Arquitetura otoniana

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Igreja de São Miguel de Hildesheim (depois de 1001).

Arquitetura otoniana refere-se à arquitetura vigente na área de língua alemã a partir do reino de Otão o Grande (936-975), Imperador do Sacro-Império Romano-Germânico, que incluía à época a Alemanha e norte da Itália. Este período artístico, que em parte confunde-se com a origem do estilo românico, durou entre o século X até meados do século XI, quando surge a arquitetura românica propriamente dita na região abrangida pelo Sacro Império.

A arquitetura da época otoniana inspira-se especialmente na tradição da arquitetura carolíngia, mas também sofreu influência da arquitetura das basílicas paleo-cristãs. Ao contrário da época carolíngia, quando as grandes obras arquitetônicas foram financiadas pelos soberanos carolíngios, a arquitetura otoniana foi impulsada tanto pelos reis otonianos como por figuras religiosas destacadas, como bispos e abades das cidades e mosteiros germânicos.

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Um dos poucos edifícios do início da época otoniana que ainda existe é a Igreja de São Ciriaco em Gernrode, começada em 959. A fachada possui um corpo ocidental flanqueado por duas torres, uma estrutura - chamada Westwerk em alemão - derivada da época carolíngia. Atualmente a fachada possui uma ábside que só foi construída na época românica, pois a igreja original possuía apenas uma ábside no lado leste. No interior a nave é tripartida, com as naves laterais separadas da central por um sistema de suportes que alterna um pilar e duas colunas. Esse esquema de suportes foi muito influente na arquitetura germânica subsequente. As naves laterais também possuem galerias com arcadas na parte superior, o que pode ser derivado da arquitetura bizantina ou paleo-cristã.

Fachada ocidental da Igreja de São Pantaleão de Colônia (fins do século X).

A Igreja de São Miguel em Hildesheim, começada em 1001, apresenta de cada lado da nave uma ábside e um transepto, um esquema relacionado ao plano carolíngio da Abadia de São Galo, datado do século VIII. Cada transepto possui uma grande torre de seção quadrada e é flanqueado por duas torres circulares, novamente inspiradas na época carolíngia. No interior, de três naves, repete-se o esquema de alternância de suportes visto de Gernrode. Criptas sob as ábsides permitiam o acesso às relíquias dos santos.

Em Colónia subsiste uma impressionante Westwerk da época otoniana, a fachada da Igreja de São Pantaleão (c. 980), com duas torres laterais e uma central. Na Catedral de Essen também subsiste uma fachada com três torres da época otoniana, construída após 971. O interior desta parte da igreja tem uma planta semi-octogonal inspirada na Capela palatina de Aquisgrão, construída por Carlos Magno ao redor do ano 800.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Ottonian architecture and its influence. in: Walkin, David. A history of Western architecture. Laurence King Publishing, 2005. ISBN 1856694593 [1]
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