.
- ↑ «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Vieira Xavier Madruga". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 23 de julho de 2020
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]Para além de uma vasta obra, incluindo crónicas sobre múltiplos temas, é autor das seguintes monografias:
- (1930) Dos Açores a Roma, Lajes do Pico (crónicas de uma viagem peregrina, em 1925, extraídas do jornal O Dever, prefaciadas por D. José da Costa Nunes, seu amigo de infância).
- (1949) Magnificat, Lajes do Pico.
- (1955) Até ao Danúbio : Jornada de fé e cultura. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense (crónicas de uma viagem a Budapeste realizada em 1938, publicadas pelos jornais A Voz, de Lisboa, e O Dever, das Lajes do Pico).