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Zwinglio Mota Dias

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Zwinglio Mota Dias (1941, Passa Quatro - 19 de novembro de 2021, Juiz de Fora) foi um teólogo, pastor, ativista dos direitos humanos, líder ecumênico, cientista da religião e professor universitário brasileiro.[1][2][3][4][5]

História[editar | editar código-fonte]

Zwinglio nasceu em uma família de presbiterianos, recebendo o nome do reformador Ulrico Zuínglio. Cursou o Ensino Médio no Instituto Gammon, em Lavras, onde foi aluno de Rubem Alves e decidiu entrar para o seminário teológico. Ingressou no Seminário Presbiteriano de Campinas, onde se tornou parte da União Estadual Estudantil de São Paulo. Depois se transferiu para a Facultad Evangélica de Teologia de Buenos Aires (atualmente conhecida como Instituto Superior de Estúdios Teológicos), em 1963, se graduou em Teologia.[1]

De volta ao país, tornou-se pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil em Minas Gerais e militante ativo do movimento ecumênico. Participou da formação do Centro Ecumênico de Informação (CEI), de onde surgiu depois o Instituto de Estudos da Religião (ISER) e o Centro Ecumênico de Documentação e Informações (CEDI), do qual foi secretário-geral até 1994.[1]

Em 1970, Zwinglio apoiou a abertura da Igreja Presbiteriana na Vila da Penha, mas em 1 de julho foi preso no DOI-CODI no Rio de Janeiro, onde sofreu tortura para denunciar seu irmão Ivan Mota Dias. Após ser solto, em 1971, decidiu exilar-se em Montevidéu, onde permaneceu por dois anos. Nesse período, atuou no movimento ISAL (Igreja e Sociedade na América Latina), colaborou na publicação da Revista Cristianismo y Sociedad e atuou como pastor da Igreja Metodista do Uruguai.[1]

Entre 1973 e 1978, fez seu doutorado em Teologia na Universidade de Hamburgo, com a tese “Crises e tarefas no protestantismo brasileiro: um estudo sobre as condições histórico-sociais e as possibilidades pedagógico-populares da evangelização”, e estendeu sua atuação ecumênica para fora da América Latina.[1][3] De volta ao Brasil, em 1980, Zwinglio foi professor no Seminário Teológico da Igreja Metodista no Rio de Janeiro e foi diretor da Revista Cristianismo y Sociedad.[1] Reassumiu o pastorado voluntário da Igreja Presbiteriana na Penha, filiada à Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU) em 1983.[1][2] Entre 1984 e 1992, coordenou o grupo consultivo do Programa de Missão Rural e Urbana, do Conselho Mundial de Igrejas; foi professor-visitante do McCormick Theological Seminary, em Chicago, em 1993, e do Emmanuel College da Victory University, em Toronto, em 1995.[1][3]

Entre 1982 e 1989, foi professor do Departamento de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Voltou a essa posição entre 1998 e 2010, quando se aposentou, permanecendo como professor convidado. Integrou também a Assembleia da Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço, da qual foi um dos fundadores.[1][3][5][6]

Em 2012, recebeu o título de cidadão honorário de Juiz de Fora.[6] Era pastor emérito na IPU, filiado ao Presbitério Rio Novo e desde 2017 integrava a Secretaria de Educação Teológica da igreja.[2]

Faleceu em 19 de novembro de 2021, em Juiz de Fora, após vários anos lutando contra um câncer.[1] Era casado com Elizandra e teve cinco filhos.[5]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Ecumenismo e diálogo inter-religioso: A arte do possível (em co-autoria com Faustino Teixeira);[7]
  • Os Vários Rostos Do Fundamentalismo;[8]
  • Memórias ecumênicas protestantes: Os protestantes e a Ditadura: colaboração e resistência;[9]
  • A Reinvenção do Protestantismo Reformado no Brasil;[10]
  • Protestantes Evangélicos E (Neo) Pentecostais;[11]
  • Discussão Sobre A Igreja;[12]
  • Profecia & Comunidade - Sete Estudos Exemplares.[13]

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Lá se foi um pastor de verdade! Um tributo a Zwinglio Mota Dias | por Magali Cunha». CartaCapital. 24 de novembro de 2021. Consultado em 21 de maio de 2024 
  2. a b c «Nota de Falecimento: Rev. Zwinglio Mota Dias – IPU». ipu.org.br. Consultado em 21 de maio de 2024 
  3. a b c d «Nota de falecimento». Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião. 19 de novembro de 2021. Consultado em 21 de maio de 2024 
  4. CONIC, Assessoria de Comunicação (19 de novembro de 2021). «Lamentamos a perda do querido amigo Zwinglio Mota Dias». CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. Consultado em 21 de maio de 2024 
  5. a b c koinonia (19 de novembro de 2021). «KOINONIA em luto pelo Zwinglio». KOINONIA. Consultado em 21 de maio de 2024 
  6. a b «Prof. Zwinglio recebe título de cidadão juizforano». Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião. 22 de maio de 2012. Consultado em 21 de maio de 2024 
  7. Dias, Faustino Teixeira Zwinglio Mota (1 de janeiro de 2008). Ecumenismo e Dialogo Interreligioso: a Arte do Possível 2ª edição ed. [S.l.]: Editora Santuário 
  8. Mota, Dias Zwinglio (1 de janeiro de 2012). Os Varios Rostos Do Fundamentalismo 1ª edição ed. [S.l.]: Cebi 
  9. DIAS, Zwinglio Mota (2014). Memórias ecumênicas protestantes: Os protestantes e a Ditadura: colaboração e resistência (PDF). Rio de Janeiro: KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço 
  10. Dias, Zwinglio Mota (1 de junho de 2017). A Reinvenção do Protestantismo Reformado no Brasil. São Paulo, SP: Fonte 
  11. Mota, Dias Zwinglio (27 de julho de 2018). Protestantes Evangélicos E (Neo) Pentecostais - História Teologias Igrejas E Perspectivas. São Paulo, SP: Fonte 
  12. Dias, Zwinglio Mota (4 de março de 2013). Discussão Sobre a Igreja 1ª edição ed. Sao Paulo: Fonte 
  13. Dias, Zwinglio Mota; Nenhum (1 de janeiro de 2019). Editorial, Fonte, ed. Profecia & Comunidade - Sete Estudos Exemplares. [S.l.]: Fonte Editorial